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História "Era uma vez" - 05. E a propósito, não existe batom nenhum.


Escrita por: giojoia

Notas do Autor


Queria muito agradecer pelos +265 favoritos e os 50 comentários no capitulo passado, vocês não tem ideia o quanto isso foi gratificante para mim ver que vocês estão gostando, enfim boa leitura e leitores fantasmas apareçam! hahaha

Capítulo 6 - 05. E a propósito, não existe batom nenhum.


Senti algo se mexendo em baixo de mim, eu ainda estava com sono, não queria acordar, mataria Lena por estar me enchendo o saco. Abri os olhos na intenção de brigar com Lena, mas vi algo totalmente diferente, eu não estava em meu quarto, muito pelo contrario, isso não era nem de longe meu quarto, olhei ao meu lado vendo Justin com um meio sorriso, então era ele que estava se mexendo por isso eu tinha acordado.

Logo as lembranças de antes de eu dormi vieram em minha cabeça, e um sentimento horrível me consumiu, o arrependimento me tomava, eu tinha apenas dezessete anos, isso não deveria ter acontecido, ainda mais com alguém como o Justin, eu se quer o conhecia, mas sabia que ele não prestava, e ainda por cima ele era pobre, que futuro poderíamos ter. Nunca fui o tipo de garota que sonha em fazer sexo só depois do casamento, mas ainda sim queria me guardar para alguém que eu amasse, e eu não amava o Bieber, se quer gostava dele. O que “sentia” por ele era totalmente físico.

— Você está bem? — Justin disse, enquanto eu olhava para ele.

— Ai meu Deus — disse agora me desesperando — isso não podia ter acontecido, a culpa é sua, você me seduziu.

— Você esta arrependida? — ele falou parecendo ofendido, eu não sabia se estava, eu até tinha gostado, mas nos não tínhamos nada, e eu namorava com o Oliver. Coloquei minhas mãos em meu rosto e tentei fazer com que o tempo voltasse, eu tinha culpa nisso também, não adiantava colocar tudo nas costas de Bieber, eu estava lá e não o parei, eu deixei ele fazer aquilo, na verdade eu fiz junto.

— Ei — ele tirou minhas mãos de meu rosto, Justin usava apenas uma Box vermelha, acho que era a mesma, ele devia ter a pego do chão — você esta arrependida?

— Não — disse enquanto olhava em seus olhos, que estavam visivelmente afetados pelo meu drama — eu só não queria que fosse assim, nos nem nos conhecemos direito.

— Podemos nos conhecer agora — ele disse sorrido, e então me jogou a camiseta que ele estava ontem — vista isso, e vá na cozinha que eu vou estar te esperando — e então ele me deu um selinho, ele estava agindo como se nos tivéssemos algo, e não tínhamos, mas confesso que o ver todo preocupado assim me deixou feliz, ele se importava de alguma forma comigo.

Peguei sua camiseta e a vesti, o cheiro de seu perfume estava impregnado em sua camiseta, e eu gostava desse perfume, tinha um cheiro bem de homem. Me levantei indo até a porta, vi que de frente para seu quarto tinha um banheiro entrei no mesmo e joguei água em meu rosto, eu estava com suor no rosto, o que deixava minha pele oleosa, e ridiculamente feia. Sequei com uma toalha azul que tinha pendurada na parede. Meu cabelo estava horrivel, fiz um coque, e ainda não estava bom, mas era o melhor que eu podia fazer aqui. A blusa de Justin era como um vestido para mim, e deixa a polpa de minha bunda de fora, o que me deixava envergonhada, mas então me lembrei de que ele já tinha visto tudo aqui, ri com meus pensamentos. Sai do banheiro indo até a cozinha, vi que Justin estava cozinhando alguma coisa, ele já não estava mais apenas de boxe, estava com uma samba canção, o que me fez rir sozinha, aquilo era ridículo, mas até que em Justin tinha ficado bonito. Ele se virou me olhando.

— Esta rindo do que? — falou enquanto revezava seu olhar de mim e o bacon que ele estava fritando em uma panela qualquer.

— Nada — disse ainda sorrindo, fui até perto dele, e fiquei encostada na pia que tinha ao lado do fogão.

— Esta com fome? — assenti — meus bacon são os melhores — ele disse se gabando.

— Isso porque você nunca comeu o de Lena, ela arrasa na cozinha.

— Quem é Lena?

— A governanta lá de casa, e por falar em casa, que horas são? — ele fez um gesto com os ombros, como quem indica que não sabia. Me lembrei que meu celular estava na sala, então fui até lá, senti o olhar de Justin em mim enquanto caminhava, mas eu estava mais preocupada com o horário, não poderia chegar tarde em casa, ou minha mãe me mataria.

Peguei meu celular vendo que tinha varias chamadas perdidas, tanto de minha mãe, como de Hailey, Oliver e até mesmo um numero desconhecido. Desbloqueei minha tela vendo o horário, eram três da manhã. Eu estava com certeza ferrada. Abaixei minha cabeça, me martirizando por não ter ido embora antes, eu ficaria de castigo até a formatura. Olhei minhas mensagens

“Sua mãe está maluca atrás de você, Sofia” – Hailey.

“Dá para você parar de beijar o Justin por um minuto e responder minha mensagem” – Hailey.

“Me diz apenas que está viva” – Hailey.

“Estou ficando preocupada, Sofia” – Hailey.

“Amanhã no colégio eu vou matar você, por me deixar tão no ar assim” – Hailey

Tinha também mensagens nada educadas de minha mãe, eu preferi não responder ninguém, tinha que ir para a casa agora mesmo. Voltei para a cozinha com meu celular em mãos.

— Eu preciso mesmo ir, Justin — falei o olhando — minha mãe vai acabar comigo, ela já nem queria ter deixado eu ir na festa da Ivy, e agora eu dou uma dessas. Estou ferrada — disse a ultima parte mais para mim do que para ele.

— Serio? — ele parecia não estar feliz com isso — você podia dormir aqui, e amanha cedo eu te levava na casa da Hailey, e você se trocava lá para ir ao colégio, e isso te daria tempo de pensar em algo para falar pra sua mãe. O que acha? — sua proposta era realmente tentadora, mas eu estava com vergonha de Justin, não queria ficar no mesmo lugar que ele. Mas ainda sim assenti.

Eu me sentia diferente quando estava com Justin, ele me fazia ser eu mesma, eu não precisava ser a garota mimada que eu sempre era, ele enxergava algo em mim, que nem eu mesma via. Justin, terminou de fazer o bacon, e então comemos ele, panqueca e mel. Estava uma delicia, e Justin fazia gracinha o tempo todo me fazendo rir. Ele lambuzou sua boca inteira de mel.

— Me da um beijinho, dondoca? — ele falou vindo para cima de mim, eu dava altas gargalhadas.

— Não, isso é nojento.

— Qual é, docinho vem aqui — ele começou a correr atrás de mim, enquanto eu ria e fugia dele, ele me segurou e me forçou a beijar-lo, aquilo lambuzou todo meu rosto, nos separei ainda rindo.

— Você é um bobo — falei enquanto ia até o banheiro e limpava meu rosto de todo aquele mel, mel era ótimo para a pele, mas não estava em um SPA agora. Ele veio ao banheiro também, e lavou seu rosto assim que eu terminei de lavar o meu.

— Você está com sono? — me perguntou enquanto secava o rosto, eu estava apenas encostada no batente da porta. Neguei, nos devíamos ter dormido por cerca de umas oito horas, isso já estava de bom tamanho — quer assisti um filme?

— Sim, se eu puder escolher — ele revirou os olhos e disse alguma coisa baixinho, mas eu não me importei, fomos até o sofá, onde ele pegou sua coleção de filmes, e eu fiquei olhando todos, era a maioria de ação, com tiros, e eu não queria assistir uma coisa assim agora, quero alguma coisa mais calma, e romântica, qual é sou uma garota, gosto de ação, suspense, mas não na madrugada. Vi que ele tinha “Diario de uma paixão” e aquilo me deixou meio confusa, ele tinha toda uma pose de machão, e tinha diário de uma paixão. Não disse nada, apenas dei o filme para ele.

— Esse que eu quero — falei como uma criança quando esta em uma loja de brinquedos. Ele não reclamou, apenas foi colocar, pegou todos os outros que estavam jogados pelo sofá e colocou em cima da mesinha de centro, onde ainda tinha meu celular e meus óculos — você não vai reclamar da minha escolha do filme? — disse confusa, ele tinha aceitado muito fácil.

— Eu gosto de o Diario de uma Paixão — falou sem me olhar — qual é, só porque eu sou homem não posso gostar? — ele acrescentou quando viu minha cara de taxo.

— Não é isso — tentei arrumar — você tem toda essa pose de macho alfa, só pensei que você iria reclamar um pouco, mas esquece — disse vendo o quão ridículo isso parecia quando era dito em voz alta.

Ele apenas sorriu enquanto passa seu braço por meus ombros, me aninhei em seu corpo, colocando minhas pernas em seu colo e ficando deitada em seu peito, ele estava sendo tão atencioso comigo, que eu queria aproveitar isso. Talvez a primeira impressão que eu tive dele fosse a errada, ele me parecia uma ótima pessoa.

Mas logo pensei no quanto aquilo era errado, ou no quanto eu não poderia me envolver emocionalmente nisso. Nos vivemos mundos diferentes, ele jamais aceitaria se mudar para meu mundo, e eu não aceitaria me mudar para o dele, isso começou a me incomodar, o fato de eu ser tão superficial, Ivy se entregou nisso com Ryan, por que eu também não poderia? Pelo simples fato de ser totalmente diferente, Ivy não se importava em quebrar a cara, eu me importava, eu me importava com o que as pessoas iam pensar, eu me importava se as pessoas aceitariam ou não. Pessoas, pessoas, e mais pessoas. Eu me sentia mal por pensar assim, mas eu não podia fingir que isso não era nada, quando na verdade isso era tudo.

Eu fui criada assim eu fui criada para pensar assim, minha educação sempre foi superficial, eu nunca pude fazer o que eu quisesse fazer, eu tinha que me importar se a mídia acharia isso legal, se isso iria fazer bem para a boa moça que todos pensavam que eu era. E na verdade eu sempre fui a boa moça, eu era o reflexo de minha mãe. Mas será que era isso que eu queria ser pro resto de minha vida? Eu não queria isso, nunca quis, eu queria ser apenas eu, mas isso já estava grudado em mim, as coisas que o dinheiro, poder podem oferecer são melhores que tudo. Eu faria tudo que já estava traçado para mim, isso que eu estava vivendo nesse momento era algo passageiro, quando eu saísse da casa de Justin seria a ultima vez, eu não o veria mais, iria fingir que nada disso aconteceu. E voltaria ao Oliver, porque ele sim me traria benefícios, com ele eu podia ter a chance de ser alguém melhor. Eu acabaria a escola em alguns meses, e então entraria para Harvard, cursaria moda lá, e seria a sucessora de minha mãe, nada daria errado.

Eu observava Justin olhando o filme atentamente, ele sorria vez ou outra, e isso mostrava o quão perfeito ele poderia ser. Seus olhos encontraram o meu, e ele percebeu que eu o observava, então me deu um beijo, e eu com certeza sentiria falta desse beijo.

O filme já havia acabado, e eu e Justin continuamos abraçados no sofá, eu queria aproveitar ao máximo, isso já, já acabaria e eu não sabia se estava preparada, isso começou tão rápido e acabaria na mesma velocidade, nos beijávamos vezes ou outras e conversamos sobre coisas obvias, como sua cor favorita, filme, comida, e descobri coisas bem interessantes sobre ele.

Ele era do Canadá, nascido em Ontario, mas se mudou a New York enquanto ainda era um bebe, seus pais eram separados, e sua mãe morava também no brooklyn, mas seu pai continuou no Canadá, ele disse também que talvez seu pai iria vir morar em New York, e Justin queria que ele viesse, já que sentia muita falta de seus irmãos. Sua cor favorita era roxo, eu também estranhei, isso é meio afeminado, mas tudo bem. Ele gostava de espaguete, era formado apenas no colegial, não tinha feito curso superior, sempre teve o sonho de ser lutador. E tinha vinte e um anos.

— Sua vez — ele disse. E bom era minha vez de dizer sobre mim.

— Estou no terceiro ano do ensino médio, vou assumir o posto de minha mãe, então terei que fazer moda, e como todos da família de minha mãe e do meu pai se formaram em Harvard, eu também terei que estudar lá, minha comida favorita é fritas, minha cor favorita o que é meio obvio, mas é rosa, não tenho irmãos, sou filha única, o que é um saco, já que meus pais ficam no meu pé o dia inteiro, e bom, eu tenho um namorado, na verdade eu tinha. Nosso relacionamento é mais porque nossos pais obrigam a gente, talvez tivesse rolado algo entre mim e o Oliver de verdade, mas acabou se tornando uma obrigação, ele me trai, e eu tenho que fingir que não sei de nada, bom, é mais o menos isso minha vida – disse tudo rápido, e ri no final, ele ficou meio incomodado quando falei de Oliver, mas quando disse a parte que nosso relacionamento era obrigado, pareceu que ele se sentiu melhor, não sei.

— Se você não fosse obrigada a fazer moda, o que faria? — ele perguntou parecendo estar realmente interessado.

— Ninguem nunca me perguntou isso, na verdade apenas a Hailey — disse pensando alto — eu confesso que nunca parei para pensar no que realmente me deixaria feliz, eu também não sei se moda me deixaria triste, é tudo tão confuso — ele assentiu fazendo alguns comentários, e então conversamos mais sobre isso, e sobre ele, era interessante conversar com ele, ele pediu meu numero, mas eu não passei, falei que era para ele me passar o dele que eu mandaria uma mensagem e ai então ele salvaria o meu. Então ele me passou.

Logo já eram quase seis da manhã, e eu entraria na aula sete e meia, então fui me trocar, coloquei a roupa que estava ontem, Justin tomou banho e colocou uma bermuda branca e uma camiseta preta com uns desenhos meio loucos, e um tênis. Pegamos nossos capacetes e então saímos do apartamento de Justin, eu estava com meu capacete e meu celular em mãos, descemos os dois andares de escada, e então fomos até a moto de Justin que estava ali em frente ao prédio, ele me ajudou a subir na moto e subiu também. Logo vi o broklyn ficando para trás e Manhattan aparecendo, o nascer do sol ficava ainda mais bonito quando andávamos de moto. Fui falando para ele o caminho da casa de Hailey, e ele ia fazendo tudo que eu mandava.

Logo chegamos na frente da mansão que era a casa de Hailey, desci da moto sem a ajuda dele, e vi seu olhar orgulhoso, me senti feliz em vê-lo assim, tirei meu capacete e ele então tirou o seu também. Ele estava encostado na moto esperando eu dizer alguma coisa, mas eu também estava esperando ele dizer alguma coisa. Ficamos apenas nos encarando por alguns segundos, e então ele começou;

— Quando vamos nos ver novamente? — logo meu coração se apertou, eu não queria dizer a ele que não nos veríamos mais, que tudo o que vivemos não se passou de um erro. Mas eu não queria mentir.

— Isso não importa agora — falei o mais de pressa possível, e então o beijei, aquilo era como um beijo de despedida, eu estava indo seguir meu caminho, e ele continuaria no dele, esse final de semana ficaria apenas em nossas memórias. Sorri entre o beijo, e então nos afastamos, entreguei meu capacete a ele.

— Até mais, Bieber — disse dando um aceno, e sorrindo, ele sorriu também.

— Até mais, Dondoca — ele realmente tinha feito desse meu apelido, não parava de me chamar assim, então acenou de volta, e eu me virei de costas para ele, seguindo até a portaria da casa de Hailey. Ouvi ele me chamando, e me virei para ver o que ele queria.

— E a propósito, não existe batom nenhum — ele disse com um sorriso sacana, eu sabia! Ele definitivamente era um idiota — só fiz aquilo para causar uma discórdia, vocês dois juntos daquele jeito estava me irritando — ele então tinha ciúmes de mim?! Sorri, e balancei a cabeça negativamente.

— Você não presta — ele sorriu também.

— E você gosta — não pude negar, apenas mandei um beijo no ar e me virei, voltando a seguir meu trajeto inicial.

Eu estava com o coração partido de saber que poderia nunca mais o ver, não sabia mais se essa era a melhor alternativa, então me enviei uma estratégia, se eu virasse para trás e ele ainda estivesse me olhando é porque nos poderíamos ainda ter algo, se ele não estivesse me olhando ainda é porque não daria certo. E então olhei em um relance para trás.

E não, ele não estava me olhando, ele já estava em sua moto indo embora. Por que eu fui me iludir pensando que ele queria algo? Eu era apenas mais uma em sua enorme lista, ele conseguiu ficar comigo, e era apenas isso, ele devia fazer aquela ceninha com todas, fazer elas se sentirem especial e depois cada um seguir sua vida. Me livrei de meus pensamentos, e então o porteiro viu que era eu, e me deixou passar.

Fui o mais rápido possível até a entrada da casa de Hailey, passei pela porta subindo as escadas rapidamente, não queria que ninguém me visse chegando a essa hora, era melhor eles pensarem que eu já estava dormindo aqui, e isso seria meu álibi quando minha mãe me perguntasse onde eu estava, talvez ai a bronca fosse menor. Abri a porta do quarto de Hailey, encontrando minha melhor amiga enrolada em um roupão.

— Eu vou matar você — ela disse assim que me viu — você tem idéia do quanto eu tive que me esconder para não falar com sua mãe, ela tava que nem louca atrás de você, e como eu bem te conheço sabia que você jogaria toda a culpa em mim, e falaria que estava em minha casa, ela quase veio até aqui — ela dizia realmente brava — não sei se ela vai cair nessa ladainha de que você dormiu em casa.

— Acabou? Porque eu preciso tomar um banho urgente e me arrumar para a aula, depois eu penso no que vou falar para minha mãe, tenho a manhã inteira para inventar algo — disse indo em direção ao banheiro enquanto deixava meu sapato no meio do chão, joguei meu celular em sua cama, e entrei no banheiro fechando a porta atrás de mim.

Eu sabia que Hailey ia me perguntar sobre tudo, e eu ainda não estava pronta para dizer, tomei um banho rápido, lavei meus cabelos, então enrolei-os em uma toalha, e peguei um roupão me enrolando também. Minha sorte é que eu e Hailey temos quase o mesmo corpo, então todas as suas roupas iria servir em mim. Sai do banheiro indo até seu closet, ela estava em sua penteadeira passando maquiagem, ainda de roupão, mas vi que sua roupa estava separada em cima da cama, era uma sai de couro preta, com uma meia calça também preta, no chão tinha um coturno preto com detalhes em vermelho, e a blusa era uma camisa de seda vermelha, mas um vermelho mais puxado para o vinho, não era algo vibrante.

Entrei em seu closet pegando a primeira coisa que visse, e era uma saia de pregas xadrez azul, uma camisa preta com alguns detalhes de taxas, e um salto preto. Levei-os até o quarto dela, peguei um sutiã de Hailey, mas a calcinha eu preferi colocar a que eu estava mesmo, sei que era nojento, mas eu não iria usar uma calcinha de outra pessoa. Vai que ela tem alguma coisa, sei lá.

— Onde você estava? — Hailey começou a dizer enquanto eu me trocava.

— Na casa do Justin — eu ora ou outra teria que dizer mesmo, então decidi que quanto mais rápido falasse, antes ela iria parar de fazer perguntas, e então eu poderia esquecer logo tudo o que aconteceu.

— E...? — ela deixou no ar enquanto me analisava, eu já tinha terminado de me vestir e colocar os sapatos.

— E, rolou, sei que você vai entender, não me pergunte detalhes porque não vou falar — disse enquanto entrava no banheiro para poder secar meu cabelo, ela veio correndo até o banheiro e ficou me olhando com uma cara de louca.

— Eu não acredito — ela disse rindo — sua safada, deu pro gostoso do Bieber, você é muito sortuda cara — ela dizia rindo, eu ri também, não sei porque, já que ela estava tirando uma com minha cara, isso não era de se orgulhar — ele ta muito na sua, isso ta na cara, apoio muito vocês dois como casal — ela falou animada, e continuaria falando mais e mais se eu não tivesse a cortado.

— Não temos nada, se quer vamos nos ver, esse final de semana não aconteceu, vou voltar para minha vida de sempre, preciso falar com o Oliver, já que brigamos, mas não existe eu e Justin — disse irritada enquanto secava meu cabelo, apesar do barulho, ela continuou falando, e eu queria que o som do secador fosse maior para eu não escutar-la, mas infelizmente não era.

— Eu não acredito, que depois disso você vai voltar com o Oliver, qual é Sofia, você só pode estar brincando.

— O que você quer que eu faça? — disse desligando o secador e a olhando — eu não posso fingir que vai acontecer alguma coisa entre mim e Justin, não vai, nos somos totalmente diferentes, vivemos em mundos diferentes, e isso sempre vai predominar, eu não posso mudar o rumo que minha vida vai seguir, e duvido muito que Justin mudaria a vida dele por mim. Isso foi um erro desde o inicio, não tem porque persisti no erro — falei o mais rápido possível e então liguei o secador de novo para terminar o que havia começado, me virei para o espelho.

— Eu não sei porque você deixa sua mãe comandar sua vida assim, você um dia vai se arrepender de não ter feito tudo que teve vontade — ela disse e então voltou para o quarto sem me dar oportunidade de responder.

Para Hailey era fácil, seus pais eram bem mais liberais, e deixam que ela fizesse o que quisesse, não ficava se interferindo em sua vida o tempo todo.

Terminamos de nos arrumar em silencio, e então descemos para tomar café da manhã, os pais de Hailey ainda estavam lá, conversamos algumas coisas, eles eram muito legais. Minha bolsa que antes estava na casa de Ivy, agora estava com Hailey, então a peguei e peguei a chave do carro que estava dentro dela, minha Range Rover estava aqui, então decidi que pegaria ela e iria até em casa pegar minha mochila, Hailey veio comigo em meu carro, mas não conversávamos, apenas ficamos ouvindo musica, e as vezes cantarolando alguns versos.

Passei em casa e peguei minha mochila, dei sorte de não topar com minha mãe, mas Lena me viu, ela tentou falar alguma coisa comigo, mas eu estava apressada demais, e não parei para conversar, sabia que ela ia falar que minha mãe estava uma fera e queria falar comigo.

Chegamos ao colégio, estacionei meu carro na minha vaga, sim eu tinha uma vaga, descemos e fomos direto para a sala de aula, estávamos atrasadas. Assisti as três primeiras aulas, eu não conseguia prestar muita atenção na aula, minha cabeça estava em outro lugar, mais especificamente em Justin. O sinal do intervalo tinha soado, eu dei graças a Deus por isso, não estava com saco para ficar ouvindo o professor de álgebra, ele falava muito, hoje era dia da entrega do trabalho, e claro que eu havia o entregado o meu, não tinha terminado de revisar, mas devia estar bom, e se não estivesse mesmo assim ele me daria dez, alunos do ultimo ano tem passe livre, os professores sabem que tem sido difícil estudar para entrar em uma universidade, e temos que manter nossas notas altas, então sempre vínhamos com dez.

Arrumei minhas coisas em minha mochila, e a coloquei em meus ombros, essa aula eu não tinha com as meninas apenas com Melissa, mas eu não estava com muito saco para ouvir Melissa, sabia que ora ou outra ela falaria de Justin, e isso iria me irritar.

Ela andou ao meu lado até irmos em nossos armários, guardei minha mochila lá dentro, Melissa fez a mesma coisa ela sabia que eu não estava com saco para conversar, então nem tentou puxar papo. Fomos até o refeitório, encontrei com as meninas em nossa mesa, todas elas já estavam com suas bandejas, recheadas de coisas para comer, mas eu estava sem fome, então Melissa foi sozinha pegar a sua. As meninas estavam conversando alguma coisa qualquer, eu apenas fiquei ali sentada com um sorriso falso no rosto fingindo que estava prestando atenção na conversa.

— Sofia, está usando uma saia da coleção passada, ecá — disse uma menina qualquer passando próxima a mim, revirei os olhos.

— Ei — as chamei, elas me olharam com medo — um clássico, não deixa de ser um clássico apenas porque virou a estação, caso eu queira eu uso até algo de 1990, que eu ainda sim estaria na moda, e sabe por que? — não dei tempo para elas responderem e continuei — por que eu posso, eu não sigo a moda, eu faço a moda — dei uma piscadela para ela, e tinha muita gente ouvindo nossa pequena “conversinha”, ouvi algumas pessoas zoando as meninas, e sorri com isso.

— Sofia, voltou — Hailey disse rindo, sorri de lado. Então vi Melissa se sentando ao meu lado.

— Eu não te contei, Sofia — ela disse animada, apenas fiquei olhando para que ela continuasse — eu fiquei com o Bieber, e cara eu to amarrada na dele, ele é demais.

— Serio? — ela assentiu, isso era uma pergunta retórica, não precisava que ele concordasse, lerda — fico feliz.

— Ele falou que eu era linda, e que queria me conhecer melhor, então nos ficamos, um tempo depois ele disse que ia pegar bebida, e não voltou mais, falei com Ryan e ele disse que deve ter acontecido algum imprevisto, acho que vou ligar para ele, para perguntar se ta tudo bem, vai que ele me chame para sair — sonsa, oferecia, era isso que eu estava pensando, mas dei apenas um sorrisinho, vi do outro lado do refeitório Oliver, eu precisava falar com ele.

— Da licença — isso também era um pretexto para sair dessa conversa, Melissa era ridícula quando queria também. Caminhei entre as mesas até chegar nele, ele já tinha visto que eu estava indo até ele.

— Podemos conversar — disse assim que cheguei, ele assentiu, e levantou, fomos até um canto mais afastado.

— O que você quer? — ele disse parecendo estar com raiva.

— Me desculpa por ontem, eu não queria falar daquele jeito com você — disse tentando passar de arrependida.

— Eu não estou bolado por isso, estou bolado pelo fato de você ter saído com aquele idiota, e não ter me chamado para ir com você.

— Eu não sai com ele, eu sai com a Ivy, ele estar lá foi um acaso, ele é legal, e acabamos ficando amigos, mas apenas isso, não tem motivos para você ficar me tratando assim.

— Agora eu estou ocupado, mais tarde eu vou na sua casa, ai a gente conversa — assenti, e antes que ele pudesse me dar um beijo, eu sai, não queria o beijar.

As outras três aulas passaram lentamente, me causando um tédio supremo, eu não estava com cabeça para estudar hoje, queria ir embora o mais rápido possível. E então a aula finalmente acabou, deixei Hailey na sua casa, não conversamos sobre o assunto Bieber, ela não tentou entrar nesse assunto e eu muito menos, depois de deixar-la em sua casa, fui até a minha, estacionei o carro, e me preparei psicologicamente para o que iria acontecer. Minha mãe nunca almoçava em casa, mas vi seu carro estacionado no jardim, então sim, ela estava em casa.

Carreguei minha mochila até chegar a porta de casa, e entrei a deixando em cima de uma poltrona qualquer, ora ou outra nos teríamos que conversar, quanto antes melhor. Fui até a sala de jantar e ela estava sentada já comendo. Me sentei em minha cadeira de costume, meu pai não estava ali, ele poderia me ajudar a me defender, mas não, ele era ocupado demais para salvar sua filha da morte, que dramática que eu tava. Coloquei minha comida em meu prato.

— Eu vou falar somente uma vez, e quero que você pense bem antes de mentir para mim — ela dizia calmamente sem me olhar, continuei colocando minha comida, e ela continuou — onde você estava, e com quem?

— Na Hailey, com a Hailey — disse fazendo o possível para ela acreditar.

— Eu disse para você voltar para a casa, e ainda mandei você voltar cedo — ela disse o cedo alto, mostrando o quanto estava irritada.

— Hailey, não estava se sentindo bem, então fui a levar em sua casa, e então começamos a conversar e quando eu vi já era tarde, não iria dirigir de madrugada — eu estava me saindo uma excelente atriz.

— Você não esta me convencendo — ela disse — eu vou descobrir onde estava, e se essa historinha for mentira, você ficara um tempo bem longo de castigo.

— Pode perguntar para o Sr. e a Sra. Connor, nos tomamos café da manhã juntos, que falta de confiança — disse fingindo estar magoada. Ela não me respondeu mais, eu terminei o meu almoço rapidamente, não estava com fome, comi apenas para que minha mãe não fizesse drama.

Assim que terminei de comer, subi para meu quarto me trancando no mesmo. Me deitei em minha cama olhando para cima, esse final de semana tinha sido tudo tão louco, e rápido, as coisas estavam acontecendo rápidas demais, e eu não estava no controle de minha vida. A hipótese de Melissa ficar novamente com Justin me assombrou, ela disse que ligaria para ele, se ele desse a mínima condição para ela, eu ficaria muito brava, não iria ter nada com ele, mas isso não significava que era para ele ter algo com outra pessoa. 


Notas Finais


confesso que esse capitulo está longe de ser o meu favorito, na verdade é um dos que eu menos gosto, não pelo capitulo em si, mas a escrita dele me incomoda, o escrevi a muitooooooooo tempo atrás, me incomoda o fato de eu dar poucos detalhes, e voces vão ver mais pra frente que eu sou muito detalhista, mas como estou com uma preguiça absurda vou o postar assim mesmo.
Faz 5 minutos que passou quarta-feira, mas hoje o dia foi muito corrido que só tive tempo agora, e ainda postei o capitulo, mas ele não estava com o "—" e sim "-" dai tive que excluir ele e demoro muito colocando, ai coloquei em tudo e cá estou eu okaoakoaka, espero que gostem do capitulo, hoje eu não tenho muita coisa pra falar, a não ser que eu tenho muita dó da Sofia, nunca mais vai poder ver o benhe, não pode ou não quer? eis a questão!
Enfim beijinhos amores. Comentem o que acharam!

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