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História Exceptional II - Que bom vê-la...


Escrita por: BlackOrchid

Capítulo 8 - Que bom vê-la...


- O que aconteceu aqui? – Foi a primeira coisa que Louis falou quando desembarcamos na estação de Washington, na verdade, só nós cinco desembarcamos lá. Todos olhávamos em volta boquiabertos enquanto o trem partia para a próxima estação. Andei devagar em frente e senti que os meninos me seguiam, só nossos passos ecoavam pelo salão vazio.

Claro que eu havia estranhado a cara que o moço da bilheteria fez quando mencionei para onde queríamos ir, mas eu nunca imaginaria que fosse por causa... Bem, por causa disso.

-O que aconteceu aqui? – Foi a vez de Liam falar abismado enquanto pegava um pedaço madeira no chão e o jogava para o lado. O pedaço de madeira, supus, era parte de uma das dezenas de bancos depredados, e além disso haviam cacos de vidro por todos os lugares, provavelmente das janelas quebradas. Além de paredes pichadas com frases diversas de ameaça, do tipo “saiam daqui enquanto há tempo”. Zayn tomou a frente e o seguimos até a saída da estação, ainda olhando para a vitrine das lojinhas quebradas, vazias e saqueadas.

-Só eu que estou com medo de sair daqui? – Harry falou enquanto nos aproximávamos de uma das portas de vidro. Ou pelo menos onde deveriam haver portas de vidro.

-Não sei o que aconteceu aqui... Mas desconfio – Falei recebendo olhares curiosos, enquanto eu tomava a frente mais uma vez e saia pelo buraco da porta.

-Mas o que... – Zayn começou a falar mas se calou olhando em volta. Não havia ninguém na rua. Na verdade, parecia não haver ninguém na cidade. Portas e janelas de alguns estabelecimentos e prédios estavam tampados com pedaços de madeira.

-E o que é aquilo? – Zayn apontou para um ‘X’ pichado em vermelho na parede de alguns prédios. Enruguei a testa, essa era uma ótima pergunta.

-Pessoal – Liam falou com a voz tremula enquanto apontava para um dos prédios, a uns 300 metros de nós – Tem alguém ali nos observando – Todos viramos na direção que ele apontava, mas não vimos nada lá.

-Tem certeza que... – comecei a falar, mas um estrondo alto nos fez abaixar ao mesmo tempo. Um tiro. Logo em seguida mais uma dezena deles – CORRAM! – Gritei e puxei a mão de Harry que seguia para o lado contrário. Minhas pernas tremiam, mas eu fiz o possível para continuar firme.

-AQUI! – Louis apontou para um prédio de uns três andares, que tinha uma brecha na entrada. Corremos para lá imediatamente, com um pouco de dificuldade para passar pela entrada apertada. O prédio estava escuro, então algum dos garotos ligou a lanterna do celular. Encostei na parede e coloquei a mão nos joelhos.

-Ok – comecei – tem algo muito, MUITO estranho acontecendo aqui – falei quase sem folego.

-Sério? Nem tinha percebido – Louis falou encostando na parede ao meu lado. Revirei os olhos, péssima hora para usar sarcasmo.

-Quem são vocês? – Um voz cortante quebrou o silencio momentâneo, olhei em volta e sob a luz fraca prendi meus olhos no canto da sala, onde um homem baixinho apontava um rifle para nós – Eu perguntei quem são vocês! – ele falou aumentando o tom de voz.

-Calma – Liam levantou os braços e nós o imitamos – Nós acabamos de chegar na cidad...

-Eu não perguntei isso! – O homem falou grosso – Excepcionais ou normais? – Ele perguntou e antes que eu pudesse raciocinar Harry respondeu por nós.

-Excepcionais – Ele falou com a voz tremula. O homem permaneceu com a arma apontada para nós por alguns segundos e minha vontade de esganar o Harry crescia sem parar. Por sorte ou destino, não sei, o homem abaixou o rifle.

-Me sigam – Ele disse ainda desconfiado. Abaixamos as mãos devagar, mas logo o homem apontou a arma para nós novamente – Sem gracinhas! – Concordei com a cabeça e preferi o obedecer, torcendo para que os meninos também fizessem isso. Seguimos o cara por alguns corredores até que ele parou em frente a uma escada e começou a descer, provavelmente para o porão do prédio.

-O que está acontecendo aqui? – Falei tentando manter a voz firme.

-Não andou lendo as notícias garota? – Ele falou com um tom sarcástico – Britânicos, não é? Eu logo vi pelo sotaque – ele continuou descendo as escadas sem responder minha pergunta.

-Não temos tido tempo para ver as notícias – Louis falou um pouco irritado – sabe como é né... Toda essa história de conquistar o mund... – Dei uma cotovelada para que ele calasse a boca quando percebi o homem olhando feio para nós.

-Você são uns deles, não é? Dos imbecis que acham que podem dominar o mundo ou alguma idiotice dessas não é? - O cara já ia levantar a arma em nossa direção de novo.

-Na verdade não – Falei antes que algum dos meninos falassem alguma besteira – Estamos fugindo dessas pessoas, na verdade – O homem abriu um meio sorrido irônico.

-Mas que coincidência – A essa altura já havíamos chegado no fim da escada e estávamos num tipo de hall, ouvi zumbidos, como vozes, ao longe. Percebi que o homem, cujo nome ainda não sabíamos, se dirigiu a uma porta e a abriu.

-Bem vindos ao centro de abrigo de excepcionais – Ele nos deu passagem e, novamente, eu fiquei boquiaberta.

-Que lugar é esse? – Zayn perguntou meio abismado.

Realmente não parecia possível existir aquela câmara embaixo da cidade, mas existia. A porta se abria em um espaço amplo, onde famílias inteiras estavam abrigadas, alguns com colchões e algumas poucas roupas que provavelmente conseguiram recuperar.

-O que aconteceu aqui, afinal? – Liam perguntou.

-Bem... Me acompanhem – Foi tudo que o homem disse antes de começar a andar pela sala. O seguimos de perto, enquanto a nossa volta vários rostos se viravam e algumas crianças se escondiam de nós, enquanto outras permaneciam correndo pela sala, brincando, enquanto seus pais os chamavam para perto deles.

-Como você disse que se chamava mesmo? – Harry perguntou se aproximando do homem, que ficava ainda mais baixinho perto do meu amigo.

-Não disse – ele falou simplesmente dando de ombros – Mas me chame de Hills, Jonata Hills.

-‘Bond, James Bond’ – Louis sussurrou fazendo Harry rir e me fazendo revirar os olhos.

-E quando você pretende nos explicar o que está acontecendo? – Falei quando o homem virou a esquerda contornando mais alguns colchões e pilhas de roupas. Ele simplesmente apontou para frente, onde um homem velho discutia baixinho com uma moça com mais ou menos minha idade.

-Agora – Ele seguiu até o homem e nós continuamos em seu encalço.

-...Não podemos deixa-los aqui! – Ouvi a mulher cochichar com raiva para o velho, antes de se virar e nos encarar – E vocês quem são? – Ela falou mais alto – Trazendo mais gente para cá, Hills? Não vê que não conseguimos suportar mais nenhum...

-Pare com isso Bells – Jonata falou abanando a mão – Eles vieram aqui falar com o Mestre, não com você.

-Viemos? – Zayn cochichou no meu ouvido e eu dei de ombros. Viemos?

-Aproximem-se – O senhor não se levantou da cadeira onde estava sentado, mas fez um gesto com a mão.

-Hã... Olá – Liam falou estendendo a mão para cumprimenta-lo, mas o homem continuou parado, olhando para nós. Ouvi algum bufando e quando olhei na direção em que a moça estava, ela já havia saído dali. Liam abaixou a mão um pouco envergonhado e não disse mais nada.

-O que lhes trazem aqui? – O tal Mestre falou.

-Nós...- Comecei meio que sem saber o que realmente estávamos fazendo lá – Estávamos em Nova York...

-Ah sim, ficamos sabendo que foram tomados, triste notícia – ele me interrompeu.

-Sim – falei – Fomos falar com o conselho de anciãos sobre... Bem, sobre a guerra. Então viemos aqui pedir reforços – Ouvi o Hills dar uma risadinha enquanto o Mestre nos olhava com pena.

-Reforços? – Hills riu mais ainda – O que são vocês, algum tipo de exército salvador? – Antes que eu pudesse responder o Mestre me interrompeu.

-Minha querida, olhe em volta – Ele disse, mas eu permaneci olhando para ele – Não temos recursos para nos manter... Não podemos nos arriscar. Já mandamos nossos melhores para Nova York, o máximo que podemos fazer é dar-lhes abrigo até que possam partir.

-Mas... – Harry começou e todos olhamos para ele – Se... Digo... Se nos unirmos? Poderia trazer seus ‘melhores’ de volta e podíamos ajuda-los, não podemos ficar divididos assim.

-Harry tem razão – Zayn falou e eu sorri.

-Podemos ajuda-los, sabe, ninguém está nessa sozinho – Liam completou, mas o Mestre abaixou um pouco a cabeça.

-Não somos uma resistência, somos uma proteção para aqueles que não tem para onde ir.

-Tá – Louis falou meio irritado – Mas até agora ninguém nos disse o que aconteceu aqui! Por que a cidade está assim? Por que quase fomos mortos quando chegamos? Por que...

-Muitas perguntas para um garoto tão jovem – Louis revirou os olhos – Bem, sentem-se – O Mestre apontou para o chão – Desculpem a falta de conforto... O que vocês queriam saber mesmo? – Ele disse enquanto sentávamos ali, de frente a ele – Ah sim! Washington foi a primeira cidade americana a entrar em conflito. Em uma das reuniões da Instituição daqui... Bem, muitos queriam que nos juntássemos aqueles que querem tomar o poder para sim. Mas como diretor dessa Instituição eu não poderia permitir.

“Esse prédio, acima de nós, costumava ser a Instituição do Leste americano, costumava, pois agora está em ruinas, como vocês mesmos podem ver. Esse porão costumava ser onde treinávamos nossos excepcionais, nunca tivemos problemas de rixas com humanos, mas aparentemente alguns se viram tentados com a proposta de ter o poder só para si. O mundo não vai ser mais o mesmo depois disso, crianças. Notícias correm rápido, logo todos os países entraram em conflito interno e entre si. O poder inebria a cabeça de alguns de um modo que ninguém entende.

Mas voltando ao que me foi perguntado, conflitos que surgiram dentro das paredes desta instituição foram para as ruas, os humanos, tentando proteger-se, criaram sua resistência. Bem, eles não entendem que existem alguns de nós que não concordam com as barbáries que nos são propostas, então começaram a marcar e matar qualquer excepcional, de todas as idades. Os que tiveram medo, vieram buscar abrigo.

São tempos difíceis, já não teremos o que comer em poucos dias, estamos todos no mesmo barco, crianças. O bem nem sempre pode vencer”.

Olhei em volta e vi que os meninos nem piscavam olhando para o Mestre.

-Mas se existem resistências aqui – Falei tentando parecer otimista – Devem haver mais por ai. E juntos podemos...

-Não vamos nos juntar a sua causa, criança – O Mestre falou baixinho – Sinto muito.

Suspirei de cansaço. O que deveríamos fazer agora?

-Mestre... Conseguimos conter a prisioneira – A tal garota, Bells, voltou e agora parecia mais animada do que alguns minutos atrás.

-Ótimo – O Mestre se levantou com alguma dificuldade – Leve-me até ela.

Hills seguiu os dois e nós nos entreolhamos, Louis foi o primeiro a se levantar para segui-los, seguido por nós todos. Como nenhum deles pareceu incomodado com nossa presença, continuamos a segui-los para fora da sala, para o hall do porão, onde havia outra porta. Bells pareceu perceber que os seguíamos e fez cara feia, mas o Mestre não ligou, então seguimos pela outra porta que eles entraram.

-Ai está ela...

-Tasha? – Louis interrompeu a garota, que ao invés de olhar feio para ele, pareceu surpresa.

-Vocês a conhecem?

A pergunta ecoou pelos meus ouvidos, mas eu não consegui compreende-la. Ali, diante de nós, Natasha dormia tranquilamente.

-O que fizeram com ela? – Louis perguntou quase em desespero, mas as vozes deles todos ainda pareciam meio distantes, enquanto eu encarava a loira em minha frente.

-Ela está com vocês? – Todo o som pareceu voltar com aquela pergunta, os meninos falavam alto e os seguranças que guardavam a sala brigavam com eles.

-Não – Eu respondi e todos se calaram olhando para mim – Mas ela... Bem, ela costumava estar.

-Acha que pode interroga-la? – A tal da Bells, que antes parecia não ter simpatizado comigo, agora parecia animada com a possibilidade de arrancar informações do lado inimigo. Suspirei considerando dizer que eu não conseguiria.

-Claro – minha voz saiu baixinha, mas foi o suficiente para a garota sorrir – Mas preciso de um tempo com ela primeiro. A sós.

-Quer ficar sozinha com ela? Mas...

-Por favor – falei olhando duramente para Bells – Ela não vai fazer nada comigo. Eu sei que não – Senti alguns dos garotos pegando na minha mão.

-Ela acordará em instantes – Bells falou – Você tem cinco minutos.

O Mestre me cumprimentou com a cabeça e em seguida saiu da sala, seguido por todos os meninos, por último o Louis, que tentou dizer algo mas hesitou.

Quando a porta fechou, contei cinco segundos até que a loira em minha frente se mexesse um pouco. Ela parecia atordoada, ainda não havia me visto. Olhou para os lados, até que seu olhar pousou sobre mim.

-Lauren? – ela perguntou com a voz embargada.

-Ora, ora... Que bom vê-la, Natasha.


Notas Finais


Então. Eu sumi por dois meses. Dois meses.
Existe desculpa para isso? NÃO. Não existe, gente desculpa :(
Tá acontecendo tanta coisa em tão pouco tempo. Espero que não tenham me abandonado :(
Não vou dizer que vou tentar postar com mais frequencia, mas eu vou pelo menos tentar não deixar vocês semanas sem atualização :(
Enfim, me perdoem pelo capitulo terminado nessa frase de efeito aoisjoaisjaoijs
Espero que ainda estejam por aqui... Enfim, até o próximo (que eu ja estou escrevendo, para vocês não acharem que eu só vou postar em dezembro kk)
luv ya exceptionals <3


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