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História Escape - Capítulo 1


Escrita por: pfthoranxx

Capítulo 2 - Capítulo 1


Fanfic / Fanfiction Escape - Capítulo 1

Mary's POV

A volta as aulas com certeza era o dia mais esperados por todos depois das férias de verão. Havia algumas exceções, como aqueles que odiavam estudar e mal sabiam o motivo de estar na faculdade, mas esses eram apenas a minoria. Os que realmente tinham um objeto na vida e estavam focados nos estudos gostavam de frequentar a faculdade e eu era uma dessas pessoas.

Eu estava ansiosa, era verdade. Mas nada ao ponto de me preparar durante a última semana de férias para o dia tão aguardado. Nunca apreciei muito esse tipo de coisa. Estar sempre antenada e sabendo das novidades era o papel de Susan.

Como não encontrei nenhum dos meus amigos logo que cheguei, resolvi pegar meu material no armário. Havia deixado meu livro de matemática desde o semestre passado e mesmo que eu devesse ter revisado um pouco da matéria durante alguns dias de folga, eu não o fiz. Gostava de estudar, mas achava justo passar minhas férias longe dos assuntos da faculdade.

— Você não vai acreditar. — a voz de Susan surgiu de repente quase me fazendo pular de susto.

— É bom lhe ver também. Eu estava com saudades. — ironizei.

— Deixa de frescura. A última vez que nos vimos foi ontem a noite. — a loira rolou os olhos e não pude deixar de rir. — Como eu ia dizendo. Você não vai acreditar no que todos estão falando!

— Como você e o Harry são o casal mais lindo eleito pelo segundo ano consecutivo? Ou que seu cabelo está tão loiro quanto na última primavera?

— Isso realmente seria lisonjeador, mas não. — um sorriso faceiro escapou de seus lábios, mas ela balançou a cabeça para afastar tais pensamentos. — Estão dizendo que há um aluno novo. E o melhor é que ele faz Engenharia.

— E daí? Há novatos todos os anos. Isso não é nenhuma novidade. —disse.

— Mas não são muitos que se transferem em pleno quinto semestre e logo para o seu curso.

— Tenho noventa por cento de chances de estar errada ao pensar que você quis me agradar, mas vou levar isso como um elogio.

A loira sorriu forçada e não pude deixar de imitar seu gesto por as vezes achá-la tão indevida. Susan e eu nos conhecemos a bastante tempo, não posso dizer que ela é minha amiga pois considero-a minha irmã. Fomos praticamente criadas juntas e fico feliz por tê-la ao meu lado durante todos esses anos.

 Ela e Harry namoram há um pouco mais de três anos e isso só nos mantém mais próximos. Uma vez, que Harry é meu amigo desde que nasci se não for um exagero afirmar isso. Somos vizinhos desde então e nossas mães são amigas antes de pensarem em nos ter.

— Você deveria considerar conhecê-lo. Talvez seja um cara legal. — ela deu de ombros.

— Primeiro; eu não preciso falar com o novato só porque você acha apropriado. E segundo; não estou atrás de ninguém. Eu já disse que estou muito bem do jeito que estou e um tempo sozinha pode ser bom para mim.

— É claro, porque todo mundo adora ficar sozinho e deprimido enquanto vê o ex-namorado seguir adiante e se divertir com outras. — ela soltou o ar pelo nariz de forma debochada.

— Quem disse que eu estou deprimida? Brad pode fazer o que ele quiser, eu não ligo. Parece que é você quem tem que superá-lo. — eu não queria ser grosseira com ela, mas sua insistência estava começando a me irritar.

— Longe de mim. Não fui quem namorou com ele.

— Exatamente. Então, por favor, pare de me encher com esse tipo de coisa. Tenho coisas melhores à fazer.

— Como quiser. Estarei na cantina na hora do intervalo caso tenha alguma novidade sobre o novato. — seus lábios se ergueram em um sorriso ladino e empurrei seu braço sem muita força para afastá-la de perto mim. Ambas rimos quando ela ajeitou a alça da bolsa em seu ombro e seguiu o caminho da sua sala de aula.

(...)

Tinha certeza que o professor estava atrasado para aula e passar minutos incontáveis esperando por ele na sala não era o que havia planejado para minha primeira aula do dia. As pessoas tentavam se distrair de diversas maneiras, mas eu preferi apenas me sentar e esperar que o mais velho chegasse a qualquer momento.

Alguns garotos no fundo da sala riam de alguma piada que um deles havia feito e se socavam quando achavam conveniente. Eu nunca entenderia essas brincadeiras masculinas. Casais trocavam carícias de diversas formas e um grupo de garotas perto de mim cochichavam umas para as outras.

Eu não queria ser enxerida ou desagradável, mas a curiosidade estava me matando para saber o que tanto elas conversavam. Porém, mesmo que eu me inclinasse na direção delas não conseguiria ouvir qual era o assunto comentando. Elas não eram discretas, mas sabiam controlar o tom de voz o necessário para que apenas quem estivesse no semicírculo escutasse.

De repente a porta da divisão se abriu e eu me arrumei na cadeira, esperando que fosse o professor. Porém, um rapaz surgiu no cômodo  e fechou o objeto atrás de si. Ele parecia abatido, ou apenas cansado,  e tinha uma aparência pálida.

Notei a mochila nas suas costas e o livro de matemática em uma das mãos e deduzi que ele fosse o novato que Susan falou quando a encontrei mais cedo. Eu não conseguia desviar minha atenção dele. Por mais que ele parecesse sério guardava certa beleza.

Ele ergueu a cabeça para enxergar melhor o que havia à sua frente e tive a oportunidade de analisar os detalhes em seu rosto. Seus olhos eram de um tom de azul profundo, chamando atenção para aquela região. O cabelo estava erguido em um topete alto e percebi que a cor não era natural, visto que a raiz já se tornava escura, mas o tom de loiro combinava com o rapaz. Seus lábios pareciam sem vida e esbranquiçados, parece que esses não viam o vermelho a algum tempo.  Mesmo assim ele não deixava de ser atraente.

Ele desapareceu do meu campo de visão quando passou por mim e se dirigiu ao fundo da sala. Ao passar pelo grupo de garotas elas pararam de cochichar e seguiram-no com o olhar. A ideia de virar para trás para continuar lhe analisando era tentadora, mas o professor abrindo a porta e surgindo na divisão fez minha atenção se desviar para ele.

— Certo, crianças, sei que estão super empolgados para o recomeço das aulas então abram seus livros na página 87. — disse colocando seu material sobre a mesa e abrindo a maleta para pegar alguns pincéis e o apagador de lá. — Temos muito trabalho pela frente.

(...)

A manhã passou mais rápido do que eu pude imaginar. Assisti duas aulas de matemática, duas de física e uma de ciências sociais e agora estava ocupando meu tempo livre, antes do intervalo, lendo alguns livros na biblioteca. Eu queria me atualizar mais sobre os temas estudados mais cedo e achei que seria uma boa ideia ler alguns livros clássicos.

Deixei a mesa que ocupava para procurar por um dos livros que estava na lista que o professor nos indicou. Não passavam de cinco livros e este seria o meu segundo. Provavelmente, levaria algum tempo para ler todos, mas seria melhor começar logo se não quisesse acumular leitura.

Parei em frente a uma das enormes estantes, procurando o objeto em ordem alfabética. Não o achei de imediato e quando notei que a letra "P" ficava em uma das últimas prateleiras, suspirei frustrada. Minha altura não cooperava para eu alcançar o livro e mesmo que ficasse na ponta dos pés não conseguiria pegá-lo. Mesmo assim tentei e o resultado foi o esperado.

Concentrei-me nos diversos livros acima de mim e pensei em algo que pudesse fazer para chegar até lá. Dar um pulo talvez ajudasse, mas, provavelmente, eu perderia o equilíbrio e ao tentar me segurar na prateleira derrubaria a maioria dos livros em cima de mim. Estiquei o braço direito o mais longe que pude e me impulsionei para cima ao ficar na ponta dos pés.

Meus dedos apenas tocaram na lateral dura e quando pensei em continuar insistindo, senti uma mão agarrar o livro acima da minha e a respiração pesada de alguém atrás de mim bater no meu ouvido. Meus calcanhares tocaram o chão novamente para ver quem estava atrás de mim e ao me virar dei de cara com o rapaz loiro que eu vi entrando na sala mais cedo.

— Acho que estava tentando pegar isso, não? — disse erguendo os cantos dos seus lábios levemente. — Aqui está.

Seu braço se esticou na minha direção e ele me entregou o livro grosso. Aceitei um tanto atordoada por não esperar que ele estivesse observando a dificuldade que eu estava tendo em pegar o objeto.

— Obrigada. — minha voz saiu mais baixa do que eu esperava e tive  vontade de socar a mim mesma por parecer tão estúpida.

Ele assentiu, olhando para mim por breves segundos antes de virar de costas e dar alguns passos para longe. Eu não deveria querer saber seu nome ou manter qualquer contato. Mas ele havia sido gentil e seria mal educado da minha parte ser rude ou ignorante com ele.

— Espera. — eu disse, fazendo com que ele parasse e girasse nos calcanhares para me encarar. — Acho que eu deveria, pelo menos, saber seu nome.

Ele soltou uma risada abafada, abaixando a cabeça antes de caminhar até meu encontro novamente. Quando seu corpo estava relativamente perto do meu ele estendeu a mão para mim e sorriu com simpatia.

— Sou Niall. É um prazer. — disse com olhar fixo no meu rosto.

— Mary. Ou Maryanne, como preferir. — segurei sua mão e Niall depositou um breve beijo na minha. Quase estranhei seu ato, mas pensei que, talvez, as pessoas fizessem isso no lugar de onde ele veio. Eu não podia julgar sua educação. — É novo por aqui, não é? Vi você entrando na sala mais cedo.

— Parece que as pessoas tem prestado mais atenção em mim do que eu esperava. — ele ergueu as sobrancelhas.

— Ser novato tem suas vantagens, mas todos comentarem sobre você pode não ser uma delas. — neguei com a cabeça e um sorriso tímido brotou em seu rosto, sendo seguido por mim.

— Acabo de perceber isso.

— Está no quinto semestre mesmo? — perguntei. — É que não é muito comum ter novos alunos nessa etapa do curso.

— Não, eu terminei o sétimo semestre na minha antiga cidade, mas precisarei pagar algumas matérias do quinto semestre. — Niall deu de ombros. — Esse é o lado ruim da transferência.

— Da onde você veio? Me desculpe, mas você não parece ser tão inglês quanto a maioria das pessoas daqui. — me atrevi perguntar, mesmo sabendo que podia ser inconveniente da minha parte.

— Sou irlandês. Não é muito diferente, mas há quem consiga identificar minhas origens.

— O sotaque lhe entrega. Acredite. — comentei esboçando um sorriso e ele sorriu brevemente sem mostrar os dentes.

— Você não é a primeira a dizer isso.

De fato, ele parecia ser um rapaz legal. Não era extrovertido ou tão falante quanto Susan, mas eu podia ter uma conversa agradável com ele. Olhei no relógio na parede à minha esquerda e vi que já era mais de 12:10 p.m. Fiquei de me encontrar com meus amigos no fim das aulas e teria que me apressar para encontrá-los.

— É melhor eu ir. Marquei com meus amigos no estacionamento e não quero me atrasar. - eu disse.

— Tudo bem. Nos vemos por aí.

Me despedi dele com breve aceno de cabeça e assim que se certificou que eu realmente ia embora, ele virou de costas e seguiu seu caminho pela extensão da biblioteca. Peguei o livro que Niall me entregou e a mochila com o restante dos materiais, logo tomando o rumo da saída.

Enquanto passava pelos alunos barulhentos e esbarrava em algumas pessoas paradas no corredor, senti alguém tocar meu ombro esquerdo e  me virei para ver que era Susan quem estava atrás de mim e essa tinha uma expressão divertida.

— E aí como foi seu primeiro dia? Me conte tudo. — disse ansiosa.

— O meu dia foi bom, mas tenho quase certeza que você quer saber a respeito do novato e não do meu dia. — sorri, vendo sua expressão se tornar tediosa quando descobri suas verdadeiras intenções.

— Por que você sempre descobre tudo? É injusto, sabia?

— Talvez porque eu lhe conheça o suficiente para saber quando você pergunta algo, mas na verdade quer perguntar outro. É típico seu fazer esse tipo de coisa, Susan.

Ela encolheu os ombros e não pude deixar de rir da garota. Andávamos lado a lado em direção à porta de saída da faculdade e parecia que o corredor nunca esvaziaria. Havia tantas pessoas ocupando o mesmo espaço que começava a me sentir sufocada.

Lhe contei que Niall apareceu na minha sala depois de algum tempo que todos já haviam chegado e que foi alvo de muitos comentários. Falei do episódio na biblioteca e como sua ação de beijar minha mão, quando deveria só apertá-la em um breve cumprimento, foi estranha. Além de lhe revelar a origem do rapaz e que na verdade ele está no quinto semestre e não no quinto.

— Isso é, realmente, muito intrigante. Não acha suspeito demais ele beijar sua mão se não tivesse segundas intenções?

Sua incógnita me fez parar para pensar por um momento. Mesmo assim seu ato continuaria sendo estranho, afinal garotos não fazem mais isso desde a época da minha mãe. Hoje em dia se querem ser gentis ou desmontar interesse pelas garotas, eles as beijam na bochecha ou lhe abraçam de uma maneira diferente.

Porém, quando olhei para o lado vi um sorriso discreto nos cantos dos lábios de Susan e soube que, na verdade, ela estava apenas brincando com a minha cara. Neguei com a cabeça ao perceber que havia sido vítima de mais uma de suas piadas e ela abriu um enorme sorriso, comemorando sua vitória.

— Tenho uma novidade. — ela disse animada e voltei meus olhos para o corredor a minha frente.

— O quê?

— Vou ficar na sua casa nos próximos dois dias. Meus pais vão viajar para ajudar Peter com a nova casa e eu ficarei com você.

— Isso é ótimo. — não pude deixar de sorrir com a notícia.

Seria bom ter Susan algum tempo a mais comigo. Mesmo que tenhamos passado a maior parte do verão juntas fazia algumas semanas que ela não dormia em minha casa e eu estava ansiosa por isso. Mas por outro lado, era um pouco triste ouvir que Peter já havia encontrado uma casa do seu agrado. Isso significava que ele permaneceria em Londres e suas visitas a Holmes Chapel diminuíram gradativamente.

Peter era o irmão mais velho de Susan e terminou a faculdade no último verão. Diferente de nós, ele estudava em Londres e morava no campus da instituição. Agora que não tinha mais onde ficar, precisava achar uma casa nova e parece que ele não demorou a fazer isso. É claro que o rapaz poderia voltar a morar com Susan como na época do colegial, mas ele sempre disse que seu futuro estava em Londres ou em uma cidade maior. Eu não lhe tirava a razão, só seria chato não ter mais um dos meus amigos por perto.

— Espero que ele se de bem lá. — eu disse.

— É claro. E podemos visitá-lo sempre que tivermos uma folga. Isso não é ótimo?

— É a melhor parte de ter um irmão mais velho em outra cidade. — sorri divertida, vendo a loira imitar meu ato.

Passamos pela saída do prédio e chegamos a área de estacionamento onde alguns alunos estavam aglomerados em volta dos carros ou conversando com outras pessoas na grama do jardim e entre eles reconheci Harry. O rapaz alto deixou um grupo de rapazes e se aproximou com um sorriso no rosto como se estivesse satisfeito em nos encontrar. Seu olhar caiu sobre Susan e ele depositou um beijo doce em seus lábios. Em seguida envolveu seus braços ao redor dos meus ombros com força, quase me sufocando, e minha cabeça se afundou em seu peito, como costumava fazer quando éramos mais novos.

— Como foi o dia de vocês? — perguntou, soltando meu corpo e me deixando livre para respirar.

— Foi tudo bem. Mas para Mary parece ter sido melhor. — disse Susan olhando para mim e eu fechei os olhos por alguns instantes sabendo o que vinha a seguir.

— Ah é mesmo? E Por quê? — indagou Harry curioso.

Susan abriu a boca para falar, mas foi impedida de continuar quando Louis se aproximou e parou na nossa frente. Ele envergava calça jeans preta, uma T-shirt branca com um desenho no meio e tênis preto. Sorri ao vê-lo. Não importava o quão velho Louis ficasse ele sempre pareceria aquele garoto que conheci no primeiro ano do ensino médio com seu jeito extrovertido e engraçado.

— Sabem o que é a coisa mais injusta? Saber que na sua turma não tem, se quer, uma garota nova. Não acredito que vou ter me contentar com as mesmas do semestre passado. Eu realmente tinha esperança que alguém novo aparecesse. — disse indignado e não pude evitar rir.

— Pelo menos, tem um novato na turma da Mary. Vocês sabem o que isso quer dizer, não é? — sugeriu Susan. — Ele pode ser o próximo a conquistar seu coração despedaçado.

— Isso é verdade, Mary? Achei que seria o primeiro a saber sobre o seu novo amor. — o fingimento de Harry para demostrar minha suposta ofensa foi desastrosa, mas a irritação que sentia por Susan não conseguir falar em outra coisa a não ser em Niall não me permitiu rir do moreno.

— Por Deus, Susan! - encarei a loira com repreensão e revirei os olhos quando ela deixou escapar um sorrisinho vitorioso. — É claro que não. Isso é só coisa da cabeça dela que insiste em achar que o rapaz novo tem que ser um novo alvo.

— Você sabe que isso não me importa tanto quando se fosse uma garota, certo? — disse Louis.

— De qualquer maneira, um de vocês sai ganhando. É o ciclo da vida. — a loira deu de ombros.

— Harry que tal mantê-la com a boca fechada? — indaguei, aceitando qualquer ajuda que meu amigo pudesse me dar.

— Como você achar melhor. — ele se inclinou na direção da garota, mas foi impedindo de beijá-la quando essa se desviou do seu afeto.

— Você pode negar ou tentar fugir o quanto quiser, mas sabe que no fundo eu estou certa. — a última palavra foi dela e preferi não discutir. Não chegaríamos a lugar nenhum desse jeito.


Notas Finais


Espero que tenham gostado e expressem suas opiniões nos comentários.
Até o próximo capítulo xx


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