1. Spirit Fanfics >
  2. Entre amores e intrigas >
  3. Capítulo único

História Entre amores e intrigas - Capítulo único


Escrita por: jikookings

Notas do Autor


Olá!!!
Eu estava querendo postar essa side fic de tigers players desde quando postei o último capítulo daquela história, mas me aguentei e me segurei ao máximo aaaaaaaaa já vai fazer um mês desde que ela foi terminada e eu estou morrendo de saudades dela, admito.
Enfim, eu gostei muito de escrevê-la por se tratar de um grande otp meu hehe >.<
Espero que vocês também gostem! Boa leitura <3
(desculpem qualquer erro, sim?)


Edit: Obrigada pela cara MARAVILHOSA ~ohshitmin!! Tá lindona <3

Capítulo 1 - Capítulo único


Todos sempre me avisaram que uma amizade colorida não seria a escolha certa a se fazer, principalmente estando na flor da idade. Mas eu quis tentar, não era como se fosse dar alguma coisa errado. A única coisa que eu tinha que fazer era segurar meus possíveis sentimentos e me divertir ao lado do meu amigo, com seus beijos e toques quando estávamos em festas. Seria bom, certo? Uma diversão a mais, transar sempre que possível, em qualquer lugar.

Por um tempo foi assim que as coisas aconteceram. Éramos amigos, colegas de classe na Universidade, que vez ou outra eram pegos aos beijos nos banheiros de boates. Era apenas sexo casual. E estava tudo bem para mim e para ele. Não havia cobrança por nada, não havia ciúmes, e muito menos brigas e desculpas. Não havia choros tristes, só havia gemidos, estalos de línguas e sorrisos sem-vergonhas. Estava bom assim.

Até que… eu não aguentei.

Não consegui segurar meus sentimentos como era o planejado, e tudo que sempre me disseram que iria acontecer, aconteceu. Nossa relação, junto ao meu coração, desmoronou. Doeu, doeu muito.

Me apaixonei pelo meu amigo colorido, com quem eu só deveria ter um relacionamento casual com uma amizade de brinde; mas o resultado por me apaixonar pela pessoa certa, no momento errado, foi um coração partido servido com um prato enorme de decepções.

Apesar de toda a dor e sofrimento, não me arrependo de tê-lo conhecido. Não estávamos juntos no momento que deveríamos estar. Naqueles tempos, deveríamos ter sido apenas amigos e colegas de sala, e não ter aprofundado o que tínhamos com esses toques indevidos e beijos impuros. Mas admito que sem aqueles momentos fora de hora, sem aquela dor no coração, eu não teria amadurecido, e muito menos ele.

Sem alguns momentos dolorosos que tivemos no passado, não estaríamos juntos no futuro. Mais maduros, mais fortes e mais apaixonados. Se não tivéssemos nos envolvimento no tempo errado, provavelmente não estaríamos tendo o momento certo tão cedo.

E esse é o nosso momento.

[...]

Tudo começou há vinte anos, quando nos conhecemos no primeiro dia de aula da Universidade de Seul. Era o meu primeiro dia na instituição e na capital em si, então eu estava demasiadamente nervoso. Tão nervoso que lembro-me de sentir o estômago revirar e o bile subir pela garganta. Seria a primeira vez que eu ficaria longe de casa, sem meus pais e meu irmão mais velho para me orientar ou aconselhar de alguma forma, e aquilo era assustador.

De certa forma, era libertador estar sozinho na cidade grande, mas ainda assim assustador.

Eu até gostava de ficar na minha quando morava em Daegu, mas em uma cidade nova e estranha aos meus olhos era completamente diferente. Eu não tinha minha família, então eu precisava de amigos para não ficar totalmente perdido por ali. Então, mesmo sendo tímido e envergonhado, tratei de me socializar o mais rápido possível, à procura de um novo colega que pudesse se tornar um futuro amigo e confidente.

O bom de estar na Universidade, era que eu não era o único sozinho e deslocado na sala. Na verdade, todos estavam sem rumo e sem muitos amigos por perto; era algo novo à todos nós. Os mais sociáveis saíam conversando com todo mundo, mas a grande maioria ficava encolhida em um canto, esperando alguém puxar assunto, com medo de ser rejeitado ou ignorado. Eu era um deles.

Eu queria fazer amigos e me socializar, mas era tão difícil, deixava-me ansioso. Então eu fiquei sentado em uma cadeira, quase que encolhido sobre ela, passando os olhos observadores por cada pessoa na sala. Analisei cada ser humano que entrava e saía do local, notando um garoto de covinhas fundas nas bochechas sorrindo enquanto encarava a tela do celular; outro com um sorriso bonito e os dedos tortos, que apontava para outro colega de sala, que ria descontroladamente, deixando os olhos se fecharem e lacrimejarem pela crise de risos.

Notei um garoto alto entrando na sala, moreno e com um sorriso quadricular, a voz grossa podia ser ouvida por todos devido a rouquidão bonita. Ele andava ao lado de outro garoto, também alto, de cabelos ruivos e um sorriso gigante e bonito; radiante. Acho que radiante era o que mais se encaixava nele, logo no primeiro dia que o vi. Os cabelos de cores diferentes do padrão coreano, o sorriso que iluminava o dia de qualquer um - desconhecido ou conhecido - e a risada contagiante, que acabou por amenizar a tensão e ansiedade dos demais alunos da sala.

Ele se sentou do outro lado da sala, ao lado de um menino alto, porém menor que ele, que tinha um sorriso bonito, com dentes que lembravam-me coelhinhos felizes. Eles logo engataram em uma conversa, que me fez pensar se eles já não se conheciam antes. Mas então um garoto baixinho entrou, com uma pasta em mãos e um sorriso adorável no rosto.

Puxou uma cadeira para o meio da sala e assoviou tão alto que eu senti meus tímpanos doerem pelo som agudo. Saltei de leve sobre a cadeira, assim como mais da metade dos alunos, assustado pelo som repentino. O garoto sorriu ao ter a atenção voltada a si e sentou-se na cadeira, antes de começar seu pequeno discurso.

― Olá, sejam todos bem-vindos à Seoul’s University! ― O garoto disse, e por sua dicção e conformidade ao estar na frente da classe cheia, pressenti que se tratava de um possível professor. ― Eu sou Park Jimin, o professor e treinador de beisebol oficial desse semestre do curso de Educação Física. É um prazer conhecê-los. ― Acrescentou, sorrindo de maneira que os olhos se fechavam em dois risquinhos bonitos. ― Como vocês são novos aqui e eu sou novo para vocês, vamos nos apresentar, tudo bem? Eu começo! Meu nome, como já disse, é Park Jimin. Tenho vinte e três anos e é um prazer enorme ser o treinador dessa turma! ― Começou. Todos prestaram a atenção no que o professor dizia, apesar de uma leve apreensão ao saber que nós seríamos os próximos a nos apresentar. ― Eu sei que sou bem novinho para dar aula em uma Universidade tão renomada, mas quero que saibam que eu não sou novo no ramo. Fiz minha graduação, pós e atualmente o meu mestrado aqui; já trabalhei em diversas escolas em Busan e em Seul, além de ter jogado na liga de beisebol da Universidade de Seul há dois anos. ― Arregalei meus olhos ao ouvi-lo atentamente. Ele é tão novo, mas tão experiente. ― Agora vocês se apresentem para mim! Teremos longos quatro anos juntos, preciso conhecê-los, certo? Podem começar!

E assim que ele diz, todo mundo se cala. É meio óbvio e, sinceramente, esperado o fato de ninguém ter coragem de ser o primeiro a falar sobre si próprio. É vergonhoso, principalmente quando não sabe o que dizer. Jimin olhou para todos nós, com um sorriso divertido no rosto, esperando alguém dizer algo, mas decepcionando-se ao notar que ninguém falaria.

― Aigoo, já que ninguém começa, eu começo! ― O garoto com covinhas disse, desligando o celular. ― Eu sou Kim Namjoon, tenho dezoito anos e sempre sonhei em lecionar alguma matéria. Acho a profissão bonita, pois somos nós quem podemos ensinar algo didático e marcar a vida de uma criança ou adolescente de um jeito positivo, se usarmos nosso conhecimento para o bem. Eu não tinha muita certeza se Educação Física era a minha área, e para ser sincero, ainda não tenho, mas espero me encontrar melhor ao longo do curso. ― Terminou, recebendo aplausos do professor e alguns alunos em sua volta.

Ele sorriu, mostrando suas covinhas bonitas, e fazendo-me sorrir junto quase que instantaneamente. Acho maravilhoso pessoas com tais “defeitos”, é a coisa mais adorável que já vi.

Após sua apresentação, outros alunos foram tomando coragem para apresentarem-se ao professor e a turma. Aos poucos, um por um, disse o nome, idade e o porquê de escolher o curso como profissão. Fiquei aliviado ao ver que muitos não estavam completamente decididos ou certos de que era isso que queria fazer para a vida toda, assim como eu. Acho que todos os alunos saem do ensino médio sem ter total certeza de que é realmente aqui que querem como profissão, é normal.

Quando o garoto radiante começou a falar, rapidamente parei de pensar em como a maioria dos alunos tinham entre dezessete e dezenove anos, para dedicar minha atenção para ele. Suas palavras saíam em um volume perfeito para ser ouvido e entendido; suas bochechas estavam tão avermelhadas quanto seu cabelo, talvez pela vergonha de ter olhares sobre si. Mesmo assim, o sorriso bonito não saia de seus lábios.

― Eu sou Jung Hoseok, mas podem me chamar de Hobi. Tenho dezoito anos, sou de Gwangju, e adoro dançar! Na verdade, a dança que me levou a querer fazer Educação Física. Meu sonho é, um dia, ter uma academia minha ou, quem sabe, ser um coreógrafo em em alguma empresa. ― Apresentou-se, recebendo aplausos e ficando ainda mais corado com isso.

O professor sorriu, dizendo que também tem interesse em dança e que, quando mais novo, fez aulas de música clássica e ballet. Não prestei muita atenção no restante, pois meus olhos ficaram presos no tal Hoseok, que continuava corado, porém sorridente. Apenas voltei a prestar atenção quando o professor se virou para mim, pedindo para que eu me apresentasse. Lembro-me de engolir em seco e respirar fundo antes de começar a dizer tudo em palavras baixas, mas coerentes.

― Meu nome é Min Yoongi. Tenho dezenove anos e sou de Daegu. Não tenho muita certeza se estou no curso certo, mas espero me sair bem. Hm… eu gosto muito de crianças, então eu pensei que seria legal trabalhar com algo relacionado a isso. ― Murmurei envergonhado, recebendo aplausos e um sorriso bonito do professor.

― Bem-vindo, Yoongi. Espero que se apaixone pelo curso tanto quanto eu me apaixonei.

Curvei-me em respeito ao mais velho e sorri pequeno, sentindo minhas bochechas em brasas pelo constrangimento. Timidamente, rodei a classe com os olhos, parando-os sobre o ruivo do outro lado da sala, que encarava-me sorrindo pequeno. Mas, assim que lhe encarei de volta, ele desviou o olhar envergonhado, voltando a mexer em seu aparelho eletrônico.

Lembro-me de sorri fraco, apenas por ter sua atenção por alguns segundos em mim.

Ele era tão bonito.

 

Depois que todos os alunos se apresentaram, o professor decidiu, enfim, falar sobre o funcionamento das aulas. Ele nos mostrou rapidamente o plano de ensino do semestre, e nos explicou brevemente sobre os treinamentos de beisebol, que duraria os quatro anos de curso. Logo após, pediu para que nós formássemos uma roda no meio da sala para nos conhecermos melhor.

Eu quase o agradeci de joelhos por ter feito aquilo, pois eu não saberia como fazer alguma amizade sozinho. Sempre fui na minha e nunca tive muitos amigos em Daegu. Claro que eu tinha algumas amizades e saía com algumas pessoas, mas não era nada demais ou verdadeiro para que durasse até a Universidade, sabe? Então eu não sabia ao certo como me enturmar após anos e anos da mesma escola e com os mesmos colegas.

Mas, com aquela pequena ajuda do professor, acabei conhecendo algumas pessoas com mais facilidade. Acredito que aquele primeiro encontro entre a turma em si tenha sido o engate para que todos nós nos aproximar mais, tanto que terminamos o curso sendo muito amigos.

Foi naquele mesmo dia que conversei pela primeira vez com o garoto de covinhas fundas, mais conhecido como Kim Namjoon, que hoje, por acaso, é meu melhor amigo. Sinceramente, desde aquele dia nos demos muito bem, temos muito em comum e sobre o que conversar, então não foi uma surpresa para mim tê-lo como meu confidente e quase irmão mesmo após nos formarmos.

Agradeço por tê-lo ao meu lado desde o primeiro dia de aula, pois não sei o que faria sem ele. Sério, sinto que ele foi o anjo que Deus me deu em formato de melhor amigo! Sempre me ajudou em tudo, me ouviu, me aconselhou e me divertiu quando eu só queria chorar. E fico feliz por ter feito o mesmo consigo, por poder ter ajudado e ouvido quando ele precisou, por estar ao seu lado nos momentos bons e ruins, assim como ele esteve comigo sempre.

Também foi meu primeiro contato com o garoto de sorriso quadricular, Kim Taehyung, ou como eu chamo; TaeTae. Outro que sempre me ouviu e me ajudou quando era possível e sempre me acompanhava em todo e qualquer lugar. Íamos à balada juntos e então a um concerto de música clássica, conversávamos sobre nossa vida amorosa e no segundo seguinte ríamos sobre como éramos - talvez, somos - dois idiotas.

Nunca pensei que me aproximaria tanto dele, quanto me aproximei de Namjoon, mas fico feliz por tê-lo feito. Ele também se tornou muito importante para mim, e no que eu podia, eu lhe ajudava. Fora ele que me apresentou a Jung Hoseok, o garoto bonito de cabelos ruivos, mais tarde naquele dia. Agradeço a ele por ter feito aquilo, apesar de, na viagem, Taehyung ter se sentido muito mal por ter me apresentado a quem não conseguiu me amar abertamente, como eu merecia (palavras de Taehyung, Namjoon e Hoseok).

Acabei conhecendo Jeon Jeongguk dois dias depois que conheci o amor da minha vida, o garoto que não tirava os olhos do professor Park. Ele era legal e engraçado, muito dedicado, e super óbvio. Qualquer um podia ver que ele havia sido atraído pelo professor, afinal seus olhos brilhando quando via o mais velho não escondia sua atração e desejo ardente, por mais que ele tentasse.

Uma semana após as apresentações, tivemos a porcaria do trote. Se tem um dia que eu odiei, foi aquele dia. Qual a necessidade de pegar os calouros e os humilhar por simplesmente serem novos? Passar vergonha ao falar com desconhecidos em frente a uma sala cheia de pessoas já não era o suficiente?

Os veteranos vieram até nossa sala, e nos chamaram até o barzinho na quadra acima do campus que morávamos. Um dos veteranos, Kim Seokjin, tentou pegar mais leve, trazendo-nos para um lado mais afastado e passando apenas algumas tintas coloridas em nossos corpos e pedindo que tomássemos um copo de vodca para contar como “iniciativa do curso”.

Se fosse apenas isso, tudo bem. Mas não. Outros veteranos vieram e nos fizeram beber muita, mas muita bebida alcóolica, o que ocasionou em vários alunos bêbados ou vomitando. Seokjin nos levou de volta aos dormitórios, dizendo que haviam passado do limite estabelecido pela Universidade, e que tomaria conta de nós até o amanhecer. Nos deu remédios de dor de cabeça, comprou água e comida para que o álcool baixasse e deixou um bilhete com seu número de celular para ligarmos caso houvesse algum problema.

Eu acabei ligando apenas para conversar com alguém e fazer uma nova amizade, que acabou se tornando muito forte, mesmo ele estando do outro lado do hemisfério. Sinto muita falta dele, de seus conselhos e de suas piadas, mas fico feliz em viver em um mundo tecnológico, onde eu posso apertar um único botão e vê-lo na minha tela de celular e passar horas e horas conversando sobre a vida.

Acho que o único ponto bom desse maldito trote foi ter dormido no dormitório dele, já que eu era um dos calouros que deu mais trabalho após tanta bebida ingerida. No dia seguinte a essa tragédia, acordei com uma ressaca horrível e forte, mas ao lado de ninguém menos, ninguém mais, que Jung Hoseok. Ele ainda estava dormindo, e, droga, ele consegue ser ainda mais bonito e celestial com a respiração calma, os olhos fechados e um sorriso fechado e doce nos lábios.

Foi quando ele acordou que eu decidi que já era tarde e eu deveria ir ao meu quarto, mas ele insistiu tanto em me levar para tomar um café-da-manhã com ele, que acabei cedendo. E então, o que era para ser apenas uma horinha, se tornou a manhã inteira. Conversamos por horas à fio sobre o curso, nossos sonhos e nós mesmos e, cara, eu poderia dizer que me apaixonei bem ali se acreditasse em amor à primeira vista. Ele simplesmente me cativou de uma maneira que ninguém nunca havia conseguido.

Passamos um ano inteiro apenas com conversas como essa pelo campus, e com isso nossa amizade evoluiu aos poucos. Eu e Namjoon já estávamos bem próximos, então eu contava-lhe minha quedinha pelo tal Hoseok, que acabou por se aproximar do Kim também. O nosso primeiro ano de universidade foi muito mais tranquilo do que eu esperei, talvez por ter feito amizades como essas, que sempre me incluíam em algum assunto importante ou banal e que sempre me amparam.

No meu aniversário daquele mesmo ano, durante nosso terceiro semestre do curso, eu decidi fazer algo diferente - já que eu não comemorei meu décimo nono aniversário, por conta da correria da universidade. Organizei com Namjoon alguns convites e marcamos com alguns alunos de irmos à boate de Hongdae que havia sido inaugurada algumas semanas antes.

Fiz questão de eu mesmo convidar Hoseok, dizendo que sua presença seria muito importante, já que também era um amigo especial para mim. Não sei se ele sabia, mas com “especial” eu queria dizer o amigo que eu queria muito beijar até não sentir mais minha boca, mas achei vergonhoso demais dizer isso em voz alta.

Sinceramente, o presente que eu mais queria era os seus lábios nos meus, mas não foi isso que eu ganhei. Quer dizer, não foram os seus lábios que foram de encontro aos meus naquela noite.

Ele compareceu na boate e me desejou feliz aniversário, brincou e dançou comigo boa parte da madrugada. Estávamos todos juntos: eu, Namjoon, Hoseok, Jeongguk - que não parava de secar o professor Park, que decidiu se divertir um pouco conosco -, Seokjin e Taehyung, além de outros alunos que acabamos fazendo amizade durante o ano.

Por volta das duas da manhã eu perdi todos de vista e quando percebi, já estava aos beijos com um desconhecido no banheiro masculino. Não lembro de muita coisa, só sei que, no dia seguinte, Hoseok zoou até que não pudesse mais, arrancando risadas de todos e grunhidos envergonhados de mim.

Bem, pelo menos eu ganhei um beijo!

 

No final daquele mesmo ano, acabamos nos encontrando em uma festa universitária, que, sinceramente, não era minha praia. Eu sempre gostei de festas e tudo mais, mas as da Universidade sempre eram mais intensas e eu tinha um certo receio de frequentá-las. Mas como era aniversário do Namjoon, eu fui. Não poderia deixar de comemorar o aniversário do meu melhor amigo dentro da instituição, mesmo que fosse em um lugar desconhecido por mim.

Para ser sincero, eu não desgostei tanto quando imaginei que iria. E não foi só porque eu, finalmente, pude provar o gosto dos lábios de Hoseok, mas porque a vibe da festa era ótima e caiu como um relaxamento em meio a tantas provas e seminários difíceis. Claro que ter a boca dele na minha ajudou bastante a gostar da festa, mas isso não é novidade alguma.

A primeira vez que senti seus lábios sobre os meus e sua língua brincando com a minha foi tão natural que chega a me assustar. Em um momento estávamos conversando como dois amigos que sempre fomos, e, no outro, estávamos com as línguas enroscadas uma na outra, dentro de sua boca, provando os gostos alcoólicos um do outro. Tenho certeza que se eu não tivesse correspondido ao seu beijo, não teríamos brigado tanto nos anos seguintes e, provavelmente, não estaríamos casados hoje.

Apesar de ter me apaixonado por ele no momento errado, aquele beijo…. ah, aquele beijo aconteceu no momento certo.

Claro que, depois daquele dia, continuamos conversando normalmente, como se nada tivesse acontecido, como se não tivéssemos nos beijado até ter as bocas inchadas e dormentes, cheia de feridas. Vimos os pescoços um do outro inteiro marcados e fingimos que não havia sido feito por nós. Não admitimos isso de primeira. Nem de segunda. Muito menos na terceira.

Quem dirá na centésima.

Ninguém nunca soube do nosso envolvimento, além dos nossos melhores amigos. As pessoas tinham uma leve desconfiança, já que nunca fomos muito discretos no quesito sair beijando e se atracando por todo local que nós julgávamos vazios o suficiente. Para a maioria dos nossos colegas, era algo que acontecia apenas quando estávamos bêbados, e nós nunca confessamos por simplesmente não nos lembrarmos de termos nos beijado.

Mas não era bem assim. O que tínhamos era sim algo casual, mas não acontecia somente quando estávamos bêbados em festas. Com o tempo, passamos a nos beijar quando queríamos, seja na universidade, nos dormitórios, em festa, bêbados ou não. Apenas fazíamos o que sentíamos vontade e quando sentíamos vontade, no lugar mais reservado possível.

Não contamos nada a ninguém por simplesmente não querer expor algo que nunca foi concreto para nós. Era um segredo nosso e isso nunca teve problema para mim. Eu sabia sobre seus problemas em casa, como seus pais eram - e são - homofóbicos, sobre como eles nunca lhe aceitariam ou se orgulhariam por ter um filho bissexual ficando com um cara. Eu entendia, apesar de minha mãe compreender a orientação sexual de seu filho.

Eu nunca pedi para ele um compromisso aberto à todos, eu estava feliz sendo seu em segredo e tendo-o como meu em sigilo. Ninguém, além de nós, precisava saber sobre o que acontecia entre quatro paredes, era um problema nosso.

Mas, com o passar dos meses, eu me vi cada mais ligado ao mais novo, que tentava não se apegar tanto - mesmo já estando caído. Eu não sei porque, quando ou como, mas de repente eu já estava chorando no meu quarto após vê-lo com outra pessoa ou brigando com ele e cobrando-o algo que não tínhamos.

Nunca foi sua obrigação ser apenas meu. Nunca foi minha obrigação ser apenas seu. Éramos amigos coloridos, tínhamos benefícios que incluíram beijos, toques e transas, mas nada de sentimentos. Só que, quando eu percebi, apenas o sexo casual não era o suficiente para mim.

Eu não queria tê-lo apenas à noite em uma foda, mas queria abraçá-lo e beijá-lo delicadamente, eu queria dizer que gostava muito dele. Eu queria tê-lo apenas para mim, não queria dividi-lo com mais alguém. Eu queria ser seu namorado. Mas isso estava fora de questão naquele momento, principalmente com a situação que estávamos.

Era difícil vê-lo saindo e beijando outras pessoas, assim como - agora - eu sei que era difícil para ele me ver fazendo o mesmo. Doía como o inferno. Eu sentia meu coração quebrar ao observar toda a cena se desenrolar em minha frente. Para mim, aquilo não era justo. Para ele também não. Sinceramente, não fazia sentido na minha cabeça.

“Por que ele me machuca tanto? Por que eu não posso amá-lo? Por que ele não pode me amar? Por que não podemos ser felizes juntos? Por que é tão difícil? Por que?” Eu me perguntava todas as noites antes de dormir, deixando algumas lágrimas salgadas escorrerem por minhas bochechas.

Mas então, na nossa viagem de formatura, a resposta veio com um baque desgastante e doloroso. Veio rude, porém sincera. Doeu, machucou, mas era a verdade.

Não era o nosso momento.

Quando o professor Jimin me disse isso naquele quarto de hotel, eu percebi o porquê de não ser justo. Nós não podemos forçar o que sentimos, e não podemos forçar os acontecimentos do cotidiano. O que for para ser, será. No momento certo, no lugar certo e com a pessoa certa. E, por mais clichê que seja, é verdade.

Depois de colocarmos tudo em ordem e deixarmos claro nossos sentimentos em relação ao outro, demos um tempo. Um longo tempo. Seguimos o conselho de Jimin-hyung e deixamos acontecer. Se fosse para ficarmos juntos, nos reencontraríamos no futuro naturalmente. Deixamos tudo na mão do destino.

 

Depois de oito anos sozinho e sem esperanças de encontrá-lo novamente, eu finalmente o vi. Não foi no lugar ou com quem eu esperava vê-lo, mas aconteceu. Ele estava lindo, com os cabelos negros voando e com sua filha em seu colo. Pois é, filha. Nunca pensei que encontraria Jung Hoseok oito anos após o nosso “término” com uma criança adorável em seu colo, chamando-o de papai. Criança que, por um acaso, era a minha aluna.

Enquanto conversávamos em um restaurante simples da cidade, após o meu turno da escolinha de sua filha, que tudo ficou claro em minha mente. Eu lembrei das palavras do treinador e sorri. Ele estava tremendamente certo. O destino toma conta de tudo.

Não tinha outra explicação para encontrar Hoseok na escolinha que eu dou aula, com sua filha - que era a minha aluna! O destino nos juntou novamente, e dessa vez, para vivermos felizes.

Desde que aceitei recomeçar do zero e reescrever nossa história, não houve mais tantas brigas. Há algumas crises de ciúmes, claro, isso é normal em um relacionamento intenso, mas não há essa possessividade de tê-lo como meu - ele não minha propriedade e eu não sou a sua. Não existe mais discussões e não há mais quem fique entre nós.

Tudo mudou, desde nossa história, ao nossos sentimentos. Ficou maior, melhor, mais intenso e muito mais verdadeiro. Eu posso dizer, sem vergonha alguma, que eu o amo mais que amei há vinte anos. Admito que me apaixono cada dia mais por seu sorriso, por sua risada, por seus olhos, suas piadas, seus beijos, seus toques, suas mãos entrelaçadas nas minhas… por seu cuidado comigo e com sua filha. Eu me apaixono cada dia mais por Jung Hoseok.

E ouvir essas mesmas palavras vindas dele para mim, deixa-me ainda mais apaixonado. Todas as noites, independente se foi um dia difícil para um de nós dois ou para ambos, eu ouço as três palavrinhas que eu sempre sonhei em ouvir de si. Ouço-as atento, notando sua voz baixa soando sincera e apaixonada. Sinto seu beijo em minha bochecha e então em minha testa, em um carinho singelo e delicado. Sinto seu abraço apertado e noto seu sorriso em seus lábios quando devolvo-lhe as mesmas palavras na mesma intensidade e honestidade.

Novamente, eu agradeço aos céus por ter colocado ele em minha vida duas vezes. A primeira para ensinar-me, e ajudar-me a amadurecer. A segunda, para finalmente termos a história de amor que merecemos e queríamos ter. Agradeço por ter aceitado seus sentimentos, por ter criado essa família linda, por ter essa filha que se tornou meu maior orgulho, mesmo não sendo seu pai biológico. Agradeço por tê-lo como minha família.

E repito quantas vezes eu puder:

Eu nunca me arrependeria de ter conhecido Jung Hoseok.


Notas Finais


AAAAAAAAAAAAAAA O QUE VOCÊS ACHARAM? Gostaram? Odiaram? Me digam, estou curiosa!!!
Espero do fundo do meu coração que tenham gostado <3

Queria aproveitar isso aqui para agradecer aos 700+ favoritos em Tigers Players! mUITO OBRIGADA MEUS AMORES EU FICO MUITO FELIZ VENDO ELA CRESCER!!!! Nunca pensei que passaria dos 100 e cá estamos nós... Muito obrigada mesmo <3

[link] Tigers Players:
https://spiritfanfics.com/historia/tigers-players-9351497

<3<3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...