Era uma vez um vilarejo chamado Mazelbeat. Um pequeno lugar entre as montanhas, onde existe um grandioso castelo da monarquia e um vilarejo simples, onde casas eram feitas de pedras e barro ou de madeiras. Um lugar calmo de se viver. Mas só é calmo, por estar localizado em frente á uma floresta negra, um lugar onde os mazelbeatianos são proibidos de entrar, pois nunca mais voltam. Mas deixarei isso para mais tarde.
Agora que lhes expliquei de forma rápida o lugar onde a história irá se passar, contarei o inicio de tudo. Durante o por do sol, um jovem garoto em sua tenra idade corria entre a vila, se apressando pois sabia que chegaria tarde para o jantar. O pobre garoto tinha medo do escuro, como outra criança de sua idade, mas o medo era pior pois sua pequena casa era de frente á floresta sombria. O garoto corria ofegante, já imaginando o que poderia acontecer caso chegasse atrasado em casa.
Pausarei a história e lhes contarei sobre o garoto. Seu nome será dito mais tarde, pois gosto de fazer um suspense. Ele tinha oito anos e ajudava o pai na lavoura. Ele ganhava seu parco dinheiro que era usado para cuidar da irmã mais nova, que nem um ano de idade tinha completado, e já tinha uma doença. Como a família é pobre, não têm como pagar por uma boa medicina, tendo de comprar o remédio em poucas quantidades em grandes intervalos de tempos. Saber disso fazia com que o garoto trabalhasse com mais afinco, sendo o orgulho dos pais.
Mas aquela noite fora diferente. O garoto sabia que algo de ruim iria acontecer caso não chegasse em casa á tempo. E não era o fato de que ficaria sem jantar, mas algo em sua mente dizia que havia um lado negro em sua casa, que algo ruim estava prestes a acontecer. E era por isso que ele estava parado em frente á porta da casa, pensando se deveria ou não entrar. O suor já lhe escorria pelo rosto, seus dedos tremiam. Se ficasse do lado de fora seria engolido pela escuridão da floresta, ou pelo menos era o que acreditava, mas se ficasse do lado de dentro... O que lhe poderia aguardar?
Resolveu entrar, acreditava que sua intuição estaria errada daquela vez, sempre tem uma primeira vez para tudo, e essa poderia ser uma. Abrindo a porta de madeira, ele viu o silêncio em sua casa. Não chamara pelos pais, pois ainda estava com medo.andou pela pequena cozinha que era junto á sala e ninguém encontrara, passou pelo seu quarto e nada vira, pelo quarto dos pais, se quer um ruído. De repente um choro conhecido. Era de sua irmã e vinha de seu quarto.
O garoto se apressou e foi até o quarto, onde levara um tamanho susto ao ver uma trilha de sangue espalhado pelo quarto todo. Em um canto havia um amontoado, o cheiro já lhe dizia o que era e rezava para os céus que não fossem seus pais. Mas estava errado. A parca luz iluminou o amontoado mostrando os corpos de seu pais, membros todos mutilados e olhos sem vida. O garoto gritou, e a janela se quebrou, uma figura enorme de grandiosa pelagem entrou no quarto do bebê.
Sem saber o que fazer, o jovem apenas pegou a irmã que chorava sem parar, colocou-a em seus braços se encolhendo em um canto, mas tal criatura apenas se aproximava dele. Sem saber o que fazer apenas fitou, absorvendo cada detalhe do ser. Era um lobo, um grande lobo de pelagem negra e brilhante, seus olhos eram caramelados profundo e carregavam ódio. Em sua boca havia a mão da mãe do jovem.
O lobo largou da mão e começou a rosna enquanto lambia os dentes se aproximando do garoto que exalava á medo. Com uma das mãos livres, o jovem pegou um pedaço do vidro que havia perto de si e o estocou na barriga da criatura, que evacuou pulando para o lado de fora da casa se perdendo na negritude na noite entre as árvores da floresta proibida.
O garoto soltou um grito alto, que acordou o vilarejo inteiro até mesmo o rei que dormia serenamente ao lado da esposa, dentro do castelo. Um ou outro camponês entrava na casa, mas saia correndo por conta do cheiro e da imagem que vira. O rei saiu de seu castelo, como ele era bondoso sendo considerado o pai de todos do vilarejo, saiu em seu cavalo até a casa onde o jovem garoto estava.
O rei entrou na casa sem medo ou repudio, apenas viu a cena e encontrou o garoto olhando catatonicamente para os pais mortos com a irmã chorona no colo. O rei forte como era, pegou os dois em seus braços, deu ordem para enterrar os mortos e levou as duas crianças para seu castelo.
Lá dentro os dois receberam cuidados, o garoto se recuperou facilmente, e fez a promessa de esquecer aquele ocorrido. Com ajuda de um médico conhecido em outros vilarejos, ajudou o pobre garoto a acabar com o trauma, mas não conseguira. O seu Maximo fora uma hipnose. O garoto não se lembraria, mas se encontrasse algo que fosse ligado ao acontecido, teria pesadelos. Somente isso já fora de grande ajuda.
O garoto ficou por um tempo dentro do castelo, vendo a rainha cuidar bem de sua irmã. Tomaria a decisão certa, e resolvera conversar com o rei. Bateu na porta dos aposentos políticos da majestade, tendo uma reunião á sós com o mesmo.
- Vossa Majestade. – Disse o garoto sério. – Quero lhe pedir um favor. E espero que o aceite.
- Me diga meu jovem o que deseja?
- É de meu conhecimento que a realeza não têm filhos. Espero que possam cuidar de minha irmã. Quero que vocês adotem ela.
- Mas a pequena Min Ki é sua irmã. Tem de viver contigo meu jovem.
- Eu sei, mas eu não quero deixar de viver na minha casa. Quero continuar trabalhando cuidar da casa, como se esperasse por meus pais, mesmo sabendo que nunca mais os verei.
- Viver aqui lhe trás lembranças?
- Sim Vossa Majestade. Peço que cuide de minha irmã, pois comigo ela voltara á ficar doente. Quero que ela tenha uma infância digna. E sei que a Rainha criou um afeto por ela.
- Irás abandonar sua irmã?
- Não. Irei vir todos os dias. Mas não quero que ela saiba que ela saiba que sou seu irmão. Ela irá me odiar. Quero vê-la feliz. Ela os chamará de pai e mãe, e isso será o suficiente para mim.
- Meu jovem vejo que tens um amor grandioso pela irmã e que quer somente seu bem. Realizarei seu pedido, porém terá de trabalhar para mim também. Viverás em sua casa como quer, e verás sua irmã. Porém lhe tratarei como meu filho.
- Como queiras Vossa Majestade.
O garoto fez sua parte do trato. Cuidou da casa que era o sonho dos pais, mesmo que tenha seus pesadelos como havia dito o médico, ele continuou a viver sua vida no vilarejo. Agora além de ser o orgulho dos pais, era orgulho de todos os camponeses. O garoto visitava a irmã brincava com ela e a ajudava em sua educação. O rei ensinava várias coisas ao garoto, como caçar e defesa pessoal, pois tinha medo do garoto ser assaltado pelos trapaceiros de outros vilarejos, onde vendia o que plantava. Com tudo isso acontecendo de forma rápida e sadia, não demorou para se passarem dezoito anos.
Agora em seus vinte e seis anos de idade, o garoto olha para a floresta imaginando se encontraria aquela criatura. Queria mata-la por ter tirado a vida de seus pais. Um galope o fez acordar de seus devaneios, olhou para trás encontrando sua irmã em um belo cavalo branco, com seu vestido branco preferido.
- Sungmin Oppa.
- Min Ki. O que fazes aqui fora? Deveria estar se preparando para o baile desta noite.
- E estou. Venho aqui para lhe pedir que sejas meu par.
- Por que eu? Sou um mero trabalhador de seu pai.
- Mas és bonito e deixará as outras princesas com inveja.
- Sabes que não gosto disso.
- Oppa, és meu intimo somente tu me entendes. E peço que me acompanhe.
- Bom não vejo alternativa a não ser aceitar.
- Ótimo, venha ao castelo antes do por do sol, já escolhi uma veste que lhe cairás bem.
Dando meia volta no cavalo a garota se foi junto com seus guerreiros. Afinal esqueci-me de me apresentar, que falta de educação de minha parte. Meu nome é Lee Sungmin e essa é a minha história.
- Min Ki, não achas que exagerou?
- Oppa está mais belo do devia. Digo-te por que a natureza és tão generosa contigo. Tens cara de um jovem sendo que já tens idade para se casar.
- Nenhuma mulher foi de meu agrado até agora. E não tenho pressa em casar-me.
- Pois bem, vejo que cego és. A maioria das mulheres do vilarejo lhe cortejam, mesmo sendo que funciona ao contrário. E no baile, terás de aguentar, pois mulher não irás lhe faltar.
- Ficarei lisonjeado em saber sobre o que os jovens conversam. – O rei entrou no quarto de costura da filha. Assim como nossa mãe costurava a caçula herdara das habilidades maternas, criando diversas roupas de extrema classe.
- Papai. – A garota correra aos braços do pai, abraçando fortemente. Era isso que me dava energia em continuar a minha vida. Era isso que eu desejei. – Conte á Sungmin papai, ele não quer se casar.
- Mas minha filha, porque quer ver o garoto casado?
- Quero fazer as roupas dele. Quero eu mesma preparar a cerimônia.
- Ah minha filha. Sungmin não lhe contara ainda?
- O que papai?
- Posso lhes dizer Sungmin?
- Se assim a vossa princesa parar de pensar em coisas impossíveis, fique a vontade.
- Estou curiosa.
- Sungmin não gosta de mulheres.
- Como não gosta. Ele conversa comigo o tempo todo. – Soltei uma breve risada da pequena. Havia conversado sobre o assunto com o rei, pois achara estranho quando velhos camponeses me apresentavam suas filhas. Todas elas de beleza estonteante, mas para mim nada passara de mulheres.
- Min Ki, se for para me casar, não serás com uma mulher. Serás com um homem. – Disse-lhe a jovem reagiu de forma surpreendida, segurando ambas as minhas mãos enquanto sorria.
- Oppa, não creio nisso. Sentes atração por homens? Assim ficarás mais difícil de lhe arranjar alguém. – A princesa foi até a janela ao soltar minha mão, olhando as carruagens que se aproximavam. – Teremos uma missão esta noite. Achar um príncipe que te aceite. Só irei me contentar ao lhe fazer o casamento.
O rei olhou para mim enquanto ria da mentalidade da filha. Nunca vira uma garota em seus dezoitos anos ser tão espoleta quanto ela é. Sempre educada e brincalhona, despertando a curiosidade das pessoas que lhe cercam. Sempre que aprende algo quer mostrar ás pessoas. Fica feliz em conhecer o mundo graças á curiosidade que herdara do pai falecido.
- Quem sabe o príncipe Siwon? Dizem que nenhuma mulher lhe agrada. Será que ele também...
- Minha filha. Deixe que isso o próprio Sungmin cuide. Afinal será ele quem casará.
- Bom fico agradecido em saber que a princesa se importa comigo. Mas a minha vida é meu conto de fadas, lhe prometo que se eu me apaixonar serás a primeira á saber.
- Sungmin oppa. Como tenho sorte em lhe ter como meu melhor amigo. Aguardarei o dia em que chegarás para mim e me contar as boas novas. E se eu não for a primeira, lhe caçarei até o...
- Confins do inferno. – Terminei sua frase que tanto dizia, deixando claro que quer ser a exclusiva. – Serás a primeira, dou a minha palavra.
- Bom então minha filha. Se Sungmin estiver pronto quero usa-lo para algo.
- Tudo bem papai, pode levá-lo. Tenho homens á analisar, pois creio que Sungmin irá se apaixonar muito tarde. E se não der certo, quero ter uma segunda opção.
- Princesa, não creio que na confia em mim.
- Acredito em você, mas sinto que isso irá demorar. Apenas vá com meu pai, e deixe que eu cuido do resto.
Suspirei rindo da princesa. Acompanhei o rei que andava pelos corredores enfeitados do castelo. O rei dera ordens de que eu cuidasse dos cavalos, que os alimentasse e os limpassem. Para mim aquilo seria perfeito, até mesmo por não gostar muito de ficar entre as pessoas. Prefiro ficar sozinho, apenas cuidando dos cavalos conversando com eles, e cuidar das plantas. O contato com a natureza era o meu ponto de calmaria, era perfeito para me trancar em um mundo onde apenas eu existia.
Fui até a entrada do castelo, recebendo os convidados e levando as carruagens até a pastagem que havia por perto. Como o gado estava em outro lugar e a grama fora cortada e limpada justamente para receber os cavalos, seria uma boa ideia deixá-los livre para correr. Soltava-os das carruagens e os deixava livres, dando-lhe de comer e brincar com eles.
Sentindo alguém me fitar, virei-me vendo um garoto de cabelos lisos e negros olhos da mesma cor e de pele clara. Ele me fitava seriamente, se quer piscava. O ignorei continuando a escovar a crina dos cavalos. O garoto se aproximou ele segurava uma taça do que parecia ser vinho e tinha vestes bonitas. Sua boca era bonita formava um sorriso estonteante. Seus braços eram largos, deixando claro que era forte.
- Cuidas dos cavalos do rei? – Disse o garoto mostrando sua voz grossa
- Sim senhor. Precisa de ajuda com algo? – Respondi sendo educado. Logo Min Ki corria atrás se aproximando do garoto.
- Sungmin oppa esse é Príncipe Siwon da Seobaritânia. Siwon esse é meu cavaleiro de companhia Lee Sungmin.
- Cavaleiro de companhia? Pensei que teria damas de companhia.
- Sungmin oppa é o único que entende minha mentalidade, assim como me aguenta. Um verdadeiro oppa para mim.
- Prazer em conhecê-lo Vossa Realeza. – Fiz uma breve referência. O tal príncipe me olhou com um sorriso no lábios, e atrevo a dizer que é o mais belo que já vi.
- És educado meu jovem. Quantos anos tens?
- Vinte e seis.
- A mesma idade que eu. Espero que possamos desfrutar de uma amizade. – O príncipe estendeu a mão esperando que eu apertasse. E o fiz, sentindo a gelidez que era sua mão.
- Assim também espero.
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