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História Esposo de Mentirinha - Crianças são as piores pestes do mundo


Escrita por: Yaoishi

Notas do Autor


tuts tuts tuts ~

Capítulo 4 - Crianças são as piores pestes do mundo


Fanfic / Fanfiction Esposo de Mentirinha - Crianças são as piores pestes do mundo

— Kacchan?

Izuku precisava de respostas e chegar naquele ponto de mentira era quase surreal. Katsuki permaneceu quieto, o que fez o menor abaixar a música que tocava no carro.

Estavam finalmente fora dos olhares felizes e empolgados dos pais do loiro e era como se ele nem estivesse preocupado com a situação.

— Kacchan, pelo amor de deus, que ideia foi aquela?  

— Me deixe pensar um minuto, merda

Ele parou no farol vermelho, a lua já brilhava e nem tinha percebido o quão tarde era.  

— Pensar? No que estava pensando naquela hora? – disse, completamente exaltado.  

— Apenas cale a porra da boca e me deixe pensar!

Izuku se calou incomodado, mas não disse mais coisas, na verdade não adiantava discutir agora que a merda já estava feita.

— Só não demore, seus pais pareciam empolgados com a ideia de serem avos – balbuciou não disfarçando o tom descontente.

Escorou no vidro ainda perturbado com o assunto e logo se aconchegou no silêncio do carro.

Os pais de Katsuki moravam no interior, portanto seria uma longa estrada até que chegassem em casa. Deixou que o cansaço do dia pesasse com o sono e fechou os olhos para que pelo menos cochilasse.

— Ei.

Sacolejou o ombro de Izuku que dormia torto no banco do carona.

Ele remexeu e lentamente abriu os olhos, encarou a frente do carro e reparou na garagem de sua casa. Olhou o loiro ao seu lado e sorriu logo após um bocejo cansado.  

—  Agradeço por me trazer em casa. – abriu a porta do carro, descendo em seguida. – Nos vemos segunda.

Katsuki esperou ele bater a porta.

— Ei, idiota. – Izuku se abaixou para ver Katsuki pela janela. – Suas chaves.

Jogou com força na testa do amigo que gemeu pela dor exagerada e riu, engatando a marcha para o carro dar partida.

Como poderia resumir aquele dia? Bem louco, talvez.

Não sabia de onde tinha surgido a ideia de um filho, mas precisava muito de um tempo para pensar. Não tinha a menor ideia de onde arranjaria uma criança sem mais nem menos e de forma tão rápida.

Suspirou cansado, precisava de um banho, de preferência um longo que apagasse suas memórias. 

Parou no farol e assim que permitido virou a esquina, agradecia por morar tão perto do amigo verde. Estacionou e desligou o rádio que tinha sido colocado no mudo, abriu a porta e um barulho muito familiar o chamou a atenção o fazendo virar para o banco do acompanhante. 

O celular de Izuku brilhava no chão do carro para logo apagar, ele nem deveria tê-lo visto cair.

Katsuki pegou o aparelho e apertou o botão de ligar, a foto fofa de um animalzinho de estimação que ele nem tinha reluzia enquanto aparecia mensagens na barra de notificações. O celular vibrou mais uma vez e Katsuki percebeu o nome “Prima” logo acima ao lado de um emote de gato. 

“Izuku, desculpa! Mil perdões! Não vou conseguir levar as crianças para sua casa como prometi, tem como você vir até a pizzaria Família amanhã as 8h? Por favor! Explico melhor quando puder.”

— Prima? – Katsuki ponderou enquanto tentava lembrar de onde reconhecia o nome. – Ah, a viciada em gatos...

Deligou a tela e colocou o celular no bolso, amanhã cedo levaria para o amigo, parecia importante.

Trancou o carro e travou no caminho, pegou o aparelho de novo e examinou mais uma vez a mensagem. 

“... não vou conseguir levar as crianças para...”

O sorriso no rosto cresceu.

Crianças! Era disso que precisava, nunca amou tanto o destino como aquele maldito dia.

Respondeu imaginando como Deku responderia e desligou mais uma vez o celular o sentindo vibrar nem 2 minutos depois. 

“Obrigada! Juro que te recompenso depois!”

E vários emotes seguidos fizeram Katsuki revirar o estômago, mas nada grande o suficiente para atrapalhar sua excitação. 

Na manhã seguinte, Katsuki nem precisou de despertador, tomou seu café e não demorou a sair ainda empolgado internamente com a situação favorável que estava tendo.

Ligou o carro e teve uma ideia rasa de onde era a pizzaria, se lembrava também de uma vez ter visto a prima do amigo, porém não se lembrava de ter qualquer tipo de comunicação com ela. Aquela seria a primeira vez e ele basicamente roubaria seus filhos, é, não parecia assim tão ruim em sua cabeça, ela nem estaria presente, então não seria um roubo, mas um furto, enfim não ligava. 

Estacionou frente ao lugar e desceu logo entrando e chamando atenção pelo sino da porta. Passou os olhos pelo recinto e encontrou uma morena de costas mais duas crianças sentadas em uma mesa redonda mais ao fundo. 

— Eri, meu amor, você tem que comer algo. Não está com fome? Você não comeu nada ontem à noite – disse baixo, mas cuidadosa na voz.  

— Eu quero o papa – retrucou baixo, fazendo um bico choroso nos lábios ao apertar a barra do vestido branco. 

— Já conversamos sobre isso, meu amor...

— Aquele velho idiota – berrou o garotinho de boné, porém logo foi repreendido pela mais velha. – Hunpf!

Virou a cara ignorando a mulher, ela apenas suspirou cansada. 

— Vamos, comam logo. Izuku logo virá buscar vocês.

Encarou o relógio, estranhando já ter passado do horário e o esverdeado não ter aparecido. 

— Olá.

Katsuki se aproximou sem muita pressa chamando a atenção dos três.

Mandalay nem conseguiu disfarçar a careta que fez ao não o reconhecer de primeira, logo abriu um sorriso ao perceber quem era. 

— Kacchan! – Levantou-se para cumprimentá-lo. – Há quanto tempo! Como vai? Onde está Izuku, veio com ele?

Procurou em seus lados, porém não viu nenhum cabelo verde por perto. 

— Não me chame de Kacchan, sua viciada em gatos – reclamou colocando as mãos nos bolsos da calça folgada. – Deku me pediu para que viesse buscar seus pestinhas, ele está um pouco ocupado. 

Mandalay sorriu aliviada. 

— Não sei como agradecer! – Olhou mais uma vez o relógio. – Crianças, fiquem com o tio Kacchan, ok? Ele vai cuidar de vocês por agora. Mamãe está indo, até mais tarde.

Deu um beijo no topo da cabeça dos dois e rumou a saída, ela parecia um pouco alvoroçada e Katsuki só agradeceu quando não a viu mais. 

— Qual sua relação com o Izuku? – Kota perguntou e Katsuki o encarou, o garotinho parecia irritado com alguma coisa que nem ele sabia. 

— Sou chefe dele, algum problema? – Apoiou os cotovelos na mesa ao se sentar. 

— Hunpf.

Fez bico voltando a comer sua pizza.

Alguma coisa dentro de si dizia que já tinha visto aquele loiro em algum lugar, só não se lembrava muito bem, por isso simplesmente ignorou a curiosidade sobre ele.

O velho não parecia tão ruim afinal. 

Katsuki, por outro lado, se lembrava do garoto, mas nada em sua memória o avisava sobre a garotinha quietinha sobre a cadeira. A comida ainda estava intocada e isso não impressionou o loiro, não sabia quem em sã consciência dava pizza de café da manhã para crianças. 

 — Pare de encarar ela, parece um velho tarado de meia idade – Kota disse comendo, o loiro apenas rosnou em resposta incomodado com a comparação. – Você não me dá medo, eu sou uma criança, não pode fazer nada contra mim.

Mostrou a língua e Katsuki restringiu a vontade de pegar aquele moleque e dar umas belas palmadas na bunda como sua mãe fazia quando era pequeno. 

Não que tivesse resultado em alguma coisa. 

— Comam logo – disse apenas tentando usar da pouca paciência que tinha. – Não vai comer? – perguntou para a pequena que balançou a cabeça em negação. – Faça o que quiser – Kota pegou o último pedaço da bandeja. – Preciso perguntar uma coisa a vocês. – As crianças o olharam, Kota curioso e Eri tímida, porém compartilhando da mesma curiosidade. – Preciso que finjam ser meus filhos por algumas semanas. 

O silêncio reinou por dois segundos até o garoto pronunciar incrédulo o comentário. 

— Quem iria querer ser seu filho? Você parece ser muito chato, eu recuso.

Cruzou os braços incomodado e Katsuki sentiu um tique de nervosismo o possuir, aquele garoto estava pedindo para ser odiado. 

— Você parece estar no mesmo caminho, pestinha – sorriu cínico Katsuki observando Kota abrir a boca chocado com a resposta que não esperava.

Respirou e recostou na cadeira de madeira.

— Peçam o que quiser, claro que não será de graça. 

Kota sorriu como um mafioso chegando na cláusula certa.

— Quero ir para o Havaí. – Se aconchegou na mesa empolgado com a imaginação que surgiu com a praia. – Lá a gente consegue nadar com os golfinhos. Eu vi na televisão! – Seus olhos brilhavam. – Izuku disse que já foi para lá, é verdade? 

— Sim, mas não pretendo ir de novo. Escolha outra coisa – respondeu, deixando o garoto emburrado mais uma vez. – Que tal um console mais jogos? 

— Mais uma televisão só para mim. – Sorriu sabendo que ganharia o que queria ao apertar a mão do loiro. 

Katsuki encarou a mais nova que continuava quietinha em seu cantinho. 

— E você, menina? Não vai querer nada? 

— Eu quero ver o papa – balbuciou, segurando o choro. 

— Onde está seu pai? 

— Ele morreu algumas semanas atrás – Kota quem respondeu, melancólico e sugando lentamente seu refrigerante pelo canudo.

Katsuki travou por um momento. 

— Eu sinto muito – foi sincero ao dizer e encarou a pequena mais uma vez. 

— Aquele velho idiota.

O garoto balbuciou como quem não fosse sentimental, porém para quem olhasse percebia que ele estava prestes a chorar. Já Eri que permanecia quieta até então, começou a dar soquinhos no irmão mais velho para que ele se arrependesse do que havia dito. 

— Ei, ei – Katsuki interveio. – Eu realmente sinto muito, mas não posso realizar esse seu desejo, pequena. – Apoiou novamente na mesa quando Kota encarou irritado a irmã mais nova. – Não pode ser outra coisa? 

Eri corou e demorou um pouco para responder. 

— Um... um urso gigante... papa me prometeu um – disse e encarou o loiro que sorriu satisfeito. 

— Bem, isso eu já posso providenciar. – Eri sorriu pela primeira vez empolgada. – Terminem de comer e vamos.

Kota voltou a comer o restante de sua comida enquanto Eri nem sequer olhou para o prato.

— Se não comer, eu não lhe dou o urso – disse convincente.

Ela fez uma careta e relutantemente começou a comer.

— Qual a idade de vocês, e os nomes? 

— Veio roubar a gente e nem sabe quem somos? – Kota retrucou lambendo os lábios  pela pizza. 

 — Quem disse que eu vim roubar vocês? – brigou não entendendo aquele garoto.

— Izuku nunca está ocupado para nós. Ele nunca se atrasa! Você mentiu, velhote – retrucou, mostrando a língua e Katsuki quase arranca aquilo na base do ódio.

— Eri... ele é o Kou – a garotinha respondeu com a boca toda suja, interrompendo a conexão mortal dos dois.

— Kota – corrigiu a irmã pegando um guardanapo e limpando a boca dela de forma desajeitada. – Só ela me chama assim – bufou corado. – Eu tenho 8 e ela 5.

— Eu sou Katsuki, o pai de mentira de vocês, Izuku será o outro. – Cruzou os braços quase que orgulhoso de sua ideia.

— Izuku? – Se assustou boquiaberto. – Você não é chefe dele?

— Sou, ele também está fingindo assim como vocês. Isso tudo é só uma fachada para os meus pais, não se acostumem.

Kota ponderou, pensou e encarou o loiro fazendo uma careta.

— Você é idiota?

 

 

Izuku estava com os nervos à flor da pele.

Já era pra Mandalay ter aparecido e deixado as crianças em sua casa há mais de uma hora, mas nada da mulher e como Izuku tinha esquecido o celular ele não sabia onde, não tinha como se comunicar.

Maldita hora que resolveu não ter telefone fixo.

Já estava ficando doido.

O combinado era ele ficar o dia com as crianças para que a mulher pudesse tratar de alguns assuntos importantes sobre a morte do marido Talvez ela tivesse cancelado e mandado mensagem, mas como estava sem o celular só conseguia pressupor as coisas. Estava para fazer um buraco no chão de tanto andar em círculos.

A campainha tocou e a porta no mesmo minuto abriu, Izuku estranhou.

— Kacchan? – falou confuso, mas ao ver as crianças o suspiro de alívio veio alto. – Eri! Kota! Que bom finalmente vê-los, já estava começando a ficar preocupado...

Abraçou os pequenos tão apertado que eles gemeram de dor.

— Você esqueceu ontem.

Encarou o loiro que tinha um sorriso muito suspeito no rosto. Izuku pegou o aparelho jogado em seu colo e em seguida olhou para as crianças.

— O que faz com eles? Ah, e obrigado – agradeceu a devolução do aparelho, mas desconfiava fielmente de que estava tudo bem.

— Sua prima mandou mensagem ontem à noite, apenas fui buscá-los. Ela disse que explicaria depois o porquê de não conseguir trazê-los aqui.

— Hum... – Izuku murmurou não conseguindo manter a postura séria. – Kacchan, o que aprontou?

Se abaixou afagando os cabelos macios de Eri, ela apenas o abraçou para ir para seus braços.

Katsuki sorriu largo e com os dentes perfeitos a mostra.

— Te apresento nossos novos filhos. 


Notas Finais


tuts tuts tuts~


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