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História Eu, você e os lobinhos - Medos difíceis de dizer, verdades necessárias de ouvir


Escrita por: Analuaautora

Notas do Autor


Olá, tudo bom?

Desejo a vocês uma boa leitura, e leiam as notas finais, por favor <3

Capítulo 14 - Medos difíceis de dizer, verdades necessárias de ouvir


Fanfic / Fanfiction Eu, você e os lobinhos - Medos difíceis de dizer, verdades necessárias de ouvir

Um pigarreio alto, seguido por tosses propositais foram o necessário para que Jungkook e Taehyung se separassem. Ouviram a voz de Seokjin e Namjoon ao longe comentando: "Até que enfim, quase engoliram a cabeça um do outro" "Eita, que era muito fogo acumulado" os comentários fizeram com que o Jeon se envergonhasse, sequer percebeu que não estavam sozinhos enquanto desfrutava dos lábios do ômega, para Taehyung era o mesmo, ainda respirava com dificuldade, quando olhou por sobre o ombro para a mãe, ela estava com uma das mãos na boca, parecendo chocada, isso o fez praguejar baixinho, antes de olhar para o Jeon. O capataz estava corado, e piscou os olhos rapidamente antes de estender uma das mãos, buscando pela do ômega, o mais velho correspondeu ao aperto, entrelaçando seus dedos, quase suspirou com a sensação das palmas juntas, sentiu muitas saudades. 


— Posso ter os particular com ocê? — sussurrou Jungkook, receoso. — Me desculpa não ter feito isso antes, leitão… — parou no meio da frase, notando os olhares dos outros três, curiosos. — Tae, eu quero me desculpar. 


— S-sim — respondeu o Kim, voltando a pensar no que o mais novo disse antes de beijá-lo. 


"Eu amo ocê, leitãozinho" 


A frase não saia de seus pensamentos, e o fez morder o lábio inferior, ansioso. Ainda parecia um sonho, enquanto o capataz o puxava pelo gramado, trocou olhares com a mãe, que apenas balançou a cabeça positivamente no fim, seguindo para os primos. Namjoon o encorajou com um sorriso e um aceno positivo, enquanto Seokjin cobriu um dos punhos, expondo-o em seguida, revelando seu dedo médio levantado em direção ao alfa, fazendo-o rir um pouquinho, ele não se importou, apenas continuou caminhando com Taehyung, até que estivessem em frente à sua casinha. 


Não soltou a mão do mais velho enquanto abria a porta, somente quando foi fechá-la, notando Seokjin esticando o pescoço para poder ver melhor, aproveitou o momento para colocar uma das mãos no bolso traseiro da calça, fingindo surpresa a princípio, e em seguida, levantando um dos punhos com o dedo médio levantado para o ômega, que o fez partir os lábios, indignado com o gesto obsceno, antes que o capataz fechasse a porta, ficando a sós com Taehyung.  


O ômega se sentou na cama do capataz, um pouco acanhado, a última vez que esteve ali fora mandado embora de um modo tão ríspido, seu lobo se encolheu com a lembrança, mas as orbes castanhas se levantaram assim que o capataz se ajoelhou a sua frente, tomando a liberdade de segurar uma se suas mãos, ganhando sua atenção. 


— Kook… o que você disse lá fora… — disse Taehyung, sentindo o toque familiar do alfa em sua pele. 


— É verdade leitãozinho, eu amo ocê — repetiu Jungkook, fazendo o coração do Kim sobressaltar no peito. 


Taehyung sentiu um friozinho gostoso no estômago, e acabou sorrindo, era impossível controlar sua felicidade ao sentir os polegares do mais novo acariciando sua pele, depois de dizer que o amava, era como um sonho, depois de tudo, realmente chegou a pensar que o alfa nunca mais falaria consigo, precisava dizer a ele seus sentimentos também. 


— Eu tam… — iniciou a fala, no entanto, o Jeon o interrompeu, negando devagar. 


— Não fala nada agora não, primeiro, eu quero me desculpar com ocê. — pediu, e o ômega ainda surpreso, concordou. — Me perdoa Tae, eu não devia ter mandado ocê embora daqui, é que eu quase marquei ocê, e com toda nossa situação, isso não seria uma coisa boa no momento, falei no calor das circunstâncias, mas não deveria, eu sinto muito ter magoado ocê ainda mais — sussurrou, tomando a liberdade de levantar a mão do ômega, até a altura de seus lábios, deixando um beijinho quente. 


O Kim sorriu pouco a pouco, se arrepiando com o contato que o simples beijinho proporcionou, concordou lentamente, levantando as mãos para tocar o rosto do capataz, apertou as bochechas do mais novo, antes de deixar um beijinho na ponta do nariz longo do homem.


— Tudo bem, eu desculpo você. 


Jungkook sorriu, um largo sorriso de orelha a orelha, que o fez ter o impulso de sentar ao lado do Kim na cama. Taehyung se virou também para olhá-lo. 


— Se ocê ainda quiser, me diz o que queria me dizer quando eu recusei lhe ouvir, me perdoa por isso também, mas eu não consigo pensar de cabeça quente, e também… ocê me magoou, mas b-bom… eu não quero arrumar mais briga, então se ocê quiser conversar comigo, eu prometo que vou ouvir tudinho — garantiu, sentindo um embrulho de ansiedade no estômago. 


— Promete que vai ouvir tudo? — perguntou Taehyung, respirando fundo, para controlar seu nervosismo. 


— Juro, juradinho — falou o alfa, beijando os dois indicadores juntos. 


Taehyung achou fofo, mas como estava nervoso, logo sentiu as mãos começando a suar frio, apoiou elas nas coxas, respirando fundo, e expirando, antes de olhar seriamente para o capataz. 


— Me desculpe por não ter dito a verdade quando você me perguntou. Eu fiquei com medo da sua possível reação sobre o assunto, e também… — Taehyung mordeu o lábio, nervoso, enquanto se remexia na cama, seus olhos estavam começando a arder, mas queria pelo menos se desculpar sem chorar — Fiquei com medo da minha possível reação, fiquei com medo de ainda nutrir sentimentos pelo… Hoseok — confessou, e em partes se sentiu aliviado, mas por outra com muito medo, no entanto, tinha que ser sincero com Jungkook. — Eu tentei fugir ao máximo desse conflito, mas no fim, eu não tinha para onde correr. 


O capataz permaneceu em silêncio enquanto ouvia, mas suas mãos estavam no jeans que usava, e seus dedos apertaram o tecido com força demasiada, quando ouviu da boca do ômega que ele estava com medo de ainda sentir algo pelo Jung. Seu sangue ferveu nas veias, e fechou os olhos para tentar controlar o ciúme que sentiu ao ouvir isso, e também a dor, era ruim demais. Percebendo a expressão desconfortável do alfa, Taehyung tocou um dos joelhos do homem, apertando-o de leve. 


— Kook… — tentou falar, mas foi interrompido quando o capataz levantou o rosto, revelando os olhos cheios de lágrimas, prontas para cair. 


— Ocê ainda tinha dúvida? Depois de todo nosso chamego? — questionou, mas já sabendo a resposta. Taehyung concordou lentamente, sentindo-se culpado pelos olhos do mais novo estarem tão marejados. — E ocê ainda g-gosta daquele cabra? — atrapalhou-se, era difícil imaginar isso. 


— Não, claro que não — garantiu o ômega, buscando por uma das mãos do capataz. — Me desculpe por isso, eu tive essa dúvida quando minha mãe me telefonou, mas depois de vê-lo, depois de tanto tempo, e de conversar com ele, eu percebi que não, eu não sinto mais nada por ele, nada de bom, pelo menos — concluiu, apertando a mão do capataz. 


— Ocê tem certeza? — insistiu o Jeon, deixando uma lágrima escorrer em seu rosto. 


O coração de Taehyung se partiu com isso, e deixando toda a conversa de lado, tocou o rosto do capataz com uma das mãos, secando a lágrima com o polegar, o mais velho aproximou os rostos, tomando a liberdade de beijar os lábios do alfa, apenas em um selinho quente, macio, e carinhoso, queria passar algum conforto a ele, e também queria senti-lo outra vez. Quando as bocas se separaram, Jungkook permaneceu com os olhos fechados, as testas estavam juntas, e o Kim também permaneceu com os olhos fechados. 


— Jungkook… eu tenho certeza — garantiu novamente, afastando um pouco do capataz, para olhá-lo, o mais novo abriu os olhos, engolindo em seco. — Eu amo você. 


O capataz fungou, e paralisou, no instante em que ouviu as palavras, seu coração sobressaltou no peito, e seus olhos encheram novamente de lágrimas, não conseguia acreditar no que estava ouvindo. 


— O que ocê disse? 


— Eu disse… — Taehyung abriu um sorriso ao dizer, a reação do alfa era muito fofa para suportar, então tocou o rosto dele com ambas as mãos, apertando suas bochechas, e fazendo-o olhar diretamente para si. — Eu amo você, meu bronquinho teimoso, só você. 


O maxilar do Jeon ficou dolorido tamanho era o seu sorriso, não pensou muito em outras coisas, antes de tocar os braços do ômega, segurando, e fazendo com que deitasse no colchão. Taehyung arfou em surpresa, e levantou os punhos até o peito, enquanto sentia ser atacado por vários beijos, rindo um pouquinho com os estalos molhados que soavam. 


Jungkook começou beijando sua testa, seguindo para o nariz, descendo mais um pouco em direção às bochechas, e em seguida até o cantinho da boca do mais velho, descendo para o queixo, e seguindo para o pescoço. O Kim se arrepiou com o contato dos lábios febris em sua pele, se continuassem assim não conversaria sobre nada, então levou as mãos até os braços do alfa, apertando e chamando sua atenção para contê-lo. 


O Jeon ainda atacava o pescoço do ômega com beijinhos que lhe causaram cócegas, quando foi interrompido, e acabou olhando para o mais velho, com atenção. 


— Kook… acho melhor irmos com calma, ou não vamos conversar direito — pediu, com a respiração pesada. 


— Bem lembrado — concordou o Jeon, fazendo Taehyung sorrir. 


O capataz se sentou novamente, colocando as mãos sobre o colo, e encolhendo os ombros, em uma posição inocente. Taehyung também se sentou, e respirou fundo antes de começar. 


— Eu sei que você disse que não queria saber sobre o meu passado, mas Kook, você precisa saber — iniciou, observando enquanto o capataz desviava o olhar de si, engolindo em seco, mas concordando, com um aceno. — Quando eu me envolvi com o Hoseok ele era casado — falou, sentindo as mãos suarem frio, apenas apertou o tecido da calça que usava. — Eu era o seu secretário, e acabamos nos envolvendo por quase um ano — explicou, fazendo uma pausa para continuar, notou que o alfa estava com os punhos fechados sobre as coxas, e que parecia estar se controlando. — Acabamos passando um cio meu juntos, e acabamos não nos protegendo dessa vez, então, eu engravidei. 


Jungkook soltou todo o ar dos pulmões, bufando, as mãos apertavam firmemente o tecido da calça, quando umedeceu os lábios, olhando para ao ômega, com a língua contra a bochecha, indicando o quanto estava irritado, mesmo assim, tentou manter a calma. 


— Ocê precisa mesmo entrar em detalhes? 


— Sim, preciso. Não quero mais esconder nada de você, quero que você saiba de tudo o que diz respeito a mim — explicou o Kim, suspirando ao fim. — Eu sei que fizemos algo ruim, e eu não me orgulho disso, mas eu não pensava assim na época, e infelizmente não posso voltar no tempo e corrigir minhas atitudes, eu acabei me apaixonando pelo Hoseok… e acabei desejando algo que nunca poderia ter, eu acho que não se pode ser feliz em cima do sofrimento dos outros… mas sabe, não era algo real, não era algo verdadeiro e puro como o que eu sinto por você, era mais como uma urgência e uma paixão que me tirava da realidade, não foi algo que me fez bem, nem a nenhum de nós… e a consequência são os meus filhos, mas eu não me arrependo de tê-los, eu os amo muito, mesmo que eles ainda não tenham nascido — confessou, se emocionando, os lábios do ômega tremeram, e ele levou as mãos até a barriga, acariciando. — Eles não tem culpa das besteiras que os pais deles fizeram. 


O coração do alfa se apertou ao ver o ômega chorando, o mais velho fungou, ainda acariciando a barriga, e tudo o que Jungkook quis fazer foi abraçá-lo, mas Taehyung sorriu, não era um sorriso feliz, mas sorriu, e levantou o rosto, levando as mãos até as bochechas para secar as próprias lágrimas sozinho, e continuar. 


— Quando eu disse ao Hoseok que estava esperando um filhote dele, ele não gostou, e sugeriu que eu abortasse as crianças… ele praticamente me mandou embora, e me deixou sozinho com essa situação, ele me procurou algumas vezes por mensagens e ligações, mas eu não queria falar com ele, não queria vê-lo, sua reação em relação aos nossos filhos foi como um choque de realidade em mim, então eu apenas fugi, eu vim pra cá para tentar colocar as ideias no lugar, para ter paz, para esquecer o Hoseok e suas palavras cruéis, eu só queria ter uma gestação tranquila… — sussurrou no fim, levantando o olhar para o Jeon, que agora o olhava com atenção. 


— E eu não acredito que esse filho da peste ainda veio aqui, depois de tudo que fez com ocê! — exaltou-se, levantando da cama, com os punhos fechados ao lado do corpo, o coração do capataz estava tão acelerado, que pensou ser possível rasgar o peito. — E que ocê aceitou falar com ele, por quê? Por que leitãozinho? Eu não sou o suficiente pra ocê? Eu não lhe disse que assumiria teus filhos, e que cuidaria dos três? 


Taehyung negou lentamente, segurando um dos punhos do Jeon, puxando-o para sentar ao seu lado na cama novamente, o rapaz estava inquieto, então teve que segurar o rosto do amado com as duas mãos, fazendo o olhar para si, o mais novo obtinha um bico enorme nos lábios rosados, e a testa franzida. 


— Você é tudo o que eu quero, e o que eu preciso amor… — sussurrou, olhando fundo nos olhos do alfa. — Eu não aceitei conversar com ele por mim, Kook, eu aceitei pelas crianças, e não foi uma decisão fácil, eu também não queria aceitar, mas depois de conversar com a minha mãe, eu decidi ouvir o que ele tinha para dizer, porque eu também tinha muitas coisas entaladas na minha garganta para dizer a ele, coisas que eu nem sabia… e que apenas foram saindo quando eu o vi, então em certa parte foi bom… para mim, poder desabafar. 


— Eu não tô gostando do rumo que essa prosa tá tomando — resmungou o Jeon, fazendo o Kim sorrir um pouco, soltando as bochechas do homem. 


— Ele me pediu perdão, disse que estava desesperado no momento, e que se arrependeu do que disse… — disse Taehyung, parando quando o alfa soltou um riso sem humor, cruzando os braços em frente ao corpo, batendo um dos pés freneticamente no chão. — Eu não o perdoei Kook, mas eu refleti bastante quanto a isso, e cheguei a conclusão que eu não tenho o direito de impedi-lo de se aproximar dos filhos… e eu não posso tirar esse direito dos meus filhos, o direito que eles têm de conhecê-lo, querendo ou não, eles também são uma parte dele — comentou, lambendo os lábios já secos, o Jeon fechou os olhos, curvando os lábios, em uma expressão irritada. — Sabe eu não me lembro muito bem do meu pai, mas a minha mãe nunca me negou nenhuma informação sobre ele… e eu acho que não posso negar isso aos meus filhos também, eu só quero que eles sejam felizes, as vezes eu sinto vontade de conhecer o meu pai, mas eu nem sei se ele está vivo, ou porque ele nos deixou, sinceramente, as vezes eu penso se ele nunca gostou de mim, e essa incerteza me machuca, eu não quero que os meus filhos passem por isso, então se o Hoseok realmente quiser fazer parte da vida deles, se ele quiser ser um pai presente, entenda, eu não vou impedir isso. 


— Mas… — Jungkook tentou argumentar, mas se calou ao sentir o aperto do ômega em uma de suas mãos. 


— Não pense que eu não desejo que você seja um pai para os meus filhos também, eu quero Jungkook, eu quero que você seja como um pai para eles, quero que cuide de nós, que faça parte das nossas vidas, eu te amo muito, quero que você seja o primeiro a conhecê-los, quero você perto da gente para tudo, então não pense que eu desfaço da sua proposta de assumir os lobinhos, eu também quero que você seja o pai deles amor… — sussurrou a última parte, piscando os olhos ardidos. — Mas entenda, o Hoseok me pediu essa oportunidade, e eu vou dar, até porque eu não quero causar mais conflitos, então por favor, tente aceitar a idéia de que ele também fará parte da vida deles, está bem? 


— Ah, Taehyung… eu não sei não — reclamou Jungkook, virando o rosto para o lado oposto. — Só de me lembrar da cara desse desgramado me sobe uns nervoso, quase que eu tenho os piriri — explicou, bufando, formando um bico fofo nos lábios. 


— Bronquinho… — disse Taehyung, segurando o rosto do alfa, fazendo-o olhar para si, ainda com o bico nos lábios. — Desfaz esse bico, dá um sorrisinho, dá — pediu, se inclinando para deixar um beijinho nos lábios do alfa, que pouco a pouco desfez o bico. 


— Não tô brincando Taehyung, ocê não sabe a raiva que me dá — resmungou, fazendo o Kim sorrir pequeno. 


— Só tente não matá-lo ou jogá-lo no chiqueiro da próxima vez, sim? — perguntou, fazendo o alfa soltar um "tsc" levando a língua na bochecha novamente. 


— Não posso garantir nada — respondeu, batendo o pé no chão. 


Desta vez o ômega gargalhou, pela primeira vez se sentia mais leve, então passou os braços em volta do Jeon, o abraçando, enquanto deitava a cabeça no ombro do alfa, suspirando. O corpo do Jeon ainda estava quente em pura raiva quando o mais velho se afastou, olhando-o novamente. 


— Me perdoe por ter te magoado, e também por ter deixado você pensar que eu não gostava de você, quero que entenda, que você é uma das pessoas que eu mais amo no mundo — confessou o Kim, mordendo o inferior, enquanto desviava o olhar para as mãos, estava um pouco envergonhado. — Você é muito importante pra mim, Kook, eu gosto de você inteirinho, do jeitinho que você é, então nunca mude nada — concluiu, olhando para o alfa novamente, o Jeon estava com um sorriso faceiro na boca. 


— Ocê gosta mesmo é? — perguntou, entre sorrisos faceiros, encolhendo os ombros, e balançando o corpo de uma forma tímida, Taehyung riu de sua reação fofa. 


— Amo — respondeu, sendo surpreendido por um beijo. 


Jungkook tocou o rosto do ômega com ambas as mãos, beijando-o, a princípio apenas em algo tímido, mas em seguida, o beijo se aprofundou, um daqueles beijos de tirar o fôlego que o capataz sempre dava, Taehyung sentiu o corpo amolecendo pouco a pouco, e se deixou levar pela emoção, quando prendeu os dedos nos fios negros do mais novo, movimentando a boca necessitado de mais contato, ficou tanto tempo longe daqueles lábios, estava entrando em abstinência. 


O Jeon já estava quase todo inclinado sobre o corpo do mais velho, tomando cuidado apenas para não apertar a barriguinha do ômega, o que era um trabalho difícil, quando o ar lhes faltou, e teve que se separar dos lábios alheios, resmungou baixinho, terminando o ósculo com um selinho demorado. Taehyung já estava até com os lábios avermelhados, com o capataz não era tão diferente. 


O alfa sorriu, levando um dos polegares até o inferior formigante, e em seguida, acariciou a bochecha do mais velho, que ainda piscava os olhos lentamente, umedecendo os lábios. Jungkook tocou a ponta de seus narizes, dando um beijinho de esquimó no ômega, que sorriu abobalhado com o ato, levando as duas mãos até o pescoço do amado. 


— Ocê também é uma das pessoas que eu mais amo nessa vida — comentou o capataz, dando um novo selinho no mais velho. 


— Então diz de novo, acho que eu não ouvi muito bem das outras vezes… — sussurrou o Kim, em uma brincadeira. 


— Dizer o que? Não sei do que ocê tá falando não — Jungkook entrou na onda, tocando os narizes novamente, antes de encontrar os belíssimos olhos castanhos brilhantes em sua direção. 


— Que você me ama — pediu, sentido um solavanco no coração, ainda mais quando o capataz abriu um sorriso largo, e muito fofo. 


— Eu amo ocê, leitãozinho… — repetiu o alfa, sem medo ou vergonha, seu coração também estava agitado.  


Taehyung sorriu largamente, e puxou o mais novo para outro beijo, dessa vez um mais recatado, apenas com os lábios, um contato delicado e repleto de sentimentos sinceros. 


— Eu também te amo — segredou, recebendo um selinho como resposta. 


— Pois eu amo mais — retrucou Jungkook, dando outro beijo no mais velho. 


— Não, não, eu amo mais — resmungou o ômega, em brincadeira. 


— Já disse que eu amo mais, uai — ditou o Jeon batendo o pé no chão, mas com os olhinhos enrugados, estava sorrindo. 


— Okay, vamos fazer assim, nós dois amamos igual — sugeriu o mais velho, e Jungkook fingiu pensar no assunto, formando um biquinho gordo no inferior. 


— Pode ser, mas que fique claro só uma coisinha… — murmurou, selando os lábios do mais velho outra vez, Taehyung franziu a testa, confuso. 


— Que coisinha? 


— Eu lhe amo muito mais! — brincou o capataz, fazendo o ômega sorrir largamente, e dar um empurrãozinho em seu ombro, se afastando um pouco. 


— Bobo! — exclamou, recuperando o fôlego, e acalmando o coração, enquanto Jungkook fazia o mesmo, estava muito feliz. 


Ficaram em silêncio por alguns minutos, até que o capataz tocasse uma das mãos do mais velho novamente, o olhando  seriamente. 


— Leitãozinho, ocê sabe que eu lhe amo, não sabe? — questionou, e o mais velho apenas assentiu, com o coração acelerado no peito. — Eu quero pedir desculpa por não ter lhe ouvido antes, por ter dito aquelas coisas procê, eu não deveria ter terminado com ocê, me perdoa, eu sinto muito ter deixado ocê chorando e sofrendo aqui, eu não queria ter feito nada disso, mas eu sou um bicho do mato, e quando alguém pisa na minha ferida, só Deus sabe, eu fiquei muito chateado com a tua mentira, pensei muita besteira, mas não pense que eu não senti sua falta não, porque eu morri de saudade de ocê, te ver todo dia pela fazenda era meu único consolo, eu acho que não sei mais viver sem ter ocê na minha vida, nem que seja só pra olhar de longe, então por favor, me perdoa por toda besteirada que eu fiz, e aceita ser meu namorado de novo, mas dessa vez não vamos deixar de ser nunca mais, não quero me separar de ocê nunca mais, ocê me aceita de volta? 


Jungkook respirou fundo ao terminar, a mão que segurava a do mais velho estava suando, enquanto isso, Taehyung estava com os olhos cheios de lágrimas, prontas para cair, e que escorreram por suas bochechas assim que balançou a cabeça lentamente, negando. 


Essa reação fez o alfa sentir uma dor latejante no peito, e piscar os olhos confuso, eles estavam começando a arder. 


— E-eu não aceito, Jungkook… — sussurrou o Kim, chorando, ao mesmo tempo em que sentiu o Jeon afastar a mão da sua, deixando uma sensação fria ao invés do calor de antes. 


— E-eu… me desculpa, leitãozinho… o que ocê quer pra me perdoar? — perguntou, aflito, levantando da cama. — Quer que eu peça perdão de joelhos? Pois eu peço, eu só não quero ficar sem ocê! — exclamou, dobrando os joelhos e ficando em frente ao Taehyung, segurando ambas as mãos do ômega. — Por favor, diz que me perdoa… 


Taehyung sorriu, entre as lágrimas, Jungkook já quase não conseguia respirar, tamanho era o medo que estava sentindo, era quase como se alguém esmagasse seu coração e seus pulmões no momento, impossibilitando o ar de circular, fazendo sua cabeça girar um pouco. O ômega suspirou pesadamente antes de tocar o rosto do alfa, negando, as orbes pretas se encheram ainda mais de lágrimas. 


— Eu não posso aceitar Kook… não posso aceitar não deixar de ser o seu namorado um dia, porque dessa forma, nunca iremos ser noivos, ou casados, e eu quero muito ser o seu marido no futuro — confessou, fazendo o alfa franzir a testa, e piscar os olhos derramando várias lágrimas, Jungkook estava confuso, mas seu coração acelerou com as palavras do mais velho. — Eu aceito, aceito ser seu namorado de novo, também não quero me separar nunca mais de você, meu amor — concluiu, fazendo o alfa sorrir entre o choro. 


— O leitãozinho… não faz mais isso comigo não, numa dessas eu bato as botas, ai eu quero só ver — resmungou, fungando, aliviado, Taehyung sorriu, levando as mãos até as bochechas do amado, secando-as. 


— Nem diz uma coisa dessas — advertiu o Kim, deixando um selinho demorado nos lábios salgados do alfa. 


Jungkook se recuperou, sorrindo largamente após os lábios do mais velho afastarem dos seus, levantou-se, sentando na cama novamente, e rapidamente, com um pouco de esforço, puxou o ômega para seu colo. Taehyung se surpreendeu a princípio, mas não demorou a passar os braços em volta do pescoço do namorado, beijando sua testa quando viu a oportunidade. 


O capataz escondeu o rosto no pescoço do ômega, seu coração batia sem parar contra a caixa torácica, estava muito feliz. 


— Eu tô mais feliz que pinto no lixo — comentou, fazendo Taehyung gargalhar. 


— Eu também, amor — concordou o mais velho, acariciando os fios pretos do namorado. — Senti muita falta disso… — sussurrou, fazendo o Jeon levantar a cabeça. 


— Eu também senti muita falta de ocê inteirinho… — respondeu, beijando uma das bochechas do mais velho. — E dos lobinhos também — concluiu, levando uma das mãos até a barriga do ômega, o surpreendendo com o contato, a princípio, mas em seguida deixando seu coração quentinho.


Lembrou-se da novidade, e uma onda de excitação percorreu seu corpo, fazendo a pontinha de seus dedos formigarem, o sorriso enorme foi impossível controlar, ainda mais quando o alfa deslizou a palma grande e firme por sua barriguinha várias vezes. 


— Kook, eu tenho uma coisa para te contar… — segredou, com o coração batendo freneticamente. 


— Tá tudo bem com os lobinhos? — perguntou o capataz preocupado, parando os movimentos na barriga do ômega. 


Taehyung concordou, mordendo o inferior em ansiedade, e se emocionando. 


— Hoje eu descobri o sexo dos bebês… — confessou, fazendo os olhos do alfa arregalarem, e em seguida, um sorriso bonito enfeitar seus lábios. 


— É mesmo? — indagou, e o outro apenas  concordou, ansioso. — Então me diz logo homem, ou é capaz de eu infartar com tanta emoção em um dia só! — pediu, ansioso. 


— São um menino e uma menina, um de cada amor… eu estou tão, mas tão feliz! Você era a primeira pessoa para quem eu queria contar, mas a primeira acabou sendo minha mãe, espero que você não fique chateado… 


— Ocê ainda não contou pra aquele cabra? 


— Não, queria contar pra você primeiro. 


O coração do alfa se agitou ainda mais ao ouvir isso, foi impossível segurar a emoção, logo seus olhos estavam cheios de lágrimas novamente, seu maior medo era que estivesse sobrando na vida do Kim, e saber que ele fazia questão em incluí-lo em tudo, e também de fazê-lo ser o primeiro a saber, enchia o seu coração de felicidade, essa que transbordou em forma de lágrimas. Com todo cuidado do mundo, tirou Taehyung do colo o fazendo sentar na cama, em seguida se ajoelhou novamente á sua frente, desta vez ficando entre as pernas do mais velho. 


O ômega rapidamente entendeu e prendeu a respiração, sentindo cada toque, desde as mãos do capataz abrindo os últimos botões de sua camisa, deixando sua barriguinha exposta, até o beijinho demorado que ele depositou na pele quente, a sensação era muito boa, Taehyung jamais iria se acostumar, ou se dar por satisfeito. 


— Filhotinhos, eu tô tão feliz… eu nem consigo colocar em palavras… — confessou, acariciando a barriga do ômega. — O papai de ocês acabou de me contar uma coisa, e agora eu tô ainda mais ansioso pra conhecer os dois, ocês cuidaram bem do papai esses dias? Espero que não estejam chateados comigo, prometo que não vou fazer mais ele chorar de tristeza, agora só se for de felicidade. — garantiu, levantando o olhar para o Kim, que já chorava, totalmente emocionado. — Eu já gosto muito de ocês, espero que gostem de mim também, cabritinho e porquinha — apelidou as crianças, fazendo Taehyung rir em meio ao choro, o alfa beijou mais uma vez a pele quentinha, se despedindo dos lobinhos, antes de fechar os botões da camisa do ômega. 


— Cabritinho e porquinha? — perguntou o Kim, ainda emocionado, com um belo sorriso nos lábios. 


— Ocê não gostou? D-desculpa… — pediu Jungkook, sentando-se novamente na cama. 


— Eu amei! É lindo! — respondeu Taehyung, afobado, tocando o rosto do Jeon, emocionado. — Obrigado Jungkook, obrigado por ser tão maravilhoso comigo e com os meus filhos… 


— Nossos — corrigiu o mais novo, deixando o ômega paralisado por um segundo, mas em seguida, seu sorriso era tão grande que seu maxilar doía.  


— Nossos. 


Ambos se beijaram, emocionados, e permaneceram em silêncio por um bom tempo, apenas recebendo carinhos, e trocando beijinhos inocentes, pelo menos até o Jeon findar o ato com um beijo na ponta do nariz do mais velho, afastando-se para dizer o que estava em sua mente. 


— Eu respeito tua decisão em relação aquele cabra, se ocê quer dar uma chance, só me resta aceitar, mas que fique claro, se ele magoar os pequenininhos, ou fizer algum mal pra eles, eu vou partir a cara dele ao meio, e não respondo por mim, ele vai parar a sete palmos debaixo da terra, pode ter certeza, sem peso nas consciência – garantiu, fazendo o Kim rir, balançando a cabeça positivamente. 


— Tem todo o meu apoio, eu jamais permitiria que ele fizesse mal aos meus filhos — concordou, deixando o alfa aliviado. 


— Pois então tá tudo certo! — exclamou, puxando o ômega para mais perto. — Bora ficar de chamego, pra matar essa saudade? 


— Bora! — respondeu o ômega, sorrindo largamente. 


Ainda parecia mentira, mas após tanto sofrimento, as coisas finalmente estavam melhorando. 


Os dois permaneceram na casa do capataz por um bom tempo, apenas trocando carícias inocentes, até que o ômega contasse ao Jeon sobre como os bebês se mexeram no dia anterior, Jungkook prontamente voltou a acariciar a barriga do mais velho, deixando a palma tempo o suficiente, tentando sentir alguma movimentação, mas nada veio, então formou um biquinho entristecido nos lábios, sendo consolado pelo namorado, que garantiu que dá próxima vez que as crianças se mexerem ele será o primeiro a sentir. 


Ambos saíram da casa de mãos dadas, Jungkook estava um pouco nervoso e quando chegou na cozinha ficou ainda mais, todos estavam sentados à mesa, e olharam para os dois assim que entraram. Taehyung ficou ao lado do namorado, tocando um de seus braços, e apoiando a cabeça em seu ombro, trocou um olhar cúmplice com a mãe, sorrindo satisfeito. 


— Parece que vocês se acertaram, não é mesmo? — perguntou Namjoon, sorridente. 


Os dois apenas assentiram, e Jungkook se encolheu um pouco perante o olhar de Seokjin. 


— Rum, você quem sabe né, primo — comentou, levando a caneca até a boca novamente. 


— Benzinho, deixe de ser rancoroso — pediu Namjoon, se calando ao sentir os olhos do marido sobre si. 


— Imagine só, eu nem guardo rancor — respondeu, terminando o suco que tomava. 


— Bom, se vocês conversaram e tudo se resolveu, eu estou muito feliz — comentou a mais velha, até então, quieta, a mulher se levantou, caminhando em direção aos dois. — A omma está muito feliz por você filhote, e você — referiu-se ao Jeon com um olhar sério. — Cuide bem do meu filho, não faça ele chorar outra vez — advertiu, Jungkook apenas concordou. 


— Omma! — Taehyung reclamou, sorrindo ao levantar-se do ombro do capataz. — Obrigado, mas não brigue com ele — defendeu o namorado, dando um beijinho na bochecha do alfa, que corou perante a presença de tantas pessoas.  


A mais velha sorriu enquanto Jungkook engolia em seco, sorrindo de canto, um pouco envergonhado, antes de tomar coragem e esticar as mãos, tocando as da ômega. A mulher arregalou os olhos com o contato, e ainda mais quando o capataz desandou a falar. 


— A senhora me perdoa também, prometo que não vou mais fazer o Tae sofrer, eu amo ele por demais, vou cuidar bem dele, juro juradinho — garantiu, levantando as mãos da mulher, deixando um selinho em cada uma. 


— O-oh — murmurou a mulher, impactada com o contato, a ômega sentiu as bochechas esquentarem, e encolheu os ombros envergonhada, logo soltando uma de suas mãos do aperto do alfa, e dando alguns tapinhas na mão de Jungkook que ainda segurava. — Você é um rapaz adorável, desde que meu Tae esteja feliz, está de bom tamanho para mim, hum? Fiquem tranquilos.


Jungkook sorriu faceiro, agradecendo, Taehyung voltou a deitar em seu ombro, enquanto as mãos do alfa acariciavam seu braço, em um abraço um pouco desajeitado. 


— O Seokjin… eu acho que ocê tá com uma coisa que me pertence — disse Jungkook, observando as sobrancelhas do ômega arquearem. 


Jin formou um biquinho nos lábios, franzindo a testa, e fingindo confusão, levou uma das mais ao queixo, enquanto Namjoon sorria e balançava a cabeça ao seu lado. 


— Jura? E o que seria? — perguntou, olhando para o capataz com um sorrisinho nos lábios. 


Jungkook sorriu, balançando a cabeça devagar, trocando um olhar cúmplice com Taehyung. 


— A minha aliança, o Tae me disse que tá com ocê — informou, fazendo o mais velho partir os lábios em falsa surpresa. 


— Nossa… que eu nem lembrava mais, será que eu não joguei fora? — brincou, rodeando a borda da caneca com a ponta dos dedos. — O que você acha, benzão? Será que eu joguei? Eu realmente não me lembro… 


— Olha que eu também não, benzinho… — concordou com o ômega, sorrindo faceiro. 


Hae-sook apenas sorriu, balançando a cabeça em negativa, enquanto Taehyung revirava os olhos, bufando. 


— Jin, por favor, devolve a aliança pra ele — pediu, e fez o primo revirar os olhos também. 


— Tá bom! — exclamou o ômega, remexendo no bolsinho da camisa que estava usando, levantou a aliança na altura dos olhos do capataz, que apenas se afastou do Kim, indo em direção ao patrão, para resgatar o objeto, mas antes que pudesse pegá-lo, Seokjin o guardou na palma novamente, apontando o indicador em sua direção para avisá-lo de algo. — Da próxima vez que você fizer o primo sofrer desse jeito, eu vou fazer você engolir essa aliança, não esquece — advertiu, Jungkook concordou lentamente, e o ômega apenas depositou o objeto na palma do capataz. — Cuida bem dele. 


— Vou cuidar — garantiu, fazendo Seokjin sorrir. 


— E o bem venceu mais uma vez! — exclamou Namjoon, com um sorriso faceiro, abraçando Seokjin, enchendo as bochechas do ômega de beijinhos, enquanto ele resmungava que estava ficando todo babado. 


O momento divertido em família foi interrompido quando ouviram algumas palmas, e em seguida um "ô de casa, eu tô entrando" seguido por um pequeno ser loirinho que retirou o chapéu assim que entrou na cozinha. Taehyung abriu um sorriso largo assim que viu o amigo, e Jimin aproximou-se acanhado, segurando o chapéu entre as mãos, antes de cumprimentar a todos. 


— Boa tarde — disse, sorrindo quando todos responderam, e arregalando os olhos quando Taehyung saiu de perto de Jungkook, segurando um dos braços da mãe, puxando a mulher até onde estava. 


— Ji, essa aqui é a minha mãe, omma, esse aqui é o Jimin, meu amigo — apresentou os dois, o Park sorriu, amigavelmente, estendendo uma das mãos a mais velha. 


— Muito prazer senhora Kim, o Tae falou muito bem da senhora, disse que é a melhor mãe desse mundo!  


— O prazer é todo meu, o Tae exagerou um pouquinho, mas fico muito feliz em saber que meu filhote tem um amiguinho aqui, você é uma graça — comentou, puxando o ômega para um abraço. 


Os dois se abraçaram por um tempinho, antes de Taehyung abraçar o ômega desajeitadamente, estava com saudades do amigo, e queria contar a ele todas as novidades. 


— Ji, eu tenho tanta coisa para te contar, você veio pra ficar, diz que sim, sim!? — pediu, formando um biquinho fofo nos lábios, Jimin sorriu, fazendo seus olhos virarem risquinhos concordando. 


— Voltei sim, e eu trouxe um cesto cheinho de morangos, que eu fiquei devendo da outra vez — falou, recordando-se do dia de toda a confusão. 


— Então vamos lá pra cima, conversar — sugeriu, segurando uma das mãos do ômega, que concordou. 


— Podem ir crianças, eu cuido dos morangos — disse a senhora Kim, observando enquanto os dois ômegas saiam em meio ao corredor. 


— É… parece que eu fui deixado de lado — resmungou Jungkook, chutando uma pedrinha inexistente no chão.  


Os outros três apenas riram, até Seokjin estender uma tangerina ao alfa, balançando as sobrancelhas sugestivamente. 


— Deixa de grude, senta aqui, chupa uma tangerina. 


— Fazer o que né? — respondeu o Jeon, aceitando a fruta, e arrastando uma cadeira para sentar. 


Jimin pediu desculpas ao amigo por ter o deixado sozinho por todo esse tempo, a verdade é que estava um pouco envergonhado por ter ajudado o Jung, e não sabia o que Taehyung pensaria a respeito do assunto, então deixou para encarar a situação quando tivesse que voltar para fazenda, mas ao julgar pelo sorriso largo do Kim, as coisas haviam se resolvido, para seu alívio.  


O mais novo falou completamente maravilhado sobre os filhos, sobre a conversa que teve com Jungkook, sobre a saudades que sentiu do Park, e como queria que ele estivesse consigo nesse momento difícil, e isso tudo fez Jimin sentir-se um pouquinho culpado. 


— Me desculpe senhor Kim, mas eu acabei ajudando aquele homem, eu levei ele pra minha casa, e ajudei ele a ir embora no outro dia — confessou, enquanto olhava para os lençóis da cama. — Espero que você não fique bravo comigo, eu não vim aqui antes porque fiquei com medo e vergonha do senhor achar coisa errada, mas eu só ajudei porque me senti responsável por ele… afinal eu quem trouxe ele pra cá, e ele se parecia mais com um cachorro abandonado quando encontrei… eu só… eu sou uma besta. 


Taehyung respirou fundo, surpreso com a confissão do mais velho, pensando um pouco antes de responder, as bochechas do amigo estavam coradas, e ele claramente estava envergonhado, então para tranquilizá-lo tocou as mãos do ômega, fazendo-o olhar para si. 


— Tudo bem Ji, eu sei que você tem um bom coração, e fez com a melhor das intenções, não se preocupe, afinal, o Hoseok realmente é um cachorro — brincou, rindo sozinho, mas logo balançou a cabeça em negativa, quando o Park não riu junto consigo, na verdade o olhou seriamente. — Não estou chateado, está tudo bem — tranquilizou o ômega. 


— Eu tô muito feliz que o senhor e o Jungkook se acertaram — comentou, sorrindo um pouco mais aliviado. 


— Eu também, e sobre os lobinhos? Eu ainda não consigo acreditar que meu menino, e minha menina logo vão estar nos meus braços… — sorriu, e o amigo o acompanhou. 


— Eu tô ansioso para conhecer os dois — comentou Jimin, levando uma das mãos até a barriga do amigo. — Ouviram lobinhos, eu tô esperando vocês, tá bom? O tio Ji vai fazer um montão de coisa gostosa só pra vocês — segredou, fazendo Taehyung partir os lábios indignado. 


— E pra mim, Ji? — perguntou, fingindo estar triste, Jimin apenas riu. 


— Tá bom, pro senhor também — respondeu, alisando um pouco mais da barriga do ômega, parando o movimento ao sentir algo, seus olhos dobraram de tamanho, e os piscou, olhando confuso para Taehyung. — Senhor Kim… — sussurrou, com coração acelerado. — Eu acho que eles se mexeram… 


— O quê!? N-não pode ser… — resmungou Taehyung, ficando em silêncio, e segurando a palma do Park sobre sua barriga por mais tempo. 


Até que os dois ômegas sentissem a movimentação, os lobinhos estavam realmente se mexendo. 


— Eu não acredito… — comentou Taehyung, sorrindo em meio a emoção. — Eu tinha prometido ao Kook que ele seria o próximo a senti-los… 


— Parece que eles gostaram do tio Ji, não é? — questionou Jimin, abobalhado, tocando com as duas mãos a barriga do amigo. 


— Gostaram sim… ui, isso foi uma mexida e tanto — informou Taehyung, surpreso com um movimento que se assemelhou a um chute, e ao mesmo tempo estava maravilhado. 


Jimin riu das reações do mais novo, e continuou fazendo carinho na barriga dele, e conversando com os bebês, até que eles se acalmassem por completo. Quando desceram para sala, encontraram Seokjin e Namjoon com duas malas prontas, eles estavam na varanda. Jungkook e Hae-sook estavam conversando com eles, Taehyung franziu a testa confuso, olhando para o amigo, e deu um passo em direção a varanda, ficando ao lado do namorado, curioso. 


— O quê está acontecendo? — perguntou, sentindo o alfa passar um dos braços sobre seu ombro, e em seguida dar um beijinho em sua cabeça. 


— Eles vão viajar por uns dias, leitãozinho — respondeu, observando a boca do ômega partir em surpresa. 


— É que o meu cio tá próximo, primo. Mas não se preocupa não, em alguns dias a gente volta — explicou Seokjin, fazendo o mais novo arquear as sobrancelhas. 


— Eu vou cuidar bem do meu benzinho Tae, preocupa não — Namjoon falou, passando os braços em volta da cintura de Seokjin, o pegando desprevenido, com um beijinho no pescoço.  


— Eita, pare de assanhamento, benzão! — resmungou Jin, se desfazendo do abraço do alfa — Tia, primo, Ji, a gente deixa a fazenda nas suas mãos, cuidem bem, juízo — disse ignorando o olhar indignado do capataz. 


— Eu também tô aqui, viu? — reclamou o Jeon, fazendo Jin sorrir. 


— Ah é, com você também, Jungkook — brincou, fazendo o capataz rir. 


— Agora sim. 


O casal se despediu mais uma vez de todos, antes que o alfa carregasse as malas até a caminhonete. Os dois deram alguns tchauzinhos pela janela, antes que o veículo começasse a se movimentar, pouco a pouco levantando poeira na estrada, enquanto os outros apenas acenavam de volta, até a caminhonete desaparecer completamente de suas visões. 


[...] 


Yoongi se mexeu na cama, espreguiçando, assim que abriu os olhos notou que ainda não havia amanhecido completamente, e também notou que não estava sozinho, isso aqueceu seu coração de uma maneira muito boa. Virou-se de lado um pouco, para observar o rosto do alfa, que dormia abraçado a um dos seus travesseiros, os dois subiram para o quarto alguns minutos depois do jantar, não fizeram nada além de trocar alguns beijos, mas apenas o fato de dormirem juntos era um grande avanço, há muito tempo o casal dormia separado, era um pouco estranho estar na mesma cama que o Jung novamente, mas isso não deixava de ser uma coisa boa. O ômega sorriu, antes de umedecer os lábios, virando de lado novamente, em breve teriam que trabalhar, então aproveitaria para tomar um banho, antes de acordar Hoseok. 


Colocou as pernas para fora da cama, e apoiou uma das mãos na cômoda, os dedos tocaram em uma superfície fria, e notou ser o celular do Jung, a tela iluminou assim que seus dedos encostaram nela de leve, revelando uma foto do alfa consigo, era uma foto antiga, já não se lembrava mais dela, no entanto, assim que a viu, seu coração saltou no peito, segurou o aparelho entre as mãos trêmulas, piscando os olhos confuso, e olhou mais de perto, sentindo a nostalgia característica, deslizou o dedo sobre a tela do celular, notando que ele estava desbloqueado, seu coração acelerou consideravelmente, quando a aba com aplicativos ficou exposta. 


Virou o corpo minimamente o suficiente para que olhasse Hoseok adormecido na cama, o alfa resmungou alguma coisa, e enrugou o nariz, mas não acordou, o que deixou Yoongi um pouco aliviado, estava pronto para colocar o celular novamente na cômoda, quando notou uma caixinha de mensagens na barra de notificações, e isso acendeu sua curiosidade, não era do seu costume invadir a privacidade do mais novo, mas de certa forma se viu muito inclinado a ler o que estivesse ali, e ainda receoso, clicou na caixinha abrindo o aplicativo de mensagens do Jung. 


Seus olhos rapidamente passaram por cada uma, seu coração batia descontrolado no peito, com a adrenalina de estar fazendo algo errado, prendeu a respiração, tentando manter a calma quando visualizou o nome de Taehyung ali, engoliu em seco, fechando os olhos por alguns segundos e se apoiando na cômoda, sua respiração estava cada vez mais pesada, e temia que o alfa acordasse a qualquer momento, abriu os olhos novamente, disposto a ler a mensagem, que havia sido enviada de madrugada, um pouco após os dois irem se deitar. 


00:30: Oi, Hoseok. Vim aqui apenas informar que fiz uma consulta médica ontem, as crianças estão bem, e também descobri o sexo delas, são um menino e uma menina, eles estão saudáveis, e eu estou bem, portanto, não se preocupe conosco, quando tiver mais notícias eu te aviso, até mais. 


O ômega permaneceu parado no lugar, lendo e relendo a mensagem, sentiu um aperto forte no peito, uma angústia ruim, sentiu os olhos arderem, e as lágrimas não demoraram a acumular, mordeu o inferior, olhando para o alfa na cama, e quando fechou os olhos sentiu as lágrimas quentes escorrendo por suas bochechas, respirou fundo, soltando o ar pela boca, antes de desligar a tela do celular, e deixá-lo sobre a cômoda, caminhou em direção ao guarda roupas, pegando algumas peças para usar, e quando fechou a porta, não se importou de bater as duas, causando um som alto, o Jung se mexeu na cama, acordando, e com as vistas ainda um pouco embaçadas conseguiu ver o ômega caminhando em direção à porta da suíte, fechando-a em seguida. 


O Min se encolheu no box, enquanto sentia a água morna cair em seu corpo, não queria se sentir assim, realmente queria dar uma chance a Hoseok, mas toda vez que se lembrava ou ouvia algo sobre Taehyung, uma parte em si, se enchia de rancor e raiva, só queria poder esquecer tudo, mas parecia cada vez mais impossível, fechou os olhos com força, sentindo a angústia novamente, saber sobre os filhos do Jung não lhe fez nada bem, não deveria ter sido tão curioso, suspirou, apoiando as mãos na parede, lembrando-se de coisas que já havia se esquecido: 


O ômega estava um pouco nervoso, tinha bastante trabalho para fazer durante a tarde, mas aproveitou o horário do almoço para ir em uma consulta médica, gostava de cuidar da saúde, mas geralmente não tinha muito tempo para isso, levantou o olhar da mesa assim que a doutora adentrou ao consultório novamente, ela estava com alguns papéis em mãos, provavelmente seus exames, e sentou-se na cadeira a sua frente, retirando os olhos dos olhos, logo após colocando uma mecha dos fios ruivos atrás da orelha, sorriu singelamente na direção de Yoongi. 


— Senhor Min… Hum… eu tenho uma notícia para dar, peço que fique tranquilo, não é nada grave com sua saúde, mas é… uma coisa importante — disse a mulher, um pouco nervosa, juntando as mãos sobre a mesa. 


O ômega piscou os olhos lentamente, franzindo a testa, e se inclinando para apoiar as mãos sobre á mesa. 


— Diga doutora, sem rodeios, por favor — pediu, e a mulher concordou lentamente. 


— Bem, de acordo com seus exames recentes… hum… o senhor é estéril senhor Min, eu sinto muito — informou, observando as reações do paciente. 


Yoongi paralisou por um tempo, não sabia como reagir, então soltou o ar dos pulmões, sorrindo de canto, e em seguida alargando o sorriso, desacredito. 


— Como assim? Eu sou um ômega, todos os ômegas engravidam — comentou, ainda sorrindo, apertando uma das mãos com força. 


— Infelizmente o senhor é uma excessão a regra, eu sinto muito, não posso fazer muito a respeito senhor Min, mas posso indicar ao senhor um grupo de apoio que pode ajudá-lo a enfrentar essa notícia de uma maneira saudável, e também se eu puder dar um conselho… não se feche a outras opções, o senhor pode ter filhos de outras formas, muitas crianças gostariam de ser adotadas e ter um lar, também a inseminação artificial está em alta, hum… e até mesmo o senhor pode achar alguém de sua confiança para ser sua barriga solidária, não deixe que isso estrague seus sonhos e… 


— E quem disse que eu quero ter filhos? — perguntou o ômega, com um semblante fechado, deixando a doutora um pouco constrangida. 


— Hum… desculpe, o senhor casou-se recentemente, então eu pensei… 


— Doutora, uma família só pode ser considerada assim, se tiver crianças envolvidas? 


— N-não foi isso que eu quis dizer… 


— Essa notícia não é um problema para mim, não preciso de um grupo de apoio, ou qualquer outra bobagem dessas, sou um homem muito ocupado com meu trabalho, não teria mesmo tempo para crianças, não é tão ruim quanto parece — garantiu, tentando passar confiança, a mulher apenas assentiu lentamente. 


— Bem, fico mais tranquila então, e me desculpe se causei algum desconforto — pediu, e o ômega apenas assentiu, parecendo totalmente recuperado da notícia. 


— Agradeço a preocupação, foi ótimo revê-la, agora tenho que ir, tenho muito trabalho a fazer, até a próxima consulta — Yoongi se despediu, esticando uma das mãos para que a doutora apertasse, antes de sair com um sorriso mínimo nos lábios. 


Assim que saiu do consultório o Min caminhou pela calçada, indo diretamente para o carro estacionado do outro lado da rua, entrou no veículo e fechou a porta, só então, notou que suas mãos estavam tremendo, e seu coração estava acelerado no peito, fechou os olhos, encostando a cabeça no volante, enquanto praguejava baixinho. 


Nunca havia pensado em ter filhos, e também não era sua prioridade na vida, nem um sonho, como para a maioria dos ômegas, Yoongi sempre esteve bem sozinho, mas desde que se apaixonou por Hoseok, passou a pensar em alguns possibilidades, não imaginava que se casaria um dia, não com algo ou alguém além de seu trabalho, mas estava em um relacionamento, e em relacionamentos devem ser considerados os sentimentos das duas pessoas, o ômega não fazia ideia se o Jung gostaria de ser pai um dia, e se ele quisesse? 


Poderiam adotar uma criança, mas o Min realmente não se via sendo um pai, nunca conviveu com muitas crianças, e as poucas com que conviveu não gostavam de si, nunca foi bom com essas coisas, não entendia o porquê de estar se sentindo triste, nunca ligou para ter filhos, porém, entre não querer ter, e não poder ter, havia diferença, por mais louco que pudesse soar, e era essa diferença que estava fazendo seu peito apertar com força, em uma angústia desconfortável. 


Ficou com a cabeça encostada no volante por um bom tempo, até que tomasse coragem de dirigir até a empresa, ainda precisava trabalhar, e pensar em uma forma de contar ao Jung sobre o que havia descoberto. 


Quando chegou em casa ainda naquele dia, seu marido o aguardava, já de banho tomado, o jantar já estava pronto, e Hoseok ajudou o mais velho retirar o casaco que estava usando, colocando na arara perto da entrada, onde também deixou seus sapatos. 


O alfa tocou o rosto do marido, lhe dando um selinho, e em seguida, um beijinho em sua bochecha. 


— Amor, que bom que chegou, teremos visitas — informou, deixando o mais velho confuso. 


— Visitas? Estou cansado — resmungou, devolvendo um beijinho na boca do Jung, que o fez sorrir. — É um dos seus colegas da universidade? 


— Não, é minha irmã, e a namorada dela, elas disseram que tem uma surpresa para contar, estou curioso — contou, mordendo o inferior, ansioso. 


Yoongi riu, balançando a cabeça em negativa, antes de segurar uma das mãos do marido, concordando.


— Você é muito curioso Hobi, vou tomar um banho, vem comigo? — propôs, sorrindo sugestivo. 


— Hum… não fazem nem quinze minutos que eu tomei banho, mas… entre não tomar banho, ou tomar e ajudar meu lindo esposo a lavar suas costas, hum… é uma dúvida e tanto, mas já tenho minha resposta — falou, decidido, o ômega apenas arqueou as sobrancelhas. 


— E qual é? 


— Vamos jogar muitos sais de banho na banheira dessa vez — pediu, sorridente, e antes que o Min pudesse responder, ou dizer algo, Hoseok o retirou do chão, segurando-o em seu colo, o coração do ômega saltou no peito, com a sensação estranha de estar com os pés fora do chão. 


— Ei, você vai me deixar cair! — reclamou, assustado, se abraçando-se ao alfa, escondendo o rosto em seu pescoço. 


— Prometo que não vou, e quem te visse assim, jamais imaginaria que o temível senhor Y, e o meu Yoon medroso, são a mesma pessoa — brincou, enquanto subia os primeiros degraus da escada. 


— Quieto, idiota! — ralhou, mexendo os pés apenas nas meias. 


Hoseok apenas riu, levando seu ômega para cima. 


Após o banho, a governanta anunciou que as visitas haviam chegado. Dawon correu para os braços do irmão assim que o viu com os cabelos úmidos, fazia algum tempinho que não se viam, a alfa o olhou de baixo acima, antes de notar Yoongi um pouco atrás dele, e correr para cumprimentá-lo. Havia uma outra garota presente, está um pouco mais acanhada e silenciosa, apenas estendeu uma das mãos ao cunhado, colocando uma mecha dos fios castanhos atrás da orelha, antes de fazer o mesmo com Yoongi logo após. 


Dawon a apresentou como sua namorada, e em seguida foram em direção à cozinha para jantar. A comida foi servida, e o Min dispensou seus funcionários, ficando a sós com os familiares. O jantar foi recheado de conversas agradáveis, e embora cansado, Yoongi gostou de rever a cunhada, foram poucas as vezes em que a viu, estava bebericando um pouco de vinho quando a Jung mais velha resolveu contar a surpresa que Hoseok estava ansiando tanto. 


— Maninho, cunhadinho, eu e a Seoyun estamos esperando um bebê — confessou, animada — Quer dizer, ela está esperando, mas a surpresa é que vamos ser mamães — sorriu contente ao revelar, olhando para o rosto do irmão, e do cunhado. 


Yoongi parou de beber o vinho na hora, recolocando a taça sobre a mesa, engoliu o líquido rápido demais, sentindo-o passar rasgando sua garganta, o ômega tossiu um pouco, levando um guardanapo até a boca. Enquanto isso Hoseok permaneceu estático, estava muito surpreso, e olhava de uma para outra, enquanto Seoyun estava acanhada ao lado da namorada. 


— Noona… — sussurrou Hoseok, após a surpresa passar, se levantou da cadeira, caminhando em direção à irmã — Meus parabéns, eu nem acredito que vou ser tio! 


— Obrigada, maninho, eu ainda não acredito que vou ser mãe! 


O Min ainda estava surpreso quando respirou fundo, se levantando também, indo em direção a cunhada para dar os parabéns, após os ânimos se acalmarem, Dawon e Seoyun comentaram como tudo aconteceu, que não foi nada planejado, mas que estavam muito ansiosas para que seu filhote nascesse. 


— Em breve vão ser vocês, estarei profetizando, eu quero ser titia também — Dawon comentou, em brincadeira, mas seu comentário fez o peito de Yoongi se apertar novamente. 


— Ah… Eu não sei… — respondeu Hoseok, levando uma das mãos até a nuca, sorrindo sem graça, trocou um olhar com o marido, mas o ômega logo o desviou, desconfortável. — Ainda é cedo, quero aproveitar meu casamento com o Yoon. 


Dawon levantou as mãos em rendição concordando, e sorrindo faceira. 


— Tudo bem, mas no futuro eu quero sobrinhos bem fofos, viu? Eu vou cobrar Yoongi — comentou, olhando para o ômega, que apenas sorriu forçado, concordando de leve. 


Yoongi se levantou da cadeira, alegando estar com dor de cabeça, e cansado demais, se despediu da cunhada, e também de Seoyun, dando os parabéns as duas outra vez, antes de subir as escadas, deixando Hoseok preocupado. O ômega jogou o corpo contra o colchão, fechando os olhos com força, sorriu sozinho, por quê isso estava acontecendo consigo? Levou as mãos em frente ao rosto por um tempo, antes de suspirar lentamente, amanhã contaria ao Jung sobre sua infertilidade, mas por hora, iria apenas descansar sua mente. 


O mais velho fechou o registro, piscando os olhos e recobrando a atenção, seus pensamentos o levaram longe, em memórias que não gostaria de se lembrar, enrolou o corpo em um roupão, pegando uma pequena toalha na gaveta para secar os fios platinados, quando ouviu algumas batidas na porta do banheiro, e ao abrir notar Hoseok ali, seu coração se apertou novamente, principalmente, quando o alfa escovou os dentes, e virou-se para lhe dar um beijo de bom dia, com gosto de menta. 


— Bom dia, amor — disse o Jung, passando um dos braços em volta do ômega, puxando-o para perto quando ele não se afastou com seu selinho, dando uma brecha para aprofundar o contato. 


Yoongi se permitiu alguns momentos quando prendeu os dedos nos fios negros do alfa, correspondendo ao beijo, um beijo apaixonado, que há muito tempo não compartilhavam, sentiu-se muito bem durante o ato, mas assim que separou os lábios do mais novo, recordou-se da mensagem que leu antes do banho, limpando a garganta antes de dizer: 


— Eu vou descer para tomar café, você deveria checar suas mensagens antes de descer também — informou, se afastando do ex-marido. 


O Jung ficou um pouco confuso, mas concordou lentamente, observando enquanto o mais velho saia do quarto. Andou devagar até a cômoda, resgatando o aparelho, procurou pelas mensagens, e assim que visualizou a de Taehyung, seu coração sobressaltou no peito, tanto pelo conteúdo, quanto pelo fato de que o ômega provavelmente havia lido a mensagem do Kim, e isto explicava tudo. 


[...] 


Taehyung estava com as bochechas cheias, havia um prato repleto de guloseimas em cima de sua barriguinha, já estava tão grande o suficiente para que usasse ela como mesa. Seus pés estavam inchados, e estava sentindo algumas dores de coluna, estava sentado confortavelmente, com Jungkook ao lado, o capataz vez ou outra tomava a liberdade de alimentá-lo, ganhando alguns olhares curiosos, estavam em mais uma festa na casa de Heejin, e desde que o Kim chegou ali, foi o centro das atenções.


— Você pode dançar se quiser, amor — comentou com o Jeon, enchendo a boca novamente. 


— Prefiro ficar com ocê — respondeu, puxando uma das bochechas cheias do ômega, em brincadeira. 


O mais velho engoliu rapidamente, e formou um grande bico nos lábios, Jungkook riu, enquanto tocava o rosto do namorado, para dar-lhe um selinho rápido. 


Haviam aceitado o convite de Bogum, o alfa estava muito feliz, pois finalmente havia conseguido laçar o coração de sua cabritinha, tanto que resolveu dar uma festa, é claro, com a permissão dela, a família Park inteira estava presente, e Taehyung observava a mãe ao longe dançando toda animada, com um senhor desconhecido, sorriu, a mulher merecia mesmo se divertir, e nem sabia que a ômega dançava tão bem assim, até vê-la segurando a barra do vestido que estava usando, e arrastando as botas pelo assoalho. 


— Leitãozinho, mudei de ideia, vou dançar um pouco com o Ji, tá bom? — informou, se levantando e dando um beijinho na testa do ômega. 


Taehyung concordou, e levou mais uma fatia de torta até a boca, mastigando devagar, enquanto observava o namorado se aproximando do amigo, Jimin estava próximo a família, parecia um pouco distante durante toda a noite, mas aceitou dançar com Jungkook quando ele o convidou. 


O Kim suspirou, retirando o prato de cima da barriguinha, e deixando na cadeira vazia de Jungkook, apenas pegou o celular, ponderando se deveria mandar uma mensagem a Hoseok ou não, e após alguns minutos em dúvida, tomou coragem para escrever o recado, bloqueando o aparelho logo em seguida. 


Levou as mãos até a barriga, acariciando delicadamente, todos pararam de dançar, e palmas e assobios foram ouvidos, ainda mais quando Heejin desceu as escadas, de maneira lenta. Taehyung revirou os olhos, a mulher sempre gostava de se exibir, dessa vez estava trajando um vestido branco, com franjas nas pontas, e nas mangas, as botas marrons de cano alto eram muito bonitas, havia um cinto e uma pequena fivela marcando sua cintura, enquanto seus fios castanhos caiam confortavelmente nas costas. 


Ela parou em alguns degraus, cumprimentando a todos os convidados, e quando iria descer parou em meio ao caminho, ao ouvir uma voz conhecida, gritando algo que não gostava nem um pouco. 


— Cabritinha! — exclamou Bogum, a passadas largas, fazendo alguns convidados rirem. — Espera por mim, mulher! 


O alfa estava trajando uma camisa branca, para combinar com a namorada, a calça de jeans escura, e uma grande fivela em seu cinto completavam o look. A mulher revirou os olhos com o escândalo de Bogum, estava pronta para responder algo, quando sentiu os braços firmes do Park a retirando do chão, seus olhos arregalaram, e seu rosto esquentou em vergonha, todos estavam olhando. 


— Ui, o que está fazendo, ein!? Me coloca no chão, tô quase com a poupa da bunda de fora — questionou, passando um dos braços em volta do pescoço do alfa, e o outro desceu para puxar o vestido. 


O Park ignorou os pedidos da mulher, descendo com ela em seu colo, e ficando em meio ao salão, o coração de Heejin saltou no peito, quando sem mais nem menos, o alfa a colocou no chão, fazendo-a se desequilibrar um pouco, puxando o vestido e arrumando os cabelos. 


— Pronto, meu amor — respondeu Bogum, sorrindo faceiro, antes de passar um dos braços pela cintura da beta, a puxando para perto. — Meus amigos, eu convidei vocês aqui pra essa festança, para que sejam testemunhas do amor que eu sinto por essa mulher! — exclamou, chamando a atenção dela. 


Heejin olhou para Bogum confusa, não estava sabendo de nada, faziam-se poucos dias que havia aceitado namorar com o Park, mas jamais imaginaria que ele desejava anunciar isso para toda a cidade. 


— O quê você tá aprontando homem de Deus! Vê se não vai me fazer passar vergonha — exclamou, atordoada, olhando desde o alfa, até os convidados. 


— Esquenta não cabritinha, é coisa boa — disse, afastando-se da mulher. 


A beta ainda estava confusa, e ficou ainda mais quando Bogum se afastou, dobrando um dos joelhos, e parando bem a sua frente, o alfa sorriu de canto, buscando no bolso da camisa por algo que fez Heejin levar as mãos até a boca, desacreditada, era uma aliança. 


— Namora comigo cabritinha, eu tô pedindo aqui, no meio dessa gente toda, porque eu esperei tanto tempo por esse momento, quase que perco as esperança, demorei a te conquistar, mas agora que eu consegui, quero que a cidade inteira saiba, mesmo se eu tiver que gritar que nem doido varrido, então diz pra mim, você aceita ser a dona desse pedaço de mal caminho? — brincou no fim, sorrindo faceiro, e fazendo o restante dos convidados rirem. 


Heejin não aguentou, estava muito envergonhada, e ficou mais ainda quando ouviu a brincadeira do alfa, seus olhos encheram-se de lágrimas, que derramou, enquanto concordava lentamente, incapaz de pronunciar qualquer palavra.


— Eu não entendi… pode falar mais alto um pouquinho, cabritinha? 


A mulher bufou, levando as mãos até as bochechas para secá-las, e sorriu logo em seguida. 


— Eu aceito, mas eu quero é o caminho inteiro — respondeu, fazendo os convidados assobiarem, a beta se jogou contra o corpo do alfa, o abraçando e beijando logo em seguida. 


Bogum se levantou com a mulher nos braços, feliz demais, a girou consigo algumas vezes, antes de colocá-la no chão outra vez, segurando uma de suas mãos e deixando um beijinho, antes de passar a aliança que comprou pelo dedo anelar da moça, palmas foram ouvidas, e assim que a mulher colocou a aliança no Park, ambos se beijaram, e a música voltou a tocar, ainda mais animada que antes, fazendo todos os participantes da comemoração formarem um círculo novamente, pois a festança duraria muito mais. 


Taehyung acabou adormecendo contra o ombro de Jungkook, após ele voltar a sentar ao seu lado, o ômega estava sentindo-se tão bem, com tudo finalmente de volta ao normal, que foi impossível não relaxar, ainda mais, sentindo o cheirinho bom do namorado, o Jeon era como o seu porto seguro agora. 


[...] 


Era madrugada quando Yoongi acordou com a voz de Hoseok aflita, piscou os olhos confuso, tentando focalizar na penumbra do quarto, o Jung andava de um lado para o outro, falando com alguém contra o telefone, sentou-se na cama assustado, e ligou o abajur notando as feições entristecidas do marido, seu coração sobressaltou no peito. O alfa terminou a ligação, e deixou que os braços caíssem ao lado do corpo, ele se sentou na beirada da cama, deixando o aparelho no colchão, enquanto levava as mãos até os cabelos frustrado. 


— O que aconteceu, Hoseok? — perguntou o ômega, preocupado, sentando-se ao lado do marido. 


— A Seoyun perdeu o bebê… — sussurrou baixinho, derramando algumas lágrimas. — Elas estavam tão animadas… Eu… 


— Oh, Hobi, eu sinto muito — disse Yoongi, passando os braços em volta do marido, em um abraço.  


Haviam se passado alguns meses desde que o Jung descobriu que seria tio, e ele estava muito animado com a ideia, já havia até comprado uma roupinha para presentear o sobrinho, e agora com uma notícia dessas, estava se sentindo realmente mal pela irmã. 


— Você quer vê-las? — ofereceu o mais velho, secando as lágrimas das bochechas do marido. 


— Sim, elas estão no hospital agora, acho que devemos dar apoio a Dawon. 


Yoongi concordou, e foi em direção ao banheiro para lavar o rosto, antes de pegar o carro e dirigir até onde as duas estavam. Os dois fizeram questão de levarem as mulheres até o apartamento onde moravam, Hoseok sentou-se ao lado da irmã, enquanto Seoyun dormia no quarto, a mulher havia passado mal, e precisou tomar alguns calmantes recomendados pelo médico, o Min havia se oferecido para preparar um chá, então estava na pequena cozinha da cunhada, esperando que a água esquentasse, não conseguia imaginar a dor de perder um filho. 


Assim que chegou a metade do corredor, ouviu as vozes dos irmãos, eles estavam conversando agora, Dawon parecia ter se acalmado um pouco mais, Yoongi por alguma razão parou no caminho, com a bandeja e as xícaras com chá, apenas ouvindo a conversa dos dois. 


— Dae, vocês vão ficar bem, ok? Vocês ainda são jovens, terão outras oportunidades — disse Hoseok, tentando tranquilizar a irmã. 


— Foi o mesmo que o doutor disse, mas ainda sim, dói maninho, nós duas já sonhávamos com o rostinho do nosso bebê, sabe? 


Hoseok concordou, passando um dos braços em volta da mais velha, a puxando para um abraço. Ficaram em silêncio por um tempo, e Yoongi até pensou em entrar na sala, no entanto, parou no lugar, prendendo a respiração ao ouvir uma coisa que fez seu coração sobressaltar. 


— Você quer ter filhos com o Yoongi, Hoseok? — perguntou a alfa, fazendo o Min ficar em alerta, o Jung não a respondeu de primeira. — Imagine só, ter um pequeno serzinho com os olhinhos dele, as suas covinhas… 


— O sorriso dele — comentou Hoseok, sorrindo com a ideia. 


— Isso, uma pequena cópia dos dois, seria bem fofo. 


— Sim, eu quero, mas o Yoon ainda não tocou nesse assunto, e não quero apressá-lo, quando ele quiser, e estiver confortável, com certeza vai conversar comigo sobre, vou esperar — explicou o alfa, observando a irmã puxar um biquinho concordando. 


— Tem razão — concordou, fechando os olhos com o carinho do irmão em seu braço. — Obrigada por virem, significa muito. 


— Não precisa agradecer, Noona. 


A resposta do alfa foi como um banho de água fria no ômega, ainda não havia conversado com o marido sobre sua infertilidade. Hoseok queria ter filhos consigo, e isso não saia da mente de Yoongi, suas mãos tremeram na bandeja, e seu peito se apertou dolorosamente, antes que pudesse perceber, seus olhos encheram de lágrimas, não poderia chorar, não ali, então respirou fundo, tentando se acalmar, enquanto sentia os joelhos fraquejarem, levou alguns minutos até sentir-se capaz de encarar os outros dois sem fraquejar, então colocou-se a caminhar, e assim que o Jung o viu, se levantou para ajudá-lo. 


O chá já estava morno quando beberam, mas ninguém disse nada a respeito, Yoongi estava perdido em seus próprios pensamentos. 


Algumas semanas se passaram desde o acontecido, mas o ômega não conseguiu esquecer, era como se seus próprios pensamentos o perseguissem, até mesmo seu lobo estava atormentado, e também havia alguma coisa a mais, seu corpo estava quente, e seu cheiro estava bem mais forte naquela manhã, e isso só poderia indicar uma coisa, se levantou e segurou uma caneca que estava sobre a mesa a jogando na parede, o objeto se espatifou no chão, saiu de sua sala a passadas rápidas, teria que chegar em uma farmácia antes que seu lobo tomasse sua consciência, pois seu cio estava chegando, e com tantas coisas para pensar, acabou esquecendo de tomar seus supressores. 


Algumas pessoas olhavam em sua direção enquanto caminhava pelas calçadas, provavelmente, atraídas por seu cheiro, as ignorou, se tivesse a marca de Hoseok ninguém se atreveria a tocá-lo, mas ainda não eram marcados, então teria que cuidar de si mesmo, como sempre fez. Entrou na farmácia, pedindo um copo com água a beta que o atendeu, tomou o comprimido, sentindo-o passar em sua garganta, o supressor demoraria alguns minutos para fazer efeito, iria para casa, o local mais seguro no momento. 


Assim que abriu a porta de casa, notou que ela estava vazia, o Jung provavelmente não havia chego do trabalho, e teria um tempo para respirar. Passou algumas horas na banheira, já sentia o corpo um pouco menos quente, mas seu cheiro ainda estava mais forte que o comum, e foi isso que chamou a atenção do Jung, assim que o alfa chegou do trabalho, deixou seus pertences na sala, subindo as escadas, seguindo o cheiro. 


Encontrou Yoongi sentado na cama, secando os cabelos, havia uma cartela de supressores ao seu lado, e isso chamou a atenção do alfa, que franziu a testa. 


— Yoon, o seu cio chegou? Seu cheiro está mais forte… 


— Sim, mas não se preocupe, eu já tomei um supressor, logo os sintomas vão passar — falou, segurando a cartela, e se levantando da cama. 


— Hum… certo, mas posso saber porque optou por tomar supressores? Sendo que você tem um alfa… 


— Sou obrigado a passar meu cio com você? — Yoongi se defendeu, sentindo o coração bater fortemente contra as costelas.


— Não foi isso que eu quis dizer, mas você nem conversou comigo sobre isso… 


— Claro, porque só diz respeito a mim, Hobi.  


Hoseok piscou os olhos surpreso, mas concordou ao fim, seu coração se apertou no peito, e sentiu-se rejeitado, na verdade seu alfa se sentiu assim, pensar que o ômega preferiu tomar supressores ao passar o cio consigo, era um golpe certeiro em seu lobo, no entanto, não deixaria seus extintos animais atrapalharem seu relacionamento, então sorriu, aproximando-se do ômega, para deixar um beijo em sua testa. 


— Está bem amor, me desculpe, você deve estar cansado, não é? Eu vou tomar um banho, e depois venho te fazer companhia — sugeriu, seguindo em direção ao banheiro, mas parou na porta ao ouvir a voz do ômega outra vez. 


— Hobi, você pode passar essa semana com a sua irmã? — pediu, deixando as palavras no ar por um tempo. — Hum… não sou acostumado a passar meus cios acompanhado, não quero ofender o seu alfa, mas quero ficar sozinho. 


— Eu preciso mesmo sair de casa? Não sou nenhum bicho primitivo Yoon, não vou te atacar no meio da noite, além do mais você tomou os supressores e… 


— Eu quero ficar sozinho — insistiu o Min, e Hoseok apenas bufou. 


— Certo, como quiser — respondeu, entrando no banheiro. 


O alfa bateu a porta do banheiro chateado, não estava entendendo o que estava acontecendo, eram casados e mesmo assim teria que sair de casa, havia passado seu cio com Yoongi, considerou um momento tão íntimo entre os dois, se sentiu tão bem tendo o ômega consigo, pensou que para o mais velho seria o mesmo, pensou que ele confiasse em si o suficiente, mas pelo visto não, e isso era frustrante. O ômega estremeceu com a batida alta, piscou os olhos entristecido, e sentiu as lágrimas se formando em sua linha d'água, não poderia passar seus cios com Hoseok, se passasse, o alfa desconfiaria uma hora ou outra, o fato do mais velho nunca engravidar, e não tinha coragem para contar, tentou várias vezes, até treinou no espelho, mas era covarde demais, não queria perder o Jung, e mesmo que não passar seus cios juntos fosse magoar Hoseok, poderiam superar isso, seria apenas por uma semana, depois disso voltariam ao normal e tudo ficaria bem, seria melhor assim. 


O mais novo saiu do banho alguns minutos depois, abriu o guarda roupas, pegando algumas peças de roupas, se vestindo, e logo após, colocando algumas peças dentro de uma bolsa, para passar uns dias na casa da irmã.


— Você vai ficar bem, Yoon? — perguntou, realmente preocupado com o marido, aproximando-se dele na cama, sua irritação já havia passado. 


— Sim, não se preocupe — disse, sorrindo um pouco, o Jung concordou. 


Tocou o rosto do ômega com ambas as mãos, beijando seus lábios em uma despedida, permaneceu próximo ao mais velho por um tempo, antes de lamber os lábios, endireitando o corpo. 


— Vou ligar pra você quando chegar, bem, estou indo — anunciou, colocando a bolsa no ombro. 


O Jung se afastou, soltando o ar dos pulmões, e caminhou em direção à porta, parando somente ao ouvir a voz do marido, se virou para olhar o ômega na cama, com as bochechas rosadas, e os fios platinados alinhados em frente à testa, ele sorriu carinhosamente, antes de dizer: 


— Eu te amo, Hoseok. 


As palavras do mais velho encheram o coração do alfa de alegria, apoiou uma das mãos na maçaneta, concordando lentamente, sorriu com os lábios fechados, deixando suas covinhas visíveis. 


— Eu também te amo, Yoon. 


O ômega levou as mãos até as têmporas massageando de leve, estava com dor de cabeça, suas lembranças estavam o atormentando outra vez, pelo menos o dia no trabalho estava acabando, havia combinado de jantar com o alfa, em um restaurante que costumavam ir bastante, alguns anos atrás, tomaram o café da manhã juntos, mas Hoseok teve que ir para seu apartamento, para arrumar-se para o trabalho, não conversaram depois disso. O Min pensou em telefonar para Kihyun trazer alguns analgésicos, mas quando o fez, o telefone do secretário não foi atendido, o que estranhou, mas continuou trabalhando, porém, cansou-se de esperar um retorno do mais novo, e resolveu por si mesmo ir em busca de alguns remédios. 


Saiu de sua sala com uma expressão não muito boa, sua cabeça estava latejando, não encontrou o Yoo em sua mesa, e isso chamou sua atenção. Balançou a cabeça em negativa, e foi em direção à cozinha, haviam muitos remédios nos armários, e com certeza haveria algo para suas dores de cabeça, todavia, parou na entrada assim que observou o secretário, andando de um lado para o outro, com um celular contra a orelha, ele parecia preocupado. 


— Não senhora, infelizmente eu não posso sair do trabalho mais cedo, a febre está tão alta assim? 


O beta levou uma das mãos até a cintura, balançando o corpo para frente e para trás, nervoso. 


— Coitadinha — comentou contra o telefone, levando uma das mãos até a boca. — Diga a ela que o appa vai tentar chegar o mais rápido possível, por favor, cuide dela até que eu chegue, está bem? 


Kihyun balançou a cabeça positivamente, concordando com o que a outra pessoa na linha falava, virou o corpo de frente, e levantou o olhar, surpreendendo-se com a presença do patrão, parado na porta, seus olhos arregalaram, e apressou-se a despedir-se da mulher ao telefone. 


— Entendi, tenho que ir agora, diga a Yuri que eu a amo, está bem, até logo — despediu-se, desligando o aparelho. 


Yoongi adentrou o local, caminhando lentamente em direção ao secretário, que apenas sorriu sem graça, desviando o olhar do mais velho. 


— Desculpe senhor, tive que atender uma ligação, mas já estou voltando ao trabalho — apressou-se em explicar, andando com intenção de sair da cozinha, mas parando ao ouvir a voz do ômega. 


— Está tudo bem? você parece preocupado. 


— Ah, a Yuri está com um pouco de febre, mas é normal com as crianças, não se preocupe — respondeu, levantando o olhar para o patrão. 


O cheiro de lavanda do beta estava preenchendo o cômodo, e chegou nas narinas do ômega, apenas em uma fragrância fraca, que lhe trouxe tranquilidade, sequer percebeu, mas sua cabeça já não doía mais, esqueceu-se até mesmo dos remédios que tinha a intenção de pegar. 


— Febre não deveria ser considerada uma coisa normal, ela é tão pequena… — comentou, encontrando os olhos de Kihyun. — Você pode sair mais cedo hoje, não se preocupe, deveria ir cuidar da sua filha. 


— Mas senhor… — Yoo começou, mas se calou quando o Min negou lentamente. 


— Estou te liberando, isso é uma emergência, não é? 


— Yoon… — começou o beta, mas parou sem concluir, ao notar que chamaria o mais velho pelo nome, sentiu as bochechas esquentarem em vergonha, e apertou a barra da camisa, continuando. — Quer dizer… senhor Min, muito obrigado, o senhor está sendo muito bom conosco, serei eternamente grato — disse o beta, abrindo um bonito sorriso, que fez seus olhinhos fecharem, e suas bochechas saltarem com o ato. 


Isso não passou despercebido aos olhos do ômega, que sentiu o coração saltar no peito logo em seguida, o mais velho piscou os olhos repetidas vezes, desviando o rosto, e franzindo a testa, limpou a garganta, um pouco envergonhado. 


— Hum… Não precisa agradecer, pode ir agora — disse, não olhando para o beta uma outra vez, mas conseguiu ouvir os passos do secretário, e quando já se encontrava sozinho, puxou o ar fortemente para os pulmões, levando as mãos até as bochechas, por alguma razão, suas bochechas estavam mais quentes que o normal. 


O mais velho voltou ao trabalho, e quando acabou, passou em frente à mesa do secretário, estava tudo organizado, o Min encontrou um retrato e tomou a liberdade de segurá-lo, notando se tratar de uma foto de Yuri e uma mulher, muito bonita por sinal. As duas estavam sorrindo para a câmera, a pequena menina tinha duas janelinhas nos dentes da frente, o que fez Yoongi sorrir, antes de colocar o objeto no lugar novamente. 


Tomou uma decisão, dirigiu até o supermercado mais próximo, não queria chegar na casa do beta de mãos vazias, então optou por comprar algumas frutas para Yuri, as que considerou melhores para sua situação, era uma atitude precipitada, ele sabia, mas estava preocupado com a menina, então após terminar as compras, apenas dirigiu em direção à casa do secretário, ainda estava cedo, não teria tempo de passar em casa para tomar banho, mas encontraria Hoseok para jantar logo em seguida. 


Parou o carro em frente à pequena casinha, saltando, e segurando a sacola em seguida, estava um pouco nervoso, mas fechou p punho, batendo contra a porta do secretário algumas vezes, demorou um pouco, mas ouviu alguns passos, e prendeu a respiração quando o som da porta sendo destrancada soou, os olhos de Kihyun dobraram de tamanho, os lábios se partiram e seu coração sobressaltou no peito, ao notar a presença do patrão ali.


— S-senhor Min… você… casa… minha — atrapalhou-se com as palavras, tamanho era o seu nervosismo, fazendo Yoongi sorrir. — Quer dizer, o que o senhor está fazendo na minha casa? — concluiu, respirando com dificuldade. 


— Eu vim ver como a Yuri está — informou, um pouco acanhado. — Desculpe vir sem avisar, eu trouxe algumas frutas, vitamina C é bom para resfriados — concluiu, levantando a sacola para que o mais novo pegasse. — Eu posso entrar por alguns minutos? Não vou demorar. 


O beta permaneceu paralisado na porta, ainda tentando processar o que estava acontecendo, mas lentamente concordou, abrindo a porta, deixando espaço para que o mais velho entrasse. 


Ao longe escondido atrás de uma árvore, um fotógrafo tirava várias fotos, desde o carro do mais velho, até o momento em que entregou a sacola para Kihyun, e em seguida o ômega entrando na casa do homem desconhecido, isso daria uma boa matéria de jornal, sorriu satisfeito. 


Kihyun estava nervoso, e antes que o mais velho retirasse os sapatos na entrada, correu para arrumar as almofadas do sofá, e recolher um cobertor, sua casa era simples, mas era muito organizada, estava jantando enquanto assistia ao jornal quando o mais velho chegou. 


— Sua casa é muito acolhedora — elogiou o Min, olhando ao redor. 


— Desculpe a bagunça, eu estava jantando — explicou-se. 


— Oh, desculpe atrapalhar seu descanso, Kihyun — pediu Yoongi, olhando um pouco mais a casa. 


— Hum… o senhor quer me acompanhar até o quarto? Digo, até o quarto da Yuri, é claro — corrigiu, sorrindo sem graça. 


— Sim.


O beta induziu o mais velho pelo corredor, chegando a uma porta repleta de desenhos de unicórnios, ele abriu a porta, e acendeu a luz, a pequena menina estava deitada na cama, mas se mexeu coçando os olhinhos assim que o pai ligou a luz, Kihyun chegou perto dela na cama, sentando-se na beirada, a menininha resmungou algo, sentando-se, e o Yoo, passou as mãos em seus cabelos desarrumados, beijando sua testa com carinho. 


— Meu amor, olha quem veio te visitar — disse, beijando mais uma vez a menina. 


Yuri puxou um biquinho, e forçou os olhinhos, para enxergar melhor, e quando o fez, encontrou Yoongi, logo partiu os lábios e sorriu, levantando-se com tudo na cama, animada. 


— Tio Yoon! — exclamou animada, aquecendo o coração de Yoongi, Kihyun se assustou com a reação da filha, que agora pulava na cama ao seu lado, apenas a puxou para que sentasse novamente. 


— Ei mocinha, você está doente — falou, segurando a menina no colo, fazendo algumas cosquinhas. 


— Senta aqui, tio Yoon — pediu a criança, esticando uma das mãozinhas pequenas na direção do ômega. 


Yoongi aceitou um pouco receoso, e sentou-se em uma parte da cama, a menininha logo saiu do colo do pai, engatinhando até onde o ômega estava, sentando-se ao seu lado, com as pequenas mãozinhas entre as pernas, e os pés balançando para fora da cama. Kihyun se levantou da cama ficando em frente aos dois. 


— Como você está Yuri, se sente melhor? — perguntou Yoongi, erguendo uma das mãos, e fazendo carinho nos cabelos da menina, eram macios. 


— Uhum, o papai me deu um remédio ruim, mas ele disse que é pra eu ficar boazinha — explicou a menina, puxando um biquinho a cada palavra. 


— Seu papai está certo, os remédios são ruins, mas são bons para curar — ditou, e a menina apenas concordou. 


— Você também fica doente, tio Yoon?


— De vez em quando. 


— Hum… pensei que vampiros não ficassem doentes… — murmurou, perdida em seus próprios pensamentos, fazendo Yoongi e Kihyun sorrirem. 


— Já disse que não sou um vampiro — resmungou, Yoongi, fazendo um carinho na menina. 


— Você quer ver minha mamãe? — questionou a menina, fazendo os adultos se olharem. — Ela é muito linda. 


— Hum… claro, me mostre — pediu, e a menininha se animou. 


A pequena beta saltou da cama, calçando as pantufas fofinhas, antes de abrir a gaveta ao lado da cama, segurando um livro preto, ela o abraçou, e colocou em cima da cama, enquanto tentava subir novamente, mas não conseguiu, Kihyun se moveu para ajudá-la, no entanto, Yoongi foi mais rápido, segurando abaixo dos braços da menina, a tirando do chão, e colocando ao seu lado. 


Yuri abriu o livro folheando, e parou em uma fotografia, a mulher da foto era a mesma do porta retrato na mesa do secretário, ela apontou para a mãe animada, a mulher tinha o mesmo corte de cabelo da filha, um pouco abaixo das orelhas, apenas em uma cor mais clara, e sorria abertamente, ela obtinha uma pequena florzinha amarela atrás da orelha, e usava um vestido branco florido. 


— Ela é muito bonita, Yuri — comentou com a menina, que sorriu contente. 


— É sim, a omma é a mulher mais linda do mundo — disse, abrindo os braços e jogando-se contra a cama. 


— Você sente muita falta dela? — questionou o ômega, nem se dando conta de sua pergunta. 


— Sim, mas o papai me explicou que agora ela é um anjinho lá no céu, e vai estar sempre nos protegendo — falou a menina, fazendo os olhos de Kihyun arderem. 


— E-eu vou preparar um pouco de chá — informou o beta, com a voz embargada, saindo do quarto. 


O ômega permaneceu no quarto com a menina um pouco mais, mas a pequena criança estava cansada, então pela primeira vez na sua vida, colocou uma criança para dormir, Yuri se deitou, e o mais velho puxou as cobertas, ajeitando o travesseiro para que ela se deitasse, a beta pediu para que o mais velho contasse uma história, o Min não se lembrava de nenhuma, mas acabou inventando alguma coisa, e quando olhou novamente para Yuri, ela já havia adormecido, sorriu com a expressão serena e inocente da criança, se inclinou sobre ela, e deixou um beijinho em sua testa, antes de sair do quarto, fechando a porta devagar. 


Encontrou Kihyun sentado na cozinha, tomando um pouco de chá, os olhos do mais novo estavam avermelhados, como se ele tivesse chorado recentemente, e isso preocupou o ômega. 


— Ela dormiu, você está bem, Kihyun? 


— Sim senhor Min, obrigado — respondeu, oferecendo um pouco de chá ao ômega. 


— Hum… Eu tenho que ir, marquei um encontro com o Hoseok, mas obrigado — explicou, vendo o beta assentir. 


— Certo, obrigado pela visita — concordou, sorrindo pouco. 


— Bem, eu vou indo, diga a Yuri que deixei um beijo, e tenha uma boa noite Kihyun. 


— Eu o acompanho — respondeu o beta, se levantando. 


Os dois caminharam juntos, até a porta, o Yoo cruzou os braços em frente ao corpo, parado na entrada, enquanto o Min colocou as duas mãos no bolso do casaco que estava usando. 


— Até amanhã, Kihyun — Yoongi se despediu, inclinando o corpo para frente, não era de seu feitio, e até ficou receoso, mas deixou um beijo na bochecha do secretário, beijo esse que o fez arregalar os olhos, surpreso, e levar uma das mãos até o local. 


— A-até — gaguejou, impactado com o ato, seu coração acelerou no peito. 


O ômega deu um tchauzinho, finalmente se afastando, e indo em direção ao carro, Kihyun não entrou em casa, enquanto o mais velho não sumiu na rua, sequer notando a presença do fotógrafo o tempo todo, registrando cada momento dos dois, antes de entrar em seu próprio carro, e seguir o mais velho de longe. 


Já havia passado do horário marcado com o Jung, portanto, o ômega dirigiu o mais rápido que conseguiu, haviam duas ligações do ex-marido perdidas em seu celular, perdeu a noção do tempo na casa de Kihyun. Assim que chegou ao restaurante, apressou-se em arrumar os cabelos no retrovisor, ajeitou o casaco no corpo, e cumprimentou a moça que estava na porta de entrada do restaurante. 


Assim que entrou conseguiu visualizar o alfa em uma das mesas, Hoseok ergueu uma das mãos, o chamando, e apenas caminhou em direção ao mais novo, inclinando-se para dar um beijo nele, puxou uma cadeira para sentar em seguida. 


— Yoon, eu já estava preocupado, o que aconteceu? — perguntou, e o ômega ficou em alerta. 


Ponderou um tempo, pensando se deveria dizer ao Jung onde estava, não havia feito nada de errado. 


— Desculpe, eu fui visitar uma amiga que está doente, e acabei me atrasando, não tive tempo de te avisar — explicou. 


— Uma amiga? — indagou o Jung, concordando lentamente. — Eu conheço? 


— Não, mas bem, vamos fazer os pedidos, eu estou faminto — comentou, abrindo o cardápio, enquanto afrouxava a gravata que estava usando. 


Do lado de fora, o mesmo fotógrafo de antes tirava algumas fotos dos dois, surpreso com o que estava feito, mas muito satisfeito. 


Os dois pediram a comida, mas Hoseok estava inquieto, desde que Yoongi o procurou em seu apartamento, pensou que as coisas fossem aos poucos, melhorar entre os dois, ainda precisava conversar com ele sobre os filhos, e perguntar se ele havia lido suas mensagens pela manhã, mas agora outra coisa perturbava sua mente, o Min nunca foi de ter muitos amigos, não conseguia compreender, os dois estavam mais próximos, mas ainda sim, distantes, essa conclusão foi o suficiente para decidir sobre uma coisa que estava pensando desde que o ômega o procurou. 


— Yoon… — chamou, fazendo o homem olhar para si. — Eu andei pensando e… hum… eu quero que nós dois façamos terapia de casal — informou, fazendo o ômega piscar os olhos lentamente. — Eu li muito sobre isso, e acho que vai nos ajudar bastante, com o nosso relacionamento, eu estou disposto, se você estiver também. 


— Terapia? Acha mesmo que isso pode nos ajudar? — perguntou, incerto. 


— Acho, por favor, faça comigo — pediu o Jung, desta vez mais decidido. 


O ômega arqueou as sobrancelhas, nunca acreditou muito nessas coisas, mas considerando os fatos, tentar não seria de todo ruim, balançou a cabeça positivamente, antes de tomar um gole da água em sua taça. 


— Está bem, vamos fazer terapia. 


Notas Finais


Como a maioria das pessoas acertaram o nome do filho do Tae, eu vou deixar o link com uma fotinha "dele" aqui pra vocês rs

Sim, ele se chama Yeonjun e o apelido é Jun <3

https://drive.google.com/file/d/1k5tm7qyb1KWHO17_psGRF8dpAKG5Ybe9/view?usp=drivesdk


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