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História Everything You Are - Capítulo 34


Escrita por: divergentmars

Notas do Autor


Hey, cheguei com um bem grande e recheado de umas pequenas tretas para alimentar a alma :p
(tô tentando ser adepta do deboísmo, mas tá hard)
Gente, eu vou pedir, por favor, que leiam as notas finais. É de extrema importância.
Boa leitura <3

Capítulo 34 - Capítulo 34


Fanfic / Fanfiction Everything You Are - Capítulo 34

"Dizem que a estrada
Não é lugar para se começar uma família
Em todos os sentidos
Tem sido eu e você
E amar um músico
Não é sempre o que deveria ser"

(Faithfully - Journey)

Bruno Pov’s

Estava ganhando um baile da Lana no shopping enquanto comprávamos algo pra ela. Queria presentear minha pequena com algo bem bonito, agora que eu posso não me preocupar tanto com o dinheiro.

Bom, da metade de 2009 para agora, abril de 2010, muita coisa aconteceu. Em menos de um ano eu consegui conhecer pessoas muito mais influenciáveis na música e fazer colaborações extraordinárias. Quem me fez crescer para conhecer mais pessoas? CeeLo. Quem me fez ter uma fama um pouco maior? B.O.B. Qual música que me deu a possibilidade de ter uma vida social, de aumentar muito mais minha fama fora daquele estúdio? Travie McCoy.

Todos me ajudaram, é claro, mas as duas músicas estão fervendo por todos os países do mundo, ganhando primeiros lugares, tendo reconhecimentos que eu nunca imaginava. Com tudo isso eu ganhei um lindo contrato com a gravadora. Lindo mesmo! Dia 11 de maio irei lançar meu EP de estreia, assim poderemos ver se estou pronto para o primeiro CD mundial.

As coisas estão acontecendo tão rapidamente que me dão medo.

Minha conta bancária aumentou da noite para o dia, que eu garanto que o bancário pensou que eu assaltei algo ou ganhei algum jogo. É claro que pensou que eu roubei porque sou negro – entendam, já sofri tanto preconceito com isso que até eu brinco com a cor da pele que eu tanto amo.

-Papai. – Ela aponta para uma das vitrines de brinquedos do seu carrinho de passeio. – Lea?

-Lea está no trabalho, amor. – Respondo-a.

Lana está mais do que esperta. Tinhosa, não para quieta, sempre bem elétrica. Um bebê maravilhoso aprende tudo que ensinamos rapidamente, e por mais que ela tenha demorado em conseguir falar algumas palavras completas, agora ela diz de tudo e capta coisas no ar. Um ano e dez meses e está dessa forma.

Curiosamente, com todas essas coisas acontecendo, já a levei para o estúdio e ela se deu muito bem com tudo. Fica sempre muito elétrica com música, adora ficar se balançando, e ama quando está vendo televisão e aparecem danças. Lana ama dançar, ama ver as danças. Nos filmes de crianças, principalmente nos de princesas, quando tem danças, ela fica toda emocionada e dança junto.

Falei com a Lea sobre colocarmos ela numa aula de balé assim que ela crescer um pouquinho mais, e ela concordou.

Tudo passa por ela agora, Lana a chama de mãe e ela está sendo como uma. Faz coisas que eu lembrava vagamente que minha mãe fez a Presley, ou que minha irmã fez a Jaime. Falando em todos, minha irmã Jaime veio morar em Los Angeles, Tahiti ganhou seu primeiro filho e foi uma enorme surpresa, já que descobriu quando estava com três meses e meio, então foi rápido demais. Urbana descobriu a dois meses que está grávida do primeiro filho dela e de Phil, e eles estão mais que felizes. Fiquei feliz por todos, sinceramente, ter um filho é muito melhor do que se imagina.

Quem eu sou agora? Bruno Mars, definitivamente! Quando fiz aquele CD provisório, quando assinava algumas músicas, sempre foi como Bruno, e muita das vezes era como Bruno Mars. De tão idiota que soava no inicio, agora ficou bom, um nome que gruda e todos saberão, então batizamos oficialmente como Bruno Mars. A longa história do Mars...

Durante o passeio, algumas meninas tiraram fotos comigo, me reconheceram talvez através dos vídeos clipes, e isso me deixa tão empolgado.

Peguei minha pequena no colo e a pus no banco de trás do carro do Phil e afivelei o cinto de segurança quando cheguei à frente e arranquei o carro. Liguei o rádio baixinho com a esperança de que tocasse uma das músicas, e tocou. Cantei alto e Lana me olhava curiosamente do banco de trás, mexendo os pés na cadeirinha e balançando a cabeça de um lado para o outro.

O celular tocava no banco do carona, mas não poderia atender no momento e nem conhecia o número.

Ao chegar em casa, guardei as coisas e pus a Lana sentada no sofá enquanto ajeitava o resto. Só depois de alguns minutos dei bola para o meu celular e retornei as ligações perdidas. De Phil, Megan e Caleb. Estranho.

-Alô. – Digo quando alguém atende e minha filha gargalha com o desenho da televisão.

-Bruno? Onde você está?

-Agora em casa. – Comecei a rir. – Por quê? Já irei devolver seu carro, cara, só estava passeando com a Lana...

-Consegue deixar a Lana com a Urbana e vir na delegacia?

-Por quê? – Pergunto rapidamente, baixando o volume da televisão.

-Te mandarei por SMS em qual nós estamos. Urbana já sabe do que se trata, somente largue a Lana e venha.

Meu coração não era tão simples assim, sinto medo quando as pessoas omitem fatos e apenas mandam, principalmente quando é tão misteriosamente assim. Só de pensar me dá arrepios e... Será que foi com a Lea?

Pisco os olhos rapidamente enquanto tenho uns pensamentos idiotas no trânsito. A noite já estava se mostrando presente, minha filha parecia já estar com fome, minha cabeça estava começando a doer e o trânsito um pouco caótico por causa do horário.

Larguei-a com a Urbana e disparei para a distrital. Lá dentro todos me olhavam curiosos, fiquei olhando para os lados e vejo Phil vindo de um corredor longo, meio tenso.

-Hey. O que houve?

-Eleanor foi assaltada, levaram tudo dela e quando a encontraram era um beco... poderia ser escuro à noite, mas a sorte é que estava de dia... – Phil puxou meu braço quando eu mal o ouvi e ia saindo em direção de onde ele veio. – Ela está dentro de uma sala, fazendo um retrato falado e um homem tentando rastrear o celular.

-Registraram a ocorrência?

-Claro! – Me responde o óbvio. – Daqui ela irá a clinica da polícia pra fazer a perícia. Ver se está tudo bem...

-Ela foi molestada? – Arregalei os olhos. – Meu Deus, eu quero vê-la!

-Não! Ela disse que não sentiu nada e que estava tudo no lugar, roupa e tudo mais, porém nunca é demais saber.

-Phil, como foi acontecer isso?

-Sei lá, parece que ela estava indo mostrar uma casa... Eu não entendi muito bem. – Coça a orelha. – Ela está bem apavorada, não a assuste com muitas perguntas.

-Apavorada como?

-Com medo. Agora está reagindo melhor, mas antes parecia estar com medo até de mim.

-Ela nunca passou por isso. – Passo a mão pela cabeça. – Estava indo a minha procura?

-Ia tomar uma água, vem junto?

O acompanhei até o bebedouro. Parei ao seu lado enquanto ele bebia e fiquei olhando o movimento da delegacia. Mas minha cabeça apenas pensava na Lea e no que tinha acontecido, eu ainda havia ignorado as ligações de números diferentes, achei que as ligações do pessoal eram de praxe, como estamos sempre nos conectando. De certa forma me sinto culpado por isso.

Depois que retornamos a sala onde Phil estava antes, uns policiais passaram por nós e um chefe junto, logo Lea sai da sala com os cabelos presos, roupa amassada, o rosto um pouco pálido e um jeito nada legal.

Caminhei na sua direção e a abracei sem dizer nada. Ouvi seus suspiros fortes perto da minha orelha, ela estava se segurando para não chorar, nem sair chutando tudo pela frente, eu conheço a minha amiga. Passei a mão pelas suas costas e beijei seu rosto com ela voltando a sua posição normal.

-Phil lhe contou?

-Contou. – Passei a mão pela lateral do seu rosto. – Você se sente bem?

-Bem! – Respondeu rapidamente. – Apenas cansada, com raiva e bem nervosa ainda.

-Não adianta ficar. – Beijei seus lábios rapidamente e vejo um pequeno sorriso brotar. – Quero que fique bem. Essa pessoa pagará por isso um dia, Lea. Verá.

-Eu queria mata-lo! – Estalou o pescoço.

-O que tem que fazer agora? – Pergunta Phil chegando perto de nós.

-Irei à clínica, farei o exame e depois estou liberada.

-Irão acha-lo?  - Questiono.

-Creio que sim. – Deu-me de ombros. – Vamos lá? Preciso terminar com isso de uma vez.

Após uns exames na clínica e umas recomendações da enfermeira para que qualquer sintoma diferente que ela sentisse, era para procurar um médico, nós fomos até o estacionamento a procura do carro do Phil.

-Vou manobrar primeiro. – Phil avisa-nos. – Um filho da mãe me fechou aqui. – Apontou para o feito do outro carro e revirou os olhos balançando a cabeça.

Esperei que ele saísse e peguei na mão de Eleanor. Ela estava mais calma, parecia estar bem mais estabilizada do que antes, mas suas mãos ainda suavam frio.

-Hey. – Chamei-a para olhar em meu rosto. – Não gosto quando está séria assim. – Com a outra mão, passo na lateral do seu rosto, acariciando suas bochechas.

-Estou pensando em tudo que terei que fazer, Bruno. – Respirou fundo, ainda séria, mas quando olha para o meu rosto, força um sorriso. – Desculpe estragar seu dia.

-Você não estragou nada! – Levo sua mão até minha boca e beijo o dorso. – Já ligou para a empresa?

-Ainda não. Não tinha pensado nisso. – Ela aperta minha mão, mostrando um pouco de medo.

-Vem cá. – A chamo para o meu abraço e a envolvo com meus braços no seu corpo pequeno, macio. Um colo tão confortável não poderia ser abalado por esse tipo de coisa, Lea não merecia passar por isso de forma alguma. – Nada pode abalar minha princesa guerreira, uh?

-Acho que pode. – Ela ri, próximo ao meu peito. – Já disse obrigada?

-Uh, ainda não?

-Obrigada. – Esticou-se para depositar um beijo em minha boca. Um longo selinho e um sorriso.

-Só aceito se sair comigo hoje, topa?

-A onde? Que horas? Não sei se tenho clima...

-Hey! – Coloco o dedo indicador sobre a sua boca. – Tem clima sim. Vamos a um restaurante, conversar, comer... passar nosso precioso tempo juntos.

-Eu estou sem dinheiro. – Diz baixinho.

-E eu não perguntei nada, apenas estou te convidando, e quem convida, paga!

-Tenho que tomar um banho e me arrumar, então.

Esperei todo o tempo que foi preciso para que ela se arrumasse, e mais uma vez Phil salvou nossa vida, além de emprestar o carro, ficou cuidando da nossa pequena. Acho que ele entendeu que eu precisava espairecer a cabeça da Lea, deixa-la mais tranquila após tantas coisas que aconteceram.

-Estou pronta. Vamos?

Sentado no sofá, fiquei encarando-a na ponta do corredor, trajando um vestido azul fúcsia, sandálias rasteiras e seu cabelo solto, com as ondas caídas por seus ombros e quase se encostando aos seus peitos.

Ela é linda, e ela é minha.

Eleanor Pov’s

-Como está se sentindo?

-Pressionada. – Começo a rir, afivelando o cinto em meu corpo. – Eu estou bem, Bruno, não precisa me perguntar quarenta mil vezes.

-É somente uma preocupação. – Ele repousa sua mão em minha coxa, fazendo-me arrepiar. – Não suportaria vê-la mal.

-Mas eu estou bem, obrigada. – Coloco minha mão sobre a sua. – Obrigada por toda a preocupação e por isso. – Sorrio de canto, com vergonha de tudo que tinha acontecido ainda.

Acho que após hoje me senti tão vulnerável, que duvido que seja essa mulher tão forte assim. Nunca pensei que sentiria essa insegurança, essa vontade de ficar por uns dias em casa e agora ter que desconfiar de qualquer pessoa.

O trauma poderia ter sido pior, muito pior, como disse minha enfermeira, mas não foi, e isso pode significar algo. Tenho que pensar positivo e seguir em frente. Isso acontece com qualquer pessoa, é óbvio que aconteceria comigo também.

Bruno teve uma ligação dos seus amigos novos, os que montaram uma banda com ele. Os conheci há uns meses atrás e todos são bem legais, ainda faltava alguns, mas uns foram puxando os outros dizendo que conheciam de tal lugar e etc, e foram se reunindo, até juntar todo esse pessoal. Até seu irmão está na banda, baterista.

-Lea! – Me chamam num coral. – Você é muito linda. – Diz um deles, do qual não consigo identificar a voz.

-Olá. Obrigada. – Agradeço acanhada.

-Não tô entendendo. – Bruno pigarreia.

-Não viaja negão, ela tá com o Bruno. – Ouço alguém dizer.

Olho diretamente para o Bruno, que sorri de canto, pondo a mão novamente na minha coxa. Um carro atrás buzinou insistentemente e Bruno arrancou o carro para nosso local. Os meninos ainda falaram por um bom tempo, estavam reunidos na casa de um deles, bebendo e conversando, e Bruno não foi porque, segundo ele, o que mais importava nesse momento era eu, e eu poderia não gostar muito de uma festa nesse momento.

Fomos a um restaurante que não precisava reservar o lugar antes. Estacionamos o carro e andamos até o restaurante de mãos dadas. Bruno estava com o sorriso de orelha a orelha quando o recepcionista o cumprimentou também com um sorriso, mas aquele sorriso de “eu te conheço”.

Pegamos uma mesa ao lado da janela, fiquei de um lado e Bruno de outro, e logo já pegamos os cardápios que ali estavam a nossa espera. Escrito a giz num quadrinho em cima da mesa, do qual identifica o número da mesa também, estava escrito a sugestão do dia feita pelo chefe. Um macarrão com um monte de frescuras, que foi o que Bruno quis pegar, e eu apenas algo mais leve, mas gostoso. Duas taças de vinho.

A garçonete chegou a nossa mesa, com um sorriso direcionado para o Bruno, do qual já me deixou desconfortável. Fiz meu pedido e ela foi completamente profissional, comigo! Porque para o Bruno eram sorrisos e anotações do tipo que eu posso apostar que teriam uns corações em volta.

A janta foi tranquila, até a hora de ela vir tirar nossos pratos e perguntar o que iríamos comer de sobremesa. Pedimos a sugestão do chefe e Bruno tirou a mão da minha que estavam sobre a mesa. O olhei, mas ele estava ocupado demais olhando para o traseiro da garçonete. Respirei fundo, olhando para minha bolsa ao lado. Lembrei que não poderia pegar meu celular, porque eu não o tinha mais.

Resolvi mexer em minhas unhas, evitando olha-lo. Quando a sobremesa chegou, ela se inclinou discretamente para ele.

-Desculpa, mas eu conheço você! Eu adoro a sua música...

-Obrigada. – Bruno agradeceu.

-As duas, na verdade. Você canta muito bem, além de ser lindo, com todo o respeito. – Tive a impressão de que ela me olhou, mas eu me recusava a olhar essa cena.

-Obrigada novamente. – Ouço o barulho da caneta e ele risca num papel. Demorado demais para ser apenas um autógrafo. – Seu nome? – Ela responde, Tabata, e ele elogia.

-Adorei. – Ela arrasta a voz pra falar... Sério mesmo, idiota? Sinto uma vontade tão grande de xingá-lo. – Obrigada, Bruno.

-De nada. Fique a vontade.

Quando ouvi que ela se afastou, tive a cara de pau de levantar a cabeça e ver o que ele iria fazer... Qual a dúvida que eu tinha de que ele iria quase comer ela pelos olhos? Parece que a cada movimento que ela fazia com aquela bunda seca, ele comia mais um pouquinho.

Respirei fundo, chamando assim, a atenção dele.

-Parece estar uma delícia. – Ele diz ao olhar para os pires a nossa frente, contendo a sobremesa.

-É. – Respondo trincando os dentes, mas tentando disfarçar.

Pra mim é novo isso, eu não sinto ciúmes, nunca senti. Nem dos meus pais, nem do Kai, nem de ninguém, além das minhas amizades, coisa que sempre fui bem ciumenta, mas agora é diferente, eu fiquei com raiva?! Queria que ele parasse de olhar pra ela...

-O que houve?

-Você me trouxe pra jantar para ficar dando corda pra outras mulheres? – Mexo com a colher em meu prato. – Da próxima vez me avisa que eu ficarei em casa, assistindo um filme, uma série, qualquer coisa.

-Lea? – Ele me chamou, me limitei apenas a arquear uma sobrancelha. – Eu não fiz de propósito, Lea... Esse é meu jeito.

-Ok.

-Eu sempre fui assim, Lea. Esse é meu jeito.

-Você já disse isso. – Retruco. – Vamos comer!

Ele tentou agir normalmente quando estávamos comendo, até pondo a mão sobre a mesa, perto de mim, querendo que eu a pegasse como antes. É claro que não, se ele a largou antes para ficar de olhos fixos na ausente bunda de uma mulher, ele que continue fazendo isso. Bruno passou a perna pela minha e eu me esquivei, levando a cadeira um pouco pra trás e respirando fundo. Idiota, idiota.

-Pare de bufar, por favor. Parece um animal. – Diz grosseiro.

-Já comeu? – Me recusei a responder a sua brincadeirinha sem graça.

-Você ficou com ciúmes? – Me encara enquanto eu como. – Vou chamar a garçonete e vamos embora, ok?

Ela veio, a mesma é claro, com aquele mesmo sorriso cínico. Agradeceu nossa preferência pelo restaurante e foi embora, mais uma vez ele encarou a bunda dela, mas virou-se rindo pra mim.

Levantamos dali e eu fui ao banheiro para fazer minhas necessidades, ajeitei meu cabelo e sai mais sensual do que poderia estar. Mexi bem meus quadris para os lados, na intensão que os homens olhassem e Bruno percebeu, percebeu também que tinham olhares para cima de mim.

-O que foi isso? – Perguntou baixinho quando cheguei ao seu lado.

-Isso? – Fingi-me de sonsa.

-Provocar os homens, rebolando mais do que o normal quando caminha.

-Se você pode dar em cima de uma garçonete, eu posso fazer isso, não? – Saímos pela porta principal e eu parei por alguns segundos esperando que ele ficasse ao meu lado. Ajeitei a bolsa ao lado do meu corpo. – Mas tudo bem, pode dar em cima dela... Nós somos somente amigos, sim?

-Somos só amigos, Eleanor? – Ele para, segurando o meu braço. Olhei para os lados. – Tem certeza?

-Absoluta! – Não tirei os olhos dos seus.

-Ainda bem que eu não perdi tempo, então, porque naquele papel eu pus meu número. – Contraiu seu maxilar, largando meu braço e caminhando em frente.

-Então você é um idiota ou um vidente?

-Você mesmo acabou de dizer que somos apenas amigos, não?

-Somos isso por que... – Não! Eu não falaria isso. Não quero que ele interprete como uma indireta, apesar de que quero que ele se toque que somos apenas amigos ainda porque ele quer, porque ele ainda não falou nada sobre namoro. Porque ele é um idiota! – A idiota sou eu. – Comento baixinho.

Saio na frente dele, segurando qualquer vontade de chorar, qualquer cisco maldito que pudesse cair no meu olho. Meu dia está sendo uma completa bosta. Eu só quero dormir e sair desse inferno astral.

Quando chego perto do carro, diminuo meus passos, teria que esperar ele de qualquer forma para que ele abrisse a porta. Bati o pé discretamente, trincando os dentes, sentindo aquele aperto chato no peito.

-Eu não dei meu número pra ela.

-Não me importa. – Rispidamente respondo.

-Porque esse ciúme repentino?

-Não é ciúmes, caramba! Eu estou num dia péssimo, Bruno, e você quando pensa que iria melhora-lo, trazendo-me para esse jantar lindo, com essas coisas fofas, legais, você piora tudo. Tudo! – Meus olhos já marejam, se eu piscar, uma lágrima cai e eu não quero que isso aconteça.

-Eu não dei meu número a ela. Desculpa! Eu sempre faço tudo errado, você sabe...

-Não me importa, Bruno. Vamos embora, por favor.

-Não vamos sair daqui enquanto não me desculpar.

-Não tenho o porquê desculpar você se não fez nada errado.

-Esse é meu jeito, Lea. Desculpa se eu sou torto pra esse tipo de coisa, eu me controlo para não fazer nada de errado.

-A vida é sua, você é livre, faz o que bem entender. – Dou de ombros.

Continuei a falar sem parar, sei que ele já estava enjoado de ouvir minha voz daquela maneira, ele me olhava como se fosse me matar. Bruno segurou meu pulso com força e eu dobrei meu braço pedindo para ele me soltar, mas ele me beija como se nada disso tivesse acontecido, como se não estivéssemos no meio de uma discussão.

Não posso empurrar seu corpo para longe do meu, muito menos consigo morder a sua língua, ou algo parecido. Eu quero ele e quero aquele beijo, mas esse sentimento ficou cravado em mim e eu não gostei de ter sentido.

-Shh. – Escorou a sua testa na minha e deu um longo selinho nos meus lábios, provocando uma sensação maravilhosa em mim.

Bruno estava tomando o seu banho depois da nossa longa reconciliação, já que a noite nós dormimos pois eu estava exausta, e como acordamos cedo, nós aproveitamos ao máximo nosso tempinho, e eu fazendo a mamadeira de Lana para depois não dar muito tumulto. Preparei um copo de suco pra mim e cantarolei na cozinha enquanto esperava o leite esquentar.

O telefone ao som de Billionaire – é muito amor envolvido com a música e com o tamanho sucesso -, toca sobre a mesa da sala. Caminho para perto dele e o número desconhecido pisca várias vezes na tela. Quem ligaria essa hora da manhã?

Cheguei próximo ao banheiro, mas o barulho do chuveiro estava misto com a sua voz cantando.

-Alô. – Atendo a ligação antes que desligassem, pode ser algo importante.

-Olá, Bruno se encontra?

-Ele está no banho. Quem fala?

-É a Tabata. – Alguém do estúdio, talvez. – Sabe se ele vai demorar?

-Ele entrou há pouco tempo. Creio que em vinte minutos ele já possa atender a ligação. Quer passar algum recado? – Pergunto, indo para perto do telefone residencial, onde tem um bloco de anotações.

-Só avisar que eu liguei e que quando ele puder retornar, agradecerei.

-Ok, é de onde, Tabata? Para eu poder lembra-lo e tudo mais... – Ele não tinha o número salvo, vá que seja alguém com quem ele não queira falar.

-Avisa que é a moça do restaurante La Barca. Ele saberá de quem se trata.

Agradeci e desliguei, com a cara no chão. Me senti um nojo, mas senti mais nojo dele por ter mentido pra mim. Tinha necessidade fazer isso? Esse foi o restaurante que nós fomos ontem à noite, o restaurante que ele deu mole para aquela garçonete que se chamava Tabata.

Larguei o celular sobre a mesa e fui até a cozinha terminar de fazer o que estava fazendo. Ouvi seu barulho passando do banheiro para o quarto e tentei ignorar qualquer coisa, até mesmo o cheiro dele. Idiota.

-Hey. – Bruno ficou parado atrás de mim e eu saio da cozinha, pegando a porcaria do seu celular.

Ele ficou me olhando, provavelmente processando o que eu estava fazendo.

-Não deu o número pra ela, não é mesmo, babaca? – Toquei o celular para o seu peito e ele pega, fuçando rapidamente nele. – Sua garçonete particular ligou.

-Lea... – Passo por ele feito um furacão. – Eu me arrependi de ter dado a ela o telefone. Desculpe-me...

-Aham.

-Eu não iria atender, estava esperando que ela ligasse para bloquear o número. Eu juro!

-Não me importo de ter dado telefone para ela, não me importa que ela ligue pra você e vocês saiam, mas eu me importo com as mentiras. Deveria ter admitido que deu e não precisaria estar passando por isso agora, ficaria menos feio para o seu lado.

-Eleanor, eu quero que entenda...

-Você já fez vinte e um, certo?

-Que bobagem... Já!

-Então, faz o que quiser da sua vida e responde pelos seus atos.

-Eu estou tentando explicar o que aconteceu.

-Aconteceu nada.

Preferi ir até o meu quarto e ficar por lá. Fechei a porta sem tranca-la. Não estava brava com ele, ele é solteiro e faz o que quiser, mas estava magoada por ele ter mentido. E magoada porque pensei que nós tínhamos algo muito mais do que carnal. Estamos há mais de um ano nessa enrolação, ficando e transando, passeando, e eu realmente pensei que já estávamos num estágio diferente.

Mas, definitivamente, ficar na foça ou pensativa demais por esse tipo de coisa não faz o meu estilo, eu o encararia como sempre levo a vida, afinal, quem está fazendo a tempestade sou eu. O copo d’água estava parado, sou eu quem estou o girando até criar o redemoinho. Quantas vezes mais ele já pode ter feito isso? Várias, e não sou eu quem posso dizer algo e nem ficar magoada por isso.

-Lea? – Ouço uma batidinha de leve na porta.

-Entra! – Pego o livro da cabeceira da cama, eu nem estou lendo-o, mas abro em uma parte qualquer para fingir isso.

-Com licença. – Abre o resto da porta. – Tenho que ir para o estúdio, estava pensando em vocês irem comigo hoje...

-Acho melhor não, quero aproveitar minha folga. – Minha sorte é que meu chefe liberou-me do trabalho por hoje por conta do que aconteceu ontem. 

-Eu posso ficar hoje em casa... – Aproximou-se devagar.

-Não precisa. – Vejo-o sentar na cama.

-Amanhã é sábado, eu posso ir ao estúdio amanhã. Hoje podemos ficar aqui...

-Vá para o estúdio, eu estou bem, Lana está bem, está tudo bem!

-Lea?

-Uh?

-Você está brava comigo?

-Não. Só queria saber com quantas você costuma ficar? – Ajeito-me na cama e ele fica sem graça. – Não irei ficar com raiva por saber. Prefiro que você diga pra mim, como me dizia antes, do que mentir.

-Lea... Foi duas com essa, a outra foi quando brigamos logo depois do meu aniversário, eu estava chateado, você me tratando como um qualquer...

Doeu saber disso. Foram duas? Tudo bem, eu sei que ele pode assim como eu também posso, mas ainda sim dói, machuca. Ele pegou minha mão, mas eu não soube disfarçar. Entreguei para ele com receio e ele brincou com seus dedos nela.

-Você é diferente de todas! Acredite em mim. Você é diferente e é a melhor.

-Sou diferente, mas não o suficiente, uh? – Parecia que estávamos discutindo um relacionamento, porém, que relacionamento? Não queria ter dito isso dessa forma, parecendo que estava cobrando algo dele, mas sou assim, quando vejo já falei e já era.

-Diferente, suficiente, eficiente, e minha. Eu já disse, Lea! Você é única. Nunca se esqueça disso. – Bruno se aproxima de mim, beija minha testa. – Vamos para o estúdio?

Eu não tinha o direito de ficar brava, nem o direito de me sentir estranha por isso, as coisas continuarão a serem as mesmas, afinal, se eu quiser posso fazer o mesmo e ficar com outras pessoas. E é por isso que não criarei outra briga em cima disso.

-Essa bunda também é minha! 


Notas Finais


Isso ta sendo bem chato pra mim, mas eu preciso dizer, não é? Então, eu vou dar um tempo da fic, infelizmente. Pode ser ele de semanas, pode ser de uns mesinhos, mas também pode ser de dias e voltar ao normal.
Agora vamos para o X da questão... Eu estou sem tempo, o trabalho e o curso andam ocupando boa parte dele. Isso não é justificativa, claro, mas percebo que o número de visualizações e comentários cai cada vez mais, numa quantidade absurda, me deixando assim completamente sem inspiração para nada. Vou usar esse tempo pra me recuperar, pensar em novas coisas, porque sinceramente, estou assustada e tenho que revê-la para ver onde e no que errei.
Antes que me apedrejem com coisas como "isso é drama", não, não é. Eu estou ciente de que já fiz disso, mas agora não é mais o caso. O caso é que está complicado e eu precisava dar alguma explicação para não deixar ninguém a ver navios.
Então é isso, talvez eu volte aqui semana que vem, ou amanhã, ou daqui um mês. Não tenho como responder ao certo - sou geminiana, gente... sou inconstante!
Espero que tenham gostado e lamento pela notícia dada acima.
Até outra hora
Beijos tchutchucas <3


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