História Family Friends Our Love - Parabéns Liverpool Institute

  PARABÉNS LIVERPOOL INSTITUTE
Pov. Elena
Amor você me ama tanto, quer casar comigo?
Quero, Paulie. Quero sim --beijei seus lábios.
Quer um beijo, um abraço e umas cócegas? --sorriu, me fazendo corar.
Quero...
- Quer o quê --uma voz jovem parecia ter mãos hiperativas me empurrando - Acorda, dorminhoca!
- Oi? --sorri, me virando para reconhecer o rosto - Lorena, o que quer?
- Nossa, sonho bom esse --piscou - Temos um aniversário dos bons pra ir.
- De quem?
- Do nosso amado Liverpool Institute! 130 aninhos com carinha de 18 --piscou.
- Meu Deus --gargalhei, esfregando os olhos - E horas?
- São 8h30 já.
- Só isso? É sábado, Lore...
- Vai deixar o Paul se apresentar para as menininhas sem a garota dele o prestigiar?
- Opa --levantei da cama - Vou me ajeitar.
A minha rapidez era justificada - aniversário da escola e a grande apresentação dos meninos. Coloquei uma roupa bela e me senti bonita de verdade - espero essa reação do Paulie.
- As minhas bonequinhas estão maravilhosas --disse mamãe, quando descemos as escadas apressadamente - Então voltou com o pãozinho do Paulie?
- Pode ser mamãe... --corei - Quem te contou? --arregalei os olhos me surpreendendo com o saber de Dora - A Lorena deu com a língua nos dentes?
- Deixa meu nome de fora --arfou Lore, negando.
- Nada disso meu amor --mamãe sorriu - Jim fez questão de me telefonar. Está irradiante. Falando em Jim, daqui a pouco está vindo para nos buscar.
- Eba! --a abracei - Vamos todos juntos?
- Sim, a escola estará aberta para os pais também --concluiu mamãe - Olha a buzina aí...
De fato, o carro de Jim, inconfundível, buzinou umas duas vezes. Saltamos para fora de casa e entramos no carro, Lorena juntamnte comigo - ocupando o banco de trás e mamãe o acompanhando na frente. Senti a falta de Paul.
- Bom dia Jim! --disse animada - Onde está o Paulie? --encarei triste o vazio do banco traseiro.
- Bom dia meninas --sorriu com as sombrancelhas herdadas de pai para filho - Paul está na escola, se acertando com os meninos, como são da banda... Acredito que meu filho foi mais cedo do que os outros garotos.
- Hm sentindo falta do amorzinho? --piscou Lorena.
- Argh Lore --corei - Deixa de ser enxerida, garota!
- Está visível esse amor, como é bom ser jovem! --disse mamãe - Amem à vontade, somente com moderação --encarou Lore.
- Indireta, mamãe? --gargalhou Lorena e todos sorrimos com ela.
Manhã longa de um dia muito feliz...
Pov. Paul
A escola parecia um deserto, somente professores organizavam mesas e flores pelos cantos e algumas faixas de comemoração. Com o meu violão guardado na capa e posicionado nas costas, sentei num banco, esperando as ´´moças´´ chegarem.
- Paul --encarou Jane - Assim como eu, está sozinho?
- Prefiro estar, Jane --nem olhei em seus olhos.
- Violão? Posso ver?
- Claro -- não sou egoísta.
Tirei o violão da capa e o entreguei para Jane. A garota alisou-o e ficou fitando-o como se fosse uma pessoa, achei bem excêntrica a cena.
- Só tem esse violão? --sorriu.
- Sim, somos os únicos a tocar hoje.
- Se importa se eu...
Jane pegou o violão pelo seu braço e jogou-o no chão. Nem preciso dizer o estrago, preciso? Meu violãozinho lindo, quebrado, coloquei as mãos na cabeça, um desespero tomou conta de mim e George pôde notar.
- Garota, deixa de ser louca, se manda --disse George, tirando-a dali.
- SOME, JANE! SOME AGORA!
- Vingancinha --piscou pra mim.
Esperamos Asher se distanciar e iniciamos a conversa.
- Cara, seu violão... --Harrison disse, despontado - E agora?
- Daremos um jeito --cocei a cabeça, nervoso - Eu acho.
- E aí caras... --chegou John, com o violão nas costas - Alguém mordeu a Jane, ela saiu me empurrando...
- Jane quebrou o violão do Macca --explicou George.
- Putz! --arfou John - E agora, cara?
- Sentar e lamentar --conclui por final.
Os alunos e seus pais, parentes, tomavam conta do pátio da escola. Tinha barraquinhas de lanche para quem quisesse comprar - além do refeitório em atividade. Enxerguei Lorena vindo correndo e abraçou John, Elena seguiu seus passos e Dora e papai, deram sinal de que estavam por ali.
- Seu lindo --disse Lorena, nos braços de John - Muito muito bom dia
- Bom dia? --sorriu desapontado John, me encarando.
- Paulie --Elena me beijou - Que cara é essa?
- Anh... --George engoliu à seco as perguntas.
- Está havendo algo errado --Elena saltou - Rapazes...
- John, conta aí --exigia Lorena.
- A Jane quebrou o violão do Paul --confessou George - E estamos em desfalque.
- Oh ... --disse Elena.
Ringo, infelizmente ou felizmente - bom pra banda e ruim pra mim - se infiltrou na conversa, estranhei um violão em suas costas:
- Como vão? --sorriu - Trouxe um violão, vai que precisem...
- Preciso muito cara --o abracei - Me empresta?
- E o seu? --me encarou, desconfiado.
- Jane quebrou --George estava cansado de informar o acontecido para cada um.
- Nesse caso... --Ringo mediu as palavras - Pode usar, sem problemas.
Um silêncio - silêncio em termos, os beijos de Lorena e John tinham sonoridade. Elena me abraçou e acarinhou meus cabelos, e com o violão em mãos, estou bem tranquilo,  banda fará seu papel.
- E-elena... --Ringo estranhou nossos atos - Voltaram?
- Acho que... --corou - Não voltamos não...
- Mentem bem vocês, em? --George sorriu.
- Fico feliz --Ringo sorriu sem vontade.
Pov. Lorena
Todos meus amigos, mamãe e até a minha irmã, me tacham de rebelde sem causa ou popularmente a ´´Lennon feminina´´ dando ênfase admitindo eu ser uma espécie de John em versão garota - gente louca. Primeiramente sinto meu coração explodir ao ver Paul e Elena novamente juntos, embora não assumidamente. Fiquei chateadinha com o Ringo, desapontado... E George? Quando Brenda chegou, seus olhos brilharam.
Deixa de analisar as vidas das pessoas, você tem o John Lennon nos braços - pensei. 
- Sua mãe? --John ergueu o pescoço fitando as pessoas - Não pode nos ver juntos.
- Verdade.
- Nos manteremos afastados durante o dia todo?
- Até parece --revirei os olhos - Vou deixar o meu namorado longe de mim... --acarinhei seus cabelos.
- Namorado? Sua mãe não aprovou, não tem medo das consequências?
- Pelo contrário --sorri - Tenho medo da vida sem a causa delas.
Beijei John e o sentimento sempre é ótimo quando se ama. Minha boca continuou ocupada, ao contrário dos ouvidos. Escutei uns pigarros e umas tosses forçadas, pensei que todos meus amigos estivessem contraído uma gripe súbita, então uma mão cutucou meu ombro:
- Lorena, quer voltar pra casa agora mesmo? --mamãe.
- M-mãe --empurrei John - Mãe, que modos são esses, chegando sorrateiramente querendo... Querendo....
- Querendo pegar vocês no flagra? --sorriu e todos gargalharam - Filha, não aprovei esse namoro.
- Sou decente --sorriu John, todo meigo - Sou louco e quem não é?
- Quer dizer que essa... Essa... Isso é filha da adorável Dora Klark? --a tia Kiki do John chegou no recinto.
- Oi tia! --ascenou curtamente John, para uma pessoa na frente dele.
- O que quis dizer com seu tonzinho debochado de voz, Mary Stanley? --mamãe rebateu.
- Sua filha é uma desavergonhada, não tem modos para namorar o John --a tia de John queria entrar no ringue.
- Quem disse que tenho modos, tia? --John sorriu, incompreendido.
- Quieto --arfou Mimi - Não quero saber dessa Lorena envolvida com meu sobrinho querido, fui clara?
- Claríssima --mamãe me puxou pelo braço - Venha, vamos assistir os meninos sentadinhas como moças devem ser.
- NÃO QUERO... JOHN ME SALVA --comecei a gritar e fazer um míni escândalo, meus amigos invés de me ajudarem, apenas gargalhavam. 
Agora, depois de sentar em uma cadeira longe de todos e perto da mamãe - longe de todos, repito - começou o sermãozinho dela.
- Filha, a tia dele é uma encrenqueira tal como o sobrinho! 
- Deixa a Kiki... --arfei.
- Kiki? --mamãe gargalhou - Mimi. 
- E eu lá quero saber o nome dessa véia? --a encarei.
- Modos! --me cutucou.
Jim, com pipoca em mãos, sorriu amigávelmente. 
- Pipoca, meninas? --ofereceu as malditas pipocas.
- Não. --cruzei os braços, encarando John, no palco montado.
- Quer alguma coisa, querida? --mamãe insistiu.
- Quero --consenti - O John --olhei para o palco, piscando para meu amor.
E é a vida, desafiando o amor... Se sou louca ao natural, com John a loucura se torna normal, algo como parte de mim e as baboseiras todas sobre casais. Esqueça os filmes por hoje, Lore - quem brilhará nessas cenas é você.
Pov. Paul
Finalmente boa parte do pessoal estava presente na escola. As meninas gritavam meu nome e fiquei totalmente envergonhado com a situação. George deu um último beijinho em Brenda, depois sua garota desceu, sentando-se próxima ao palco improvisado. John, tomou as palavras:
- Oi meus queridos amigos... --sorriu sarcásticamente - Querem um rock dos bons?
- Paul te amo... --as garotas enlouquecidas aclamavam meu nome.
- John, elas ficam gritando... --arfei, somente com ele - E agora?
- Quando for um rockstar, como será? Se acostuma, cara... --piscou - A-ham --pigarreou - Retomando o assunto, menininhas afoitas, larguem do pé do meu amigo Macca pois o coração dele é todinho da Eleninha Klark, salva de palmas... 
Todos começaram uma algazarra desenfreada. Elena, sentada na primeira fileira de cadeiras, corou, logicamente. Ringo, atrás da bateria, fez malabarismos com as baquetas.
- Vamos lá!!! Ao som de  Such A Night do rei Elvis Presley!!
A escola saltou num boom catastrófico. Professores dançando entre si até Mimi se rendeu, saculejando. Elena gritando e assoviando por mim e eu - cantando pra ela. John piscando para as meninas e para Lorena, esse meu amigo tem dois por dentro. George sendo George e Ringo, entusiasmado.
- Paul, casa comigo... --gritou Vanessa, uma das meninas ´´apaixonadas´´ por mim.
- Sou muito novo pra isso --sussurrei, piscando para Elena, autoafirmando meu amor por ela.
Pov. Elena
Os meninos estão arrasando, a música jovial tomando conta até dos nossos mestres, mamãe quase dançando com Jim e Lorena, fitando John, apenas dediquei para ela um sorriso daqueles sei o que vão aprontar .
- Estão um arraso --sorriu Brenda - Olhe para eles, parecem profissionais! Esses meninos têm futuro.
- Sabemos disso Bren --consenti, tocando em seu braço, alegre - As meninas mesmo estando em colegial, já aclamam por Paul, imagino como seria numa fama, isso...
- Uma loucura! Elvis ou algo maior.
- Será? --coloquei a mão no rosto e sorri - Torço pelos garotos.
- George é tão fofo, vou apertar aquele rostinho todo! --disse, empolgada.
- E John, abusado... Não pára de piscar para Lorena.
- E nem para as meninas daqui --frisou.
- Verdade. 
Virei-me e enxerguei Lorena conversando por códigos com John, os lábios dos dois mexiam, uma legenda só deles. 
- Estão tramando --disse para Bren.
- Sempre tramam coisas. Lorena e John são o casal mais maluco da escola.
- Ai Deus.... Mamãe pode deixar Lore de castigo, Mimi bateu de frente com ela hoje.
- Sua mãe e Mimi? --arregalou os olhos - A tia antiquada do John?
- Essa mesma. Não quer Lorena com John e mamãe também concorda. 
- São amigas?
- Inimigas eu acho. Mimi destratou minha irmã e disse ofensas. Se aprontarem, estes dois estarão enrrascados.