História Espelho - Marcas

Bela — Casa de Rosalya, França.

Andando pelo corredor da casa de Rosa, Bela, sem saber o que fazer, olhou para os lados e entrou na primeira porta que viu em sua frente, um banheiro. Sem pesar duas vezes, se trancou. Com o coração a mil, encostou-se na porta e deslizou lentamente até o chão se descabelando. Sua boca quente implorava por mais!. Nunca sentiu aquilo em sua vida, nem mesmo com o seu primeiro amor!. Levantou com dificuldade e se dirigiu, pela primeira vez desse 'mês', queria e precisava mesmo se olhar no espelho. Olhando para seu reflexo, segurou com firmeza na borda da pia. Seu rosto vermelho como uma maçã e sua boca rosada e brilhante por causa da sua própria saliva e do ruivo juntas. Enojou-se, porém discordou ao lembrar daquela maravilhosa sensação, aquilo nunca seria algo para passar mal literalmente. Ligou a torneira e Jogou água em seu rosto quente, na tentativa de abaixar toda aquela temperatura alta e a vermelhidão. Vendo a água escorrer por seu rosto, seguiu com os próprios olhos a trilha de uma das gotas, que escorrera por sua bochecha até a volta de seu queixo. Arregalou os olhos ao ver aquelas marcas imensas e fortes, tão roxas quanto o cabelo de Violette.

— O-o que ? -Indagou a si mesma, assustada e não acreditando que aquilo estava mesmo ali. Deu três passos para trás sentindo que iria perder o controle começaria a gritar loucamente até não restar voz. Ela está se sentindo como um objeto, mesmo sem motivo algum. Se julgou por gostar daquilo de alguma forma durante todo aquele fogo corporal, mas agora, vendo o resultado daquele desafio miserável, até se sente culpada por não ter feito algo para impedi-lo.

Jogou seus cabelos para trás e se aproximou com medo do espelho, erguendo a cabeça o máximo que podia e contornou todo seu pescoço. Oh se seus pais um dia vissem isso.. Ela estaria na roça. Passou a mão por cima daquelas espécies de "feridas" e sentiu uma ardência incontrolável tanto em seus dedos quanto em sua pele. Nervosa e sentindo seu corpo estremecer com o calor. Desceu suas mãos delicadamente até sua cintura, a qual ardia feito fogo e ergueu sua blusa, se olhando no espelho, foi refletido a vermelhidão. — Onde os dedos de Castiel foram entrelaçados e forçados a apertar a pele de fina e quase pálida de Bela —.

Engoliu a saliva com força e abaixou a cabeça, olhando para o chão. Ela ainda não estava acreditando em nada que acabara de acontecer. Em nenhum momento sequer seu coração parou de bater agitado, e isso já estava fazendo a menina gelar e causar milhares de arrepios. Se perguntava como deixou isso acontecer, talvez fosse por sua fraqueza ou por conta do momento que não deixou-a raciocinar direito. Respirou fundo na tentativa de manter a calma, segurou suas mãos fortemente tentando controlar sua tremedeira. Tentou regular sua respiração e com muito custo voltou a soar normal. Passou os dois dedos em suas têmporas em movimentos circulares enquanto fechava os olhos, para ela uma péssima decisão, pois só foi fechar os olhos e dar lhe a cara com a grande imensidão escura, lembrou-se de todas as sensações que sentiu dentro daquele armário. A vontade; o desejo; o gosto; a loucura; lucidez; as borboletas no estômago; Frio na barriga; coração acelerado; o calor do armário quente e abafado, juntamente com o barulho de suas respirações; o molhado de língua de Castiel sendo arrastada pelas laterais de seu pescoço e ombro; arrepios. Esse sentimento.. ela nunca sentiu algo desse jeito nem mesmo com Viktor. Bela balança a cabeça para os lados rapidamente tentando esquecer e respirou fundo. Tomou coragem para sair daquele banheiro de cabeça erguida. Com a mão ainda tremendo, jogou os cabelos para frente, cobrindo aquelas marcas e com a outra destrancou a porta decidia. Saindo daquele lugar, escutou risos vindo da cozinha e com muita coragem, caminhou até lá.

— HaHaHa! Eu não estou acreditando que você passou um trote para a senhorita Shermanskay HaHaHa -Priya ria apontando para Armin.

— Eu sei HaHaHa! Fui incrível HaHa. Tipo assim.. “Olá senhora, acho que o colar que você perdeu semana passada ficou preso no meio de seus peitos caídos, vê se ele está pendurado no seu joelhos". HaHaHaHa!! -Armin fala e todos gargalham alto.

— HaHa. Bela! Senta aqui do meu lado! Já vou servir as Pizzas! Aí eu te conto o que perdeu. -Rosa fala animada, porém ninguém da muita atenção por causa das risadas.

Timidamente, a morena caminha até o local mandado por Rosa e senta ao seu lado. Sem nem sentar direito, a platinada agarra o ombro de Bela para que elas ficassem mais próximas.

— Olha.. escuta.. Eu tentei falar com aquele idiota para te pedir desculpas.. Mas ele disse que não liga. E agora eu mesma sabendo disso, quero que você me conte tudo!.. Mas é claro... Se quiser contar né. -A amiga de Bela cochicha em seu ouvido, o que a fez corar levemente.

— V-vou pensar.. -Responde Bela.

— Está bem. Agora eu vou colocar o lanche na mesa. Se prepare porque vamos todos assistir um filme bem legal! Todo mundo concordou.

— Aé? Qual é o filme? -perguntou Bela sorrindo tentando esquecer do que acabou de acontecer.

— Divergentes, ou melhor, a Saga completa.

— Já ouvi falar, acho que vou gostar.

— Ótimo então! -Rosalya sorri.

— Você quer… que eu estoure a pipoca ? -Indaga a morena tentando ser educada.

— Que simpático da sua parte, mas não precisa. Agora deixa eu servir esse bando de mortos de fome. E como essa é a primeira vez que você vem em casa vou te dar o primeiro pedaço! -A platinada diz batendo palminhas.

— Não, não. Eu não sou de comer muito. -Fala Bela e na hora Armin vira a cabeça.

— Você? HaHaHa. Se você não é de comer, imagine se fosse.

Narradora Off

Castiel On

Estávamos todos nós conversando depois das pizzas chegarem. Perdi muita coisa naquele tempo trancado no armário.. Mas nada que faça eu me arrepender de ter aceitado aquele desafio. Não vou negar que gostei do que aconteceu, principalmente da reação daquela garota. No começo até pensei em não cumprir esse tal desafio, mas alguma coisa em minha mente disse diferente e não resisti. Quando tomei a iniciativa, notei que Bela estava muito nervosa, mas depois que parti para cima, ela se tornou uma pessoa completamente diferente. Isso me satisfez.. E muito. Não vejo a hora de tentar repetir a dose. Até me surpreendi ao saber que ela nunca tinha beijado alguém, para uma garota como ela, eu achava que tinha o mundo inteiro em seus pés e só se fazia de santa para atrair homens, mas depois percebi que ela realmente não havia beijado ninguém pelo jeito que ficou com a boca parada, mas também confesso que depois de alguns míseros segundos, ela se ousou mais. Eu gosto disso. Se não fosse pela "Boa amiga" Rosalya, garanto que não pararia por aí. Não sei o que há com minha cabeça, mas não dá para ignorar, é algo inexplicável. Mas eu não ligo. O bom é aproveitar enquanto posso, da última vez que me apaixonei me arrependi, não aproveitei, não fiz nada, não era à toa que aquela vadia nunca passou além dos "beijos" comigo. Fui um iludido, cego. Mas agora vai ser diferente. Vai ser ao contrário. Pelo menos é o que pretendo.

Castiel Off

Narradora On.

Entre milhares de pensamentos escondidos na mente do garoto, apenas um saia da boca para fora: Risadas. As tais para participar da conversa alheira que nem lhe chamava atenção de verdade, e sim, o mal estar de Bela após Rosalya ter levantado e deixado a garota sozinha perto do balcão. Ele ria ainda baixo em sua mente. Pobre Bela, tão vergonhosa. Com as penas lisas e macias que ele tocou cruzadas, as mãos sobre as mesmas e com a cabeça baixa, seus cabelos longos e castanhos quase dourados caídos sobre seu rosto e suas bochechas rosadas, ouvindo Armin falando que ela devorou uma bandeja enorme de lanche ontem. Tão vergonhosa. Castiel Sorriu ao lembrar novamente daquele Beijo e como ela deve ter ficado depois daquilo.

— Está servido! -Rosalya diz entrando na cozinha com Lysandre, ambos com duas caixas de pizza em mãos.

— Aaaeeeee!!! -Todos gritam felizes e se aproximam da mesa.

— Temos pizza de Queijo, calabresa, Frango com catupiry e milho, e uma de chocolate com coco! Só para a entrada dos doces!. -Rosa fala com os olhos brilhando e abrindo as tampas. O aroma delicioso da comida inundou as narinas de todos ali presentes que passaram a atacar a pizza sem mais nem menos.

Timidamente, com a barriga além de gelada e vazia, Bela pega um pedaço da de chocolate, Bela adora doces. Nunca que ela havia comido pizza doce, então essa seria outra nova experiência do dia: provar outra coisa doce. Não demorou muito para Bela acabar devorando o pedaço e ir atacar os outros sabores sem se importar se é doce ou salgado, ou se alguém a notava. O importante é que não está dando atenção para sua volta ou para seus pensamentos.

— Alguém quer refrigerante? -Íris fala colocando a garrafa de vidro sobre a mesa.

— Refrigerante? É sério? Não tem ao menos um ponche ou algo para esquentar? -Castiel diz cruzando os braços e jogando a borda queimada de uma das pizzas no prato.

— Esquentar?.. Bem.. Tem seu fogo no rabo. Mas também temos café, se quiser eu esquento e deixo bem quente. -A platinada fala e todos riem.

— Ha. Ha. Ha. Muito engraçada você. Mas é sério, temos que animar ainda mais isso aqui. -O ruivo diz dando de ombro. Se perguntava quantos anos Rosalya tinha que não podia ter ao menos alguma bebida alcoólica não muito forte para dar um animo geral.

— Castiel, já parou para pensar que isso não é uma boate para socar bebida alcoólica em nossas gargantas?.

— É claro que sim. -Ele reponde pegando outro pedaço de pizza

— Pois então, se você sabe, então porque veio ? -Indaga Rosa.

— Tenho meus motivos…

Recolhendo a tensão do ambiente, Bela levantou discretamente, evitando qualquer olhar a ela e foi para trás do balcão, onde poderia ficar um pouco mais longe daquela “Discussão”, ou melhor, bate boca. Ela não via a importância de beber algo desse tipo, aliás, todos ali presentes tinham mais de dezoito anos, mas também não achava legal beberem muito. Ali, escondida, escutava gargalhadas e indiretas de Rosalya e Castiel. Como poderiam ser tão infantis ao chegar em um ponto de brigar por um motivo tão bobo. ??.

— Tá, eu já entendi. Desisto. -Castiel diz aceitando o copo de refrigerante que seu amigo Lysandre lhe oferecia.

— Grata.

[. . .]

Após todos comerem e ficarem cheios, se dirigiram a grande e charmosa sala de Rosalya. Ainda riam e comentavam sobre desafios, como por exemplo: O desafio da Iris e do Lys, que tiveram que recitar um poema com a boca cheia de marshmallows, os trotes que Armin passou para a escola, o selinho muito rápido entre Violette e Alexy, o vídeo do Kentin dançando postado na Internet e a Rosalya e Priya, que correram pela rua toda afirmando que estavam sendo perseguidas por demônios invisíveis. Nenhum deles comparados com o de Bela e Castiel, os dois crêem que foi o “Pior” de todos; não pior no sentido ruim e impossível, mas pelo fato de serem opostos e não terem nenhum laço envolvido. Nesse exato momento, todos estão comendo pipocas enquanto assistem o filme indicado pela dona da casa. Finalmente Bela conseguiu afastar-se dos pensamentos impuros e do que aconteceu algumas horas atrás e dos mal olhares de Castiel. Ficou até surpresa por ninguém além de Rosa quisera saber sobre o que rolou dentro do armário. 

Os olhos de Bela eram vidrados na televisão, o brilho da grande TV de plasma não nada era comparado ao brilho natural de seus olhos bicolores, tão encantadores e vibrantes. Lutava contra si mesma para manter os olhos abertos e dispostos, porém o sono era mais forte, e pouco a pouco, perto do final do filme, não resistiu e acabou dormindo no braço do sofá, não só ela, mas também Melody, Kentin e Violette. O silêncio da sala era até bom, tirando o ronco do garoto de cabelos castanhos, mas fora isso, era confortável estar ali. Algumas pessoas tiveram que ir embora por causa do trabalho, como Íris e Priya, o que deixou a casa um pouco mais vazia.

— C-castiel HaHa.. -Armin cochicha dando alguns tapas no ombro do ruivo que prestava atenção no filme.

— O que ?

— O-olha ali. -O moreno de olhos azuis aponta para Alexy, que estava com um spray de shantilly nas mãos e enchia no rosto de Melody.

— Caralho mano.. Vocês não prestam HaHa. -Castiel fala segurando a risada e imaginando a reação da menina quando acordar.

Rolou os olhos para ver todos a sua volta e se deparou com a menina que beijara mais cedo, dormindo encolhida na poltrona de couro. Arqueou a sobrancelha enquanto fitava pela nona vez nesta noite o corpo de Bela. Um dos desejos dele era saber o que se passava na cabeça daquela garota, que depois de seus beijos e chupões, não olhou em nenhum momento para seu rosto. Já nem lembrava mais do ato de carinho que ele havia feito a ela, como o Abraço e a carona, pois virou apenas uma mera coisas que sumiria depois de alguns simples dias. O ruivo jogou os cabelos para trás lambendo os lábios enquanto lembrava daquele Beijo tão excitante, não via a hora de repetir o ato, mas Castiel age como uma cobra, sempre esperando a melhor hora para dar o bote. Enquanto admirava a garota dormindo, nem deu ouvidos ou percebeu que Rosalya estava chamando todos para se vestirem para dormir direito, saindo todos da sala.

— Vem logo Castiel! -Rosa cochicha na porta do cômodo.

— Tá tá. Já estou indo.. Só deixa eu ver os créditos. -Ele mente enquanto mexia no seu bolso- Eu vou fumar lá fora daqui a pouco.

— … Você é estranho garoto. Quem é que lê os créditos? -A platinada diz negando com a cabeça e virando de costas para o corredor, deixando-o sozinho com as pessoas que dormiam.

Revirou os olhos estressado. Para ele a festa precisava ser mais animada do que aquilo, com algo mais convidativo e que faça todos sentirem vontade que a noite não acabe. Mas infelizmente, as festas de Rosa nunca foram deste tipo. Esperou alguns segundos, parado, em branco, apenas escutando os ruídos da casa. Por fim levantou se espreguiçando. Enquanto jogava os braços para trás, esticando-os, rolou os olhos para o lado, olhando novamente para a morena. Sorriu malicioso imaginando aquela cena do armário se repetindo várias e várias vezes. Ele não é nenhum pervertido sem educação, mas nessa situação, não irá negar sua vontade de acorda-la como nos filmes da Disney. Sem nem perceber direito, estava de joelhos frente a frente do rosto de Bela, que dormia tranquilamente como uma flor da noite, embrulhada nas próprias pétalas. Som, nenhum som vinha dali, nem de Ronco, nariz tampado ou de respiração aguçada. Ainda com aquele sorriso brilhante e malicioso estampado em sua cara, esticou a mão até o rosto de Bela, descendo os dedos até seu pescoço, onde jogou os fios de seus cabelos para o lado e deixou os grandes marcas de hematomas amostra. “Acho que eu exagerei”, pensou rindo baixo. Aproximou seu rosto do dela, levando a ponta de seu nariz e cheirando-a, um cheiro tão doce e meigo, um cheiro que parecia tão inocente como perfume de bebê, mas também forte e contagiante como a mais grande e vibrante Rosa vermelha. Com a cabeça nas nuvens, desceu com a ponta do seu dedo indicador do pescoço da menina, passando por seu busto coberto com a regata preta até a cintura. Se perguntava se os apertões que ele lhe dera nos quadris de Bela ficaram marcas. Olhou para os lados da sala e voltou a sorrir vendo que não havia mais ninguém ali presente, erguendo a borda da blusa. Se espantou ao ver o contorno de seus dedos sobre a marca roxa da cintura da garota. Nem passou por sua cabeça que foi tão bruto em relação ao primeiro beijo da menina. Mas ele não liga. Abaixou novamente a blusa quando notou o que estava fazendo. Um pouco doentio não é?

"Mas, o que olhos de Bela não vêem, o coração não sente". Balançou a cabeça e se levantou antes que alguém pudesse ve-lo fazendo esse ato perverso. Isso poderia causar sérios danos e confusões. Decidido, deixou a garota lá sozinha, saindo para a varanda da casa de Rosalya, sentando em uma cadeira velha de balanço e ascendendo um cigarro para relaxar. Tragando cada vez mais, soprava a fumaça juntamente com a briza dos ventos. A noite está sendo clara e cheia de estrelas, os grilos fazem de seu som uma melodia nova com o das águas caindo da pequena fonte de água do jardim.

“Apesar de tudo foi.. interessante ter vindo para cá”, Castiel pensou dando uma tragada em seu cigarro em meio de um sorriso contagiante. Estava se achando um abusado, pervertido e um embuste. Não só pelo o que ele fez na sala, mas também no armário. Porém bem.. Segundo Castiel, se ela não reclamou daquilo, ele não foi um abusado. Se Bela não reclamou dessa vez, que foi algo muito "forte" para um primeiro beijo, da próxima então nem ficará surpresa.