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História Estações - Muitas perguntas, poucas respostas


Escrita por: acender

Notas do Autor


agora sim, é um capítulo de verdade, shauhsuahsua 💖💖💖💖💖

Capítulo 4 - Muitas perguntas, poucas respostas


Fanfic / Fanfiction Estações - Muitas perguntas, poucas respostas

Quando chegamos, a primeira coisa que achamos melhor fazer, foi terminar de colocar a casa em ordem novamente. Apesar de cansativo, acabou sendo divertido, pois Yoongi não perdia a oportunidade de soltar piadas, e eu gostei de ficar conversando sobre alguns assuntos com o mesmo.

— Seus pais sabem que a festa aconteceu? - pergunto, enquanto entregava os talheres que lavava para ele secar. — Você parece tão tranquilo.

Ouço uma risada de sua parte, e em seguida, a resposta.

— Eu moro sozinho, Jieun - diz. — Na verdade, a casa é dos meus pais. Eles me deram só enquanto não termino de cursar a faculdade - dá uma pausa. — Depois do fim da guerra da Coréia, foi difícil conseguir uma vaga.

Era surreal o fato de seus pais serem, na minha época, os tataravós da família paterna. Isso sem contar com o fato de que há três anos, o país estava sendo invadido violentamente. Talvez seja um pouco difícil de acreditar.

Limpo a garganta, disfarçando.

— Não se sente sozinho? - vou levando as pequenas tigelas brancas em sua direção. — Quer dizer, para uma casa razoavelmente grande, uma pessoa ocupando é pouco.

— Mesmo assim, eu acho bom. Tenho as coisas apenas para mim, pelo menos - balança os ombros, fazendo-me rir fraco. — Aliás, você não se sente incomodada pelo fato de te acharem estranha, só por ser vestir de forma diferente?

Paro para refletir por alguns segundos.

— Admito que sim, mesmo tendo dado aquela resposta à menina.

Seguro a vontade de rir ao lembrar da cena.

— Realmente, ter o cabelo pintado de azul não é comum de ser visto - responde risonho. — E foi isso que me chamou atenção em você.

— Meu cabelo te deixou atraído? - brinco, dando-lhe um leve empurrão com o cotovelo.

— Não. Foi o fato de você se comportar de uma outra forma - cesso minha risada. — Estamos em uma época onde tudo é tão padronizado, que acabo achando chato.

Mas tal realidade não mudou tanto. Penso, enquanto terminava de esfregar as louças finais.

— Por motivos como esse que escolhi um tema americano para festa - ele continua. — Gosto do fato da América, em geral, ter culturas mais diversificadas e interessantes.

Encaro-o desconfiada. 

— Você não tem cara de quem lê sobre.

— Nós ainda mal nos conhecemos, gatinha. 

ノ*:・゚✧

Deitados sobre a curta grama do jardim, que ficava nos fundos da casa, nos distraímos com o céu estrelado da madrugada, enquanto, mais uma vez, jogávamos fora assuntos aleatórios. Quando deixávamos que o silêncio reinasse, parava para pensar nas coisas que vivenciei até agora. Ao mesmo tempo que achava incrível, era assustador. Em alguns momentos, ainda sou capaz de sentir falta da minha rotina moderna.

— Como você acha que as pessoas serão no futuro? - ele de repente pergunta, fazendo com que virasse minha cabeça em sua direção.

Eu sou um exemplo, Yoongi.

Fico alguns instantes quieta, porém, para não deixá-lo no vácuo, respondo:

— Nunca parei para pensar nisso. E você?

— Também não. Só perguntei por curiosidade - responde, e eu volto minha atenção às estrelas.

— Qual foi a sensação que sentiu, quando a guerra no país estourou? - insisto em tocar nesse ponto, antes que ficássemos num total silêncio.

Ele suspira, apoiando a cabeça em um dos braços. 

— Eu tinha dezoito anos, e ainda estava terminando o ensino médio - diz calmo. — Mas como não lia jornais ou ouvia rádios, só fui saber da notícia uma semana depois, quando meu pai foi selecionado para prestar serviço. Minha família ficou tão desesperada, que hoje me divirto ao lembrar - ele ri, e eu o acompanho. — Devido aos conflitos, minha escola entrou em greve por cerca de cinco meses, e consequentemente, acabei atrasando bastante nos estudos.

Conforme falava, minha imaginação montava um cenário, e eu, mais uma vez, encontrava-me impressionada.

— Pude finalizá-los, então, completando vinte e um, e após um ano, que no caso é o atual, consegui entrar para faculdade - ele me encara. — Mas por que está perguntando, se você também passou por isso? - questiona ingênuo, pegando-me de surpresa.

— A-ah, eu queria saber sobre o seu ponto de vista - dou um pequeno sorriso, torcendo para que a desculpa o convencesse. — Mas enfim, mudando de assunto… -

— Você, por acaso, fugiu de casa? - ele me interrompe, mas acaba dando uma certa continuidade à minha frase.

Estalo a língua no céu da boca, pois suas perguntas sempre me deixam encurralada.

Por fim, acho melhor mentir.

— Sim - suspiro fraco, logo sentindo um peso na consciência. — Aquele lugar estava me prejudicando cada vez mais.

Yoongi começa a gargalhar assim que termino de falar, e eu arqueio uma sobrancelha, acabando me divertindo com o som de sua risada e o inesperado comportamento.

— Desculpa, às vezes eu não consigo te levar a sério - diz, após ter se recomposto.

— Não me chame de estranha novamente - respondo risonha, empurrando seu ombro.

— Eu olhei rápido para seu cabelo e imaginei um algodão doce.

Reviro os olhos. Deveria esperar que fosse por isso. 

Ya, qual é o problema do meu azul?! O seu também é pintado - rebato, apontando para seus fios loiros.

Ele fica quieto por alguns instantes, e depois resolve se sentar, ainda ao meu lado, ofuscando a luz da Lua em minha direção. Como meus olhos estavam acostumados, preciso fechá-los rápido, para depois poder voltar ao normal.

— Acho que você fica bonita de qualquer forma, Jieun - dobra dos joelhos, e em seguida, envolve seus braços nos mesmos. — Mas mudar o visual sempre é bom - vira seu rosto para mim. — Dá para ver que a cor já está bem desbotada. 

Reprimo os lábios, pensando bem em suas palavras. Realmente, faz meses que estou da mesma forma, e admito que venho considerando a ideia de fazer algo diferente nos meus fios. Na verdade, a qualquer momento eu teria que fazê-lo, pois em uma oferta de emprego, infelizmente e com certeza, não iria ser aceita, devido ao meu estilo. Principalmente em um país como o nosso.

Desperto de meus pensamentos, quando, de relance, vejo Yoongi aconchegar-se na grama, outra vez, fechando as pálpebras.

Solto uma risada fraca, assim que reparo no que ele estava prestes a fazer.

— Vai mesmo dormir ao ar livre?

Viro meu corpo, deixando nossos rostos consideravelmente próximos.

— Sim - sussurra, com a metade do rosto escondida na grande gola da blusa que vestia. — Estou com preguiça de levantar, e não é a primeira vez que faço isso.

Por alguma razão, é inevitável sorrir.

— Já que é assim, boa noite, Yoongi.

E então, eu imito o seu gesto, deixando apenas o som produzido pelas corujas quebrarem o silêncio, e com que o sono tomasse conta de meu corpo cansado.

ノ*:・゚✧

O desconforto da posição que estava, foi o motivo para ter despertado, e meu nariz coçando também. Tentei continuar mantendo minhas pálpebras fechadas, entretanto, quando gritos começaram a ocupar o meu campo auditivo, e algumas gotículas de água caíram sobre minha pele, me sentei por impulso, logo podendo sentir uma pontada na cabeça, pelo movimento brusco.

— Jieun! O que você está fazendo aí?! - lentamente, olho para trás, podendo ver meu melhor amigo correr em minha direção. — Vai começar a chover!

Olho em minha volta, e vejo que as coisas encontravam-se em perfeita ordem. O cenário parecia continuar sendo o mesmo, contudo, algum detalhe estava diferente - e muito -. Uma sensação inexplicável, que por sinal, nunca senti, me dominava.

Afinal, eu havia, ou não, sonhado?

Bagunço meus cabelos, tentando entender o que acontecia.

Olho para o céu noturno, e tudo que posso enxergar, são nuvens escuras e meio alaranjadas, sem um indício de estrelas.

— O desafio era para ser feito no porão, e não no jardim da casa! - Yoongi, agora com o cabelo escuro, exclama, ficando frente a frente comigo. — Ficamos vinte minutos te esperando!

— Vinte minutos? - pergunto, um pouco desnorteada. — E-eu estava dormindo aqui?

O moreno ri.

— Você só pode ter bebido - ele diz, e eu fico séria, fazendo-o voltar a ter postura. — Ao que parece, sim.

Fico alguns segundos pensativa, e assim que uma possibilidade rapidamente me vem à cabeça, arregalo os olhos, sentindo meu coração bater mais forte.

— Vamos entrar - Yoongi continua, pegando na minha mão.

— Espera - impeço-o, com o olhar fixo no chão. — Em que ano nós estamos?

— O que deu em você, hein?! - questiona, talvez um pouco irritado. Ao ver que não estava brincando, ouço um suspiro pesado vindo de sua parte. — Dois mil e dezessete, Jieun.

Não sabia se ficava assustada, ou aliviada.

— Aquele armário, no seu porão, está lá desde quando? - ainda interligando alguns fatos mentalmente, insisto em perguntar.

— É da época do meu avô - responde, encarando-me de um jeito desconfiado. — Aquele que eu disse que tinha o mesmo nome que o meu, lembra? 
    


Notas Finais


to nervosa dkkskdkekkdks conseguiram entender direitinho??????

essa Jieun tá mais perdida do que barata tonta, hauahshshja


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