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História Escape - Capítulo 8


Escrita por: pfthoranxx

Capítulo 9 - Capítulo 8


Fanfic / Fanfiction Escape - Capítulo 8

Niall's POV

Olhei no meu relógio pela segunda vez para me certificar de que não estava atrasado. Eram 8:18 p.m. Estava na hora de sair de casa. Eu levaria algum tempo para chegar ao local que eu precisei decorar pela tarde para não correr o risco de me perder. Holmes Chapel não era exatamente uma cidade muito grande, mas eu teria um grande trabalho em voltar para casa se acabasse parando no lugar errado.

Qualquer pessoa me aconselharia a usar o GPS, mas eu tinha minhas razões para não usar equipamentos como esse e por isso preferia fazer da maneira antiga. Passar horas com a cara no mapa da cidade decorando os trechos de bairros e caminhos alternativos.

Sentei na cama e amarrei os cadarços firmemente e coloquei-os para a parte de dentro do tênis, afim de não deixá-los escapar e desamarrar como de costume. Era uma noite gelada de outono e eu fui obrigado a vestir um casaco para não sentir frio ao entrar em contato com o exterior.

Tentei ser o mais cuidadoso possível ao sair do meu quarto e descer as escadas. Eu queria evitar ser visto e precisar responder um relatório sobre minha saída. Liam não economizaria nas perguntas a me ver saindo a essa hora e sem avisar aonde ia. Ao passar pela sala me certifiquei de que o rapaz estava bastante entretido com a televisão ao ponto de não ouvir o som dos meus passos e me dirigi para a cozinha. Peguei as chaves do carro de cima da mesa e saí pela porta lateral que me levaria a garagem.

Eu não conseguiria reprimir o som do motor do carro e assim que coloquei a chave na ignição e liguei-o fui o mais rápido possível ao sair da garagem e me afastar de casa. Não tive tempo de ver se Liam havia ido até a garagem para conferir quem saia, então apenas acelerei e conduzi o automóvel pelas ruas silenciosas.

Aquele era um horário em que a maioria das pessoas já haviam se recolhido e aproveitavam o tempo livre com as suas famílias dentro de casa. Dessa maneira, as ruas estavam desertas se não fosse por algumas motos e poucos carro que eu encontrava pelo caminho. Me concentrei no mapa que havia estudado mais cedo e tentei me lembrar da rota que eu deveria seguir para chegar ao lugar marcado. Uma vez que lembrei, não demorei a achá-lo e em torno de vinte minutos eu estava com o carro estacionado numa área mais isolada, com a intenção de não ser visto.

Puxei a manga do casaco preto para conferir no relógio e ver que os ponteiros já marcavam 8:37 p.m. Estava na hora. Ele já deveria ter chegado. Dificilmente se atrasava e por alguma razão senti uma angústia no fim do estômago e engoli em seco para tentar espantar a aflição que se instalou no meu corpo.

Comecei a tamborilar o volante para tentar me distrair e passados alguns minutos avistei dois faróis no início da rua. Levei a mão aos olhos para evitar que a luz forte me incomodasse ainda mais e assisti quando ele estacionou o carro a frente do meu e desceu com calma. Vi sua silhueta se aproximar e destravei a porta do carona para que ele pudesse entrar. Quando a porta foi aberta uma rajada de vento invadiu o interior e senti os pelos dos meus braços se arrepiarem por baixo do casaco.

— Eu realmente não achei que estaria tão frio. — disse ocupando o assento ao meu lado. — Não quero nem imaginar como será no inverno.

— Achei que estivesse fora da cidade. — observei.

— Eu tive que voltar antes do esperado. Sabe como é, o trabalho acaba virando sua prioridade depois de alguns anos. — ele tirou do bolso do, sobretudo, um cantil de bebida e deu um longo gole. — Aceita um trago? Ajuda a se aquecer.

— Não, obrigado. — elevei um pouco a mão direita. — Acho melhor irmos direto ao que interessa. Não seria bom sermos vistos juntos.

— Você tem razão. — o vi voltar a guardar o cantil no mesmo lugar e prestar atenção na rua a nossa frente. — Teve alguma novidade?

— Nada. Está tudo bem por enquanto, mas mesmo que eu queira ser otimista algo me diz que as coisas não vão ficar assim por muito tempo. — meu olhar voltou para seu rosto. — Eles estão quietos demais para o meu gosto.

Normalmente quando nos livramos dos nossos problemas ou esses parecem cessar por um tempo é suposto ficarmos mais relaxados e aliviados pela parte ruim já ter passado. Porém, eu estava longe de me sentir assim. Sabia que se tudo estava muito calmo era porque algo pior estava prestes a vir.

— Deveria ficar satisfeito por isso. Pelo menos está em paz por algum tempo.

— Você sabe que isso não é um bom sinal. Se não vieram atrás de nós até agora é por que estão armando algo. Algo grande. — eu disse de certa forma irritado.

— Escute, Niall. Eu sei que é difícil, mas você deveria considerar relaxar um pouco. — seus grandes olhos se fixaram nos meus e foi a primeira vez que ele me encarou. — Temos tudo sob controle e se algo acontecer estaremos prontos para agir. Afinal, é para isso que você está aqui, não é?

— É claro. — concordei.

— Saberemos antes mesmo de eles aparecerem. — ele deu algumas batidinhas das minhas costas como uma maneira de tentar me tranquilizar. Mas a verdade é que eu nunca estaria tranquilizo. Não até tudo isso acabar.

— E você, teve alguma notícia nos últimos dias? — perguntei. — Não recebi um sinal se quer.

— Tudo está parado a semanas e talvez isso realmente queira nos dizer alguma coisa.

— Deve ser uma má coisa.

— Não precisa, necessariamente, ser algo ruim. — ale elevou as sobrancelhas ao me encarar novamente. — Como eu disse, talvez possamos considerar como bons tempos.

— E como ela está? — não pude evitar perguntar. Além disso, eu queria mudar de assunto, pois sabia que não chegaríamos a lugar nenhum com uma discussão dessas.

— Continuará bem se você não quebrar nosso acordo. — assenti mesmo que ele não estivesse mais olhando para mim.

— Eu já lhe garanti uma vez e vou garanti quantas vezes precisar. Não lhe decepcionarei.

— É bom que não, pois, como você pode ver, eu tenho cumprindo nosso trato rigorosamente. — ele forçou um sorriso.

Eu era obrigado a concordar. Ambos estabelecemos algumas regras quando resolvemos colaborar um com o outro e eu precisava me esforçar para chegar ao mesmo nível que ele em participação e colaboração. Eu sabia que não seria fácil. Nunca foi. Mas a cada dia eu parecia mais estressado e pressionado.

— E pare de me mandar mensagens pelo celular. Eu já disse que qualquer cuidado é pouco e poderíamos ser rastreados facilmente. — seu tom de voz mais autoritário ao me advertir. — Precisamos achar outro meio de nos comunicarmos.

— Me desculpe, mas eu não vejo outra maneira além dessa. — admiti.

— Por acaso já ouviu falar em cartas? É uma maneira muito simples de manter contato.

— É sério? Quem ainda envia cartas? — deixei uma risada debochada escapar.

— O correio não declarou falência pelo o que eu saiba então suponho que muitas pessoas ainda se comuniquem através delas. — soltei um suspiro irritado. Não era hora para sarcasmo, mas eu não queria retrucá-lo. Não seria bom. — Vamos combinar de a partir de agora quando quiser falar comigo me mande um bilhete ou apareça pessoalmente.

— Seria suspeito demais, não acha? Eu aparecer assim. — eu achei que deveríamos manter sigilo, mas pelo visto as coisas haviam mudado ou ele acabara de se esquecer da regra número um.

— Não quando ninguém sabe o que está acontecendo. Desde que sejamos cuidadosos nada sairá do controle. Não se preocupe. — ele forçou um sorriso. — Agora se me der licença eu preciso ir. Será bom estar em casa quando minha esposa voltar.

— Quando voltaremos a nos encontrar? — perguntei.

— Dentro de alguns dias. Eu convidarei o restante para algumas reuniões mais importantes. Há assuntos que todos devem estar presentes para tratarmos.

— Tudo bem. Só me avise o lugar antecipadamente. — pedi.

— Então, é melhor ficar de olho na caixa de correio. — seus lábios se transformaram em um sorriso vitorioso. — Tenha uma boa noite, Niall.

— Você também. — eu disse soltando um suspiro, em seguida.

Vi quando ele deixou o veículo e caminhou de volta para o seu, olhando ao redor para ver se ninguém estava por perto. Era algo tão automático nos mantermos em alerta que eu já havia me esquecido a última vez que estive relaxado e saíra sem precisar me preocupar em olhar para todo o canto a procura de algo suspeito.

O barulho de que uma nova mensagem havia chegado me assustou e dei um sobressalto a sentir o telefone vibrar no meu bolso. Ao segurá-lo e desbloquear a tela percebi que era uma nova mensagem de Mary e abri sem pensar duas vezes. Parte da minha mente esperava que fosse um aviso importante como se alguma coisa ruim tivesse acontecido, mas a outra parte, que ainda estava longe do alcance da minha paranoia, venceu quando li o texto em que ela dizia como estava sendo na casa de campo e o quanto estava aproveitando por mim.

Não podia deixar de admitir que fiquei irritado por não poder ter ido com ela e seus amigos. Mas talvez tenha sido bom Liam me impedir de ir e obrigar-me a ficar na cidade. Desse modo eu podia ficar de olho nas coisas por ali e assegurar de que tudo estava em paz. Pelo menos por enquanto.

Mary's POV

Algo estava me incomodando. Muito. Em um nível de irritação que apenas eu poderia entender. Eu soube que o barulho não provinha dos meus sonhos no momento em que esse começou a se tornar repetitivo e eu fui obrigada a abrir os olhos. A primeira coisa que captei foi o teto do meu quarto e pisquei algumas vezes para tentar me despertar um pouco. Eu tinha esperança que o barulho desconhecido cessasse com o tempo, mas não foi o que aconteceu.

Tateei o criado-mudo e acabei por descobrir que o som irritante era o som de uma nova chamada no meu celular. Sem olhar o nome, deslizei o dedo pela tela e levei o telefone até a orelha.

— Alô? — eu disse sonolenta.

— Hey, sou eu. — reconheci sua voz assim que ela proferiu a primeira palavra.

— Susan? — de repente a preocupação me dominou. — Aconteceu alguma coisa?

— Nada grave, na verdade. Mas eu preciso da sua ajuda.

— Por acaso, você sabe que horas são? — olhei no relógio que marcava 2:47 a.m. e suspirei irritada.

— É claro que eu sei. Acha que eu não tenho relógio ou o que? — seu tom tão irritado quanto o meu. — Ouça, eu passei o dia todo pensando sobre algo.

— É uma boa notícia. — zombei usando o cotovelo direito para me apoiar no colchão.

— Eu estou falando sério, Mary. Não é hora para brincadeiras. — seu tom irado só me fez querer rir ainda mais da situação. Susan não era o tipo de pessoa que falava sério na maior parte do tempo.

— Tudo bem. No que você pensou?

— Aquelas informações sobre Niall que conseguimos no dia em que entramos na diretoria podem ter sido importantes, mas irrelevantes demais para descobrimos quem eles realmente são.

— Não havia muita coisa que pudéssemos fazer. — encolhi os ombros mesmo que ela não pudesse ver.

— Eu sei, mas talvez devêssemos fazer algo agora que sabemos um pouco mais. — sugeriu. — Nos últimos dias descobri algumas coisas que só me deixaram ainda mais intrigada.

— O que você sabe que eu não sei?

— Não posso lhe dizer agora. Mas preciso que você me encontre em um lugar.

— O que você vai fazer? — perguntei.

Nós vamos fazer. — ela me corrigiu. — Precisamos arranjar um jeito de conseguirmos mais informações. Manter-nos próximos a eles pode ser uma boa opção, mas é um processo lento demais. Se queremos saber algo a mais precisamos agir de outra maneira.

Eu sabia como Susan era péssima no quesito paciência. Ela não conseguia passar muito tempo esperando por algo e imaginei como devia ser difícil para minha amiga ter apenas as informações sobre a cidade de origem e a idade de Niall. De fato, aquilo não significava muita coisa para ela.

— E como vamos fazer isso?

— Eu já pensei em tudo. — ela disse — Pode parecer loucura, mas preciso que confie em mim. Você é a única pessoa com que posso contar para fazer isso.

— Por que algo me diz que lá vem mais uma de suas ideias malucas? — as palavras deixaram minha boca vagarosamente com medo de saber rápido demais o plano de Susan.

— Maluca ou não é o único jeito de descobrirmos de uma vez por todas o paradeiro de Niall. Se você quer saber então sugiro que ouça o que eu tenho a dizer.

(...)

— Tudo bem, agora você pode me dizer o que estamos fazendo no The Fox and Hounds a essa hora? — questionei irritada.

Eu havia chegado aonde Susan pedira para eu me encontrar com ela fazia mais de dez minutos, e até aquele momento minha amiga, se quer, tinha me explicado o que fazíamos em uma boate no meio da semana em plena madrugada.

— Achei que você iria me ajudar e não passar a noite me interrogando.

— E eu achei que você fosse esclarecer isso tudo. — retruquei.

— Tudo bem. — a loira suspirou antes de continuar. — Eu tenho observado o Niall há alguns dias. E por mais que tenha passado horas de tocaia ainda há muitas coisas que eu não entendo.

— Você tem feito o quê? — arregalei os olhos ao ouvir as palavras da loira.

— Ah por favor, não comece. — disse indiferente. — Nós temos um plano e eu sou a única que está realmente se dedicando a ele.

— Bom, você já parou para pensar que talvez eu e os garotos não estejamos nos dedicando tanto porque não há o que procurar? — ergui as sobrancelhas.

— É isso que eu estou tentando dizer. — ela bateu o dedo indicador no painel do carro repetidas vezes. — Há algo acontecendo bem abaixo dos nossos narizes e pelo visto eu sou a única que conseguiu descobrir alguma coisa.

— Se você se acha tão boa por que não continua sua investigação sozinha? — indaguei irritada.

— Ta bom, me desculpa. — ela soltou um longo suspiro. — Mas é que tudo isso está me tirando do sério.

— Se você me contar de uma vez por todas talvez eu possa ser mais útil.

— Bem, tudo o que eu sei é que o Niall já tem vindo aqui há quatro dias durante as semanas. Não seguidos, mas aleatórios.

— E o que tem demais nisso? Ele só deve gostar muito de ir a boate. — dei de ombros.

— Oh por favor, Mary. — ela revirou os olhos. — Não seja ingênua. Esse não é seu estilo.

— Oras, se você tem tanta certeza que não é isso então o que é? — encarei a loira com uma expressão aborrecida

— Com certeza é algo além de bebida  e curtição. Ele nunca entra pela porta da frente, mas sempre sai por ela. Há uma porta na lateral, está vendo? — ela apontou para a lateral direita do prédio onde se podia ver uma porta de ferro. — É por lá que ele entra toda vez e sempre acompanhado de alguém.

— Acompanhado por quem? — indaguei franzindo as sobrancelhas. Eu não sabia que Niall tinha amigos.

— Por um homem mais velho que ele. Mas, todas as vezes, ele deixou a boate sozinho. Depois de passar horas lá dentro.

— Susan, a quanto tempo você tem o observado? — perguntei receosa.

— Há duas semanas. Por quê? — sua expressão se tornou confusa.

— É pelo visto fui estúpida ao achar que o ar do interior faria você esquecer um pouco essa historia.

Havíamos voltado da casa de campo há quase três semanas e Susan parecia tão quieta e focada na faculdade que, por um momento, pensei que ela havia esquecido a historia com Niall.

— Eu já disse, Mary. Não vou descansar até descobrir quem o Niall é de verdade. — a loira deixou de me encarar e seu olhar se voltou para frente se perdendo na escuridão da noite. — Eu diria que faria isso sozinha, mas é evidente que eu não posso. Preciso de você mais do que nunca.

— O que você quer que eu faça? — fechei os olhos sabendo que iria me arrepender da minha escolha depois.

A princípio, eu estava aborrecida com Susan por ela ter me acordado no meio da noite e me arrastado para a boate mais longe da cidade. Mas quando parei para pensar ela só me chamou porque realmente precisava de ajuda. Mesmo sendo inconveniente e teimosa na maioria das vezes, ela sempre colocava seus amigos em primeiro lugar e se preocupava com eles de uma maneira que só nós sabíamos. Ela não precisava admitir isso, pois eu sabia como ela se sentia. Eu me sentia do mesmo jeito.

— Basicamente, precisamos entrar naquela porta e vê o que há lá dentro. — seu olhar se voltou para o lugar que ela havia indicado há alguns minutos.

— E como faremos isso? Provavelmente ela está trancada. — eu disse observando o beco vazio.

— Essa é parte que eu achei que você saberia resolver. — os seus olhos verdes, que estavam em um tom escuro pela falta de iluminação no carro, capturaram os meus. — Eu não sou muito boa com estratégias e você é a mais qualificada quando se trata de métodos.

— Eu devia ter desconfiado disso. — murmurei. — Você sabe quanto tempo Niall costuma passar lá dentro?

— No máximo três horas. Como ele já está lá há mais de duas horas suponho que ele saia a qualquer momento. — disse. — A propósito, há dois dias ninguém aparecia e só hoje eu o vi aqui novamente.

— Espera um pouco. — franzi a testa quando um pensamento me atingiu de repente. — Você tem vindo aqui todos os dias, mas pelo o que saiba você não dirige então como v... — fechei os olhos ao chegar em uma conclusão. — É claro. Os garotos estão lhe ajudando nisso.

— Bom, era o Louis. — admitiu. — E ele estava. Mas a mãe dele acabou descobrindo que ele saia todas as noites e o proibiu de continuar.

— E por que você não pediu ajuda ao Harry? — questionei-lhe confusa.

— Ele não aceitaria. Você sabe. Harry pode ser um ótimo namorado, mas é uma pessoa boa demais para achar isso politicamente correto. Ele jamais acharia certo perseguir Niall desse jeito.

— Então eu suponho que ele não deva saber que você está fazendo isso. — tombei a cabeça um pouco para o lado para ver a culpa em seus olhos, mesmo que esses tentassem esconder.

— Não se esqueça que você aceitou me ajudar. Portanto, está fazendo isso também. — eu odiava concordar com Susan, mas ela tinha razão.

— Está certo. E quando iremos entrar? — voltei a me focar no momento presente, observando mais uma vez nosso alvo. Uma porta estúpida, mas que parecia se a coisa mais importante naquele momento.

— Precisamos esperar Niall aparecer ou que alguma coisa aconteça. Não podemos agir precipitadamente.

— Não me diga. — eu disse irônica.

Eu não queria passar sabe-se lá quantos minutos ou horas dentro do carro esperando Niall sair ou qualquer movimentação suspeita. Cheguei a conclusão que foi um erro ter aceitado ajudar Susan, no primeiro minuto que cheguei ali. Mas é isso que as amigas fazem umas pelas as outras e eu sabia que Susan precisava de mim. Ela havia admitido isso então eu deveria levar em consideração seu apelo.

O silêncio predominou no interior do veículo e a música provinda do estabelecimento a nossa frente podia ser ouvia a quilômetros de distância. Eu queria aproveitar o momento a sós para perguntar mais coisas para a loira, mas ela já havia revelado coisas suficientes para minha cabeça se tornar uma tremenda confusão.

Encostei a cabeça na janela à minha direita e suspirei demoradamente. Percebi Susan pegar seu celular e digitar uma mensagem de texto para alguém que eu não consegui ver quem era. Resolvi ignorar isso e fechei os olhos com a esperança de que o tempo passasse mais rápido se eu cochilasse um pouco. Afinal, eu ainda havia sido acordada no meio da noite e ainda estava com sono.

Não sabia exatamente quanto tempo havia se passado até minha mente se esvaziar e eu sentir meu corpo relaxar, mesmo com a posição desconfortável. Porém, de repente, senti Susan segurar meu ombro esquerdo e chacoalhar meu corpo repetidamente.

— Olhe! O Niall está saindo. — ela disse com os olhos fixos em um ponto a sua frente.

Estreitei os olhos para conseguir ver melhor e captei sua silhueta na entrada da boate. Ele cumprimentou o segurança do local antes de passar pela porta e ir para o exterior, onde tirou o celular do bolso e checou alguma coisa. Esperamos que ele se mexesse e fosse embora, mas, pelo visto, Niall não estava disposto a deixar o estabelecimento tão rapidamente e ainda passou algum tempo no lado de fora.

— O que ele está fazendo? — perguntei intrigada.

— Eu não sei, mas é melhor agirmos antes que ele decida voltar para dentro.

Vi minha amiga deixar o veículo e acompanhei seus movimentos, acionando o alarme assim que fechamos as portas. Eu não sabia o que iríamos fazer ao certo então apenas segui Susan pelo estacionamento, me espreitando pelos carros para não ser vista. Eu duvidava que Niall pudesse nos enxergar ou nos reconhecer de onde estávamos, mas era um risco que com certeza não queríamos correr.

— Tem certeza de que não há mais ninguém lá?

— Não. — disse como se fosse óbvio. — Como eu poderia saber isso?

— Ótimo. — ironizei.

Aceleramos o passo ao alcançar o prédio iluminado e nos dirigimos para a lateral onde estava a porta que Susan havia me mostrado mais cedo. Ao pararmos e nos encostarmo-nos à parede, percebi que o lugar era usado como um tipo de depósito de caixas de papelão e latas de lixo. O ar ao nosso redor exalava um cheiro putrifico.

— É melhor você pensar em alguma coisa logo ou eu juro que não conseguirei guardar o jantar dentro de mim. — disse Susan tapando a boca.

— Então seremos duas.

Nos posicionamos uma de cada lado da porta e espiamos pelo vidro na parte superior. A neblina da noite e o ar embaçado não cooperavam para enxergarmos melhor e eu precisei passar a mão pelo vidro para clarear minha visão. Vi Susan imitar meu ato e levantar um pouco mais a cabeça.

— Está vendo alguma coisa? — mesmo nos esforçando ao máximo para enxergar a imagem do interior continuava destorcida e Susan parecia estar com tanta dificuldade quando eu para decifrar o que tinha lá dentro.

— Parece estar vazia. — deduzi pela única coisa que podia enxergar com mais clareza. As cadeiras desocupadas. Torci para estar certa sobre minha suposição.

Susan forçou a maçaneta e a porta sacudiu com o esforço, mas não se abriu. A loira forçou mais uma vez e nada aconteceu. Eu poderia lhe avisar que não conseguiríamos abri-la desse jeito, mas sabia que Susan não me daria ouvidos e por isso resolvi pensar em algo que pudesse nos ajudar.

Passei meus olhos ao meu redor afim de achar alguma ferramenta que pudesse usar, mas não havia nada além de garrafas de bebidas e restos de cigarro. Bufei irritada e ao parar o olhar em minha amiga, seu cabelo capturou minha atenção.

— Susan, o seu grampo. Me dê o seu grampo. — pedi, fazendo a loira parar com sua tentativa falha de abrir a porta.

— O quê? Pra quê? — ela fez uma careta.

— Só me dê logo. — meu tom de voz irritado dessa vez.

— Ta bom.

A loira tirou de trás do cabelo um dos grampos que prendia a sua trança e o entregou para mim. Usei os dentes para abrir um pouco o objeto, logo levando-o a parte de baixo da maçaneta no lugar onde se deveria por a chave. Notei o olhar atento da garota na fechadura e após alguns movimentos, ouvimos o barulho da porta sendo destrancada.

— Maravilha! Onde aprendeu isso? — a loira indagou surpresa.

— Eu costumava entrar no escritório do meu pai, quando era pequena, para pegar balas. Ele sempre a deixava trancada então eu precisava dar o meu jeito.

— Era disso que eu estava falando. — disse com um largo sorriso.

Guardei o grampo no bolso da calça jeans e segui logo atrás de Susan para o interior da sala. Ao entrar, fechei a porta com cuidado e passei os olhos pela extensão do cômodo. Não havia muita coisa ocupando o espaço. Apenas uma mesa no canto direito com um computador e papéis em cima; uma cadeira giratória e outra simples de madeira do outro lado da mesa; havia, também, um armário de alumínio da parede da esquerda e outra porta bem a nossa frente.

— Essa deve ser a porta com acesso à boate. — disse Susan.

— Sério? — fingi surpresa. — Nossa, Susan, você é um gênio.

A loira bufou irritada e não pude deixar de rir. Ela caminhou em direção a mesa e ocupou a cadeira na frente do computador, balançando o mouse para clarear a tela.

— É melhor você ficar vigiando enquanto eu procuro alguma coisa. — disse sem desviar o olhar.

— Por que eu?

— Porque se alguém aparecer você pode jogar seu charme e despista-lo. Eu me sentiria culpada demais fazendo isso.

Eu não gostava de ter que seguir as ordens de Susan, mas não fundo queria que ela descobrisse algo então era melhor cooperar para isso acontecer.

— Claro. — a sua desculpa tinha sido a pior em semanas e as palavras deixaram a minha boca de maneira irônica. — Mas saiba que se algo sair do controle eu lhe darei um sinal.

— Tudo bem. — concordou ainda com os olhos presos na tela.

Deixei a sala e fechei a porta com cautela. A primeira coisa que meus olhos captaram foi um corredor estreito e abafado, com cheiro a mofo e infiltração nas paredes. Comecei a me perguntar se aquele caminho realmente levaria a boate iluminada e bem cuidada que havia visto minutos atrás.

Resolvi ignorar o cheiro ruim e tratei de andar em passos curtos, olhando sempre para trás para me certificar de que não estava sendo seguida. O barulho das minhas botas ecoava por todo o espaço e tentei pisar no chão com menos firmeza.

Quando alcancei o final do corredor virei à esquerda e olhei para trás para ter certeza de que o caminho que eu acabara de percorrer continuava vazio. Mas quando voltei meu olhar para frente senti o sangue parar de circular mas minhas veias e a respiração ficou presa na minha garganta.

Nossos corpos se chocaram e meu corpo foi para trás no momento em que nossos peitos se encontraram. Puxei o ar pelo nariz com maior intensidade afim de voltar a respirar e seu olhar percorreu meu corpo por breves instantes, parando no meu rosto.

— Niall! — eu tinha a sensação que meu coração ia sair pela boca e engoli em seco para tentar reprimir o desconforto.

Se eu não estivesse tão assustada e nervosa, teria reparado nele. Ou me questionado se os dois primeiros botões abertos da sua camisa social não permitiam que ele sentisse frio toda vez que uma rajada do vento externo entrava em contato com a pele descoberta do seu peito.

— Mary? O que você está fazendo aqui? — perguntou tão surpreso quanto eu.

Seus olhos estavam arregalados e notei seu peito descer e subir rapidamente, dando a impressão de que os botões restantes da camisa abririam com o movimento repetitivo.

— Ah... Bem, eu... — vamos Mary pense em algo! Você é mais esperta que isso. — Eu estava procurando o banheiro, mas acho que não estou no caminho certo.

— Definitivamente não. — murmurou.

— Não? Como você sabe? — perguntei desconfiada.

— Eu quero dizer, os banheiros são para o outro lado. Próximos ao bar. — ele tentou se corrigir o mais rápido que pode. Mas eu podia perceber a mentira exalando de suas palavras. Ele parecia conhecer o lugar bem demais. Isso não devia me admirar, mas, querendo ou não, me admirava.

— Ah... — assenti. — E quanto a você, o que faz aqui?

— Meu amigo é dono do lugar e tenho vindo aqui ultimamente. — pelo menos nesse sentindo ele parecia não estar mentindo tanto. Entretanto, eu não acreditava que a mentira poderia ser classificada em tamanho ou quantidade. Para mim, mentira sempre seria uma mentira, de qualquer maneira.

— Que bom que você está fazendo novos amigos.

— É, bem legal. — disse sem jeito. — Eu admito que não esperava lhe ver em um lugar como esse, não a essa hora. Mas já que está aqui, gostaria de beber alguma coisa?

Olhei para minhas vestimentas e analisei seu convite com cautela. Eu não estava usando a roupa mais adequada para uma festa. O suéter claro com um desenho de uma borboleta no meio e a calça jeans azul definitivamente não era o que eu vestiria para frequentar um lugar como aquele. Mas que escolha eu tinha? Jamais imaginei que iria parar em uma boate em plena quarta-feira e à aquela hora.

— Claro. Por que não? — dei de ombros tentando agir naturalmente.

— Então, você primeiro. — ele estendeu o braço me mostrando o caminho e exibiu um simples sorriso.

Afirmei com a cabeça e passei pelo seu corpo ainda parado no corredor estreito. Pude perceber seu olhar preocupado passar por todos os lados antes de seguir atrás de mim e caminharmos em direção à boate. De acordo com o que íamos nos aproximando, a música aumentava e a batida ficava mais nítida.

Quando a aglomeração de pessoas nos engoliu eu observei o lugar espaçoso e com luzes de várias frequências e cores. Os corpos dançantes se esfregavam em nós enquanto fazíamos nosso caminho até o bar e eu precisei me espreitar e pedir licença às pessoas.

Assim que alcançamos o balcão colorido, o barman se aproximou e perguntou nossos pedidos. Esse não parecia ser muito mais velho que Niall e o olhar cansado predominavam na sua face. Pelo visto, a noite estava sendo bastante longa para ele.

— O que você costuma beber? — perguntou Niall.

— Nada específico. — disse e vi o rapaz soltar uma risada. — Na verdade, nada que me deixe com ressaca e faça eu faltar à aula na manhã seguinte.

— Me dê duas doses de cidra. — pediu ao rapaz do outro lado do balcão, fazendo-o se afastar para preparar as bebidas.

— Não sabia que você conhecia bebidas. — na verdade, não havia nada que soubesse a respeito de Niall. A não ser o nome e a idade.

— Digamos que eu tenha tido experiências não muito boas até saber quais são as melhores. — disse. — Mas, por favor, não pense que eu sou um viciado ou algo do tipo. Só apelo à bebida quando preciso relaxar.

— Eu não pensei. — admiti e ele sorriu satisfeito.

Em instantes o barman voltou com as bebidas claras e Niall tirou a carteira de couro do bolso traseiro do jeans, pegando algumas cédulas de dinheiro e deslizando sobre o balcão na direção do rapaz abatido. Ele agradeceu pelo serviço e o funcionário se afastou para atender outro pedido. Dei um gole da minha bebida e precisei me acostumar com o sabor forte a descer pela minha garganta. Pousei o copo sobre o balcão vendo Niall desfrutar da sua dose e erguer as sobrancelhas quando seu olhar encontrou o meu.

Havia tantas coisas que eu queria lhe perguntar e a vontade de descobrir o que ele realmente fazia ali era maior que qualquer coisa naquele momento. Mas me lembrei de que Susan ainda estava na sala e eu precisava distrair Niall o quanto eu conseguisse.

Meus olhos passearam ao redor e pararam em um ponto a minha frente, alguns metros afastados. Olhei com mais atenção por cima dos ombros de Niall e ele notou minha curiosidade, virando-se para tentar descobrir para onde eu olhava.

— Você sabe jogar? — indagou quando voltou o olhar para mim.

— Definitivamente não. — soltei uma risada abafada.

— Vem. Vou lhe mostrar. — percebi um sorriso entusiasmado tomar conta de Niall.

Ele largou seu copo sobre o balcão e procurou pela minha mão, segurando-a e me puxando em direção aos tiro ao alvo no fundo do estabelecimento. Deixei que ele me conduzisse por entre as pessoas e assim que nos livramos da confusão de gente, Niall soltou a minha mão para se aproximar de um dos alvos.

— Não é nada impossível. — disse pegando alguns dardos e segurando-os em uma das mãos. — Você só precisa mirar e atirar.

Ele pegou um dos dardos e levantou a mão direita na altura dos olhos, se concentrando no alvo antes de fechar um dos olhos e jogar de forma precisa. O dardo atingiu o alvo do meio e Niall fez a pontuação máxima.

— Devo admitir que você é bom. — eu disse. — Onde aprendeu a atirar tão bem?

— Eu tinha um arco e flecha quando pequeno e costumava passar horas brincando. Pelo jeito, serviu para alguma coisa. — disse divertido.

Eu sabia que Niall era canhoto. Notei isso na primeira vez que ele se sentou ao meu lado na aula e escreveu o assunto no caderno usando a mão esquerda. Mas o que eu não sabia era que ele tinha tanta habilidade com a mão direita quanto com a esquerda.

— Quer tentar? — perguntou com os olhos fixos em mim.

— Não sei se é uma boa ideia.

— Vamos lá. Não custa arriscar. — ele esticou a mão aberta, com um dardo no centro dela, na minha direção e eu acabei aceitando depois de soltar um suspiro.

Percebi um sorriso discreto no canto de seus lábios e tentei imitar seus movimentos. Flexionei um pouco os joelhos e elevei a mão direita ao lado corpo, mirando no alvo a minha frente antes de atirar o dardo. Suspirei derrotada quando esse atingiu a parede e caiu no chão. Ouvi a risada de Niall soar ao meu lado e o notei se aproximar em passos lentos.

— Eu disse que não era uma boa ideia.

— Você precisa elevar um pouco mais a mão. — ele ficou atrás de mim e senti sua respiração no meu cabelo. — Desse jeito.

Ele me entregou outro dardo e sua mão envolveu a minha em um leve aperto. Seus dedos gelados provocaram um choque ao entrarem em contato com os meus quentes e prendi a respiração.

Niall guiou nossas mãos para frente do meu rosto e parou na altura dos meus olhos, fazendo-me enxergar apenas sua mão e o dardo vermelho firme na minha. Ele chegou mais perto e senti suas costas contra as minhas enquanto a pele dos seus bíceps e antebraço se encostavam ao meu braço levemente flexionado.

— Respire fundo e se concentre apenas no seu alvo. — ele falou baixinho e, dessa vez, senti sua respiração bater na minha orelha descoberta. — Não pense em mais nada além dele, esvazie a sua mente.

Minha respiração se tornou mais rápida quando sua outra mão se apoiou na minha cintura e Niall me manteve estática. Enchi os pulmões de ar na tentativa de melhorar minha respiração, mas no segundo seguinte percebi que foi um erro. A fragrância de Niall invadiu minhas narinas e o cheiro masculino predominou meu olfato. Senti meu coração bater mais rápido e tentei disfarçar para que o loiro não percebesse, mas eu parecia não ter domínio sobre meus sentidos e nada que eu pensasse em fazer conseguia realizar.

Não consegui evitar virar o rosto para olhar para ele e ver seus olhos azuis fixos em mim. Ele sorriu levemente, após alguns minutos me fitando, e voltou a olhar para frente enquanto eu lhe observava de perfil. Eu estava, praticamente, em transe.

— Quando achar que está totalmente focada, então poderá atirar o dardo. — disse me deixando ainda mais nervosa.

Tentei esquecer meu nervosismo e me concentrei em suas palavras e em seguida no alvo, como ele havia me instruído a fazer. Joguei o braço um pouco para trás e atirei o dardo na direção em que meus olhos estavam fixos dessa vez. O centro do alvo.

Ambos o assistimos atingir em cheio o pequeno círculo vermelho e ouvi a risada abafada de Niall soar ao lado do meu rosto. Ele se afastou de mim e senti meu coração continuar a bater no mesmo ritmo, quando esse deveria ter cessado as batidas oscilantes. Eu devia ter me acalmado no momento em que o toque de Niall deixou meu corpo, mas o efeito foi o contrário. O que isso significava, afinal?

— Muito bem! Parece que você aprendeu direitinho. — elogiou-me com um sorriso orgulhoso.

Não pude evitar imitar seu ato, mas acabei deixando uma risada nervosa escapar e comprimi os lábios imediatamente para que Niall não percebesse.

Ele parecia tão radiante naquele momento. Com os olhos brilhantes sob a luz azul com sinais néons refletindo acima de nós e o cabelo despenteado pelo vento noturno. E mesmo que eu tentasse achar qualquer resquício de mentira tudo o que suas safiras transmitiam era a sinceridade do seu orgulho, que poucas vezes eu consegui enxergar através delas. Aquele sorriso era inédito para mim e vê-lo tão a vontade era algo que me deixava feliz.

Eu não deveria ficar feliz por estar com ele. Niall estava mentindo para mim e meus amigos sobre tantas coisas que a última coisa que eu devia era considerar passar meu tempo na sua presença. Mas ele me fazia bem. Me fazia sentir tão mais  jovem do que eu realmente parecia, como se experimentasse sentimentos e coisas novas a cada minuto.

Senti uma vibração na minha coxa direita e percebi que era meu celular que guardei no bolso traseiro assim que Susan e eu deixamos o carro para adentrar a sala nos fundos da boate. Aproveitei a distração de Niall e peguei o aparelho, vendo que era Susan quem estava me ligando. Provavelmente, ela já tinha terminado a busca na sala e queria saber onde eu estava, já que passei um bom tempo longe.

Levei meu dedo polegar até a tela do telefone, mas interrompi-me quando meus pensamentos se direcionaram para outro lugar. De repente, eu não queria mais saber sobre Niall. Não queria continuar com essas buscas intermináveis e planos mirabolantes. Afinal, quem estava certo e quem estava errado? Niall estava mentindo  para mim e eu estava espionando-o e procurando por informações a seu respeito que talvez nunca fosse encontrar. Nesse caso, ambos estávamos enganando um ao outro. A única diferença era que eu sabia que ele estava mentindo, mas ele não sabia que eu também estava. No fim, a dor e a culpa se encontrariam e nos atingiriam.


Notas Finais


Wow o maior capítulo da fic até agora! Eu realmente gostei de escrever essa parte da história e espero que vocês tenham gostado de lê-la.
Por hoje é isso, amores. Nos vemos em breve xx


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