Melissa: Quanto tempo ela não dormia no meio da gente?
Peter: Muito tempo. Já faz tanto tempo que eu nem me lembro.
Melissa: A gente quase perdeu ela. - Começou a fazer carinho nos fios rebeldes do cabelo de Alex.
Peter: Não pense mais nisso, Mel. Já foi, ela está bem e está aqui com a gente.
Melissa: Não da pra esquecer do nada, Peter. Ficamos minutos de ver eles desligarem as máquinas. Se não fosse a Francielle, talvez nem estivéssemos tendo essa conversa. - Segurou o choro.
Peter: Eu sei que não da pra esquecer. Mas dar todo crédito para Francielle também não, né? Ela só estava no lugar certo e na hora certa. Alex voltou sozinha.
Melissa: Não vamos discutir isso de novo. Você tem sua opinião e eu tenho a minha.
Peter: Não vamos mesmo, acorda ela.
Melissa: Ainda não, deixa ela mais um pouquinho aqui nos meus braços. Eu gosto de ter ela perto de mim. Agora eu sei que ela só está dormindo e pode acordar se eu mexer nela.
Peter: Ela dorme do mesmo jeito desde criança.
Melissa: Tem coisas que nunca vão mudar. E eu gosto de saber que pelo menos isso não mudou nela. Ela cresceu e continua sendo minha menininha.
Peter: Claro que muda, olha eu aqui. - Apontou para si mesmo
Melissa: Você?
Peter: Sim, mudei para melhor. Não achou não?
Melissa: Alex, filha, acorda. Cutucou a mais nova. - Acorda que seu pai está passando vergonha aqui.
Alex: Para, pai. - Disse sonolenta.
Peter: Eu não mudei? Que absurdo, é claro que eu mudei.
Melissa: Claro que mudou, querido.
Alex: Vocês dois são a mesma coisa desde quando eu me entendo por gente. Agora me deixem dormir.
Peter: Eu mudei sim, vai. Estou bem mais gato e gostoso que antes.
Melissa: Levanta, filha. Vai pra sua cama descansar e não ver essa vergonha alheia que é seu pai nessa noite.
Alex: Vou pra cama do outro quarto, quero paz e só lá eu vou encontrar.
Melissa: Então levanta, e nada de perder a hora amanhã.
Alex: Não vou perder a hora, mãe. - Se levantou.
Melissa: Quero ver.
Peter: Então vamos dormir. - Também se colocou de pé e Melissa deu suas mãos para ser puxada.
Melissa: Quando chegar, eu faço um almoço pra gente.
Alex: Vai ser rápido.
Melissa: Então eu volto mais cedo.
Peter: Onde você vai?
Melissa: Vou comprar algumas coisas que estão faltando.
Alex: A gente foi no mercado hoje, mãe.
Melissa: Só são algumas coisas de limpeza. Não lembrei de colocar na lista e quando eu fui guardar, eu lembrei.
Peter: Que cabecinha. Agora vamos todos?
Alex: Podem ir na frente, eu vou arrumar aqui e já vou também.
Melissa: Eu te ajudo...
Alex: Não precisa, mãe. Pode deixar comigo. Assim eu me canso mais e durmo mais também.
Melissa: Tudo bem então. Boa noite, querida. - Deixou um beijo na testa da filha.
Peter: Boa noite, meu anjo. - Fez o mesmo que Melissa.
Alex: Boa noite, gente. Até amanhã.
Alex não estava com pressa de ir dormir, pegou pipoca por pipoca e colocou dentro da pequena travessa de vidro que sua mãe tinha pegado antes. Pegou os três copos e levou até a cozinha. Alex não queria ficar cansada como havia dito, ela só queria mais tempo acordada para pensar mais em Francielle, talvez seus pensamentos a fizessem sonhar com cada detalhe que ela tinha visto e passado ao lado dela.
Quando voltou para sala, pensou em se jogar no sofá e dormir por lá mesmo, mas sabia que sua mãe iria falar até suas orelhas caírem. Colocou todas almofadas no lugar e subiu. Hanna estava dormindo em sua casa. Passou reto e foi até o outro quarto e se jogou na cama.
No dia seguinte, Peter foi o primeiro a se levantar. Tomou seu banho, se arrumou e foi trabalhar. Melissa levanta logo atrás, ela só estava esperando o marido sair. Correu até o banheiro, fez tudo o que tinha que fazer e se arrumou. Desceu para preparar o café da manhã e sai de casa.
Em um dos quartos Alex dormia profundamente, foram horas tentando dormir, conseguindo de fato dormir quando o dia amanheceu.
Duas horas depois acordou sem muito ânimo, prendeu o cabelo em um coque frouxo, escovou seus dentes, tomou um banho relaxante e desceu. Dando de cara com Hanna.
Alex: Bom dia.
Hanna: Bom dia, Alex. Achei que já tinha saído.
Alex: Eu também. - Disse se referindo a briga que tiveram.
Hanna: Desculpa por ontem.
Alex: Tá.
Hanna: Eu estou te pedindo desculpa, Alex. Poderia aceitar?
Alex: Ta bom, Hanna. - Se sentou de frente para a outra.
Hanna: Que horas você vai?
Alex: Assim que meu pai chegar.
Hanna: Eu te espero aqui, estou com saudade. - Sorriu grande.
Alex: Como? Eu só dormir em outro quarto por uma noite.
Hanna: Você me entendeu. – Afastou a cadeira com o corpo, tentando mostrar o quão sexy ela estava naquela manhã.
Alex: Acho que entendi. – Não precisou de um convite para Hanna sentar em seu colocar.
Hanna: Acha que seu pai vai demorar?
Alex: Agora eu espero que sim. – Distribuiu beijos em seu pescoço descoberto.
Hanna: Eu também. – Alex segurou um gemido fraco quando Hanna tirou a blusa.
Alex: Que horas são?
Hanna: Onze e dez.
Alex: Temos tempo. – Subiu suas mãos até os seios de Hanna, onde apertou sem dó.
Hanna: Como eu estava sentindo falta dessas mãos. – Disse manhosa, gemendo mais alto.
Alex: E da minha boca? – Perguntou entre os seios de Hanna.
Hanna: Essa é uma das melhores partes... Continua, vai...
Peter: Alex? - Hanna bufou brava enquanto Alex ria da falta de sorte que tinha.
Hanna: Essa é a pior parte. – Se levantou com cara de poucos amigos.
Alex: Na cozinha pai.
Peter: Vamos embora, vem.
Alex: A gente continua depois. – Mandou um beijo no ar e se foi.
Enquanto Hanna ficava frustada em casa, Alex e Peter faziam o caminho do hospital e Melissa procurava a casa de Francielle, sem saber por onde começar.
Melissa: Como eu vou chegar lá? Nem sei onde ela mora... - Encostou a cabeça no volante do carro por alguns minutos. - Já sei, o carteiro.
Melissa se dirigiu ao primeiro correio que ficava perto de sua casa. Nada. Pesquisou alguns correios que ficavam por perto e começou sua busca. Tirando o primeiro, Melissa encontrou cinco. Era não possível que Francielle morasse tão longe.
Os três primeiros ela teve a mesma resposta. Não tinha nenhum rapaz com as características que ela dava ou tinha entregado qualquer coisa na região de sua casa.
Esperança de encontrar o entregador ela já não tinha mais. Entrou no correio, riscando ele de sua lista, vendo que só faltava mais um e desistiria em seguida.
Melissa: Oi, você poderia me ajudar?
Luna: Claro, em que eu posso te ajudar?
Melissa: Eu queria saber um endereço...
Luna: Nisso eu não posso te ajudar, sinto muito.
Melissa: É que eu recebi uma carta e uma chave, mas eu perdi a carta com o endereço da pessoa que me mandou. No envelope que recebi só tinha o meu endereço.
Luna: A gente não tem o endereço das pessoas armazenados aqui.
Melissa: Então poderia me falar se já viu essa menina? – Pegou seu celular no bolso, procurou pela foto que havia tirado enquanto Francielle ficava ao lado de Alex no hospital e mostrou para a menina em sua frente.
Luna: Se eu não me engano, essa é a Francielle, não é?
Melissa: Ela mesmo, sabe onde fica a casa dela?
Luna: Eu vivia vendo ela correr toda tarde, mas não sei onde ela mora. Sei que é por perto, mas o lugar exatamente eu não sei.
Luan: Sra. Melissa? - Ela olha para o lado com o maior sorriso que ela tinha.
Melissa: Ei, você. Foi você que me entregou a carta, me ajuda por favor.
Luan: Como eu posso te ajudar?
Melissa: Se lembra da carta?
Luan: Lembro sim.
Melissa: Veio com uma..
Luan/Melissa: Chave.
Melissa: Isso mesmo. Eu acabei perdendo a carta com o endereço dela... Ela deixou a chave comigo, eu tinha que pegar umas roupas dela e agora não sei que casa é a dela, pode me ajudar por favor?
Luan: Eu te levo lá, é ali na frente. Já volto, Luna.
Luna: Okay, Luan.
Melissa: Obrigada. - Melissa destravou seu carro e os dois entraram e deu partida. - Vocês são irmãos?
Luan: Gêmeos, mesmo que não somos idênticos. Meus pais não fora nada criativos na hora de escolheram nossos nomes. Só mudou as duas últimas letras. Pode parar aqui. É essa casa.
Melissa: Você não sabe o quanto me ajudou.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.