1. Spirit Fanfics >
  2. Eu correrei até você com os pés molhados >
  3. Adeus

História Eu correrei até você com os pés molhados - Adeus


Escrita por: yunnami

Notas do Autor


Esse capítulo doeu tanto para escrever que eu nem sei o que comentar nas notas...


Desculpe qualquer erro e se puder, deixe sua opinião nos comentários!

Capítulo 56 - Adeus


Fanfic / Fanfiction Eu correrei até você com os pés molhados - Adeus

- Jungkook? - Meu coração palpitava acelerado

Se eu pensava que seria terrível ir embora sem poder vê-lo, descobri que diante dele tudo aquilo era ainda pior. Ele veio na minha direção tentando me beijar, mas eu me afastei. Fechei a porta e lutei para não o encarar. 

- O que você tem, amor? Está tudo bem? Eu senti que você não estava bem... Você tem me evitado e ainda por cima de ontem pra hoje seu celular dava apenas na caixa postal. Aconteceu alguma coisa?

Eu não sabia o que dizer. É óbvio que ele ficou curioso sobre as malas. 

- O que são essas malas? - Ele olhou para mim e então olhou em volta preocupado, notando que o apartamento estava vazio. - Vai se mudar? Uau! Você vai voltar pro Trimage? Estraguei a surpresa, amor? - Ele se animou, seus olhinhos puxados brilharam voltando-se para mim novamente. Ah, Jungkook... Quem me dera! 

Eu balancei a cabeça negativamente. Não conseguia reagir ou falar ou sequer pensar direito. De repente um toque alto e extravagante começou a ecoar pelo ambiente, me senti enjoada ao ver que era o celular que havia ganho de Sohui no dia anterior. 

- Alô? - Atendi trêmula. 

- Puxa... Não pensei que ele fosse aparecer aí! Que rapazinho apaixonado! - Aquela voz maligna me fazia suar frio. Certamente os vigias lá de fora haviam contado para ela sobre a chega de um desconhecido no meu apartamento. - Escute atentamente, temos uma mudança de planos, você vai deixar o celular ligado no viva voz e vai terminar com ele em alto e bom tom. É óbvio que ele não vai aceitar, então diga que o traiu, invente alguma coisa, diga que vai embora e saia imediatamente! Meus amigos lá fora já estão avisados sobre as novas instruções e irão te levar antecipadamente pro aeroporto e... você não sabe se eles estão armados ou não, certo? Se você demorar ou falar alguma bobagem, eu publico tudo imediatamente e ainda acrescento seu endereço para que os repórteres fofoqueiros e outras sasaengs peguem o JK no flagra. Cuidado com o que fala, vadiazinha! 

- O-ok. - Tirei o telefone da orelha e apertei no viva voz, então o abaixei ao lado de meu corpo. Como podia existir alguém tão cruel? Não podia acreditar que aquilo estava de fato acontecendo. 

- Desculpa, Jungkook... Eu estou indo para o Brasil. - Tentei manter minha voz estável. 

- Aconteceu alguma coisa, baby? É a sua família? - Ele chegou perto tentando colocar as mãos no meu rosto, eu bruscamente o afastei. Não podia deixar que me tocasse, tornaria tudo pior. 

- Eu só... Eu quero ir. Preciso ir! - Respondi seca. Algum pensamento passou por sua cabeça, o deixando atônito e o fazendo correr até meus armários e gavetas, que desesperadamente começou a abrir. Ao ver que estava tudo vazio, virou temeroso e me questionou:

- Q-quando você vai voltar, Mari? - Eu desviei o olhar. Não. Aquilo era doloroso demais. Fitei o celular da tortura e eu sabia que nada podia fazer.

- Eu não comprei passagem de volta. 

- Mariana, o que está acontecendo? Eu fiz alguma coisa errada? Por favor, me fala! - Pela sua voz percebi que já estava com vontade de chorar. - Fala comigo, jagi! - Ele chegou perto novamente e eu tinha certeza que se ele me abraçasse, eu desmoronaria, por isso disparei:

- Eu traí você, Jungkook! - Ele parou onde estava. - Outro dia eu saí, bebi demais e fiquei com outro cara. 

- Mentira... - Sussurrou.

- Nós transamos e agora eu estou confusa! - Eu falava o mais alto que podia para não deixar minha voz falhar.

- Não! Mentirosa! - Gritou tapando os ouvidos. - Você nunca faria isso, você... - Sua voz quebrou, seus olhos começaram a despejar  lágrimas involuntariamente. Eu via que tentava resistir, mas ele estava aos pedaços e eu também. A partir daquele momento eu não pude mais o encarar. - Para de brincar assim, Mariana! Eu não... Isso não tem graça! Me diga que é mentira, por favor, me diga!

- Sinto muito, Jungkook, já está feito. Estou indo embora. 

- Você transou com outra pessoa? Mas... Nós tínhamos um pacto! - Se entregou ao choro. Seus soluços eram altos, como os de uma criança. 

Flashback

- Eu acho que quando duas pessoas fazem sexo, elas estão fazendo um acordo, um pacto e deveriam honrar esse compromisso não fazendo com mais ninguém... mas eu sei que é utópico! - Expliquei para ele. Foi a primeira vez que falamos sobre sexo. Nós dois éramos virgens.

Jungkook pousou a mão na minha coxa e me encarou com seus olhos negros e brilhantes:

- Eu gostaria que fosse com você. Esse pacto... - Foi sua resposta.

_________________________

Não estava acreditando que ele se lembrava.

- Esquece isso! Esquece o pacto! - Gritei para tentar manter minha voz estável, mas algumas lágrimas também escorreram pelo meu rosto.

-  Por que está fazendo isso comigo? É por isso que você não queria me ver e não atendia minhas ligações? Depois de amanhã é o nosso aniversário!  - Sua voz partia meu coração de tantas formas que eu não sei explicar.

- A questão é que eu já fiz. Já foi. Preciso de tempo para pensar. - Engoli seco, “será que eu estou sendo convincente?” - Você precisa ir embora agora, Jungkook. 

Ele se encolheu, agachando no chão e colocando a cabeça entre os joelhos. Chorava tanto, como eu nunca imaginei ver. Eu pensava que seria difícil partir sem poder me despedir, mas ali, diante daquela despedida, eu me sentia completamente destruída. Queria ter ido sem o ver e desaparecido de sua vida deixando apenas boas lembranças. Eu sei que das duas formas ele ficaria triste, mas pelo menos conseguiria lembrar de mim só de uma forma alegre e não como a brasileira que despedaçou seu coração. Eu não consegui chorar, o medo era tão grande que tinha tomado o espaço dos outros sentimentos. Minha respiração falhava. A campainha tocou mais uma vez e dessa vez eu tinha certeza que era o inimigo. Um rapaz coreano, alto e forte, vestindo terno adentrou meu apartamento e rapidamente me questionou em inglês:

- Tudo pronto, Mariana? Podemos ir? - Ele sequer olhou para Jungkook.

- Sim... - Respondi baixo, então ele imediatamente tomou minhas malas e bolsas e se posicionou ao meu lado, como se aguardasse que eu saísse primeiro.

- Quem... Quem é esse? - JK questionou assustado. Olhei para ele e me arrependi. Continuava agachado e tentava recuperar o fôlego, tinha medo e uma tristeza terrível em seus olhos. Eu não consigo descrever. Sei que ele temia muitas coisas, ao mesmo tempo que se sentia completamente humilhado por ser deixado ali. Eu o conheço. Infelizmente eu o conheço tão bem, a ponto de saber as coisas que ele estava sentindo.

- Sinto muito, Jungkook. Por favor, esqueça de mim, ok? - Olhei mais uma vez para a tela do celular de Sohui. Me sentia observada, como se um pontinho vermelho do laser daquelas armas poderosas de longa distância estivesse na minha testa. Não. Pior! Como se estivesse na testa de Jungkook. Eu precisava partir. 

"Mariana, se estivéssemos naufragando e só um de nós pudesse sobreviver. Você escolheria viver ou me deixaria viver?"

Lembrei daquela pergunta que um dia ele fez pra mim. Eu continuo certa de que te deixaria viver, Jungkook! Mesmo que eu afunde e você chore por um tempo. Nunca vou permitir que VOCÊ afunde! 

-  Tchau, Jungkook. - Balbuciei. 

Virei as costas e saí pela porta o ouvindo gritar atrás de mim:

- Por favor, não! Não me deixe! Não me deixe... - Aqueles gritos e o choro desesperado foi ficando mais baixo na medida que eu me afastava descendo pelas escadas. 

Quando chegamos diante do SUV preto eu senti minhas pernas amolecendo e quase tombei para trás, mas o homem contratado por Sohui me segurou, me ajudando a entrar no carro e fechando o cinto ao redor do meu corpo. Quando deixamos o prédio da senhora Choi para trás, senti que tudo de bom que tinha dentro de mim também tinha ficado lá. Eu nunca mais seria a mesma pessoa. 

O medo seguiu comigo dentro daquele carro, mas naquela altura, se aqueles homens quisessem fazer algo, acho que já não me importaria mais. O pior já havia acontecido e não haviam saídas ou finais felizes. No aeroporto, eles não me perdiam de vista. Me seguiram por todos os lados. Estavam conferindo se eu realmente embarcaria. Fiz o check in, despachei minhas malas e rumei para o embarque. Mesmo depois que meus olhos não puderam mais encontrar aquelas figuras assustadoras eu não me senti em paz. Entrei no avião, encontrei minha poltrona e me sentei. Era na janela. Eu amava sentar na janela, amava viajar, amava ver o céu, mas naquele momento, não amava mais nada daquilo.

"Adeus, meu amor” - pensei antes de fechar meus olhos. 

 

________________________

Mariana tinha recém embarcado no avião quando aquele temido celular tocou novamente. Um número desconhecido estava estampado na tela, mas ela sabia muito bem que só podia ser uma pessoa. 

- Eu fiz tudo, Sohui, agora deixe-o em paz! - Ela estava prestes a desligar, mas então ouviu a maliciosa voz falando:

- Em paz? Talvez não o deixe em paz, mas excitado? Muito! 

- O que quer dizer? - Ela estremeceu.

- Já que estou com seu chip aqui, resolvi que o usarei em parte do meu plano! Estou cansada de me esforçar para ser a boazinha por quem Jungkook se apaixona, isso aí é coisa de gente estúpida como você! Eu vou direto pra reta final e gerar o meu lindo bebê Jeon! - Ela ria debochadamente. 

- Do que você está falando?

- O que? Eu não te contei que vou engravidar de verdade dessa vez? Ah... Devo ter esquecido! Sim, querida, terei um bebê com o Jungkook! Eu vou consolá-lo, o dopar e fazer tudo o que sempre imaginei fazer nos meus melhores sonhos! Ele virá até mim, pois acha que esse número aqui é seu! - Sua gargalhada era frenética do outro lado da linha. Mariana sentiu seu sangue gelar e sua pressão cair. Queria chorar, gritar, mas não tinha mais forças.

- V-você disse que não faria nada a ele... Você disse... 

- E você é uma idiota por ter acreditado. - Cuspiu. - Eu odeio você, sua ladrazinha estrangeira! Você roubou meu plano, meu homem, meu sonho de menina de me apaixonar e me casar com um príncipe idol! Agora eu terei de ser a vilã da história. Mas tudo bem, a vilã deixa tudo mais legal, não é? As vilãs são mais divertidas! Agora se me der licença, vou desligar, tenho maquiagem, unhas, depilação para fazer... Ah, que delícia! Preciso me preparar. Essa madrugada será muito especial. - Dito isso, encerrou aquela chamada. 

Mariana tremia, podia ouvir os comissários de bordo dando as instruções para o voo, mas pareciam tão distantes, a mulher que sentou ao seu lado perguntou preocupada se estava tudo bem, mas ela não conseguiu responder. Estava paralisada.

Por incrível que pareça, havia previsão de chuva em Seul naquela noite. 

Uma chuva que ela não sentiria.

 

 

 

 


 


Notas Finais


💔


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...