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História Equilíbrio. - O chamado de Louis.


Escrita por: MaurraseC

Notas do Autor


Uma curiosidade sobre o enredo desta história: Spero, significa "esperança" em italiano. Bem, assim como Equilíbrio havia feito, ambas as cidades possuem um símbolo de esperança no nome, isso é Spero e Esperanza; o que achei legal em pôr.
Pense bem, tanto para humanos e super-humanos, ambos tinham uma mesma visão de ter um lugar onde poderiam se manter seguros, salvos... em paz. De alguma forma, mesmo em suas adversidades, eles tinham uma certa semelhança.


É como olhar para o céu e ver nuvens, diferentes formas e variadas imaginações.
Cada qual com sua visão...
Cada qual com sua esperança...
Todos em seus Equilíbrios.


Boa leitura.
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Na imagem: Alicia, andarilha.
"É como se o pôr do sol representasse a morte; e eu não quero ver meus amigos como se fossem estrelas no céu.
Assim como eu, ele irão surgir num alvorecer, rugindo como leões orgulhosos".


Artista: Ethically Challenged
Link: wanderer by ethicallychallenged
(Obs: imagem meramente ilustrativa, sem vínculos com a história de Equilíbrio).

Capítulo 68 - O chamado de Louis.


Fanfic / Fanfiction Equilíbrio. - O chamado de Louis.

“A ordem é absoluta”, as palavras de Gabriel eram semelhantes aos de seus irmãos, em Alcândor. Rubia se lembrou da guerra pelo Equilíbrio, onde precisou lutar contra seus irmãos para ser livre. Um confronto de ideologias sobre Liberdade e Ordem, era uma repetição que ela sentia está vivenciando. Contudo, não havia um quesito de ser livre, estavam todos dispostos a viver uma ditadura pela “Ordem Absoluta”. Não era o que ela gostava, “viver significa ser livre”, era o que pensava. Ver alguém ser morto por algo fútil, e não haver remorso lhe machucava o coração. Ela não conseguia aceitar tamanha crueldade.

— Você está bem? ­ Perguntou Lauren, abaixando-se e mantendo contato visual.

— Não entendo, como conseguem tirar uma vida sem hesitar?

— Você é alguém gentil, Rubia. Não serve para ver essas coisas — a mulher lhe acariciou a cabeça, tentando confortá-la. — Sei que deve ser difícil, também foi complicado para mim.

— Como consegue aguentar?

— Infelizmente, você se acostuma. Quando se vem de uma nação onde os crimes sofriam impunidades, tais ações se tornam... plausíveis.

— Matar não pode ser a solução para tudo — ela murmurou, tendo as lembranças de ter nos braços os corpos de Arael, Natasha e Gregório. O fato de tê-los matado para dar fim à guerra, ela sentia a culpa e remorso de não ter tido mais oportunidades para convencê-los a mudar de idéia.

— Vou deixar você sozinha por enquanto, criança — Lauren se levantou e voltou para seus afazeres na burocracia de Spero. Rubia desabou na cama, observando o teto de madeira. “A ordem é absoluta”. Ela se perguntava se essa guerra nunca iria terminar, se esse fantasma do passado iria persegui-la para sempre.

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­— Ainda não consegue senti-lo?

— “Não, Ele está bem escondido”.

— Não podemos deixar que Ele continue livre ­— disse Alicia, andando entre o corredor de árvores numa pequena trilha de floresta, longe do campo flórido.

Após se separar de seus amigos, Alicia vagou por Gran Tierra, procurando-os. Ela retornou ao ponto onde haviam sido separados, porém apenas havia vestígios da terra queimada, sinal dos poderes de Nina, e muitas manchas de sangue, que já havia secado no solo. “Você precisa avisar aos humanos que eles estão em perigo!”, as palavras de sua amiga haviam se tornado seu objetivo inicial. “Você é nossa esperança”, as palavras de Trevor lhe pesavam a consciência. Alicia se sentia ressentida por querer ajudar aqueles que haviam matado seus amigos. Encará-los seria um desafio que ela não estava preparada. Entretanto, Realidade lhe advertiu sobre outra prioridade, avisando-a sobre a existência de Sonho, e os remanescentes dos seres alados, usuários da aura negra, que estavam escondidos. Temendo que uma nova guerra alada pudesse acontecer, ela priorizou caçá-los ao invés de ir até os humanos, isso lhe daria tempo para pensar sobre o que falar para eles.

—“É perda de tempo procura-los” — Realidade lhe atormentava, falando em sua mente.

— Calado, não ouse falar novamente — ela respondeu, sem conseguir ter a imagem de seus amigos mortos lhe percorrendo a imaginação. — Eles não estão mortos.

— “Como sempre, humanos são patéticos perante Realidade”.

Desde que obteve o poder do rei, por completo, Alicia sentiu-se diferente, tanto fisicamente quanto mentalmente. Seus cabelos vermelhos havia crescidos, revelando as raízes negras. Seu corpo se desenvolvido, mais forte e ágil. Mesmo ainda sendo jovem, ela transmitia um porte maduro, um olhar sério e firme. Ainda sentia dificuldades em controlar seu poder, mesmo com o apoio de Realidade, vez ou outra a existência atentava em se apossar de seu corpo. Mas ela resistia não se deixando levar pela insanidade.

Na missão de encontrar o paradeiro dos seres alados, Alicia tinha a ajuda dos anjos, dos próprios alcandorianos que sentiam nela a presença de Deus, de seu mestre. Metraton, comandante dos alcandorianos, estava responsável por reunir seus soldados e dispersá-los pelo mundo. Alicia tinha o comando de todos os anjos, sendo considerada uma deusa para eles; e por mais que ela odiasse esse título, eles não deixavam de trata-la como tal.

Neste momento, ela estava sentada no gramado da floresta, aproveitando o calor da fogueira. Havia andado dois dias, sem descanso. Alicia precisava dormir, pois seus olhos mal se mantinham abertos. Os peixes que ela fritava, ainda estavam visivelmente crus, lhe dando oportunidade para dormir um pouco, e ao acordar, retornar sua caminhada.

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— Você está melhor?

— Sim, de certa forma — respondeu Rubia em passos lentos. O ocorrido na praça, no dia anterior, havia lhe deprimido. Rafaela ficou preocupada e a chamou para sair um pouco, respirar um ar; “vai ser melhor que ficar no quarto”, foi seu convencimento. Paula havia sido chamada, no quartel general, por motivos desconhecidos.

Elas voltaram para a praça principal, onde Rubia desviou o olhar ao ver o vendedor, doutra hora. A bancada ainda estava montada, com partes dos corpos carbonizados ainda visíveis. Rafaela disse que iriam ficar expostos mais alguns dias, até encontrarem novas vítimas.

— Quem eram elas?

— Não conheço. Só sei que eram super-humanas, portadoras de poderes sobrenaturais. Foram capturadas após o ataque contra o exército...

— Os humanos foram atacados?

— Sim. O exército sofreu um ataque violento após se encontrarem com os super-humanos; bem, eu não estava lá, mas são as histórias que contam. Perdemos muitos homens e mulheres — Rafaela olhava para os corpos carbonizados, sem remorso. — Com o fim dos seres alados, acredito que seja necessário eliminar esses “falsos salvadores”, só assim teremos paz.

As mentiras de Louis haviam sido espalhadas rapidamente, passando de boca a boca; muitas histórias foram contadas e distorcidas. Rafaela tinha seus sentimentos de agradecimento aos super-humanos, porém sua opinião sobre os mesmos era igual aos dos cidadãos de Spero, um afastamento dessas “aberrações” humanas. Rubia se sentiu desconfortável ao ouvir tais afirmações, ela se lembrava vagamente de estar junta de super-humanos como amigos. Infelizmente, ela não conseguia reconhecer as pessoas; e Rafaela lhe puxou para outro caminho, se afastando da praça principal. As duas foram até as áreas de construção, onde a cidade era reconstruída.

— O que estão fazendo? — perguntou Rubia.

— Não é óbvio, estão trabalhando.

— “Trabalhando”?

— Você deve ser uma garota mimada, não é?

— “Mimada”? O que é isso?

— Que? É alguém que recebe tudo de mãos dadas.

— “Mãos dadas”? Os humanos dão as mãos para dar algo?

— Por que você fala “os humanos” toda hora?

— Não é o que vocês são, humanos? Estou errada?

— Não, mas... é estranho.

— Então, o que é “trabalho”?

— Sério? — Rafaela lhe olhou com tédio, deixando-se ser convencida. — Trabalhar significa oferecer seus serviços para alguém em troca de algo, normalmente dinheiro.

— Dinheiro? Aquele vendedor também falava o mesmo. Vocês só pensam em dinheiro?

— Dinheiro é o que move o mundo, riquezas e poder, infelizmente. Também não sou uma apreciadora disso — Rafaela se apoiou na parede.

— Você também trabalha?

­— Sim, mas... meu trabalho é diferente, não é algo que posso contar.

— Por quê?

— Chega de perguntas, certo? Vamos comer algo, que tal?

— Huuum, tá bom — Rubia percebeu que ela estava fugindo da pergunta, porém não queria insistir. Não sentia fome, por causa de sua característica alcandoriana, porém seguiu a garota, sem se importar com o convite.

Elas retornaram para a hospedaria, onde Lauren lhes preparou sanduíches e suco, e puderam fazer o lanche da manhã. De repente, a porta é aberta e três soldados adentram, indo em direção das garotas. Elas se assustaram, e Lauren se apressou para socorrê-las.

— Você está sendo convocada agora — disse um dos soldados, para Rubia que ainda comia, enquanto o encarava.

— Espere, para onde querem levá-la? — perguntou Lauren, ficando na frente. Ela sabia da ingenuidade e aparente fraqueza, e infantilidade, que Rubia tinha. Deixá-la sozinha seria imprudência.

— Nosso líder quer se encontrar com ela — respondeu, rudemente.

— Louis? Louis Vincentin? — Rafaela se mostrou surpresa, lembrando-se do dia anterior.

— Lembro-me desse nome — disse Rubia, terminando de mastigar. — Eu vou.

— Espere, o que? — Rafaela ficou mais surpresa com a resposta, assim como Lauren ficou preocupada.

— Ele quer me ver, não é? Por que não?

— Ao menos deixem que Rafaela vá junto — pediu Lauren, porém ignorada.

— Só a garota — respondeu o guarda, guiando-a para fora.

— Não se preocupem, “Raquel” e “Lalem”— disse Rubia, sorridente, enquanto caminhava para se encontrar com o líder dos humanos, Louis Vincentin —, vai ficar tudo bem.


Notas Finais


No próximo capítulo:

Desordem se prepara para atacar, numa apresentação final. O sentimento de vingança os consome, e seus olhos ficam cegos perante a raiva descontrolada. Enquanto isso, Louis e Rubia se encontram. Ela se surpreende com o que ver, e num ato inesperado... Um sorriso.


E que nossos interesses estejam em Equilíbrio.
Nos vemos no próximo capítulo.


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