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História Fake Smile - Kim


Escrita por: sugar_monster

Notas do Autor


AVISO: Este capítulo contém fortes cenas de violência.

beta por: Nova

Boa leitura ♥

Capítulo 4 - Kim


 

 

Sábado, 22h45.

Yoongi não entendia a mente de Taehyung e parecia piorar a cada dia. Por que diabos alguém caminharia até em casa se esta era tão distante? Provavelmente estava caminhando às escondidas, furtivo e em uma velocidade ridícula pelo que o garoto achava ser meia hora, mas o mais alto, alguns metros a sua frente, não parecia minimamente afetado, nem mesmo sua respiração havia se tornado aparente, pesada ou qualquer coisa do tipo. As ruas pelo qual caminhavam tornavam-se cada vez mais desertas e o mais velho dos dois perguntou-se diversas vezes o que diabos ele estava fazendo.

E se Taehyung realmente fosse um assassino? E se ele notasse o que Yoongi fazia e acabasse lhe levando para qualquer beco qualquer e sufoca-lo lá mesmo? E se ele não fosse nada disso, Yoongi permitiu-se raciocinar, o mais velho passaria vergonha e perderia ainda mais créditos com seus amigos que já o repreendiam o tempo todo por fazer aquelas coisas inconsequentes, tão não adequado para sua idade. De todo modo, independente de qual resultado fosse não tinha como voltar atrás. Não daquele ponto, a partir daquele mesmo caminho tão deserto, sem ao menos entender realmente onde estava. Preferiu continuar.

Mais alguns longos minutos se passaram, o homem à sua frente parecia tão absorto em pensamentos e seus fones de ouvido que sequer notara Yoongi às suas costas, tão menos cauteloso do que quando começara a segui-lo, seus passos um pouco mais pesados, seu caminho um pouco mais reto, o olhar que o garoto fazia questão de direcionar somente à Taehyung e provavelmente queimava suas costas tanto quanto as de Yoongi quando era ele o observado. Ambos estavam concentrados demais. Yoongi em Taehyung e o mesmo em seu caminho.

A rua em que se encontravam agora era estreita, provavelmente só um carro podia passar por ali e era óbvio que se algum fizesse, seria multado por isso. Taehyung então, de cabeça meio baixa, virou à esquerda e Yoongi desacelerou um pouco mais, de forma a manter a distância entre os dois. Quando repetira o caminho do garoto, porém, não o encontrou, ou qualquer sinal de pra que lado o mais alto havia seguido.

O local em questão era um beco não era muito profundo, era possível ver claramente a rua no fim do tal. Seguindo até ali, Yoongi direcionou o olhar diretamente para sua esquerda, dando alguns cautelosos e perdidos passos, lentos, buscando com seus olhos caídos qualquer figura humana que lembrasse Taehyung. Não havia ninguém ali e a fina névoa que pairava há um tempo, quando saíram do apartamento de Jin, tornara-se mais pesada, o ambiente parecia mais frio daquele lado da cidade.

Não sabia se deveria continuar por ali. No momento em que dera meia volta, ouvira passos e congelando ali mesmo, notou o que não havia percebido antes: Um homem alto, com uma garrafa verde em sua mão se aproximara lento e perigoso, enquanto outros dois, sentados em caixotes observavam a cena, tão mal encarados quanto o que se aproximava, com cigarros e bebidas ocupando suas mãos, alguns objetos suspeitos a qual o garoto não tivera tempo de desvendar no chão à frente deles.

– Perdido, garoto? – indagou o homem com um sorriso sacana, olhando Yoongi de cima a baixo. Com mais um passo irregular, Min finalmente dera um para trás, forçando-se a parecer o mais indiferente possível.

– Não. Estou indo pra casa. – disse, pensando se sua voz soara muito vacilante ou falsa. Min era muito bom em dizer coisas sinceras, mas sua habilidade para mentir não era das melhores. O homem desconhecido sorriu e um calafrio ainda pior do que os que sentiam quando via Taehyung passou por seu corpo.

– Você não é daqui. Nunca o vi por aqui. – à medida que se aproximava, Yoongi andava sutilmente para o lado, pronto para correr pelo beco de onde viera. Sabia que aqueles homens não o ajudariam a encontrar Taehyung e muito menos o caminho de volta para casa. Com um suspiro difícil, do tipo que fazia seu pulmão arder, deu de ombros e pôs as mãos nos bolsos, agora descaradamente se direcionando ao local que esperava ser sua salvação.

– Talvez você só não tenha notado. Mas que seja. – disse e quis bater em si por deixar a voz tremer na última frase.

Tivera tempo de caminhar apenas até a metade da ruazinha, antes de sentir uma mão apertar seu braço com força e puxá-lo, até que batesse as costas contra a parede. Resmungou baixo e, quando viu novamente o rosto daquele homem, agora mais perto, notou o quão grotesco e mal cuidado era. Ele parecia rosnar para Yoongi, os dentes amarelados estavam trincados e por um breve momento, Yoongi pôde compará-lo a um ogro ou alguma fera grotesca de histórias de terror. Mas ele era real, tão real quanto à mão que se direcionou ao seu rosto, segurando-o pelo queixo com força.

– Quem pensa que é pra se meter nas minhas ruas? Acha que pode sair assim do nada e escapar como um garotinho imbecil? – a voz grave e danificada do homem era como um rugido e Yoongi não pôde evitar semicerrar os olhos.

Tentar se desvencilhar daquele estranho era um risco alto demais, mas Yoongi não ligava. Moveu a cabeça rapidamente e, vendo que não conseguiria se libertar do aperto em seu queixo, tentou empurrá-lo com o braço livre, uma das pernas se movendo violentamente em direção ao quadril alheio. O homem à sua frente havia o soltado no momento seguinte, se contorcendo devido ao golpe que dera em seu íntimo com o joelho. O segundo em que pudera se sentir livre das mãos calejadas e sujas, fora o de visualizar a garrafa de álcool que o homem antes segurava, posta em cima do latão ao seu lado.

Agarrando-a rapidamente, golpeou o tal homem com o objeto, o impacto fazendo o vidro trincar e se partir em grandes pedaços. Yoongi não queria ficar ali para ver o resultado. Assim que ouviu mais um rugido, desta vez de dor, largou a garrafa quebrada no chão e correu. Tivera pouco tempo para fugir, pouco tempo de liberdade. Sabia que os amigos daquele que machucara estavam atrás de si e antes mesmo que pudesse virar em outro beco e se esconder ou despistá-los, tornou a sentir um puxão em si, desta vez pela cintura. O homem que antes fumava calmamente em cima daquele caixote agora o puxava novamente em direção à parede e, assim que conseguira, mesmo com Yoongi se debatendo com toda força que podia, desferiu um forte soco em seu rosto, fazendo o moreno gemer mais uma vez. Não tivera sequer a oportunidade de revidar, sentindo as mãos do terceiro homem prendendo os braços finos de Yoongi em suas costas.

O primeiro “ogro” se aproximava pela rua, gemendo e rosnando. Yoongi só pôde ver o rosto deste sangrando em diversos pontos da orelha, bochecha e nuca por breves segundos, antes de receber outro soco. Desta vez, gritou. Não sabia o que havia dito, se havia pedido socorro ou simplesmente dito algo desconexo. Sua cabeça girava e, com um terceiro soco, sentia-se a ponto de desmaiar. Gritou novamente e desta vez tivera certeza de gritar o nome de Taehyung, não se importando com quão irônico era aquilo. Gritando pelo homem que achava ser o culpado pela morte de seu melhor amigo. E que, muito indiretamente, seria o responsável pela provável morte de Yoongi naquele beco sujo.

Os homens agora mexiam em suas roupas, seus bolsos, puxando seu casaco sem retirá-lo completamente, revirando sua carteira, e o homem que o segurava parecia tentado a manter o corpo de Yoongi grudado no seu. Repugnante. Morrer depois de ser roubado e assediado. As lágrimas que caíam dos olhos do garoto ainda tonto e ainda tentando se mover misturava-se com o líquido ferroso que escorria de seus lábios. Quando gritou mais uma vez por socorro, recebera outro soco, desta vez do homem sangrando. Podia ouvir a distante voz rosnada deste rindo de si, caçoando. E então, tudo se tornou silencioso. Por um momento, o loiro pensou que havia desmaiado, mas os passos lentos do homem que havia lhe socado primeiro provou que ainda estava consciente.

Com a visão difusa, olhou na direção que o estranho fitava e viu uma figura alta e esguia parado com as mãos nos bolsos. Não conseguia ver com detalhes o rosto, mas, assim que ouviu sua voz, sentiu um calor correr por todo seu corpo, uma estranha onda de alívio. – Yoongi Hyung? – disse a voz profunda mais uma vez. O que acontecera em seguida, Yoongi não entendeu muito bem.

Os homens que antes o violentavam se afastaram e um deles dissera quase em sussurro algo como “você tem sorte, garoto”. Em seguida, quando prestes a cair, sentiu os braços quentes de Taehyung em torno de si, impedindo-o de desmaiar ali mesmo e, sem entender bem os resmungos que este dava, sentiu-se erguido, posicionado nas costas do mais alto. Fechando os olhos, Min aproveitou a brisa e o silêncio durante o caminho que não se importava em decorar. Se ainda corria risco de vida, se ainda havia a possibilidade de morrer aquela noite, não se importava mais.

 

 

Quando voltou a abrir os olhos, estava em um ambiente ainda desconhecido, mas muito mais claro e confortável do que o anterior. Sentado em um sofá gasto e com algumas depressões, olhou em volta, ainda meio grogue pelos socos que recebera, ainda dolorido e provavelmente ainda sujo de sangue. A casa era simples, não muito ampla, mas praticamente vazia. Havia uma TV bem em sua frente e contrastava com o restante da mobília, já que era muito mais moderna e luxuosa, provavelmente a coisa mais cara daquele cômodo. Um farfalhar na cozinha lembrou de que não estava sozinho e provavelmente aquela era a casa de Taehyung.

Perguntou-se se Jimin já estivera ali antes. Se era lá que estava quando todos achavam que ele havia desaparecido. Eu sou tão egoísta, pensou. Taehyung havia lhe salvado, mas aqueles pensamentos maldosos continuavam a inundar sua mente. Sentia que poderia chorar novamente, desta vez por desgosto, por vergonha. Não deveria estar ali. Não deveria ter seguido Taehyung. Se tivesse agido como alguém maduro, se tivesse sido responsável, provavelmente estaria em casa, são e salvo, sem machucados no rosto, sem aqueles sentimentos ruins queimando em seu interior, sem a dor pulsando em corpo.

Quando viu a figura alta novamente, este trazia uma caixa simples e meio transparente. Dentro parecia haver alguns remédios e outras coisas que Yoongi preferiu tentar adivinhar, de forma que não precisasse encarar os olhos de Taehyung, tão profundos quanto sua voz.

– Talvez você sinta arder um pouco. – disse o garoto seriamente, aproximando um algodão úmido ao rosto de Yoongi. Tão clichê, pensou, resmungando baixinho ao sentir o que pensava ser álcool ou água oxigenada em contato com sua pele machucada, queimando ali. Fazer careta também era difícil, quando tudo doía tanto. Taehyung não parou, mesmo com os protestos mudos e infantis de Yoongi, ou as bochechas avermelhadas a qual o garoto esperava que o mais novo pensasse ter sido por conta dos socos e não da vergonha que sentia por toda aquela situação.

O que diria Seokjin quando visse seu rosto daquela forma? O que Taehyung contaria a seus amigos? O que aconteceria depois dali? Min não fazia ideia e o garoto a sua gente, cuidando de seus machucados, parecia concentrado demais para discutir isso. Quando Yoongi finalmente o encarou, notou que Taehyung não fazia mesma cara de bobo distraído de sempre. Naquele momento sua expressão era séria e perto como estava de si, sentado na mesinha de centro e inclinado para Yoongi, podia ver algumas linhas de expressão entre suas sobrancelhas, o que obviamente significava que o garoto estava no mínimo incomodado com toda aquela situação.

Quando finalmente terminou, o garoto suspirou e se livrou dos algodões sujos de sangue em uma pequena caixinha aberta e vazia dentro da caixa maior. Quando voltou o olhar para o mais velho, o encarou nos olhos, apoiando ambos os braços em seus joelhos. – Hyung... Por que isso aconteceu? – perguntou, a voz grossa de Taehyung fora como mais um soco, direto em seu peito, trazendo junto com o baque, um leve desespero do qual sabia que não poderia disfarçar. Não nas condições que estava. Abrindo e fechando a boca algumas vezes, não fazia ideia do que dizer ao jovem e como se este lesse sua mente, viu mais um suspiro pesado escapar deste, antes de continuar: – Por que você me seguiu? Eu sei onde você mora, Hyung e tenho certeza absoluta de que não é por aqui. Por que você me seguiu?

– Eu... – Yoongi tentou começar, a voz vacilante, ainda sem fazer ideia do que diria. Mas, antes que pudesse continuar e para seu alivio, a fechadura fizera barulho e a porta sendo aberta atraiu a atenção dos dois presentes na sala. Um jovem alto e de fios roxeados acabara de chegar com uma mochila nas costas e sacolas nas mãos.

– Estou em casa. – anunciou em voz alta, distraído em seu dilema sobre fechar a porta corretamente e só quando conseguiu trancar a porta, notou que Taehyung e não só ele estava o observando. Quando seus olhos caíram em Yoongi, o mais baixo dos três o vira tornar a expressão casual em uma completamente surpresa. Min não deveria estar diferente.

– Nam, este é Yoongi Hyung. – disse Taehyung de forma cansada. – Hyung, esse é meu irmão, Namjoon. Ele também é mais novo do que você... – Taehyung disse um pouco distraído e, se não estivesse tão surpreso e dolorido, Yoongi com certeza teria caçoado daquela informação tão fora de contexto.

– Yoongi... – Namjoon dissera baixinho, aproximando-se a passos lentos que, perto do sofá, tornaram-se um pouco mais apressados. Compras esquecidas no chão, o mais alto sentou-se ao lado de Yoongi e analisou seu rosto rapidamente, antes de olhar Taehyung e voltar à Yoongi, completamente confuso, balançando a cabeça minimamente ao notar o que dissera, como se dessa forma pudesse se repreender. – Digo... Yoongi Hyung... O que aconteceu? Por que tá machucado desse jeito? – a voz suave de Namjoon era como música aos ouvidos de Yoongi, assim como fora mais cedo quando Taehyung o salvou. Só então notou: os dois tinham a voz extremamente profunda, com a diferença de que Taehyung era um pouco mais rouco.

Mas ainda não fazia o menor sentido. Namjoon não se parecia em nada com Taehyung, mesmo olhando-o tão mais de perto. Devo estar delirando, disse a si mesmo em pensamento. Não havia nada que se parecesse nos dois. Talvez suas orelhas? Tom de pele conta como semelhança entre irmãos? Indagou. Sua linha de raciocínio, no entanto fora cortada por Taehyung, quando este dissera: – Yoongi Hyung se perdeu de mim enquanto caminhávamos pra cá e foi atacado pelo Jae e aqueles outros imbecis.

Voltando a olhar de Taehyung para Namjoon, viu a expressão do mesmo endurecer em meio segundo, as grossas sobrancelhas um pouco mais juntas enquanto este franzia o cenho. – Aquele filho da puta... – Yoongi estremeceu levemente com o palavrão proferido com um tom de desprezo tão grande vindo de Namjoon. – Mais uma merda como essas e eu vou bater naquele porco até-...

– Hyung. Pare de dizer essas coisas, Yoongi já está assustado o bastante. – Taehyung o interrompeu e, com bochechas avermelhadas, Namjoon pediu desculpas a Yoongi, quase inaudível.

– Eu quebrei uma garrafa na cara de um dos caras. – Yoongi se pronunciou em tom baixo, vendo o olhar dos irmãos Kim se direcionarem a si, assim desviando o próprio para o colo. Seus braços ainda estavam doloridos, seu rosto continuava a latejar. Queria voltar pra casa, pra sua cama. Fugir de Taehyung, fugir do constrangimento, das lembranças do que passara naquelas ruas escuras e frias que provavelmente não estavam tão longe dali. – Eu... Preciso ir embora... – disse mais para si do que para os dois e, suspirando, fez menção de levantar. Não sabia para onde ir, mas estar ali estava se tornando cansativo. Sentia fome, sede e sono. Uma mão, muito mais suave e cuidadosa do que a que agarrara seu braço antes o impediu de dar um primeiro passo em direção à porta. Olhando para Namjoon, o viu sorrir, as covinhas mostrando-se charmosamente em suas bochechas.

– Coma comigo e Taehyung. Depois te acompanho até sua casa. – Diante ao pedido alheio e a possibilidade de ir pra casa em segurança, o mais velho sequer precisou pensar muito antes de aceitar e voltar a relaxar no sofá. Mesmo que isso significasse que passaria mais tempo perto de Taehyung e lhe daria mais oportunidade de indagar o porquê de ter feito o que fez, mesmo que a decepção e vergonha ainda queimassem em si, voltar para casa vivo e acompanhado era uma opção muito melhor.

 

 

Domingo, 00h13

Namjoon e Yoongi estavam dentro de um taxi, seguindo para onde o mais baixo morava. O trajeto não seria tão demorado quanto era a pé. Olhando para o lado de fora, perdia-se em pensamentos. Seu rosto ainda doía um pouco, mas pensar no fato de que ao menos o celular e sua identificação ainda estavam a salvo consigo, só pelo fato de que estava acompanhado de alguém que provavelmente daria conta de protegê-lo, já se sentia muito mais tranquilo. Desviando o olhar para o homem em silêncio ao seu lado, notou que este já tinha o olhar em si. Fingiu que suas bochechas não formigaram um pouco por aquilo.

– Por que nunca me contou que Taehyung era seu irmão? – indagou em voz baixa.

– Bom... Tirando agora à noite, nós dois só conversamos três vezes. – Namjoon começou, sorrindo terno para Yoongi. Min tivera de novamente fingir não ter reagido sobre aquilo. Era difícil, considerando que o moreno achava o mais alto realmente bonito. – Não tive a oportunidade de te dizer...

– Poderia ter dito naquele dia... Quando eu comprei flores... Você sabia que eu era amigo do Jimin...

- Sim, mas você não parecia querer conversar. – retrucou, ainda sorrindo. Seu olhar, porém, era um pouco mais desafiador, como se esperasse que Min protestasse mais. No entanto, nenhuma resposta viera, além de um balançar positivo de cabeça. – Além disso... – Yoongi, que havia voltado a observar o lado de fora, tornou a encarar Namjoon ao ouvir sua voz. – Ele me contou de você.

Naquele ponto, os olhos de Min arregalaram-se um pouco, sua postura relaxada tornou-se ereta e agora virava o corpo em direção ao outro, o máximo que o cinto de segurança permitia. – Ele falou de mim? O que? Por quê? – as indagações saíram na velocidade da luz de seus lábios, o estômago ardendo em ansiedade.

Namjoon sorriu, divertido com a reação assustada do outro e então continuou: – Algo como “tem aquele Hyung, Yoongi... Ele realmente me odeia, não importa o que eu faça ou se não faço nada.” – Min pensou se, caso Namjoon não tivesse a voz minimamente semelhante à de Taehyung, teria se arriscado a imitá-la, já que seu tom era realmente divertido. Franzindo o cenho, Min balançou a cabeça em negativo, desviando o olhar para os próprios pés, tentando digerir mais um detalhe que nunca pensou que ouviria sair da boca de Namjoon. – Eu sei que parece idiota eu tentar me tornar amigo de um cara que odeia meu irmão, mas você me pareceu legal. Digo... Eu sei que ‘tava triste e meio recluso quando comprou flores, mas, ainda assim, te achei legal.

– Não faz o menor sentido. – Yoongi deixou escapar, voltando a encarar o mais alto. – Por que diabos...? Namjoon, não faz sentido...

– O que não faz sentido?

– Tudo! Taehyung me salva de ser roubado e provavelmente estuprado e morto, em seguida descubro que ele é seu irmão, então você me diz que já sabia que eu o odiava e sequer perguntou o porquê de eu estar próximo ao local de onde vocês moram. Não faz sentido Namjoon, eu acho que você é louco. – Yoongi disse e, mesmo sabendo que o taxista ouvia tudo no banco da frente, não se importou em aumentar um pouco o tom de voz.

Namjoon sorriu mais uma vez, desta vez mais do que antes, exibindo suas covinhas tão charmosas. A grande mão dele então fora para os fios de Yoongi, do qual fizera um breve carinho. Min normalmente teria se afastado daquilo, mas a incredulidade, a confusão mental e o cansaço o fizeram ficar quieto. A dor em seu rosto o fez querer aquele carinho e no fundo de sua mente, uma vozinha pedia para que não fosse o único. Namjoon, no entanto afastou os dígitos de seus fios, para então falar:

– Primeiro: O que você e Taehyung têm um com o outro, seja o que for não é da minha conta. – os olhos escuros do mais novo olhavam Yoongi profundamente, dando a sensação de seriedade, verdade. Talvez fosse sua intenção. – Não vou julgar meu irmão ou você, nem vou questionar. Se não quiser me contar o que houve hoje à noite, não vou tentar descobrir por conta própria. – Nam então fizera uma breve pausa, sem cortar o contato visual com o garoto. Yoongi estava prestes a questioná-lo, mas, antes que pudesse, a voz alheia o cortou novamente: – E segundo: Você tá cansado, Hyung. Não é bom pensar em todas as coisas antes de uma boa noite de sono. E de preferência um analgésico. Vou pedir um pro seu endereço depois que você subir.

Namjoon indicou com a cabeça e só então Yoongi notou que o carro havia parado em frente ao seu apartamento. Ainda não pudera questionar qualquer coisa e sabia que o de fios roxeados não o deixaria fazer. Com um suspiro, apenas assentiu e se preparou para sair. Haviam combinado previamente que o mais alto lhe emprestaria o dinheiro do taxi, então não tinha mais nada a fazer ali. Quando prestes a sair, no entanto, parou onde estava, voltou o olhar para Namjoon, sorrindo sutil e timidamente murmurando: – Obrigado por me acompanhar até aqui, Nam...

E então deixou o veículo, voltando aos pensamentos que há um tempo haviam fugido de sua mente: Preciso da minha cama. Preciso de descanso e da segurança do meu cobertor. E adicionando: Preciso de um remédio pra dor. E um pra dormir.

 

 

[Kim Taehyung] [01:03] Ainda não terminamos nossa conversa, Yoongi Hyung.

[Kim Taehyung] [01:03] Vou te ver mais tarde.

 

 

 


Notas Finais


Realmente sinto muito pela violência contida nesse capitulo, mas ela foi necessária :c
Espero que tenham gostado, sorry por ter atrasado um pouquinho no prazo, nosso querido beta não tava muito bem de saúde e eu não queria escravizá-lo.

Enfim... vejo vocês na próxima ~~


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