História Eternal Flame - Love me harder

19 Fevereiro de 2012; 21h08min

Me levantei da cama preguiçosamente e assim que coloquei os pés no chão gelado, um arrepio percorreu todo o meu corpo. Calçei minhas pantufas e apertei mais meu casaco contra mim, enquanto saía do quarto. Abri a porta principal e assim que o vi, meu coração acelerou ao lembrar da discução de ontem. 

- Vai me deixar entrar? - Perguntou com os olhos semicerrados do frio que fazia na rua. 

Me afastei ligeiramente da porta e o deixei entrar. Fechei a porta e andei até ao meu quarto de novo, me sentando dentro das cobertas. Harry entrou no meu quarto e fechou a porta devagar. Ele se descalçou e se sentou do meu lado, logo se cobrindo com as cobertas também. Quando o olhei, ele me encarava com um ligeiro sorriso de lado. 

- O que foi? - Sussurrei e ele se aproximou mais de mim, me fazendo sentir a sua colónia que eu tanto amava. 

- Nada. - Balançou a cabeça e pegou na minha mão, a entrelaçando com a dele.

- O que veio aqui fazer a essa hora?

- Queria estar com você. - Sugou seu lábio inferior, chamando minha atenção para a sua boca vermelha. 

- Não estava com raiva de mim? - Sussurrei me enroscando mais nele. Harry estava quentinho. Seus olhos olharam diretamente nos meus e eu senti meu coração bater mais rápido ainda. 

- Não tenho tempo para ficar com raiva de você. - Sussurrou com a sua voz deliciosamente rouca. 

- Hm.. - Fiz um ruído com a garganta e ele se manteve em silêncio. - Tem falado com Melissa? - Balançou a cabeça negativamente e eu humedeci os lábios. 

- Porque não lhe liga? - Dei de ombros e senti sua mão tocar na minha coxa e logo depois sua mão se moveu para o meio das minhas pernas. O olhei séria. - Você está quentinha. - Murmurou esboçando um sorriso matreiro. 

- Harry, acho que... - Ele colocou o dedo sobre os meus lábios, não me deixando terminar. 

Harry colocou sua perna por cima das minhas e ficou deitado de lado, virado para mim. O olhei e fiquei decorando todos os seus traços perfeitos. Harry parecia um anjo. Seus olhos verdes sempre com misterios, sua boca sempre num tom avermelhado, suas mãos sempre quentes e confortáveis. Ele no início não era assim, Harry mudou muito. Seu rosto lentamente se aproximou do meu e dessa vez eu não fiz nada para o impedir. Assim que nossos lábios se tocaram, gemi baixinho. 

Meu corpo ansiava por mais. Muito mais. Mas não podia, não queria que fosse desse jeito. Harry se deitou em cima de mim e eu cruzei as pernas à volta do seu corpo. Seus lábios se moviam devagar contra os meus. Ele estava saboreando, estava aproveitando o beijo. Mergulhei meus dedos no seu cabelo sedoso e o ouvi fazer um ruído com a garganta. Nos separamos e fiquei encarando seu rosto. Harry esticou a mão e apagou a luz do abajur. 

- Porque apagou a luz? - Sussurrei.

- Assim é melhor. 

- Ai é? - Continuei sussurrando, mesmo não o vendo, senti sua respiração contra a minha. 

- Sim, é. - Murmurou rouco. 

Sua voz era a minha melodia favorita. Nunca iria me cansar de a ouvir. Harry se movimentou lentamente por cima do meu corpo e eu não reagi. Permaneci quieta, sem falar uma única coisa. Harry apoiou as mãos na cama e levantou seu peito de cima do meu. Senti frio quando o seu peito já não estava mais pressionado contra o meu. Senti seus lábios quentes e macios contra a minha bochecha. 

- Não quero pressionar as coisas. - Sussurrou rouco. 

- Também acho. - Minha voz não passou de um mísero sussurro. Harry riu pelo nariz. - Está rindo do quê? - Arqueei uma sobrancelha mesmo ele não me vendo. 

- Nada não. 

Senti ele se remexer por cima de mim e logo senti sua mão na minha cintura. Sua mão adeentrou por dentro da blusa e foi passando lentamente sobre a minha pele até chegar nos meus seios. Parece que toda a vergonha que eu tinha perdido com ele voltou. Mas seu cheiro, seu cheiro me fazia esquecer completamente tudo e só pensar nele. Nele e nos seus toques. Sua mão envolveu todo o meu seio e o apertou. Arqueei as costas enquanto soltava um suspiro. 

Sua mão cobria perfeitamente meu seio, meu corpo evoluio e eu nem dei conta. Descruzei minhas pernas á volta da sua cintura e respirei fundo. Harry procurou meus lábios e me beijou lentamente, desfrutando mais uma vez do beijo. Eu me sentia como na primeira vez, me sentia nervosa e com receio. Senti sua língua contornar meu lábio inferior e logo penetrou na minha boca, procurando a minha língua e assim que a encontrou, se enroscou nela. 

Meu celular apitou, sinal que tinha recebido uma mensagem, e tentei afastá-lo de mim mas a vontade era realmente muito pouca. Coloquei minhas mãos no seu peito e o afastei lentamente de mim. Estiquei o braço e acendi o abajur, iluminando todo o quarto. Peguei no celular e vi a mensagem que era da tia Janett dizendo para eu não esquecer das tarefas de amanhã. Suspirei pesado e bloquei o celular. 

- Acho que você deve ir dormir. - Sussurrou e eu o olhei.

- Porque acha isso? - Sussurrei, roçando minha perna nas suas. Harry suspirou.

- Algo me diz que você tem muito que fazer amanhã. - Murmurou e sorriu, mostrando suas lindas covinhas. Coloquei minhas mãos no seu rosto e fiquei fazendo carícias. 

- Talvez tenha. - Fiz uma careta de dúvida. 

Harry pousou todo o seu peso em cima de mim, sempre gostei de ter o seu peso em cima de mim. É um peso agradável. Fiquei olhando nos seus olhos uns longos minutos. Seus olhos eram tão lindos e escondiam tantas coisas. 

- Quando você for embora... - Começei a frase num tom baixinho. Seria inútil aumentar o tom de voz sendo que estamos tão perto um do outro. - Como vamos ficar um com o outro?

- Não preciso ir embora. - Sussurrou, roçando seus lábios pela minha bochecha e pelos meus lábios. - Posso ficar. - Falou contra a pele do meu pescoço e um arrepio percorreu minha espinha. - Se você quiser. - Depositou um beijo no meu pescoço. 

- Eu quero. - Falei extasiada, envolvendo meus braços ao seu redor. 

- Você quer? - Perguntou contra a minha boca. Assenti. - Tem certeza?

- Sim.

Harry sorriu e me deu um selinho. Atrás desse selinho vieram consequentes selinhos até virar um beijo. Sua mão desceu e apertou minha coxa, a juntando mais ao seu corpo. Harry rodou na cama ficando deitado e me puxou junto, me deixando deitada em cima do seu corpo. Suas mãos seguraram minha cintura e me puxou para trás, me obrigando a sentar sobre si. Quebrei o beijo e me endireitei. Tirei meus cabelos do rosto e os apanhei em um coque, que nem me importei se ficou bem ou mal feito. 

- Você não tem nada para fazer? 

Queria ter a certeza que o podia ter somente para mim. Não quero que ele me seduza e depois vá embora. Não! Quero que ele fique. 

- Absolutamente nada. -  Sua mão cobriu toda a minha bochecha e puxou meu rosto para mais um beijo. 

- Espera. - Coloquei as mãos no seu peito e me endireitei de novo. - Não quero me envolver com você. - Falei branda mas talvez ele tenha compreendido mal pois a sua expressão não foi agradável. 

- Oh, peço desculpa. - Sorriu cínico. - Talvez o Niall desse melhor conta do recado não é mesmo?

Suas mãos apertaram minha cintura e me tirou de cima de si, se levantando da cama bruscamente. Pegou seus sapatos e se calçou rapidamente. Senti um aperto no peito assim que o vi sair do meu quarto quase que correndo. Me levantei da cama e corri até ele, antes que chegasse na porta.

- Não! Harry, para! - Falei alto e o puxei por um braço. Ele se virou para trás e me encarou com raiva. - Não quero nada com o Niall, você sabe. E você entendeu errado o que eu falei...

- Nem vale a pena dar desculpas. - Revirou os olhos e sacudiu o braço, me fazendo largá-lo. 

- Porque você é assim? - Aumentei meu tom de voz e senti meus olhos arderem.

- Você dá cabo de mim garota. - Ele chegou perto de mim tão rápido que eu fiquei com medo que ele fizesse alguma coisa ruim. Talvez ele não chegasse a tanto. Ficamos nos olhando nos olhos um longo tempo em silêncio. - Sabe que mais? Acho que nem vale mais a pena tentar algo que nunca vai dar certo. - Bufou e virou costas, andando até a porta. 

Não falei nada e muito menos protestei. Harry ficou parado diante da porta. 

- Harry...

- Cala a boca! - Falou num tom grosseiro e eu me encolhi. Ele permanecia virado de costas para mim e de cabeça baixa. - Você quer continuar com isso? - Perguntou num tom mais brando.  

Não respondi. Meus olhos ardiam e sentia uma ligeira pontada no coração. Porque estamos sempre brigando? Porque não podemos simplesmente esclarecer tudo? 

- Eu te fiz uma pergunta. - Se virou e caminhou até à minha frente. 

- Você é um cretino!

Virei costas e começei andar de volta para o meu quarto. Ele errou. Eu errei. Todos erram mas ninguém consegue perdoar. Porque? Eu o perdoei mas ele não. 

- Sempre fugindo aos problemas. - Riu irónico. - Selena, será que não dá para parar de merda? 

- Eu que estou com merdas? - Gritei, me virando para trás. - Você que é um otário por ter feito o que fez. E burra sou eu por querer voltar para você. Não me quer? Então porque continua aqui? Porque me procura? Porque faz questão de vir até minha casa, fazer o que fez e depois me tratar como se eu fosse uma criançinha com quem você brinca? 

- Porque tem que ser tão infantil? - Ele gritou e eu me assustei com o seu tom de voz. 

- Se me acha tão infantil porque continua vindo atrás de mim?

- Caralho, porque eu te amo! - Gritou rouco fazendo gestos com as mãos. - Não consegue entender isso?

- Então porque está sempre colocando o Niall à frente de você? Você sabe que eu não quero nada com ele, mas mesmo assim continua com esses ciúmes idiotas! - Falei frustrada.

- Sabe o que é mais idiota ainda? - Perguntou se aproximando de mim até ficar bem na minha frente. - Eu gostar de você.

- Então porque não vai embora? - Gritei e senti meus olhos arderem de novo, mas dessa vez eu não controlei as lágrimas. 

Virei as costas e me fechei no quarto. Eu cansei. Porque continuamos insistindo numa coisa que claramente não tem mais futuro? Me deitei na cama de bruços e fechei os olhos, tentando esquecer todas essas discuções, todas essas emoções que dão cabo do meu ser. Ouvi ele entrar no quarto e fechar a porta. Harry se deitou do meu lado e falou no meu ouvido:

- Tem certeza que quer que eu vá embora? 

Balançei a cabeça negativamente. Eu não o quero perto mas também não o quero longe de mim. De certo modo eu preciso dele perto de mim, apesar de saber que por vezes ele me faz tão mal. Me virei um pouco e o abracei pelo pescoço, encaixando meu rosto na curva do seu pescoço.