História Family - Aproveite o amor de seus pais e fuja de casa

Capítulo 29: Aproveite o amor de seus pais e fuja de casa 

Os olhinhos de Taehyung brilhavam pelas lágrimas grossas, sentado no chão de seu quarto e sendo rodeado por seus irmãos. Ele olhava para a caixinha vazia em suas mãos e o pote de vidro nas de Jimin, tendo ainda mais vontade de chorar.

— Eu acho que eles foram pra festa. — o menino falou ressentido. — Só pode ser isso, eles não iriam fugir por nada.

— Você tá chorando por causa desses insetos nojentos? — Yoongi estava desacreditado, olhava para Hoseok como quem pedia explicação. O hyung só queria fazer com que os menores deixassem de chorar.

— Não fala assim deles! Eram nossos bichinhos de estimação. — se defendendo, Jimin franziu ainda mais o cenho.

— Você sabe que se o Joon-appa ficar sabendo disso, ele vai surtar né? — os gêmeos concordaram com Hoseok, num suspiro triste. — E o que a gente pode fazer para ajudar?

Por pouco, pouquíssimo mesmo, Yoongi não deu um soco no mais velho. Os sorrisinhos sapecas dos outros dois denunciaram que o plano que estava por vir não era nada bom.

Jungkook pegou o pote das mãos de Jimin e os sacudiu, procurando inutilmente pelos bichinhos deixando um biquinho tristinho nascer em seus lábios pequenos ao não encontrá-los ali.

— A gente pode ir ver se eles estão na casa do vizinho. — Tae sussurrou como se fosse um segredo universal, verificando com os olhinhos curiosos se a porta do quarto estava fechada para então prosseguir. — O Baek convidou os meninos da escola pra acampar lá, os bichinhos devem ter gostado da ideia e foram também.

Hoseok concordou com um aceno, Jimin estava confuso e Yoongi ficou animado com a ideia do outro garoto.

— A gente pode vestir as capas de super-herói e ir salvar eles, eu vi o Jin-appa guardando na caixa de baixo da minha cama. — o gêmeo sustentava o sorriso quadrado, brincando com os cabelos grandinhos de Jungkook ao seu lado.

E não demorou muito para Taehyung arrastar a caixa com cuidado para não fazer barulho e deixar em frente aos irmãos.

— Eu gostei, vou ser o super-espirro! — Hoseok pegou sua fantasia de herói, correndo para se vestir.

— Sou o super-bagunça e o Tae é o super-doutor-brinquedo. — o gêmeo sorriu, vestindo sua roupa assim como seu irmão.

— Sou o super-maioral, porque eu posso tudo. — Yoongi gargalhou animado, logo se policiando sobre os pais terem ouvido sua risada, ao notar que não, foi colocar sua roupa azul com uma capa amarela.

Jungkook, depois de um tempo, escolheu uma das fantasias e foi vestido pelos meninos, cada um se responsabilizou por uma parte.

— Super-piruleta. — repetiu quando Hoseok leu o nome de seu herói, levantando os dois bracinhos para o alto.

Assim que todos terminaram de se vestir, colocar suas máscaras e suas capas, rumaram para a sala, com Yoongi sendo o responsável em olhar para os lados para ver se os pais estavam vindo e Taehyung os guiar até a porta.

Namjoon estava deitado sobre Seokjin no sofá, assistiam a um filme enquanto conversavam tranquilamente, pois em suas cabeças os seus filhos estavam dormindo.

Hoseok abriu a porta principal dando passagem para os irmãos menores, saindo em seguida rumo a missão de resgatar os insetinhos de estimação dos dongsaengs.

A tarefa de saltar a cerca da casa do vizinho, onde ocorria um pequeno acampamento, fora bem sucedida.

Enquanto isso, Jin sequer imaginava que seus filhos estavam fora do quarto.

— Joon... — chamou, desviando a atenção do filme e olhando para o marido por cima de si, acariciando seus cabelos. — As crianças não estão muito quietas?

— Eles estão dormindo, Jin. — respondeu, de qualquer forma, era verdade, ou uma quase verdade. Virou-se para poder encarar Seokjin, beijando seu queixo em seguida. — Pare de ser tão desconfiado.

Jin olhou para o relógio da sala, voltando o olhar desconfiado para Namjoon.

— Está muito cedo para eles estarem dormindo. Eu acho melhor eu ir dar uma olhada e... — foi interrompido por um risinho fraco do esposo que revirava os olhos.

— Podemos aproveitar toda essa paz, o que você acha? — subiu os beijos até a bochecha do mais velho, selando seus lábios pouco depois. — A gente quase não tem tempo um pro outro agora.

Ele tinha razão. Com um suspiro, um Jin ainda desconfiado acabou cedendo às carícias de Namjoon. Afinal, que mal tinha aproveitar um pouco do marido sem que as crianças estivessem por perto?

Jin o agarrou e fora beijado, um beijo quente e necessitado; os toques se iniciaram, e o sofá nunca pareceu tão desconfortável para apenas dar uns amasos.

Mas, como a vida insistia em dizer sempre: eles não podiam ter sossego e o estrondo na porta principal enfatizou esse pequeno fato irritante quando se está apenas querendo beijar o seu esposo. Seokjin deixou de o corresponder, abrindo os olhos alarmados.

— Você ouviu? — perguntou um pouco ofegante, olhando para os lados.

— Ouvi o que, Jin? — Namjoon gemeu impaciente, tentando voltar a beijar o outro que o ignorava.

— O barulho! Tem alguém na porta.

— Claro que não, deixa disso, não tem nada lá. — Jin, por fim, decidiu seguir o que Namjoon achava e voltou a roçar seus lábios nos dele.

Mais um barulho, seguido de um chacoalhar da maçaneta e o som de alguém tentando empurrar a porta.

Seokjin, com o susto, empurrou Namjoon de cima de si com o pé e reprimiu um gemido por ter seu lábio cortado pela mordida provocava pelo interrupção abrupta do beijo. O mais novo se levantou do chão, olhando irritado para o marido um tanto alarmado.

— T-tem alguém na porta, eu estou dizendo... — sussurrou com medo, a voz falhando minimamente e o coração palpitando. — Será que estão tentando nos assaltar?

Desta vez, Namjoon ouviu o barulho estranho do lado de fora.

— Assaltar? Meu Deus, isso não é possível. — não recuou quando Jin o puxou para atrás da estante, se agachando enquanto olhava de esguelha para a porta.

— Vamos pegar um taco de beisebol e meter na cabeça do ladrão antes mesmo que ele tente reagir. — Jin disse determinado, destemido, pronto para se levantar e ir atrás de um taco de beisebol dos meninos. Segurou uma das mãos do marido, olhando-o dramaticamente. — Se eu não voltar saiba que eu amo muito você e as crianças, não ouse dar outro pai pra elas.

O som começou de novo, dessa vez acompanhado de um burburinho de vozes.

Vozes infantis...

— Amor, calma. Nada vai te acontecer. — Namjoon tentou ouvir o que se era dito do outro lado da porta. — E eu acho que não é assalto coisíssima nenhuma.

E a porta, num rompante, finalmente fora aberta revelando dois adolescentes vestidos de leão e de girafa, um adulto com uma roupa de escoteiro e cinco crianças logo atrás de si, com fantasias de super-heróis.

Jimin congelou ao ver os dois pais olhando diretamente para onde estava, se encolhendo atrás de Jongdae, a girafa.

— O quê? Mas o quê é isso? O que vocês estão fazendo aí? — Seokjin estava indignado, surpreso, com os olhos arregalados, a boca aberta e a mão dramaticamente no peito.

Jongin, ou agora escoteiro, riu enquanto entrava na casa acompanhado dos meninos, não notando o quão engraçado estava com aquela fantasia.

— E por que vocês estão vestidos assim? — Namjoon estava no mesmo estado de Jin, a diferença é que estava tentado a rir.

— Appa, eu posso explicar... — Yoongi se colocou na frente assim que fora empurrado por Taehyung, o fuzilando antes de criar coragem para se pronunciar. — Os bichinhos do Tae e do Jimin fugiram para a festinha do Baek e do Sehun então a gente foi lá ver se a gente encontrava eles.

— Bichinhos do Taehyung e do Jimin? Quê? — Namjoon franziu o cenho, querendo saber de onde os meninos haviam tirado aquilo.

A ideia era absurda demais, difícil de engolir, e pelo olhar de seus pais Yoongi constatou isso.

— Lá a gente encontrou o Dae e o Minseok e eles acharam que era melhor a gente avisar a vocês sobre tudo. — Hoseok se perdeu nas palavras, se lembrando da crise de risos ao se lembrar de quando viu Jongdae e seu amigo, Minseok (o leão), vestidos em fantasias de animais.

Jongin cortou todo o clima gargalhando, gesticulando para os amigos ficarem "suave".

— Eles só queriam se divertir, deem um desconto. — parou de rir aos poucos, sendo encarado boquiaberto pelos pais das crianças. — Mas, como Soo e eu achamos que fossem ficar preocupados, decidimos que seria melhor os trazer pra casa.

— A gente já não tinha ido lá mais cedo? — o pai mais novo perguntou para as crianças, ele mesmo estava confuso. — E só fomos embora porque o Kookie estava com sono e já tinha muito menino pra dormir lá, eu disse isso pra vocês.

Seokjin quase berrou quando viu seu caçula no meio dos outros, não entendendo muita coisa.

Assim que Jongin se despediu e levou seu filho e o amigo dele de volta para casa, Seokjin tratou de enfileirar os filhos sentadinhos no sofá, andando de um lado para o outro feito um comandante do exército enquanto tentava decidir o que fazer.

Não dava para acreditar que os meninos tinham fugido de casa para perseguir insetinhos no vizinho, ainda mais em uma pequena festinha que já tinha acabado e agora mais parecia um acampamento.

— Jin-appa, não fica bravo com a gente... — Taehyung choramingou, implorando com os olhinhos alguma ajuda de Namjoon que estava ao lado do pai mais velho e um pouco zangado. — Não fizemos por mal.

— É... — Kookie concordou, brincando com sua máscara de super-herói.

Seokjin suspirou pesarosamente, desistindo de pensar em um castigo e se sentando no tapete em frente aos menores. Alcançou, então, uma caixa grande na estante tirando dali um álbum de fotografias. Namjoon o acompanhou, lançando um olhar para que os meninos se mantivessem calmos.

— Lembra desse dia? — Jin começou, mostrando uma das fotos. — A gente foi tirar essas fotos porque o Tae pediu. Fizemos o que vocês pediram, como sempre.

As crianças assentiram nostálgicas, Namjoon resolveu continuar tentando entender onde o marido queria chegar.

— Foi divertido, não foi? — ele sorriu minimamente. — E se, por acaso, essa família que está aqui deixasse de existir? Ou algum mal acontecesse a vocês? Porque sair na rua a uma hora dessas, sem os pais, é perigoso e eu espero que vocês entendam isso.

Jimin passou a se arrepender, Hoseok ficou pensativo com a analogia dos mais velhos, Taehyung estava tristinho, Yoongi zangado com os irmãos por terem-no convencido de uma ideia tão maluca e Jungkook via algumas fotos, sem se importar muito com o que os pais falavam.

— Isso me lembrou uma vez em que eu fugi de casa quando criança. — Seokjin riu, esquecendo um pouco do motivo para estarem tendo aquela conversa. — Mas eu já era bem grandinho e sabia me cuidar.

— Teve uma vez que eu me perdi no sítio do meu tio porque eu sai sozinho, eles diziam que lá tinha lobisomens e eu fiquei desesperado. — os meninos olharam Namjoon, assustados, logo gargalhando da parte em que o pai ficou desesperado.

Passaram a compartilhar lembranças, memórias e, por fim, a fugida das crianças foi esquecida e substituída por uma noite de conversas nostálgicas, lembrando uma coisa ou outra de suas próprias infâncias.

Mas, a melhor lembrança seria sobre como se divertiam conversando, todos juntos, durante uma parte da noite, na sala de casa. Ora vendo fotos, ora falando sem parar feito matracas ambulantes.

E aquela era a lembrança que Seokjin queria que seus filhos tivessem. Namjoon queria que eles gargalhassem daquilo tudo no futuro; Jimin certamente o faria.

Yoongi resmungaria sobre o quão seus pais eram melosos um com o outro mais discordam de tudo.

Hoseok iria ficar feliz por partilhar tantos momentos com as pessoas mais especiais para si. Taehyung iria fazer todos os citados anteriormente e Jungkook... ele iria ainda estar confuso com todas as coisas que os irmãos falariam sobre todas as travessuras que aprontaram quando mal sabia falar.

Certamente, era uma grande família feliz e com sérios problemas para lidar com situações sérias.

Mas, um estava ali pelo outro e esse amor perduraria para sempre.