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História Escarlate - Sebastian Sallow - Não pensei que teríamos isso em comum.


Escrita por: Handwritten_

Notas do Autor


Ooi!!!

Tenho 2 coisinhas para contar para vocês nas notas finais.

Eu gosto bastante desse capitulo e espero que gostem também!

Boa leitura!

Capítulo 17 - Não pensei que teríamos isso em comum.


Fanfic / Fanfiction Escarlate - Sebastian Sallow - Não pensei que teríamos isso em comum.

“Estou em seus braços, no campo, e não há nada que você possa fazer ou dizer porque eu não posso evitar, eu te amo. Eu não quero, mas eu te amo.”

— i love you - Billie Eilish

 

O que acordou Scarlett naquele primeiro dia de fim de semana foi a ansiedade. Despertou assim que o céu se tornou claro e a luz incidiu pelos vitrais abaulados do teto. Nem mesmo Imelda estava acordada, o que era um milagre. Mesmo que Sky tentasse ficar na cama mais um pouco, estava inquieta, rolando de um lado para o outro. O relógio parecia preguiçoso demais e seu coração estava agitado com a ideia de que veria Sebastian em pouco tempo. Decidiu levantar-se e correu para o banheiro para um bom banho, onde se perfumou, ajeitou seus cabelos em uma longa trança lateral e vestiu a melhor roupa que encontrou.

Não sabia como iriam para Feldcroft, muito menos o que encontrariam no caminho, então vestiu uma calça preta, uma blusa branca com amarras e mangas longas e um colete púrpura. As botas eram longas, indo até os joelhos, também pretas, como seu casaco. Devolveu as pérolas de sua mãe para a orelha, como em todos os dias, e ousou passar em seus lábios uma tintura feita de rosas-vermelhas para dar um tom mais rubro a eles.

— Vai pra onde? — Imelda perguntou. Coçava os olhos, sonolenta, enquanto seus cabelos estavam emaranhados no topo da cabeça.

— Visitar a Anne com o Sebastian. — Olhou para a amiga pelo reflexo no espelho.

— Já posso te chamar de Senhora Sallow? — zombou.

— Cala a boca, Imelda! Estou apenas o fazendo companhia, parece que Anne está muito doente.

Aham, tá! Manda um oi para ela.

Meldy se jogou na cama novamente, abraçando Senhor Bigodes para dormir mais um pouco. Sky colocou sua varinha no coldre de sua perna direita e apressou-se para sair, segurando o sorriso bobo.

Sebastian estava sentado na poltrona que dava de frente para o dormitório feminino. A perna cruzada, a mão no queixo e a atenção no Profeta Diário daquela manhã. Sky sentiu seu coração errar uma batida. Ele estava incrivelmente belo. O cabelo despretensiosamente jogado para trás, a blusa alva por baixo do colete creme e o casaco escuro, como a calça. Ele ergueu o olhar para ela e todo o corpo de Scarlett foi eletrocutado com o sorriso que pintou aquela face. Estava começando a se convencer que ele sempre fora bonito assim, ela apenas estava se recusando a ver.

Sky se aproximou com medo de cair por suas pernas bambas. Não sabia porque estava assim, mas sentia-se fraca. Um passo de cada vez. Precisava comer antes de sair, ou desmaiaria. Sebastian soltou o jornal e levantou-se. Ela pode perceber que ele não usava gravata e os dois primeiros botões de sua camisa estavam abertos, mostrando todo o seu pescoço e o início de sua clavícula. Ela engoliu seco ao lembrar-se da detenção.

O bom dia dado por eles quase foi sussurrado. Fizeram o desjejum em silêncio, trocando olhares carregados de palavras e sorrisos sem motivo. Foram até as Chamas de Flu na entrada da sala comunal, Sebastian ofereceu a mão para Sky e os dois foram engolidos pelo fogo fluorescente e cuspidos na entrada de Feldcroft logo após.

— Vem, quero te mostrar uma coisa. — disse ele.

Subiram um pequeno morro, onde tinha uma torre de madeira alta o suficiente para passarem da copa de algumas árvores por perto.

Feldcroft ficava em uma região montanhosa e litorânea. Os mares da Escócia estavam à direita. agitados e escuros pelo clima. Um paredão de pedras ficava do outro lado, cercando o pequeno vilarejo que poderia ser acessado por trilhas especificas. Não muito longe da torre tinha as ruínas de um grande castelo, complementando suas pedras cinzentas com o cinza do céu coberto de nuvens e destacando-se na folhagem amarelada de outono.

O vento soprou entre eles, carregando o cheiro amadeirado das florestas e o salgado do mar. O silêncio que os envolvia não era nem de longe incômodo. Ouviam os cantos dos pássaros e os ruídos de animais de fazenda não longe dali, contemplando tudo os que os cercavam.

— Por isso que você quis sair mais cedo? — Risonha, Sky perguntou.

— Sim, para te apresentar o melhor da Escócia. — Sebastian sorriu convencido.

— É uma bela vista… Você nasceu aqui?

— Não, sou do sul das Altas Terras. Posso te levar lá um dia, é ainda mais bonito que aqui, só anda muito mais perigoso.

— Como assim? — Sky indagou, olhando finalmente para Sebastian.

— Desde que os apoiadores de Ranrok tomaram as costas do Sul, o lado de lá está um inferno. Eu queria voar até lá, um dia… Faz tantos anos que não vou em casa…

— Podemos ir, se você quiser.

— Ah, esqueci que você não bate bem da cabeça. — Ele brincou e Sky o empurrou levemente, rindo. — Mas, quem sabe, um dia. Aqui não está tão diferente, de qualquer forma. Ninguém se sente seguro em Feldcroft desde que os apoiadores de Ranrok se interessaram por esse castelo. — Indicou as ruínas com um aceno de cabeça. — O castelo de Rookwood.

— Rook…wood? — Ela quase engasgou, sentindo um frio correr a espinha.

— Esse é um dos motivos que eu quis te trazer aqui depois de tudo o que me disse. O castelo pertence ao Victor, mas ele nunca morou aí e acabou cedendo o castelo ao Ranrok.

— Eu conheci outro Guardião na Câmara do Mapa quando estive lá semana passada. Charles Rookwood, foi um professor em Hogwarts com o professor Rackham.

— Talvez esse castelo tenha sido dele. — concluiu Sebastian, esfregando o queixo desnudo de modo pensativo. — E a época coincide…

— E isso explicaria a aliança entre o Victor e o Ranrok. — sibilou, encolhendo-se. Perguntou-se se o professor Fig já sabia disso.

— Meu tio é um ex-auror e não quis investigar sobre, mesmo depois da Anne ter sido… sido amaldiçoada por um deles. — O rancor destilou no tom de voz de Sebastian. Ela o olhou surpresa.

Em todo esse tempo, Sebastian nunca tinha comentado que a ausência de Anne era por conta de uma maldição, sempre deu a entender que era uma doença.

— A Anne foi… amaldiçoada?

— Sim, no final do ano letivo… — Ele suspirou e debruçou-se sobre o parapeito de Madeira, fitando o mar longínquo por entre as árvores. — Provavelmente com uma varinha. O que fez mais sentido depois do que você disse, sobre eles estarem usando magia bruxa.

— Isso ainda não faz sentido… Digo… eles estarem interessados em magia bruxa. — Ela se curvou sobre o parapeito também.

— Por isso eu estou atrás de respostas. Se eu quero curá-la, tenho que entender o que aconteceu. Eu já estudei praticamente todos os tipos de maldições sem varinhas que existem, eles só podem estar em posse de uma.

Ele parecia cada vez mais transtornado. Decepcionado e cansado também. Sky quis abraçá-lo, mas não sabia o limite de carinho que deveria ter um pelo outro, muito menos expressar. Receosa, se aproximou e tocou o braço dele, escorregando a mão até que pudesse tocar a dele.

— Iremos descobrir o que aconteceu. — afirmou.

Sebastian encarou a mão deles por um tempo, um curto período que o mergulhou em um oceano de espumas doces e ondas quentes que quebravam em seu coração. Um simples movimento e seus dedos estavam entrelaçados.

— Não vou te envolver nisso, Sky. — murmurou.

— Eu já te envolvi nas minhas loucuras, nada mais justo que você deixar eu te ajudar. Nossos caminhos estão cruzados, Sallow, você querendo ou não.

Ele riu nasalado e seus lábios se curvaram tão levemente que não poderia chamar de sorriso. Aproximou sua outra mão e deslizou a ponta de seus dedos pelo dorso da de Sky, indo e voltando. Ela encostou a cabeça em seu ombro e os dois foram abraçados pela quietude da manhã mais uma vez, por um tempo que não conseguiram mensurar. Pareceram longos minutos.

— A Anne sempre foi a mais travessa de nós três. — comentou, pesaroso — E isso porque ainda tinha Ominis e eu. Espero que uma visita de uma nova amiga de Hogwarts dê uma animada nela.

Numa surpresa, ele elevou a mão de Scarlett e deixou um beijo cálido nos nós de seus dedos. O coração de Sky errou uma, duas, cinco batidas, provavelmente. O olhar deles se encontram e foi como se o mundo tivesse parado de girar e o tempo congelasse. Sebastian tocou o queixo dela com delicadeza e um leve sorrio surgiu em seus lábios. Ele não a beijou, infelizmente.

Sky realmente achou que ele continuaria segurando a sua mão quando começou a andar para a saída da torre, mas ele a soltou e desceu as escadas na frente. Um suspiro pesado e ela o acompanhou até a entrada do vilarejo. O local parecia abandonado, não só pelas muretas aos pedaços, ou as casas, algumas tortas e outras despedaçadas, mas por estar ermo. Não viu uma pessoa sequer do lado de fora.

— Aqui é sempre vazio assim?

— Já foi um lugar melhor, mas com o bando de Ranrok por aí, todo mundo dá um jeito de se esconder. Até os trouxas.

Aproximando de uma pequena casa cercada de girassóis, e trepadeiras que subiam pelas paredes de pedras encaixadas, puderam ver Anne do lado de fora, no jardim, sentada em uma cadeira de balanço com um coelho no colo. Sebastian abriu o maior dos sorrisos e correu até a irmã. O coelho saltou para longe com a aproximação repentina e Sky cruzou as mãos diante do corpo, tímida, ao aproximar-se.

— Sebastian! — Anne saltou da cadeira em uma velocidade surpreendente. — Onde você…

Ele a abraçou antes da frase ser completada e a ergueu no ar. Anne parecia ser mais ou menos da altura de Sky, de cabelos castanhos como o dele, presos e muito bem penteados, mas a pele era lívida como a morte e os olhos fundos e cansados.

— Essa é a Scarlett. — Soltou a irmã apenas para que pudesse abrir espaço para Sky se aproximar.

Ela sorriu sem graça e cumprimentou Anne com um abraço desengonçado. Ela parecia frágil demais para ser apertada.

— Finalmente estamos nos encontrando! — Anne abriu um sorriso. Eles eram parecidos até nisso. — Como está sendo encarar Hogwarts com os dois idiotas sem uma mente sã por perto?

Scarlett riu e fitou Sebastian, que tinha os olhos transbordando uma alegria que ela nunca tinha visto antes. Ele sorria, sem parar, olhando para Sky como se tudo o que esperasse fosse aquele momento.

— Cada dia mais difícil! Você é uma santa por aguentar os dois! — brincou.

— E vai voltar a aguentar em breve. Vamos entrar! — Ele estava eufórico.

Anne foi à frente e Sebastian tocou as costas de Scarlett com delicadeza, guiando-a para dentro da casa. Quase não tinha iluminação natural por ali, um quarto dividido por longas cortinas vermelhas à esquerda, uma mesa no centro e a cozinha do lado oposto.

Animado, ele tirou do bolso uma fruta rosada, como um broto de flor, oferecendo a Anne, que cresceu os olhos.

— Isso é o que eu estou pensando? — perguntou ela, um sorriso crescia.

De repente, um homem surgiu logo atrás das cortinas. Tinha uma carranca pintada no rosto, os cabelos que lembravam os de Sebastian, mas com um tom mais escuro entre os fios brancos. Sua barba espessa o deixava ainda mais bravo. Ele tomou a fruta de Sebastian de modo grosseiro, fazendo Sky recuar alguns passos para trás.

— Ei! — Sebastian tentou tomar da mão dele.

— Já falamos sobre isso, garoto. Figueiras cáusticas não revertem maldição. — Ele olhou para Anne, gélido. — Nada reverte. Quanto antes você aceitar a realidade, melhor.

Sacando a varinha, sua ponta reluziu e a fruta foi destruída, sem sobrar nada. Scarlett engoliu o ar, horrorizada. Por que ele tinha feito aquilo? Sebastian estava estupefato, seu rosto ficou rubro e Sky pode jurar que seus olhos marejavam.

— Mas ainda não tentamos de tudo! — gritou Sebastian.

— NÃO. EXISTE. CURA! — Solomon gritou mais alto, crescendo para cima de Sebastian. — Quando você vai aceitar isso?

— Nunca! — Ele estufou o peito, enfrentando o tio. — Eu jamais vou aceitar isso! Não serei um covarde como o senhor!

As narinas de Solomon bufaram e em um piscar de olhos ele estava esbofeteando a cara de Sebastian, que cambaleou e a apoiou-se na mesa para não cair.

Scarlett se encolheu, sentia-se como uma intrusa, vendo o que não deveria. Odiava essa sensação. O pesar no peito. O suor na nuca. O medo. E a vontade gritante de defender Sebastian que somava com a incapacidade de fazê-lo que apenas servia para grudá-la no chão.

Anne pareceu querer dizer algo, mas um grito dolorido lhe rasgou a garganta e ela se curvou, voltando-se a sentar.

— Olha o que você fez! — Solomon apressou-se para acudir a sobrinha que se contorcia.

— Anne! Sinto muito! — Sebastian tentou se aproximar, mas Solomon ergueu a mão de novo, o fazendo retrair-se.

— SAIA! — berrou Solomon.

A ordem foi única e Sebastian, mesmo hesitante, rompeu pela porta. Sequer lembrava-se que Sky estava logo ali, assistindo tudo, encolhida perto da porta. Ela apressou-se em ir atrás dele.

— Sebastian… — O chamou, erguendo a mão para tocá-lo, mas ele estava inquieto, andava de um lado para o outro.

— La-lamento que tenha visto isso. — Transtornado, esfregou o rosto e subiu as mãos para os cabelos bagunçados. — Se não se importa, preciso de um tempo sozinho.

Ela não contestou. Engoliu seco e deixou que ele se afastasse e sumisse pela trilha. Estava se sentindo impotente. O amargor tomou conta da sua boca quando seus pensamentos sobre ele vieram a tona. A vida dele não era, nem de longe, como ela pensava, ao menos, não era mais e isso a deixou muito mais triste do que imaginou que ficaria.

Olhou para trás, vendo Solomon sair pela porta de trás com muita pressa. Secou as mãos suadas na calça e voltou para dentro da casa. Sentia-se impelida a tentar ajudar Sebastian da forma que pudesse. Se um duende fez isso com Anne usando o tipo de magia ancestral que ela viu em Ranrok, deveria conseguir sentir algo em Anne.

Abriu a porta com cautela, encontrando-a com a testa na mesa de madeira à frente e as mãos apertando o abdômen. Parecia mergulhada em dor.

— Me desculpe pela cena. Essas crises de dores são difíceis de lidar. — Sua voz era arrastada.

— É como estar nas regras todo o tempo? — Quis descontrair, arrancando um arrastado riso de Anne.

— É bem por aí, mas as dores das cólicas eram mais suportáveis.

Quando, em sua vida, Scarlett se imaginou indo conversar com Anne na casa dela? Aproximou-se devagar, buscando sentir qualquer coisa que indicasse a magia ancestral, mas não havia nada em Anne.

— Eu não queria incomodar. — murmurou Sky antes de sentar-se.

— Não é incomodo nenhum… — Ela gemeu, puxando o ar com dificuldade. — Estou bem. A dor da maldição vem de repente, e com certa frequência. Não é culpa de ninguém.

Ela tinha o rosto gentil, o formato de coração que a deixava adorável. Seus olhos eram grandes e âmbar, muito diferentes do castanho acobreado de Sebastian. Mesmo adoentada como estava, Anne era muito bonita, causando uma pontinha de vergonha em Sky por tê-la demonizado por tanto tempo por simples ciúmes.

— Aliás, muito prazer, não pensei que teria a chance de conhecer a famosa Scarlett Callaghan.

— Deve ter sido chato ouvir falar de mim esse tempo todo. — riu sem graça.

— Não tanto quanto deveria ter sido ouvir falar de mim. Ouço seu nome desde o dia que conheci Ominis e Sebastian me falou de você pela primeira vez há três anos. Ele disse que tinha conhecido uma garota bonita, mas extremamente idiota e irritante.

— Desculpa por isso… Eu acho que tinha ciúmes de você…

— E hoje definitivamente não precisa ter. Afinal… — Apontou para si, sorrindo amarelo.

— Seu nome ainda é muito falado na sala comunal da Sonserina. Só coisas boas, sempre.

— Ah… a sala comunal. — Suspirou, saudosa. — Eu adorava fazer os alunos do primeiro ano ficarem procurando sereias na janela.

— Ominis está mantendo a tradição para você.

— E como ele está?

— Com saudades, igual ao Sebastian, talvez um pouco mais. — provocou — Por que não o convidou?

— Você… sabe? — perguntou Anne, envergonhada.

— Sei. E ele continua apaixonado por você, se quer saber.

Sky pensou que a veria sorrir, mas o olhar dela mergulhou em tristeza.

— Sinto muita falta dele… mas não posso manter tanto contato quanto gostaria. Trocamos cartas toda semana. Ele gosta de me manter a par de tudo o que acontece, também pede para me ver… Gostaria que ele parasse, seguisse em frente, disse isso para ele já um milhão de vezes.

— Acho que você está querendo demais, Anne… Não é de hoje o que vocês sentem algo um pelo outro. Ouço ele falar de você desde o primeiro ano e, quando ele se declarou, não era novidade pra mim que vocês ficaram juntos. Deixá-lo longe não está resolvendo nada.

— Quero apenas que eles vivam a vida que merecem. Eu estou bem. — Sebastian não era como ela nesse aspecto, ele deixava transparecer com muito mais facilidade o que sentia. Ela parecia mascarar tudo, até a dor que a perturbava. — Feldcroft não seria tão ruim se não estivesse tão melancólica. Duendes no castelo, meu tio e Sebastian brigando sempre que ele volta para casa…

— Sebastian tinha falado sobre seu tio não querer ir atrás dos duendes que fizeram isso… mas não imaginava que ele fosse ficar tão bravo por conta de uma fruta.

— O tio Solomon só está desapontado. — Gemeu mais uma vez, apertando o tecido de sua blusa com certa força. — Com o que aconteceu comigo… e com o Sebastian por achar que pode dar um jeito. Eles só querem o meu bem, eu sei disso. Mas o meu tio tem razão. A maldição não pode ser quebrada. Posso sentir.

— Tem que ter algo que possamos fazer, Anne… Eu quero ajudar, de verdade.

— Convença Sebastian a parar com isso e já vai ser de grande ajuda. — A resposta dela não foi o que Scarlett esperava, fazendo-a murchar.

— Creio que isso depende somente do Sebastian, e parece que ele já se decidiu. — Scarlett ajustou-se na cadeira, tomando uma postura mais séria.

— Eu só quero que ele aceite logo que não existe cura e vá viver a vida dele…

— Mas, Anne… Você quer desistir?

— Eu quero que meu irmão não sofra mais com falsas esperanças. E que ele fique bem quando eu me for… Assim como ele está bem agora. Fazia tempo que não o via assim.

— Ele estava ansioso para te ver e está com esperança que vai conseguir te ajudar. Não é justo com ele agir como se não tivesse jeito.

— É justo comigo me colocar numa guerra entre meu tio e meu irmão? — questionou e Scarlett gelou, desviando o olhar, envergonhada. — Mas não é sobre isso que eu estou falando. Estou falando de você. É você a responsável. — Anne foi direta e Sky retesou na cadeira. — Ele me enviou algumas cartas xingando você. — Ela riu em meio a dor. — Depois me enviou outras duas dizendo que você é uma das pessoas mais extraordinárias que ele conheceu. Depois mandou mais uma te xingando. E ontem recebi uma falando que você vinha com ele e que estava animado para apresentar nós duas.

— Ele deve ter alguma coisa faltando na cabeça. Ele age assim comigo também, nunca se decidindo se gosta de mim ou me odeia. — Ela revirou os olhos, bufando.

— Ele gosta. Definitivamente ele gosta. Conheço demais meu irmão e ele não é de se deixar levar tanto como é por você. Ainda ouso dizer que ele gosta e não é da forma como você espera.

— De que forma que eu espero? — questionou, o tom se tornou agudo de repente. — Eu não espero nada dele.

— Você sabe de que forma eu estou falando. — Se não fosse a dor e a voz arrastada, Anne estaria alfinetando Sky de todas as formas que conseguisse naquele momento.

— Ele não gosta. — Sky rebateu firmemente. Sebastian? Gostar dela mais do que como amiga? Nunca. Alguns beijos não fariam isso.

— E você gosta dele.

Scarlett arregalou os olhos. Ela só poderia estar louca. Ficar naquela casa devia estar fazendo mal a saúde mental dela, isso sim!

— E-eu… eu não gosto! — ralhou, desnorteada — Somos amigos. Sequer bons amigos, apenas… amigos.

— Negue o quanto quiser. — Anne deu de ombros. — Eu vi vocês na torre mais cedo, vi como estavam andando juntos. O jeito que vocês se movem perto um do outro… São como espelhos, ímãs… Você se move, ele se move…

— Absolutamente você está vendo coisas. Deve ser a falta de sol nessa casa. — cruzou os braços, desviando o olhar para a lareira ao lado.

— Posso não te conhecer, Scarlett, mas conheço meu irmão desde o útero e não sou cega também. Não é como se vocês não tivessem dormido juntos depois da festa de outono. — ralhou, arisca.

— C-c-como vo-cê sabe disso? — sua voz falhou.

— Ominis. — Ela se curvou novamente, gemendo um pouco mais alto. Não tinha nem como Scarlett pensar em ficar com raiva dela a vendo naquele estado. — Eu queria conversar mais, mas estou ficando cansada. Irei repousar um pouco. Obrigada pela visita, foi bom finalmente te conhecer.

Hum… obrigada por me receber… — Scarlett forçou um sorriso. Estava atordoada demais e agradecia por estar sendo educadamente enxotada.

— Sebastian deve estar no campo de dentes de leão, seguindo a trilha à esquerda daqui.

Ela agradeceu com um movimento de cabeça e apressou-se para fora, em passos largos e pesados. Estava sem ar, aturdida. Ela, gostar do Sebastian??? Até parece. E ele gostar dela? A maldição só poderia estar comendo a sanidade dela. Maluca!

Fechou a porta atrás de si e respirou fundo, enchendo os pulmões ao máximo antes de liberar o ar. Estava tonta, suando debaixo de toda aquela roupa, mesmo que o clima não estivesse quente.

— Aquele garoto vai me deixar louco. — resmungou Solomon sozinho, vindo do lado oposto ao qual Sky seguiria. Ele parou logo diante dela, que estava um pouco fora de si. — Ah, você deve ser a amiga de Sebastian. Peço desculpas em nome do meu sobrinho. Ele não sabe quando parar. Fui comprar uma poção para aliviar a dor da Anne. Como ela está? E cadê o Sebastian?

— Ela está bem, disse que ia descansar e o Sebastian… bom, não sei dizer.

Se ele tinha se afastado, certamente não iria querer o tio por perto.

— Esse garoto… — Meneou em negação. — Não há nada que possa ser feito por ela.

— Talvez o senhor só não tenha encontrado a cura ainda. — Mesmo que tivesse tentado segurar a língua, era agonizante vê-los desistir daquele jeito.

— Argh! Você é igual ao Sebastian. Acha que sabe mais do que os médicos do St. Mungus. — Ele se exaltou.

— Os médicos nem sempre sabem de tudo, senhor. O Sebastian está determinado a encontrar uma maneira de ajudar a irmã. Se há uma cura, ele vai encontrar.

— Sua fé em Sebastian está equivocada! — Exasperou-se —Algum tipo de Magia das Trevas amaldiçoou Anne, e os duendes não virão aqui se explicar. É crueldade alimentar as esperanças dela. Só nos resta manter Anne confortável, e ficar longe dos apoiadores.

— Com todo o respeito, senhor Sallow, esperança pode fazer bem a Anne. Além disso, o senhor acha mesmo justo Sebastian desistir da irmã?

— Sebastian está fora de si! Esse caminho o levará para a destruição. Eu estou tentando cuidar de Anne enquanto ele brinca de ser como o pai! — A voz de Solomon batia no âmago de Sky e tremia suas células. Por um momento pensou que ele a bateria também, mas isso não foi suficiente para fazê-la parar.

— É a irmã dele! A família que ele tem! Ela… ela precisa se manter esperançosa, precisa continuar lutando até Sebastian conseguir a cura. Eu sei que ele vai conseguir!

— Eu sei o que é melhor para Anne! E para o Sebastian. Eles são tão teimosos quanto o meu irmão. Principalmente aquele moleque. E veja só onde isso os levou.

— Mas, senhor Sallow…

— Chega! Você é muito petulante, mocinha! Quer mesmo ajudar o seu amigo? Faça-o parar! Ele não faz ideia do mal que pode causar se não parar.

Solomon avançou até sua casa, deixando uma Scarlett raivosa para trás. Não conseguia ver como algo normal simplesmente aceitarem a morte. Iriam sentar e esperar Anne ir? Isso poderia levar anos de muita dor, ou ela poderia simplesmente não acordar mais amanhã. Era demais para Scarlett essas hipóteses, não por Anne, muito menos por Solomon, mas por Sebastian. Nunca o tinha visto tão feliz, também nunca o viu tão chateado como naqueles poucos minutos que passaram ali.

Precisava encontrá-lo. Não tinha ninguém para pedir informação de onde seria esse campo, então apenas seguiu a intuição e a breve indicação de Anne. Virou a esquerda, depois seguiu a trilha que a levava para fora do vilarejo, subindo um morro e seguindo para uma parte com mais árvores. Andou mais e mais. O sol estava esquentando apesar do vento e Sebastian estava logo à frente, sentado em um campo aberto de gramas amareladas com dentes de leão à sua volta.

De cabeça baixa, ele mexia com as flores, arrancando-as e as despedaçando em sua mão. O casaco que vestia mais cedo estava ao seu lado e a sua nuca reluzia em suor. Ele estava nervoso. Scarlett tomou coragem e sentou ao seu lado, de frente para ele, analisando seu maxilar travado, as veias saltadas de sua mão, mas o olhar abatido.

— Por que ele não me escuta?! Ela é minha irmã! — desabafou.

Sky crispou os lábios e apertou a mão em punho para segurar o ímpeto de acariciá-lo. Não entendia aquela vontade de estar sempre o tocando, muito menos de acalentá-lo. Foi em vão tentar conter-se. Acabou por esticar a mão e tocou a nuca dele, deslizando sua unha levemente pelo couro cabeludo, descendo para sua pele pintada e molhada. Ele suspirou, fechando os olhos.

— Desculpa pelo meu tio. — murmurou, cabisbaixo.

— Admito que não esperava vê-lo tão irritado, mas está tudo bem…

Sky tirou também o seu casaco e usou a manga de sua blusa para secar o suor da nuca dele para continuar a acariciá-lo. Queria acalmá-lo, fazer com que ele confiasse que tudo ficaria bem.

— Ele está sempre bravo. — ironizou — Já era ranzinza desde a morte dos meus pais, mas depois que minha tia Daisy morreu, ele se tornou ainda mais amargo. Tenho certeza que só viemos morar aqui por ela. Mas… com a Anne ferida, o resultado é esse crápula que você teve o desprazer de conhecer. Ele me culpa por Anne. Me chama de “filho do meu pai”, como se fosse algum insulto, mas é só eu que tento ajudá-la! Ele simplesmente desistiu!

Por um momento, Sky pensou que ele desmoronaria, as palavras saíram com tanta força que lhe arrancava o folego, mas, no final, ele apenas fechou os olhos novamente.

— Anne e seu tio parecem mesmo convencidos de que nada mais pode ser feito…

— Eu me recuso a acreditar nisso. — Ele arrancou uma grande quantidade de grama e depois jogou longe, suspirando. — A dor da Anne é mais do que física. Mudou ela totalmente. Eu sinto falta da minha irmã e vou trazê-la de volta.

— Eu sei que vai. Se alguém pode fazer isso, é você, Sebastian. E eu vou estar com você nessa, se assim desejar.

Ela segurou sua mão e entrelaçou seus dedos. Um ato ousado demais para Scarlett, mas não teve um fio de arrependimento pelo que fez. Estava sendo sincera em cada uma de suas palavras. Ela acreditava em Sebastian e queria mesmo ajudá-lo.

Ele a olhou, finalmente. Tinha se esquecido que não falava com qualquer pessoa. Estava tão dentro de seus pesadelos, deitado com seus demônios, que quando Scarlett os afugentou em um simples toque, Sebastian encontrou a luz do sol. Só então pode dar-se conta que nem todo o mar da Escócia, todas as montanhas que os cercavam e os campos de flores, ou os mais belos animais chegariam aos pés da beleza de Scarlett. O ar foi roubado de seus pulmões.

Ouvir aquilo era o que ele precisava. Não iria parar, nunca, mas ganhou novas energias para continuar. Ele apertou sua mão.

Aquele não era o dia que esperava. Imaginou um dia de risos por aqueles campos. Queria que a figueira tivesse feito efeito e que eles pudessem correr por e rir por aquele campo. Mas não foi o que aconteceu, mas, de alguma e estranha forma, ele sentia-se bem com ela ali. Era como se toda sua fúria e decepção fossem arrancadas de seu peito por aqueles olhos amáveis.

Sebastian não conhecia aquilo. A calma e a euforia. A felicidade e o medo. A raiva e… a paixão que queimava como brasa ardente em seu peito. Era isso, não era? Paixão? Nunca sentiu antes, mas já tinha lido sobre e já tinha ouvido falar. A sensação de perder o chão, de esquecer como se respira, de sentir o coração bater tão rápido que se torna audível. Sentir o estômago se agitar, as mãos suarem frio e o peito borbulhar mil e uma coisas.

Como seria possível se sentir capaz de conquistar o mundo ao mesmo tempo que estava assustado demais com tudo aquilo?

Ele aproximou-se devagar. Devagar porque estava tentando traduzir as batidas de seu coração que pareciam mudar de tom quando estava perto dela. Tentava entender o que sentia. Contudo, também queria captar todas as reações dela quando fosse beijá-la. Ver sua boca secando em ansiedade, seus ombros enrijecendo, seu rosto enrubescendo. Ele não poderia estar perdendo a sanidade em achar que ela sentia o mesmo. Poderia?

Seus lábios se tocaram.

Foi muito sútil, delicado, diferente das outras vezes. Os dois foram tomados por uma corrente de energia que zapeou por todo o corpo e esvaiu-se quando suas línguas se encontram em um beijo calmo. Pela primeira vez não havia a impaciência latente do desejo avassalador que os consumia. Não havia pressa ou desespero. Era apenas eles em um campo de dentes de leão. A brisa acariciando suas peles, os pássaros cantando e seus corações entrando em um mesmo compasso.

As mãos dele logo cercaram o delicado rosto de Scarlett e, mesmo que o beijo fosse intensificado, o ritmo ainda era de quem estava aproveitando cada segundo do tempo que escorria como areia lenta na ampulheta deles. Gostavam de descobrir as sensações que tomavam seus corpos quando se beijavam, a euforia de seu interior e os pensamentos diluindo-se até não restar nada além deles e daquele negócio sem forma no âmago deles que se agitava quando se tocavam.

O beijo foi rompido com vários curtos selinhos sem que ninguém precisasse os atrapalhar para isso. Não abriram os olhos ou se afastaram. As testas unidas enquanto ela deslizava as unhas pela nuca dele e ele acariciava as bochechas dela. As respirações se chocando no pequeno espaço entre eles e a brisa levantando os fios brancos das flores ao redor.

A quietude, que já tinha se tornado íntima deles como eles eram um do outro, parou por ali. A necessidade de ocupar aqueles momentos com palavras sumia cada vez mais e apenas a presença do outro já era mais do que suficiente para que se entendessem muito mais. Scarlett deitou a cabeça no ombro dele e o sentiu encostar-se na dela, aspirando o cheiro de seus cabelos. Ela subia e descia suas mãos pelo braço dele, deslizando por seus músculos e voltando. Sebastian pousou uma de suas mãos na perna dela, mas não moveu um músculo sequer, imerso em sentir um carinho que não sabia que precisava.

Longe dali, nas altas montanhas, um relincho estridente os chamou atenção. Um grupo de testrálios voava em círculos, aproveitando as correntes de ar do mar para planarem com os ventos fortes por suas asas esguias. Scarlett sorriu.

— Sempre os achei criaturas fascinantes… — sussurrou ele.

— Alguns acham que são um mau presságio. — Sky comentou, ainda encostada nele, mas com os olhos presos nas criaturas.

— Isso tudo é o medo da morte. Acham que os evitar resolveria.

— Não acho errado ter medo da morte… — murmurou Sky.

— É besteira temer algo que vai acontecer.

— Talvez seja isso que assuste, o fato de ser algo que não podemos fugir. — Sebastian suspirou fundo, mas ficou calado. — O que te fez ver testrálios?

Sebastian ponderou se responderia. Fazia muito tempo que não falava sobre isso.

— O luto. — Fora simplório demais, mas sentiu seu corpo estremecer. Eram lembranças muito fortes. — Meus pais eram estudiosos incríveis, pesquisadores e professores excelentes. Passavam grande parte do tempo no porão de casa estudando e fazendo experimentos. Sempre foi assim desde que me entendo por gente. Numa certa tarde, depois de voltarmos de um passeio pela praia, eles foram para lá. Estava tudo bem até que eu e Anne ouvimos um estrondo. Quando descemos… — As palavras engasgaram em sua garganta e ele pigarreou. — Os médicos disseram que foi uma toxina da lâmpada do porão.

— Eu sinto muito, Sebastian.

O sussurro de sua voz dançou direto para os ouvidos dele e um beijo foi deixado em sua bochecha. Ele lufou, recostando sua cabeça nela. Seu peito estava dolorido.

— Posso te fazer uma pergunta? — Sky afastou-se e assentiu. Ele ainda estava com a mão na perna dela e deslizou o dedo levemente por seu joelho. — No dia da festa de outono, nós conversamos do lado de fora. Você se lembra?

Ela meneou lentamente em negação. Ainda que buscasse em sua memória, não tinha nada de um momento assim com Sebastian.

— Você comentou sobre a sua mãe… É por causa dela que você consegue vê-los?

— Sim… — Voltando a apoiar sua cabeça no ombro dele, o ar escapou por seus lábios. Sebastian segurou em ambas as pernas dela e as passou transversalmente por cima das suas, a trazendo mais para perto para aninhá-la em seus braços. — Foi no natal. Quando eu completei onze anos. As coisas não estavam boas, minha mãe passava dias trancada no quarto, meu pai trancado no escritório e eu quase sempre dormia com os gritos dela. — Engolindo o nó na garganta que se formava, fechou os olhos. — Foi o primeiro natal que não fomos para a casa dos meus tios, ou os recebemos. Também não tivemos árvore ou fizemos alguma comemoração. Lembro de ter ido dormir com algodão no ouvido porque minha mãe os colocou e quando amanheceu, bem cedo, eu fui atrás dela. A procurei em todos os lugares. Quando a encontrei… ela estava… pendurada no Corujal.

Sebastian comprimiu os olhos e crispou os lábios, amargamente arrependido de ter feito Sky contar aquelas palavras. A ouviu fungar e imediatamente a abraçou com toda a força que tinha, como se aquilo pudesse arrancar aquela dor. Mesmo que soubesse muito bem que aquilo era impossível. Viver com a dor da perda seria a sina deles.

Juntar os pedaços do quebra cabeça que era Scarlett Callaghan era mais doloroso do que pensou. “Acho que ela também apanhava do papai. por isso teve coragem.” Já era ruim pensar em um homem que espanca a esposa, mas o que perfurou seu coração foi o “também”. Pensar em Scarlett sendo machucada de qualquer forma o machucava mais do gostaria de admitir para si.

— Sinto muito por nós dois vermos testrálios. — disse ele.

— Nunca pensei que teríamos isso em comum.

— No final, nós dois temos demônios bem parecidos.

— Deixados por quem nos amava para viver com quem nos maltrata. — O riso dela era amargo. Ele apenas concordou. — Desculpa pelo que eu disse na detenção. Sobre você ser…

— O bruxinho perfeito da vidinha perfeita? — Ele riu, mas não tinha humor ali. — Nós dois dissemos coisas que não deveríamos um ao outro. Tá tudo bem, não tinha como sabermos de nada.

— Ninguém deveria ser tratado dessa forma pela família… — Sky fungou mais uma vez e suspirou.

— Ninguém… — Segurando o queixo dela, Sebastian a fez olhá-lo.

Ela não estava tão chorosa quanto ele achou que estaria, estava firme em segurar grande parte das lágrimas, avermelhando cada vez mais os olhos e destacando o verde irreal. Afastou uma mecha do rosto dela e beijou os dois rastros salgados por onde as lágrimas insistentes desceram. Depois beijou o topo da cabeça dela, a ponta do nariz até tocar seus lábios.

Sebastian queria dizer que ela nunca mais iria precisar passar por nada do tipo, mas não sabia como externar aquilo em palavras, esperando que ela entendesse, em algum momento, que ele tinha tomado para si aquele dever. A vontade de mantê-la longe da tristeza era latente, queria vê-la sorrir, vê-la sem medo. Queria proteger Scarlett a todo custo.

Assim como ela também queria proteger Sebastian de tudo e todos.

E esse desejo tão violento ainda os condenaria, mas nada disso importava naquela singular manhã no campo de dentes de leão.


Notas Finais


E aí, o que acharam???

Eu amei escrever esses dois com essa música tocando, fiquei realmente muito soft com eles e como eles estão sempre buscando se conhecer e a mediada que fazem isso, se apaixonam mais e Sebastian já entendeu isso!!!

A primeira coisa é que, em comemoração ao 1k de leituras no Wattpad, fiz um vídeo spoiler muito especial do capítulo 26, o meu favorito até agora. Postei no tiktok, onde tem também algumas outras coisas de Escarlate.

https://www.tiktok.com/@handwrittten/video/7422134443499883782?is_from_webapp=1&sender_device=pc&web_id=7404818449426531846

Não vou explicar muito, deixarei a surpresa no ar. Eu queria transformar todo o capítulo em vídeo, mas me contive só nessa parte para que vocês aproveitem bastante quando ele chegar.

E, claro, eu não poderia deixar de agradecer a vocês aqui do spirit por isso também Eu escrevo desde os meus 14 anos (cerca de 11 anos da minha vida escrevendo), moldei minha vida acadêmica toda para isso e não poderia ser mais gratificante ter chegado onde estou com tantas pessoas realmente queridas. Eu fico mais do que feliz de compartilhar minhas ideias com todos vocês, seja onde você lê.

Obrigada por me darem essa chance, está sendo maravilhoso trilhar isso com vocês.

E A SEGUNDA COISA É:

A @RainhaVisenya está fazendo o Kinktuber (desafio de escrita completamente +18) e para a nossa alegria, o capítulo do dia 07 foi da Scarlett e do Sebastian. Digo com tranquilidade que está uma delícia de ler e eu AMEI ver os dois na visão da Vis. Espero que vocês gostem e se divirtam tanto quanto eu.

E quem quiser ler os outros, eu juro que tá valendo a pena e todo dia do mês de outubro ela estará postando um fetiche diferente.

https://www.spiritfanfiction.com/historia/kinktober-2024-25842057/capitulos/25851301

Vejo vocês nos comentários,

Kisses!


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