História Fé - Fy Ward

___FÉ___

Capítulo II

O Capitão Uchiha Sasuke continuava com Sakura na garupa de seu cavalo tendo como destino a vila de Konoha. A chuva perdurara por toda a noite de viagem. Já pela madrugada a caravana ainda continuava rumo à vila, no entanto quando os soldados do Capitão Uchiha estavam para cruzar a fronteira que delimitava a entrada de Konoha, uma chuva de flechas se fez presente atingindo vários de seus soldados.

- Protejam a carruagem do rei! – Bradou o Uchiha, que por sua vez, passou os braços firmemente ao redor de Sakura. Ele não tinha como protegê-la de outra maneira, afinal, ambos se encontravam em cima de um cavalo e nem mesmo escudo à mão o belo capitão possuía. – Minha senhora, segure-se firme em mim! Tentarei atravessar a caravana e lhe colocarei dentro da carruagem do rei, lá ficarás em segurança. – Sakura nada disse, estava tão assustada. Ao que parecia a verdade havia lhe encontrado como uma forte tapa na face, pois se tivesse de fato sido sequestrada ela não estaria presenciando uma batalha sangrenta com pessoas vestidas com armaduras. Teria de ser um filme, mas as feridas deixadas pelas flechas eram reais demais. Em seu desespero, a moça dos cabelos peculiares agarrou firmemente os braços do Capitão, que estavam em torno de sua fina cintura. O Uchiha guiou seu cavalo em direção a carruagem real que por sua vez, estava fortemente guardada e lá dentro estavam o rei, Kabuto e o Dr. Hyuuga; este último com certeza protegeria a moça caso alguma coisa desse errado na batalha. Contudo, antes que Sasuke chegasse ao seu destino, uma flecha perfurou-lhe as largas costas, não chegou a atravessar-lhe, pois, caso isso tivesse acontecido, a essa altura a médica divina também estaria ferida, tendo em vista que o Capitão guardava as costas da mulher de cabelos vibrantes. Sasuke tentou não sucumbir, seguiu em frente até atingir o seu destino e lá deixou uma Sakura que percebeu o que tinha acontecido.

- Meu Deus! Há uma flecha em suas costas, moço. Deixe-me tirá-la. Venha, entre na carroça enfeitada que vou cuidar de você, minhas coisas estão aqui dentro, há com certeza material suficiente para cuidar do seu caso. Venha! Não demore, quero ver se essa flecha não prejudicou seus pulmões.

- Terei de negar seu pedido, minha senhora. Não deixarei meus homens lutando sozinhos.- E assim, Sasuke deu-lhe as costas e cavalgou rumo a batalha, contudo não sem antes arrancar aquela flechas das próprias costas. Sakura estava horrorizada e se sentindo culpada, pois ela sabia que se acaso não estivesse no cavalo com ele aquilo não teria acontecido.

- Volte aqui, seu psicopata! A culpa dessa flecha em suas costas foi minha. Deixe-me tratá-lo!- Gritava Sakura, contudo nada recebeu em resposta além da visão do buraco nas costas do moreno, que cavalgava rumo à batalha. Ela se sentiu frustrada e amedrontada, querendo ou não, o moreno psicopata era sua única chance de voltar para sua vida de sempre. Se alguma coisa acontecesse com ele tinha o pressentimento de que chamais veria seu lar. Tudo o que podia fazer agora era fechar os olhos e orar para que aquele maluco voltasse a salvo e a levasse para casa. E assim ela fez, se recostou na carruagem, fechou os olhos e rogou uma prece à Deus. O Dr. Hyuuga assistindo a atitude da moça se aproximou da mesma.

- Senhorita? Não se preocupe! O Capitão Uchiha voltará são e salvo. Essa não é uma das piores batalhas que ele já travou. O conheço há anos, sei do que ele é capaz. Terá em mim um amigo enquanto estiver nesse mundo. – Falava o alto homem de olhos claros para a Dra de cabelos peculiares. A mesma ergueu a cabeça e direcionou um fraco sorriso ao homem. No entanto ela não notou que, embora o sorriso lançado ao estranho não tivesse sido dos melhores para ela, para ele fora o suficiente, tanto que um leve rubor se concentrou nas faces do médico real. Ele havia a achado extremamente hábil e inteligente. Assistiu de perto aquela mulher sarar o mal que assolava o seu rei. Aquilo, certamente o impressionou e foi impossível não sentir admiração e até mesmo devoção por aquela moça.  No outro canto da carruagem, Kabuto encontrava-se desmaiado ou fingindo estar desmaiado. Certamente uma forma que achou para não batalhar em proteção ao rei.

- Obrigada, Dr.! Pode me chamar de Sakura. – Disse Sakura estendendo a mão em direção ao médico. O homem por sua vez, hesitantemente estendeu a própria mão e cobriu a dela. Aquele ato o atingiu em cheio, ele sentiu uma corrente percorrer-lhe o corpo, a pele dela era tão macia para ele, as mãos tão brancas e delicadas. Ele se viu segurando a mão dela por tempo demais enquanto divagava a respeito do que se passava com ele, afinal nunca fora de agir assim. Ao notar que já tomava a mão da moça por tempo demais, o médico a soltou e tentou esconder seu embaraço. Entretanto, parecia que sua atitude passou despercebida pela jovem, pois a mesma se mostrava desligada do que se passava ali. Parecia preocupada e aquilo também o preocupou. Depois do que pareceu 2/4 de hora, a porta da carruagem fora erguida e os olhos de todos se voltaram na direção da entrada daquele meio de transporte. Na entrada se encontrava o capitão de olhos negros, parecia cansado e pálido, a primeira coisa que os olhos daquele homem procuraram foi a presença dela, a mulher do outro mundo. Ele a olhou e vasculhou todo o seu corpo em busca de algum ferimento, mas nada viu. Algumas palavras saíram de sua boca antes que desmaiasse.

- Fy ward não é a culpada pelo que me aconteceu. Não se culpe...- Dito isso, o corpo do capitão pendeu-se em direção ao chão. Alarmada, Sakura pediu que o colocassem ao lado do rei e que o Dr. Hyuuga a ajudasse a estancar o sangramento decorrente da flecha que o atingira nas costas.
 
- Como esse psicopata é teimoso! Eu avisei que me deixasse tratá-lo o quanto antes. Agora ele está com febre e perdeu muito sangue. Dr. me dê minha mala que eu trouxe comigo!- Assim o Hyuuga fez, pegou a mala que a mulher trouxera do mundo divino. Para ele, era uma espécie de baú contendo rodas iguais ao da carruagem em que se encontravam. Ela abriu a mala e de lá retirou um estranho objeto. Depois se dirigiu ao Uchiha retirando sua armadura, o deixando apenas com as costumeiras roupas debaixo de um cavalheiro daquele tempo. Colocou o objeto embaixo de uma das axilas do moreno e esperou alguns minutos. – Deus! Ele está ardendo 39,5 °C. Dar-lhe-ei dipirona para que a febre ceda. Dr. Me ajude, irei anestesiá-lo para limpar e suturar esse ferimento em suas costas. Depois ele ficará tomando antibiótico para evitar uma infecção. Só não posso fazer nada quanto a todo esse sangue que ele perdeu, contudo é de suma importância que ele repouse e se alimente bem depois dos procedimentos. – O Hyuuga não entendia um par de coisas que a moça havia falado, mas ajudou-a como pôde. O sol já estava alto quando enfim chegaram a Konoha. O Hyuuga explicou-lhe que o palácio era dividido em alas. Na ala A ficaria o rei, na B a rainha, mas como ainda não havia uma rainha a ala ficaria vazia. Na ala C ficava olar da guarda do palácio e o quarto do capitão estava nessa ala. Na ala D estava a casa de saúde real. E seria lá que ela ficaria, o Hyuuga disse-lhe que levaria o capitão para a ala D e le de lá só sairia quando estivesse bem. Até lá, Kiba assumiria o papel de capitão.  
 
Sakura se deparou com um cenário totalmente fora de sua realidade. As moças se vestiam com os vestidos que ela só vira em novelas ou nos livros de estórias. Não eram aqueles vestidos armados e nem tão justos ao corpo, mas eram lindos. Quando chegou ao palácio e rumou junto para a ala D com o Hyuuga, todos a olhavam, ela acreditava que uma mulher de calças e jaleco naquele ambiente era de fato bem estranho. Contudo, ela não se deixou abater.
 
- Senhorita Sakura, acredito não ter me apresentado apropriadamente. Sou o médico real Hyuuga Neji. Pode contar comigo para o que precisar. – Dizia o médico real com um moça ao seu lado. A mulher tinha cabelos e olhos castanhos, sua pele era clara e a mesma, assim como todas as mulheres daquele lugar, trajava um belo vestido e seus cabelos estavam impecavelmente presos por um penteado de dois coques. – Essa ao meu lado é a senhorita Mitsashi Tenten, ela sempre me auxilia. Pedi que ela lhe arrumasse roupas e preparasse-lhe um banho e algo para comer. Acredito que deva estar cansada da turbulenta viagem que fizemos. Não se preocupe, ficarei de olho no Capitão Uchiha durante sua ausência. – Dito isso, Sakura concordou com um leve sorriso que mais uma vez causou rubor à Neji. Aquele ato não passou despercebido por Tenten que não se agradou em nada com o fato.
 
- Por aqui, moça. Me acompanhe e tente não se perder. – Disse Tenten rudemente. Sakura a seguiu não se incomodando com a mulher de coques. Em seu trabalho lidava com esse tipo e até com pessoas piores. Aquilo não era nada. Tratou de tomar banho e de se alimentar. Quando foi vestir as roupas que Tenten se dispôs a dar-lhe, se deparou com um dos vestidos comum àquelas pessoas. Sakura não conhecia aquelas pessoas, andara investigando, pois suspeitou de viagem no tempo, poderia parecer maluquice, mas seria a única explicação cabível para aquilo tudo que estava acontecendo. Contudo, o nome do rei e daquelas pessoas não apareciam em seus livros de História do seu colegial. Oras, como uma aluna aspirante a estudante de medicina ela era muito esforçada. Sabia perfeitamente os conteúdos da matéria de história, e estranhamente aquele povo não fazia parte do que sabia. Perguntou mais cedo a Tenten em que ano estavam, esta lhe respondeu de mal gosto que estavam em 1890. Entretanto, se aquele local seguisse a linha da história que conhecia, as coisas ali tinham que ser mais evoluídas, as roupas não deveriam ser aquelas que tanto se assemelhavam a era medieval que era descrita nos livros. E outro fato que lhe chamou atenção, as batalhas não eram comuns naquele local, pois em 1890 já existiam armas de fogo, mas ali não, ali ela viu que os guerreiros tinham estranhos poderes. Ela viu a forma que o Uchiha arrancou a flecha das próprias costas. Haviam descargas elétricas ao redor da flecha que fora destruída por ele. E antes de chegar à Konoha o Dr. Hyuuga fez uma espécie de vistoria, seus olhos ficaram ainda maiores e os vasos comuns a anatomia da região ficaram proeminentes em torno dos olhos claros. Depois do ocorrido, o Dr. Dissera que não havia ninguém em quilômetros a frente de onde estavam. Ela de fato não entendia, mas a única explicação para se manter sã era que estava sonhando com um mundo paralelo que jamais existiu nas histórias do mundo em que vivia. Para onde aquele psicopata a tinha trazido? O que era tudo isso? Estava cansada, reuniria provas depois, por enquanto tinha de cuidar do Capitão Sasuke, enfim descobriu o nome do maluco que a raptou. Vestiu-se, não deixou de se sentir a Fiona do desenho Shrek, pois o vestido que a deram era muito parecido com os trajes daquela animação. Porém, o que ela vestia possuíam as cores preta e vermelho, seus sapatos eram pretos e lhe fora feito uma trança semelhante à da dita Fiona da animação. Sakura se sentia presa em uma estória, só não sabia o gênero, mas até agora terror lhe seria o gênero mais cabível. Se dirigiu até a sala em que repousavam os feridos, examinou Sasuke e viu que a febre tinha voltado, foi até sua bolsa, porém a Dipirona em líquido havia acabado lhe restando apenas em comprimido. O moreno não poderia tomar, então a mesma colocou o comprimido em um pano, o enrolou e bateu no pano com um martelo até que o comprimido se encontrasse em farelos. Colocou os farelos em uma pequena porção de água e se dirigiu até o homem desacordado em cima de uma das muitas camas daquela ala, as camas eram separadas por cortinas. Ela adentrou no pequeno espaço que ficava a cama do Uchiha e fechou a cortina, se sentou na lateral da cama, trouxe a cabeça do homem em sua direção e aos poucos foi fazendo com que o mesmo solvesse o remédio. Depois que nada restava no copo, ela molhou algumas toalhas para secar o suor em torno do corpo do guerreiro, aquilo era um bom sinal, a febre iria ceder. Estava tirando o suor em torno do Uchiha quando o mesmo começa a delirar dizendo algumas palavras:
 
- Fy Ward, não se culpe. Tenho que cuidar da Fy Ward, ela é muito frágil pra viver aqui, mãe..... sim, mãe, ela é linda. – Dito isso o moreno parece ter enfim adentrado em um sono sem delírios ou perturbações. Mas aquelas palavras ficaram na cabeça de Sakura, o que diabos era “ Fy Ward”, perguntava-se a doutora. Dirigiu-se até o Dr. Hyuuga que se encontrava verificando o estoque de porções.
 
- Sr. Hyuuga, o que significa “Fy Ward”? – Interrogou-lhe Sakura.
- Ora, minha cara. Me chame de Neji. Sou seu bom amigo, lembra-se?- Ele lhe direcionou um sorriso de canto e ela não podia negar que ele era um belo e inteligente homem. Ela lhe sorriu de forma meiga e ele mais uma vez ficou sem jeito, pois o sorriso dela o desconcertava. Limpou a garganta e a respondeu – “Fy Ward” significa minha protegida. Sakura corou lembrando- se das palavras que acabara de ouvir :  “Fy Ward, não se culpe. Tenho que cuidar da Fy Ward, ela é muito frágil pra viver aqui, mãe..... sim, mãe, ela é linda.” Ela agradeceu ao Hyuuga e dirigiu-se para o que até então fora-lhe apresentado como quarto. Ela não podia acreditar que o Uchiha estava preocupado com ela e a achava linda. Ainda não sabia o que sentir em relação aquelas palavras, contudo não houve muito no que pensar, pois o cansaço em si era tamanho que logo o mundo dos sonhos a engoliu.