"Amor, olha o que você fez pra mim. Amor, olha o que você me fez agora. Querida, eu nunca irei embora se você continuar me abraçando desse jeito."
Stockholm Syndrome - One direction
18 Fevereiro de 2012; 15h00min
Entrei na minha casa e pousei as malas no sofá, despi a jaqueta e a joguei para o sofá também. Olhei a minha volta e esbocei um pequeno sorriso ao ver que estava finalmente em casa. Procurei o meu celular e o liguei, o mantive desligado todos esses dias, não queria entrar em contacto com ninguém. Percorri a casa abrindo as janelas, para o sol entrar.
Procurei uma roupa confortável e a vesti. Fui no banheiro e fiz um rabo de cavalo bem alto. Regressei á sala e levei minhas malas para o meu quarto, começando a desfazê-las. Ouvi baterem na porta e bufei, indo abrir a porta. No momento em que o meu olhar subiu e eu o vi, o arrependimento tomou conta de mim. Ele estava usando uma camisa preta com os primeiros botões abertos e uma calça de ganga.
- Não vai me convidar para entrar? - Sua voz continuava tão perfeita quanto eu me lembrava. Me afastei da porta e ele entrou, fechando a mesma.
Ele passou por mim e se sentou no sofá, de uma forma descontraída. Eu somente fiquei em pé o observando. Seus olhos percorreram a sala e voltaram para mim, permanecendo assim um longo tempo.
- O que você quer? - Perguntei num tom baixo, encarando seus lindos e traiçoeiros olhos verdes.
- Conversar com você. - Sussurrou. Ele estendeu sua mão na minha direção, hesitantemente peguei na sua mão e ele me puxou para sentar do seu lado no sofá. - Você foi embora sem avisar. - Seu olhar estava fixo em mim e suas palavras estavam carregadas de melancolia. - Nunca retomou minhas ligações... - Trancou a mandíbula e apertou minha mão, que ainda se encontrava agarrada á sua. - O que aconteceu com você, Sel?
- Eu queria ir embora daqui, fugir de tudo isso. - Murmurei e soltei sua mão.
- Fugir de mim. - Corrigiu, crispando os lábios. Assenti, encarando minhas mãos. - Nem da Melissa você aceitou as ligações.
- Não queria falar com ninguém. - Murmurei.
Harry enroscou sua mão nos meus cabelos cacheados e puxou meu rosto para mais perto do seu. Coloquei minha mão na sua perna, impedindo que nossos rostos se aproximassem demais.
- Niall tem perguntado por você. - Sussurrou e eu mostrei desinteresse. - Não há nada que eu precise de saber a cerca de vocês dois? - Perguntou sério, aproximando lentamente seu rosto do meu.
- Não. - Respondi encarando sua boca. - O que você está fazendo? - Perguntei num tom ligeiramente mais baixo, encarando agora seus olhos.
- Tive saudades de você. - Sussurrou, roçando seu nariz na minha bochecha.
- Harry, a gente não namoramos mais. - Me afastei dele mas ele voltou a me puxar para mais perto ainda, aproximando demasiado nossos corpos.
- Eu sei disso.
- Então para de agir como se ainda fossemos intímos!
Harry não respondeu, somente ficou me olhando sério. Seu olhar alternava entre os meus olhos e a minha boca e isso estava me deixando desconfortável. Quando eu notei que ele ia me beijar, desviei o rosto.
- Vai beijar aquela garota. - Falei seca e me levantei bruscamente do sofá. - Pensava que eu voltava e que ia voltar tudo como era antes? Você está muito... Ah! - Gritei de susto quando ele se levantou de repente do sofá e me agarrou pela cintura, me apertando contra o seu corpo.
- Eu não quero aquela garota. Nunca quis. - Falou sem humor algum e me pegou no colo. Mesmo que eu quisesse afastá-lo de mim era difícil pois meu corpo precisa dele, eu preciso dele. - Eu quero você. - Sussurrou e começou andar até se sentar no sofá, comigo no seu colo.
- O que você vê em mim? - Perguntei baixo, colocando meus braços em volta do seu pescoço.
- Eu gosto de você. - Admitiu e desceu um pouco suas mãos as colocando no fundo das minhas costas.
- Harry... - Avisei suspirando e ele beijou minha bochecha carinhosamente, esboçando um pequeno sorriso. - Você está indo pelo caminho errado. - Sussurrei enquanto ele continuava beijando meu pescoço.
- Gosto do que é errado. - Murmurou no meu ouvido.
- Você não pode fazer isso comigo. - Sussurrei manhosa e tentei sair do seu colo mas ele me apertou com mais força contra si, me impedindo de sequer me mover. Encarei seus olhos brilhantes e senti uma pontada no peito lembrando de tudo o que tivemos. - Eu tenho medo. - Abaixei meu olhar e deixei meu cabelo cobrir todo meu rosto.
- Medo do que? - Sussurrou, afastando o cabelo do meu rosto.
- De que você volte a me magoar. - Minha voz quase nem saiu mas eu sei que ele ouviu, pois seus músculos se contrairam assim que terminei a frase.
- Eu não queria te magoar, Selena. E nunca vai voltar acontecer. - Acariciou minha bochecha.
- Mas sempre pode voltar acontecer e eu.. Não tenho mais a confiança que tinha antes com você. - Sussurrei e funguei. Harry paralisou por uns momentos, levantei meu olhar lentamente e encarei seus olhos gélidos e sérios que me encaravam. - Desculpa mas as coisas não vão voltar a ser como antes.
Me levantei do seu colo agilmente e fui até á cozinha pegar um pouco de água. Eu tinha uma enorme vontade de chorar porque no fundo eu o queria para mim de novo como antes mas não quero ser magoada de novo. Só eu sei a dor que ele me causou. É duro imaginar a pessoa que você ama se envolvendo com outra pelas suas costas. Além disso, Harry é a razão por mais de metade dos cortes que eu tenho nos braços. Eu tinha parado mas não resisti, ele me ajuda mas me destroí ao mesmo tempo. É como se ele fosse o meu pior inimigo mas o meu melhor amigo ao mesmo tempo.
Ouvi seus passos entrando na cozinha e coloquei o copo, agora vazio, de água na bancada e me virei de frente para ele. Harry estava com as mãos nos bolsos dianteiros da sua calça preta e me encarava com um olhar quente e perigoso.
- Não gosto que mintam para mim! - Falou num tom grosso e bastante sério. Semicerrei os olhos, sem entender a sua conversa.
- Como assim? - Encostei minha bunda na bancada e cruzei os braços.
- Você sabe muito bem do que estou falando, você não é nenhuma burra Selena. - Deu lentos passos até mim e parou bem na minha frente, me fazendo sentir de novo a sua colónia cara.
- Eu não sei do que está falando. - Falei levemente irritada.
- Tem certeza que não sabe? - Tirou suas mãos dos bolsos da calça e as colocou perto do meu quadril, na bancada, aproximando ainda mais o nosso contacto.
- Não, Harry. Eu não sei. - Revirei os olhos, bufando. Harry levantou uma mão e o seu polegar fez um breve carinho na minha bochecha. Todo o calor que eu estava sentindo se dirigiu para sul enquanto o seu polegar frio acariciava-me.
- Eu posso te lembrar. - Sussurrou, encostando sua boca no meu ouvido. Sua mão percorreu a minha nuca e pegou nos meus cabelos os puxando ligeiramente para trás, me fazendo gemer baixinho. - Você e o Niall numa sala. - Seu tom foi gélado como a noite. Arregalei os olhos.
- Não aconteceu... - Antes que eu terminasse a frase, Harry fletiu seu quadril no meu, me precionando ainda mais contra a bancada.
- Não me minta, porra! - Alterou seu tom de voz e eu arfei, arregalando ainda mais os olhos. - Ele conseguiu o que queria. - Rosnou, puxando mais meus cabelos para trás me obrigando a gemer de novo. - Agora entendi. - Roçou sua boca na minha orelha. Seu tom era frio. - Entendi porque não me quer. - Seu quadril pressionou com mais força no meu, me fazendo remexer desconfortável. - Você é uma vadia. - Rosnou no meu ouvido e eu levantei a mão, lhe dando um tapa na cara.
- Foi a primeira e última vez que me chamou de vadia. - Gritei, correndo da cozinha. Harry veio atrás de mim e me pegou pelo braço, me virando para ele. - Me solta! E nunca mais fale comigo, nunca! - Falei com algumas lágrimas nos olhos.
- Você não tinha o direito que fazer o que fez! - Ele gritou com a sua voz rouca.
- Você fez exatamente o mesmo ou pior! Você não manda em mim, eu beijo quem eu quero, eu fico com quem eu quero e você não tem nada a ver com isso. - Gritei com a voz tremida e as lágrimas começaram descendo. - Eu te odeio. - Soquei seu peito e virei as costas, indo para o meu quarto apressadamente. Fechei a porta com força e me permiti chorar.
Droga, droga, droga! Eu o amo tanto mas o odeio com a mesma intensidade. Eu sabia que iriamos discutir só não sabia que seria por causa do Niall. Como ele descobriu? Impossivel! Harry abriu a porta do quarto com força e com a mesma força a fechou. Rodei sobre os calcanhares para o olhar e vi ele caminhar apressadamente até mim. Ele pegou nos meus braços e me jogou na cama. Me debati, mas isso valia de algo? Não.
- O que você quer de mim? - Gritei, as lágrimas continuavam correndo mas eu não me importava.
- A verdade. - Resmungou e pegou nos meus braços, os prendendo acima da minha cabeça. Suas pernas prenderam as minhas, eu estava imobilizada. - Eu só preciso da verdade. - Sussurrou com uma expressão sofrida.
- Não tenho que dar justificações a você. - Funguei e virei o rosto, ficando a encarar a parede.
- Porra, Selena! - Gritou e eu fechei os olhos com força. - Eu só quero a verdade, quero ouvir da sua boca o que aconteceu. Eu preciso de saber!
- Fizemos o mesmo que a gente costumava fazer. - Murmurei abrindo os olhos lentamente. Sua expressão de raiva e incrédulo era palpável. Não tinha sido exatamente assim, porque não passou somente de beijos e uns amassos.
- Como você foi capaz?! - Me pressionou com força na cama e eu balancei a cabeça, deixando meu cabelo cobrir todo o meu rosto. Continuei encarando a parede branca enquanto as lágrimas continuavam escapando. Harry respirou fundo e saiu de cima de mim, logo depois saiu do quarto batendo com a porta me deixando ali sozinha.
Me deitei de bruços e afundei meu rosto no travesseiro enquanto descontava toda a minha raiva. Ele não tem o direito de me pressionar a contar seja o que for. Ele fez exatamente o mesmo comigo, ele se envolveu sexualmente com uma puta qualquer. Eu não me envolvi sexualmente com Niall, e mesmo se envolvesse não era da conta dele.
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