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História Fetish - Chapter 24


Escrita por: MillyFerreira

Capítulo 24 - Chapter 24


Fanfic / Fanfiction Fetish - Chapter 24

Lar. Lar, doce lar. É tão bom estar de volta… O final de semana em Cancún foi maravilhoso, mas não tem nada melhor do que poder relaxar em casa, completamente à vontade, mesmo que essa não seja literalmente a minha casa; digamos que é apenas uma estadia temporária. 

Confesso que os dias fora me deixou um pouco preguiçosa, e é um sacrifício para eu levantar da cama e voltar à rotina. Acabo pegando carona com o Justin em uma caminhada matinal e nos alongamos em meio a risadas e brincadeiras. Todos estamos de bom humor. Apesar das coisas com Addison ainda estarem inacabadas, sinto que o assunto está esfriando agora, e o melhor a se fazer é deixar esse assunto pra lá. 

— Meu Deus — coloco as mãos nos joelhos, tentando recobrar o fôlego em frente à mansão. 

Justin abre um sorrisinho. 

— Você é potência mil na cama, mas está amarelando nos exercícios, que cômico — debocha. 

Mostro o dedo do meio pra ele. Ainda com o rosto cheio de diversão, ele pega o celular do bolso do short e desliza o dedo pela tela. Sua atenção se demora por apenas alguns segundos por lá, depois ele ergue o olhar para mim e volta-se para o celular de novo.

Franzo o cenho.

— O que foi? 

Ele guarda o celular no bolso novamente.

— Nada. Tenho que trabalhar. Quer carona? — pergunta, subindo as escadas para a porta. 

Eu o acompanho.

— Mas e Taylor? — pergunto.

— Está de folga hoje. 

— Ah. — Faço uma pausa e depois cutuco as costelas dele enquanto eu digo: — Bem que você poderia me dar um carro de presente, aí você não precisaria mais se preocupar com carona. 

— Tenho cara de concessionária, por acaso? — diz ele com a voz afiada.

— Você nem precisaria comprar um carro pra mim, é só me dar um daqueles modelos que você tem na garagem, qualquer um. Eu ficaria feliz do mesmo jeito — brinco. 

— Nem ouse colocar as mãos nos meus filhos — repreende ele em tom de ameaça. 

Reviro os olhos e depois mostro a língua para ele.

— Larga de fazer birra e vai logo se trocar — ele dá um tapa na minha bunda enquanto eu vou em direção às escadas.

— Ei! Que intimidade é essa? — finjo-me de indignada. 

Ele cruza os braços com a expressão cheia de diversão.

— Quer mesmo que eu responda essa pergunta? 

Mostro o dedo do meio para ele novamente e depois subo as escadas, mas não rápido o suficiente, pois consigo ouvir sua risadinha irritante. Com sexo ou não, ele continua me estressando, e acho que isso não vai mudar. 

Tomo um banho e troco de roupa. Arrumo minha bolsa com tudo o que preciso para auxiliar Cedric nesse início de semana de provas e encontro Justin comendo um pedaço de bolo na cozinha antes de irmos para o carro. Espero pacientemente no banco do motorista enquanto ele fuma um cigarro escorado em uma das paredes da casa, e decido não dizer nada a respeito porque sei que largar um vício não é fácil, e ele sequer chegou perto de um cigarro durante nossa viagem. 

— Eu te pego mais tarde, está bem? — Diz ele depois de estacionar em frente à universidade. 

— Nosso horários são diferentes, e eu não tô a fim de ficar duas horas te esperando — dispenso. 

— Eu vou sair mais cedo do trabalho. Estarei aqui no horário, eu prometo — ele garante.

Estreito os olhos para ele, desconfiada.

— É sério — Justin insiste. 

— Sendo assim… — seguro minha bolsa e faço menção de abrir a porta do carro, mas ele segura meu pulso. 

Olho para ele. 

— Não ganho nem um beijo de despedida? — pergunta ele. 

Retraio o canto da boca em um sorriso e me aproximo suavemente, afagando o rosto dele antes de unir os nossos lábios. Não tenho pressa alguma, e ele parece perceber isso, pois segue na mesma vibe que eu. O beijo é lento, livre de qualquer maldade, e eu desconfio que até notei pontos de carinho em cada toque. 

— Bom dia. — Sussurro após o beijo, a centímetros da sua boca. 

Seus olhos estão vidrados nos meus, e ele demora um segundo antes de responder de volta.

— Bom dia. 

Pressiono nossos lábios mais uma vez antes de deixar o carro. Vejo o seu reflexo meio borrado pela película escura do vidro das janelas, mas mesmo assim, aceno enquanto ele se vai, sentindo uma sensação de… solidão? 

O dia passa agradavelmente bem, mesmo que não tenha acontecido nada de diferente além de ficar vigiando um lado da sala enquanto os alunos respondiam as questões da prova. Minha mãe acabou me ligando durante o dia, mas como não pude atender, apenas enviei uma mensagem dizendo que retornaria a chamada mais tarde. 

— Ah, me fala, como é namorar o grande Justin Bieber? 

Solto uma risadinha pelo tom animado até demais de Kylie, minha colega de trabalho. 

— É como estar em qualquer outro relacionamento com uma pessoa que você gosta — respondo enquanto mexo o café com uma colher depois de colocar um pouco de açúcar. 

— Ah, você sabe, ele não tem uma boa reputação… — ela começa com cuidado.

Eu balanço a cabeça, calma. 

— É, o Justin cometeu alguns erros no passado, mas isso não significa que ele não tenha mudado agora — digo. 

— Sabe o que dizem por aí?

— O que dizem por aí? — pergunto e depois bebo um gole de café, pouco interessada na conversa. 

— Que uma bela moça transformou o sapo em príncipe — ela responde em um tom risonho.

— Essa bela moça seria eu, por acaso?

— Ah, qual é! Todo mundo sabe que você está colocando o Justin nos eixos. Ele até vem te trazer pro trabalho de carro de vez em quando. 

— Você está me espionando, Kylie? — Arqueio a sobrancelha. 

— Claro que não, sua boba, mas esses olhos aqui — ela aponta para o próprio olho — foram feitos para enxergar, e é impossível não notar um carro tão caro parado no meio do estacionamento. 

Balanço a cabeça com um sorriso cheio de humor. Meu celular apita e eu abro a mensagem de Justin.


Ele: Calce seus sapatinhos de cristal, seu príncipe chegou. 

Eu: Tá mais pra sapo ;)


Arrumo minha bolsa, bebo o restante do café e me despeço dos meus colegas de trabalho antes de ir até a garagem. Justin está encostado no carro com o celular na mão, e a julgar pelo seu jeans e camisa, ele passou em casa antes de vir pra cá. 

— Veio dar um beijo no sapo para transformá-lo em príncipe? — brinca ele. 

— Eu tenho nojo de musgo — apoio-me no peito dele e fico na ponta dos pés para beijar sua boca. — Ainda bem que você não é um sapo.

— Mas também não sou um príncipe. Então, o que eu sou? 

— Que tal um espertinho com uma beleza generosa demais pro meu gosto? — sugiro.

Ele finge pensar.

— Acho que posso conviver com esse título de honra — responde com um ar melodramático.

Sorrio.

Madame — Justin abre a porta do carro pra mim, caprichando no sotaque francês. 

— Uh, obrigada, senhor cavalheiro — agradeço e me acomodo no banco do motorista logo depois.

Vejo pela janela ele digitar o que parece ser uma mensagem no celular para depois dar a volta no carro e sentar sob o volante, dando a partida logo em seguida.

— Como foi o seu dia? — Ele é o primeiro a perguntar. 

— Ah, foi normal. É engraçado ver o nervosismo dos alunos fazendo as provas, mas conta como experiência para quando eu estiver no lugar deles — respondo. — E o seu? 

— Tive uma longa videoconferência, mas passei a tarde toda organizando um evento — diz ele. 

— Desde quando você virou organizador de festinhas? — brinco. 

Ele apenas sorri. 

— Ei, o que você está aprontando? — Eu estreito os olhos. 

— Por que você vive sempre desconfiada de mim? — reclama. 

— Bem, talvez eu tenha motivos — retruco. 

— Não é nada demais, ok? Coisas da empresa — Olha-me de soslaio. — Satisfeita? 

— Hum, agora estou. — Descanso as costas na poltrona. — O que acha de passarmos em algum lugar pra comer? Não tô a fim de comer comida congelada e nem quero cozinhar. 

— Eu já preparei o nosso jantar — ele dispensa o convite. 

— Já? — Olho para ele, surpresa. — Mas o que você estava fazendo em casa tão cedo? 

— Eu disse à você que ia sair mais cedo do trabalho. 

— Sim, você disse. 

Olho pela janela e solto um longo suspiro. 

— Está tudo bem? — Sinto seu toque na minha perna. 

— Está. — Olho para ele. — Eu só estava pensando na minha mãe. 

— O que tem ela? 

— Sinto saudade dela — esboço um sorriso melancólico. — Desde que me mudei para Boston, temos nos visto tão pouco… 

— Por que ela não veio com você? — Ele me olha de relance. — Quer dizer, você disse que as coisas em Londres eram difíceis, então… 

— Ah, eram, sim — reconheço. — Mas melhoraram. Pelo menos pra ela. A minha mãe encontrou um novo amor, sabe? Ela parecia condenada pelos erros do meu pai, mas aí ela conheceu o Dan que a tirou do fundo do poço. Digamos que ela encontrou sua redenção, e agora é muito feliz. 

Ele balança a cabeça. 

— E como é esse Dan? Você gosta dele? Quer dizer, nem todo mundo aceita muito bem a intromissão de outro homem na vida da mãe… 

— Ah, eu sempre tive a mente aberta, tudo o que importa pra mim é ver a minha mãe feliz. E o Dan é um cara espetacular, sério, você precisa conhecê-lo… Eu sempre o vi como um pai — confesso. — O Noah não aceitou muito bem a chegada dele, sabe? Mesmo assim, o Dan sempre tentou ajudá-lo de todas as formas com esses problemas. 

— Eu entendo bem — diz ele. — Eu sou como o seu irmão, um cabeça dura. 

— Eu diria que você era como ele. Hoje eu já te vejo como uma pessoa melhor — admito. 

— Eu diria algo diferente. 

— O quê? — franzo o cenho, intrigada. 

Justin enche o peito de ar e depois o solta lentamente. 

— Você me tornou uma pessoa melhor. 

Um sorriso surge no meu rosto involuntariamente. 

— Se você continuar se declarando pra mim desse jeito, eu vou acabar chorando. 

— Melhor do que vomitar na minha calça de mil dólares — ele faz gracinha e recebe um tapa no braço. — Au! 

— Você sempre sabe como estragar o momento, não é? 

— Eu preciso interromper as coisas antes do “eu te amo”, depois disso, tudo tende a ficar constrangedor — debocha ele. 

— Pode até ser, mas não se preocupe com isso, porque amor é a última coisa que eu sinto por você. 

— Ai. Você é má — Justin se finge de ofendido. — Sorte sua que me contento apenas com seu tesão. 

— Você é tão pervertido — reviro os olhos. 

— E você gosta. 

Não posso discordar, mas ele não precisa ouvir isso da minha boca, mas como quem cala consente…

Os portões se abrem e adentramos a propriedade privada. Justin dirige um pouco mais até finalmente estacionar em frente à mansão. Ele espera eu descer do carro e estende a mão para mim antes de seguirmos assim até a porta de casa. Ele chaveia a fechadura e quando finalmente abre a porta, não consigo enxergar nada pela escuridão que recebo logo de cara. 

— Por que está tudo tão escuro? — Entro na frente, devagar, tomando cuidado para não tropeçar no vazio. 

As luzes se acendem de repente e dou um pulo pelo susto que o grito uníssono me causa: 

— SURPRESA! 

Arregalo os olhos ao ver toda essa gente na sala da mansão, com balões pendurados nas coisas e confetes voando para todos os lados. Demora um segundo para eu entender o que está acontecendo, até eu ver uma enorme faixa suspensa no ar, escrito “FELIZ ANIVERSÁRIO” com letras coloridas. Espera… hoje é…? Puta que pariu! É o meu aniversário! Caramba, eu esqueci completamente! Estou tão surpresa que não consigo sair do lugar, e tudo o que me resta é começar a rir de nervosismo. 

Espera, aquela ali é a minha…? 

— Mãe! — Finalmente saio do transe, e corro para os braços da mulher baixinha. — Meu Deus, eu não acredito! — Abraço-a com força, os olhos marejados. — Como você…? — Afasto-me um pouco apenas para ver a sua face sorridente, mas não espero uma resposta e dou mais um abraço nela. 

— Eu também estava com saudade, filha — ela dá uma risadinha. 

Olho para todos reunidos na sala, sem ter o que falar, emocionada. 

— Gente, eu não acredito que vocês fizeram isso. Eu tinha esquecido completamente… — minha confissão gera risadinhas. — Dan, ai meu Deus! — abraço o meu padrasto. — Você está aqui! 

— Bom te ver, magrela — ele usa meu apelidinho carinhoso. 

— Gente, eu nem sei o que dizer, ai meu Deus — saio distribuindo abraços. 

— Levem-na pro museu — James me ergue do chão em um abraço de urso. 

— Ei, eu nem estou tão velha assim! Se tem alguém que precisa ir para o museu aqui, esse alguém é você — cutuco o ombro do meu melhor amigo quando ele me coloca no chão. 

— Feliz aniversário, amiga! — É a vez de Chelsea me esmagar em um abraço. 

— Ai, obrigada! Mas e vocês? — volto-me para a minha mãe e o meu padrasto. — Como chegaram aqui? 

— Eu te liguei mais cedo para desejar feliz aniversário, e quando eu desliguei, seu gentil namorado estava na minha porta para nos trazer até aqui — minha mãe responde, e levo meus olhos automaticamente para Justin que está conversando com os seus pais. 

— Sério? — Estou desacreditada. — O Justin fez isso? 

— Nos trouxe de jatinho particular e tudo — Dan acrescenta, impressionado. 

— A gente só ia fazer um jantar — James se intromete na conversa. — Mas o Justin passou o dia todo organizando essa festa, ele pagou duas vezes mais caro por um bolo de última hora — ele inclina a cabeça para uma mesa com um bolo todo caprichado e guloseimas. 

— Gente… — começo com a voz chorosa — eu nem sei o que dizer. 

— Pode nos agradecer aproveitando bem essa festa — diz Chelsea. — Vem, vamos colocar uma música pra animar esse lugar — ela sai puxando James, deixando apenas eu, Dan e a minha mãe. 

Não resisto e dou mais um abraço na minha mãe. 

— Eu estou tão feliz em ver vocês dois aqui — fungo. 

— Como você está, hã? — Minha mãe quer saber. — Eu estive tão preocupada com você nesses últimos dias… 

— Ah, mãe, eu estou ótima, na verdade — digo com sinceridade. 

— E esse rapaz? Desde que vocês começaram esse relacionamento você não me contou muita coisa sobre ele. 

— O Justin é incrível, mãe — minhas palavras acabam saindo mais carinhosas do que o esperado, acho que ainda estou embasbacada com tudo o que o Justin fez por mim. 

— Vocês estão morando juntos agora? — Ela questiona. 

— É só temporariamente… 

— Ah, eu gostei dele — diz Dan. — Ele é meio convencido, mas parece gente boa. 

Dou risada. 

— Na verdade, ele é muito presunçoso, mas você aprende a gostar dele — digo cheia de humor. 

— Que bom que está feliz, querida — minha mãe segura as minhas mãos. — Você tem feito tanto por nós todos esses anos e merece ser feliz, viver a própria vida. 

— Apesar de tudo, eu sempre fui feliz em ter vocês na minha vida — digo de forma carinhosa. — Eu não poderia ter uma família melhor, mesmo com todos os problemas. 

Mamãe toca meu rosto carinhosamente com um sorriso. 

— Temos muito o que conversar, meu amor, quer dizer, olha só essa casa… — ela olha em volta, maravilhada. — Eu quero saber o que você tem feito, como conheceu esse rapaz… Você parece gostar dele. 

Sim, eu gosto dele, mas não do jeito que a senhora pensa, meu subconsciente tenta me convencer. 

— Eu vou contar tudo o que quiser, mãe — dou um sorriso amarelado, pois sei que vou ter que mentir sobre muitas coisas. — Então, quanto tempo vocês vão ficar? 

— Não muito. — É Dan que responde. — O seu namorado disse que podemos ficar quanto tempo quisermos, mas não podemos largar as nossas vidas em Londres na mão, então vamos voltar pra casa amanhã mesmo. 

Balanço a cabeça com uma expressão conformada, apesar de triste. Uma música animada começa a tocar de repente, e algo me diz que meus amigos encontraram o caminho até o som. Em um segundo, todos estão bebendo e se divertindo, alguns arriscam até a dançar. Além da minha mãe, meu padrasto, os pais de Justin e meus dois melhores amigos, Abigail também está presente — que me recebe com um abraço cheio de carinho — e algumas pessoas que vi ao longo desses meses mergulhando no universo de Justin, mas que não significam nada pra mim. Mesmo assim, fico feliz por todos estarem aqui. 

Vejo Justin perto da cozinha e ele se escora no batente da porta quando me vê se aproximar, com um sorriso. 

— Então esse era o seu tal projeto que tomou toda a sua tarde? — digo, passando os braços ao redor do seu pescoço e ele segura minha cintura automaticamente. 

— Gostou? 

— Eu amei — sussurro, indo de encontro à sua boca. 

Beijo-o de uma forma tão profunda que sinto que estou dando a minha alma de bandeja à ele, tudo para mostrar o quanto estou agradecida. Justin solta um ruído de surpresa entre os meus lábios, mas logo me puxa para mais perto pela nuca e aprofunda ainda mais o beijo — se é que isso é possível. 

— Uau. — Diz ele quando me afasto.

Sorrio meio constrangida.

— Desculpa, eu só… queria agradecer. 

— Não precisa agradecer — ele me olha nos olhos, sereno. — Eu não sabia que era o seu aniversário, o James me mandou uma mensagem quando estávamos caminhando hoje pela manhã — sim, eu lembro — então tive que correr contra o tempo.

— Obrigada mesmo assim. Significa muito pra mim — estou emotiva. — Pode não parecer muito pra você, mas ter todos vocês aqui é importante pra mim. Obrigada por ter trazido a minha mãe e o Dan, eu estava com tanta saudade…

— Eu sei — ele limpa uma lágrima que escorre pelo canto do meu olho com o polegar. — Eu sabia que você estava com saudade da sua família, que se sente solitária aqui, então eu queria que você fosse feliz pelo menos por um momento. 

— Eu não sou infeliz aqui com você, Justin. É sério… quer dizer, eu quero te dar um murro na cara a maioria das vezes, mas… — arranco-lhe uma risadinha, e ao ver o seu sorriso, eu sorrio também. 

— Vou levar isso como um elogio — ele coloca uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. — Eu queria poder ter trazido o seu irmão também, sei que sente falta dele, que quer saber como ele está, mas infelizmente eu não podia arrancá-lo no meio do tratamento. Sinto muito. 

Dou-lhe um beijo.

— Sei que deu o seu melhor e fez tudo o que pôde. Obrigada. 

Ele balança a cabeça.

— Então… A sua mãe falou alguma coisa de mim? Um elogio, talvez?

Dou risada.

— Que história é essa? Você está buscando a aprovação da minha mãe, por acaso?

Ele dá de ombros.

— A primeira impressão é a que conta.

Estreito os olhos pra ele.

— Bom, — faço uma pausa — acho que ela gostou de você. Já o Dan, eu diria que te adorou, mas ele te acha meio presunçoso.

— Ai, que droga, eu não deveria ter dito à ele que o jatinho era meu — Justin finge a maior cara de apavorado, acho que ele deveria ter investido na carreira de ator. 

— Vocês, homens, adoram se gabar — reviro os olhos.

— Os homens nasceram para serem babacas e amarem seus bens materiais. Fazer o quê? Não sou eu quem decide essas coisas. 

Touché. 

— Ainda bem que admite que os homens são uma raça imbecil — provoco. 

Mas ele não discorda.

— É a verdade, baby. 

— Hum… Vem comigo — seguro a mão dele. 

— O quê? Pra onde? — questiona ele enquanto eu o guio entre os convidados, lançando sorrisos gentis sempre que necessário. 

Não respondo. Apenas o levo para o andar de cima. Não há ninguém aqui, as pessoas estão mais preocupadas em beber e se divertir do que com o que eu e Justin estamos fazendo. Entro no quarto e o puxo para dentro e depois tranco a porta. 

— Ei, o que você está fazendo? — Ele me olha meio divertido, meio intrigado. 

Eu apenas me aproximo com um sorrisinho sapeca e empurro o seu peito, fazendo-o cair sentado na cama. 

— Apenas agradecendo — finalmente digo, e então me ponho de joelhos entre as suas pernas. 

Seus olhos se acendem ao perceber minhas intenções. 

— Todos os nossos amigos e parentes estão lá embaixo… — ele avisa em tom baixo. 

Sorrio. 

— Então não faça barulho — digo enquanto levo minhas mãos para o botão da sua calça. 

Justin solta um longo suspiro. 

— Você sabe que não vou te impedir. 

— Shhh… — desço o zíper e enfio a mão dentro do seu jeans — tudo o que eu quero ouvir de você são apenas gemidos, você me entendeu? 

Ele suspira mais uma vez quando envolvo seu sexo com minha mão. Massageio, estimulo e masturbo, mas a tortura não demora muito tempo, pois o puxo para fora da calça e o coloco na boca. Justin se remexe embaixo de mim, a expressão espremida, a respiração sôfrega, e solta ruídos que são como música para meus ouvidos. Minha cabeça sobe e desce sobre ele, engolindo e tirando da boca, e assim sucessivamente. Para me ajudar, ele segura firme algumas mechas do meu cabelo, não necessariamente em um rabo de cavalo, mas isso é o suficiente para ditar o seu ritmo. Ficamos assim por um tempo, vez ou outra, ele deixa escapar alguns palavrões, até finalmente se libertar. 

Fecho o botão da sua calça novamente e ergo o olhar para o seu rosto ainda entorpecido. Gotículas de suor preenche sua testa, seus braços estão apoiados na cama e sua respiração está pesada. 

— Caramba… — Justin ofega, passando a mão no suor da testa. 

Coloco as duas mãos no colchão e inclino-me um pouco para poder beijar a sua boca. 

— Shhh… — eu sussurro contra os seus lábios.

Antes que eu possa aprofundar o beijo, ouço batidas na porta seguida pela voz da minha amiga.

— As belezinhas já acabaram de se pegar aí dentro? Queremos bater os parabéns!

Olho por cima do ombro para a porta fechada com um sorrisinho.

— Já estamos indo, sua maluca!

— Acho bom mesmo, porque não vou hesitar em arrombar essa porta e arrastá-los para fora da cama, vestidos ou não — ela ameaça e escuto os passos se distanciando em seguida. 

Volto-me para Justin quando escuto o seu risinho.

— Até que eu gosto dela — ele confessa. 

— Vem, vamos voltar pra festa, garotão — digo enquanto me levanto, e depois seguro em suas mãos e o puxo para ficar de pé. 

Todos estão esperando para bater os parabéns quando voltamos pra sala. Sou recebida com um daqueles chapéus de aniversário super infantis e empurrada para atrás da mesa do bolo. Alguém desliga a luz e James acende as velas que soltam faíscas enquanto todos cantam o famoso ‘’Parabéns pra você’’. No fim, estou emocionada. É tão bom sentir essa sensação de paz, de conforto, e ter todos que eu amo pertinho de mim. Algumas pessoas eu sequer imaginava que hoje seriam tão importantes para mim como Justin ou até mesmo Abigail, mas todos estão aqui fazendo parte de mais um ano da minha vida. 

Corto o primeiro pedaço do bolo e todos esperam ansiosos para saber quem será o sortudo a receber. 

— Eu adoraria transformar todas essas fatias em primeiros pedaços — começo, arrancando sorrisos — porque cada um de vocês tem um lugar especial no meu coração, sério. Mas como não podemos estragar a tradição… — faço uma pausa em tom de suspense — esse primeiro pedaço vai para a minha mãe, a mulher mais incrível, forte e bondosa que eu conheço. 

Os convidados aplaudem e fazem barulho enquanto minha mãe recebe o primeiro pedaço do bolo e depois me dá um abraço apertado. Depois de servir a todos, aproximo-me de Justin que está em uma conversa com seus pais, minha mãe e meu padrasto. 

— Opa, ainda tem espaço no grupo pra mim? — Aparaço de supetão, abraçando a cintura do meu namorado. 

— Mas é claro, querida — Ellen me acolhe gentilmente, sempre com um sorriso no rosto.

— Nossos pais estão entregando todos os nossos podres de quando éramos crianças — Justin revela, mas não parece chateado por isso. 

— Mãe! — repreendo-a. — Agora o Justin vai ficar enchendo o meu saco pelo resto da vida!

— Jamais, lombriga — ele usa um tom adocicado para tentar me convencer, e usa o apelidinho da minha mãe quando ela se referia à minha magreza na minha infância.

Estreito os olhos para ele e sou retribuída apenas com um sorrisinho. Sinto o celular de Justin vibrar no bolso do jeans e ele se contorce todo para conseguir alcançar, e fico curiosa quando a suposta mensagem o deixa todo animadinho. 

— Ei, o que foi? — Tento espiar o celular, mas ele não deixa. 

— Pronta para receber o seu presente? — pergunta ele, fazendo suspense.

— Tem mais? — Exclamo em tom risonho. — O que você está aprontando, mocinho? 

— Vamos lá fora e eu te mostro — ele inclina a cabeça em direção à porta. 

— O que tem lá fora?

— Você não vai saber se ficar aí só perguntando — ele retruca. 

— Ok, ok — não consigo esconder a ansiedade. — Estamos esperando o quê? Vamos!

Isso gera uma risadinha e ele me guia até a porta da frente, acompanhada dos nossos pais. Quando meus olhos batem no carro azul com um enorme laço rosa no teto, meu queixo cai. Fico me perguntando se é isso mesmo que estou vendo, mas não há mais nada aqui fora que indique um presente e, caramba, o carro tem um laço rosa enorme!

Olho para Justin, boquiaberta.

— Gostou? — pergunta ele. 

Balbucio a ponto de gaguejar. 

— Vou levar isso como um sim — ele dá risada.

— Meu Deus, Justin… — levo a mão ao peito que está acelerado. — Você me comprou um carro. 

Eu não consigo acreditar nas minhas próprias palavras. Um carro.

— De agora em diante não vou me preocupar mais com carona — ele brinca, usando minhas palavras de mais cedo, e não tenho outra reação além de abraçá-lo com toda a minha força.

— Obrigada, obrigada! Eu amei!

Ele sorri contra a curva do meu pescoço. 

— Fico feliz que tenha gostado.

Afasto-me dele e seguro os seus braços, emocionada.

— Você não… Sobre hoje cedo, eu estava brincado. Você não precisava ter me comprado um carro. 

Ele balança a cabeça enquanto diz:

— Eu sei. Mas eu quis. 

Não aguento guardar toda a felicidade pra mim e dou-lhe um beijo. 

— Que tal a minha gata me levar pra dar uma volta na sua BMW i8, hã? — Seu tom charmoso e convidativo me cativa enquanto ele balança a chave do carro. 

Aproximo-me do carro toda animadinha, deixando as pessoas boquiabertas pra trás. Justin puxa o laço de cima do carro, e dou risada quando o tecido de cetim o cobre da cabeça aos pés.

— Sério, não precisava do laço. 

— Eu queria que o meu presente fosse inesquecível — Justin chuta o laço para longe. — Mas essa merda já está me irritando. 

Dou uma olhada no carro. Tão bonito…

— Como abre essa coisa? — pergunto, sem enxergar a maçaneta. 

— Espera, eu te ajudo — ele segura a borda da porta e ao invés de abrir como qualquer porta de carro normal, ela desliza para cima. 

— Puta que pariu, que maneiro! 

— Pode dizer, eu arrasei — Justin estufa o peito, todo presunçoso.

— Você arrasou! Mil vezes, arrasou! — digo enquanto dou um bocado de beijinhos por todo o seu rosto. 

— Por favor — ele aponta para dentro do carro e faço uma reverência antes de me acomodar sob o volante. 

Justin dá a volta no carro e se acomoda no assento do carona. Funciono o automóvel que se acende em um ronco potente e piso fundo no acelerador, fazendo o meu passageiro soltar um gritinho com a animação. Se esse não é o dia mais feliz da minha vida, não sei qual poderia levar esse título. 

Horas depois, Justin está se despedindo dos últimos convidados na porta, e finalmente estamos a sós, sem contar com a presença da minha mãe e do Dan, obviamente. Estamos sentados no sofá e Justin se junta a nós logo depois, tomando parte de uma das histórias de Daniel sobre como ele e o seu pai conseguiam pescar um bom peixe como ninguém. Até então, o meu namorado postiço parece ter exercido seu papel de bom rapaz e conquistado a todos, e eu apenas tento não ser engolfada pela sensação de culpa por mentir para a minha mãe. 

Por fim, eles se despedem de Justin e anunciam que precisam dormir um pouco por estarem muito cansados do voo de Londres até aqui e todo o resto. Eu os levo até um dos quartos de hóspedes no andar de cima — que já está ocupado com suas malas — e me divirto com suas expressões embasbacadas quando passamos por cada cômodo da casa. Eu não os culpo, tudo isso é mais do que já vimos em toda nossa vida. 

— Eu fico mais tranquila em saber que esse rapaz pode te dar uma vida boa — diz mamãe, sentada na ponta da cama enquanto Dan está tomando banho.

— Não é bem assim, eu também trabalho, tenho minha independência, e nunca aceitaria ser sustentada por qualquer homem — retruco.

Ela segura a minha mão. 

— Eu sei, querida. E tenho muito orgulho disso, da mulher que você se tornou… O que quero dizer é que esse rapaz, o Justin, ele pode te dar tudo que eu jamais poderei — seu sorriso tem um toque melancólico.

Cubro sua mão com a minha.

— A senhora já me deu o suficiente: amor, companheirismo e uma boa educação. 

Ela me olha totalmente agradecida.

— Eu quero, de todo coração, que você seja feliz. Espero que esse rapaz seja realmente bom pra você. 

Aperto os lábios em um sorriso e desvio o olhar. Não sou capaz de mentir olhando nos seus olhos. 

— Fico feliz que esteja aqui, mãe.

Ela toca o meu rosto carinhosamente e depois beija a minha bochecha.

— Eu te amo mais que tudo, minha filha. 

— Eu também te amo mais que tudo, mãe. 

Despeço-me dela com um abraço forte e volto para a sala, onde Justin está esparramado no sofá. Toco o meu joelho no dele e ele se senta, me dando espaço pra sentar. 

— Seus pais estão bem acomodados? — pergunta ele.

Não me incomodo de que se refiram a Daniel como o meu pai.

— Sim, estão. Eu só… — suspiro.

— O que foi? — Ele olha para mim.

— Eu me sinto mal tendo que mentir sobre tudo isso pra minha mãe. Sei lá, eu só… — solto mais um suspiro e encolho os ombros.

Vejo a culpa se apossar dos seus olhos.

— Eu sinto muito. 

— Deixa pra lá, afinal… existem pontos positivos nisso tudo — esboço um leve sorriso. 

— Vem cá… me deixe te dar um beijo — ele pede.

Apenas me rastejo para mais perto e deixo que ele cubra minha boca com a sua. Esqueço tudo que me aflige no momento em que me deixo levar pelo toque, pela sensação e o gosto do beijo. Entre risos e sorrisos, Justin me puxa para mais perto e me coloca debaixo dele, distribuindo beijos por todo meu rosto e pescoço. Quando as coisas estão realmente esquentando, ele se afasta com o barulho da campainha. 

Com a testa franzida, ele se pergunta:

— Será que o James esqueceu alguma coisa? 

A campainha toca de novo.

— Argh, vai logo ver quem é! — bufo de irritação.

Com a expressão claramente irritada, Justin sai de cima de mim e vai até a porta, gritando um ‘’já vai!’’ quando o barulho preenche os espaços vazios da mansão novamente. Por algum motivo que não me é aparente, levanto do sofá e vou atrás de Justin. Paro no hall de entrada ao ver dois policiais parados na porta, mas é a fala de um deles que me deixa estática.

— Sr. Bieber, o senhor está preso por agressão. 

Minha exclamação de surpresa faz Justin olhar por cima do ombro com os olhos arregalados, e parece tão atônito quanto eu. Ele volta-se para os policiais.

— Perdão? Deve ter havido algum engano, eu… — antes que ele possa terminar, suas palavras cessam no ar quando Addison surge de trás de um dos policiais com um sorriso de canto vitorioso e um belo olho roxo. 

Mais nenhuma palavra precisa ser dita. Como diz um velho ditado: ‘’contra os fatos não há argumentos’’. 


Notas Finais


→ Amores, devido a alguns problemas, vou voltar a postar apenas uma vez por semana, ou seja, na sexta.

→ Me digam o que estão achando, ok? Eu só posso garantir que as coisas vão pegar fogo de agora em diante.


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