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História Filematofobia - Não deixe ele vencer


Escrita por: onedmoon

Notas do Autor


Me desculpem pelos possíveis erros, capítulo não revisado.
FELIZ DIA DAS MÃES GALERA

Capítulo 17 - Não deixe ele vencer


Fanfic / Fanfiction Filematofobia - Não deixe ele vencer

Miami, Flórida

Rosey High School

 

— O Rosey High School tem o prazer de anunciar que o espetáculo de final de ano deste ano, será High School Musical.

 

Um coro de vaias e gritos soou por todo o auditório, fazendo a diretora calar-se por alguns segundos. Ao meu lado esquerda, Meghan e Rose bufaram, jogando a cabeça para trás e revirando os olhos, respectivamente, já do meu lado direito, Lucas parecia que iria sair voando. A maioria das vaias vinham dos garotos, principalmente do time de futebol, já que alguns dos de basquete, se empolgaram ao perceber que o basquete seria um grande destaque da peça.

 

— Teremos um casal principal.

 

Agora os gritos foram os mandantes da vez, tive que tampar meus ouvidos pelos gritos finos das lideres de torcida bem atrás de mim.

 

— Céus crianças, escutem até o fim sem fazer uma algazarra. – um silencio foi estabelecido – Ótimo, como sabem, a professora de teatro não faz mais parte de nosso corpo docente, por isso, a professora Vanessa de música, junto a senhorita Margareth, de literatura, irão assumir a direção. O tema desse ano, como puderam perceber, será musical, irá retratar sobre o basquete, clube de teatro, decatho acadêmico e outros focos do filme original, o enredo, porém, poderá ser diferente – a cabeça de Meghan voltou a se reerguer, interessada – Não iremos trabalhar com o típico clichê, afinal de contas, este foi um dos motivos de termos retirado Romeu e Julieta de nosso espetáculo. O enredo e o casal, por exemplo, será decidido após a decisão dos atores, de acordo com o entrosamento e escolhas das professoras com o grupo – a diretora respirou fundo, tomando fôlego – Nem todos os clichês dão certo crianças – finalizou a explicação – Os papeis de inscrições estão no refeitório e as inscrições irão até sexta, os testes começam segunda, caso tenham interesse em participar, é só assinar seus nomes, caso tenham dúvidas, não me perguntem, procurem as professoras. Estão dispensados.

 

Uma movuca se instalou e fiquei assustada ao ver a quantidade de garotas correndo em direção a saída para irem se inscrever.

 

— O meu Deus, este, é definitivamente o meu momento. – Lucas exclamou.

— De ser hetero? – Rose debochou, fazendo Lucas bufar.

— Você não ouviu o que ela disse? O casal será diferente, quem sabe um casal gay, ou até mesmo lesbico...

— Não se iluda Lucas, até parece que a elite conservadora que fornece dinheiro para o colégio irá aceitar o casal principal LGBT – Rose continuou. Lucas deu de ombros.

— Que seja, qualquer coisa eu irei me inscrever para o papel de Ryan.

— O irmão da Sharpay? Ele não pegou a pianista? – Meghan perguntou, se manifestando pela primeira vez desde que chegou atrasada para o anuncio.

— Idai? Eu já peguei mulher e isso não me fez ser hetero ou bi.

— Você já pegou mulher? – perguntei chocada, eu nunca havia imaginado Lucas gostando de mulheres.

— Lindinha, é preciso experimentar todas as opções antes de fazer a escolha certa.

— Se a escolha certa é gostar de homens, eu prefiro continuar lésbica. – Rose resmungou.

— Você já pegou um cara querida.

— E ele me fez perceber que homens são todos iguais: vazios e escrotos. Por isso eu digo: morte ao pênis. – Rose gritou erguendo a mão como um grito de guerra. Meghan revirou os olhos.

— Enfim – Meghan virou-se para mim, aquele ponto, a muvuca já estava diminuindo – Você deveria se inscrever.

— E-eu? – gaguejei em choque.

— É claro que sim, você é ótima cantando e eu me lembro muito bem da vez em que você interpretou a branca de neve.

— Eu tinha doze anos.

— Idai?

— Idai que, você sabe – mexi as mãos tentando indicar o transtorno.

— Excluindo isso, você gostaria de se inscrever? – assenti sem receio, além de cantar ser uma das coisas que eu mais gosto do mundo, High School Musical era o meu filme favorito de infância.

— Qual é Angel, eu não sei porque você pegou isso ai mas você não pode deixar de fazer coisas que gosta por causa disso.

— Você fala como se fosse fácil. – ralhei para Rose. Eu não a havia contado como e porque eu havia adquirido Filematofobia, Lucas e Meghan continuavam sendo os únicos que sabiam da estória toda, nem mesmo Moore sabia de tudo.

— Tudo bem, mas não custa nada pensar a respeito, certo? Você ainda tem três dias para isso. – Lucas passou o braço sobre meu ombro enquanto saiamos do auditório. O anuncio havia ocupado a aula de biologia e agora eu e Meghan teríamos aula de história.

— Quem sabe alguém não a faça mudar de idéia. – Meghan deixou no ar antes de entrar na sala.

 

(...)

 

A perna em constante movimento de Meghan contra a minha cadeira estava começando a me tirar do sério. Estavamos na ultima aula antes de intervalo e apesar de estar bastante interessada sobre belle époque, a cada vez que eu tentava anotar algo, o balanço da cadeira não permitia. Respirei fundo prestes a me virar e brigar com Meghan quando sua voz soou em meu ouvido por trás.

 

— Preciso te contar algo, por favor não surte. – um “shiu” foi solto por um dos garotos do time de xadrez a nossa direita, o que atraiu o olhar bravo da professora em nossa direção, encolhi os ombros.

— Agora não. – sussurrei após ele virar-se novamente para a lousa.

— Eu preciso desabafar antes que eu surte. – sua voz saiu desesperada mas eu apenas ignorei finalmente conseguindo escrever algo coerente em minha folha – Eu transei com o Ryan.

 

Arregalei os olhos e juro que ouvi o estalo do meu pescoço quando o virei com tudo, o máximo que podia, para trás, praticamente imitando a cena do exorcista. Um grito de “Você o que?” escapou dos meus lábios antes que eu pudesse raciocinar, trazendo todos os olhares para nós. Pela primeira vez na vida, eu vi Meghan ficar com tanta vergonha ao ponto de ficar vermelha.

 

— Senhoritas Reed’s, gostariam de compartilhar com a sala sobre o que estão conversando? – ainda em choque, levei meu olhar de Meghan para Ryan, sentado ao fundo da sala e para Justin, ao seu lado, tentando raciocinar como isso poderia ter acontecido – Angeline? – levei meu olhar para a professora.

— O que?

— Sobre o que falavam?

— É-é – gaguejei, quase deixando escapar a verdade – Sobre Meghan se inscrever para o musical.

— O que? – Meghan e a Margareth, nossa professora de literatura perguntaram em choque – Digo, eu não esperava isso da senhorita, Meghan. – a professora tratou de se explicar.

— É nem eu. – Meghan fuzilou-me com os olhos.

— Fico feliz por seu interesse, mas peço que não conversem mais durante a minha explicação, caso contrario, terei que as mandar para a direção.

— Sim senhora. – Meghan e eu respondemos em uníssono. A senhora voltou-se para a frente e antes de virar=me para a frente, olhei uma última vez enigmática para Ryan, que olhou para Justin que me olhava confuso.

— Espero que ela não se inscreva para um dos papeis principais, a voz dela deve ser horrivel. -  encarei a garota que disse isso e mesmo sem ver, sabia que Meghan havia ouvido e que iria se inscrever para um dos papeis principais sem sombras de dúvida.

 

(...)

 

— Será que eu posso mijar em paz?

— Não tem ninguém te impedindo. – dei de ombros.

— Você está trancada comigo em um cubículo minúsculo, eu mal consigo baixar minha calças direito Angeline. – bufei.

— Como é que você fez aquilo com o Ryan?

— O que? Transar?

— É – murmurei.

— Bem, você sabe, estávamos nos beijando, e ai acabamos tirando a roupa, até o pau dele-

— Oh meu Deus Meghan, cale a boca. – tampei os ouvidos saindo do cubículo e encostando-me na pia. Fiz careta ao ouvir o barulho da urina de Meghan se chocando na água do sanitário.

— É assim que as pessoas transam Angel.

— Eu sei, eu só quis dizer, você o odiava a menos de um mês.

— Eu sei – deu descarga – Na verdade, eu acho que nunca realmente o odiei, sabe? Ele me contou que só enchia o meu saco para ter a minha atenção. – lavou as mãos.

— Você gosta dele?

— Eu não sei Line, estamos só saindo, nada oficial, ele ainda não merece a minha bunda.

— Você não está falando sobre-

— Não, credo Line – puxou quatro folhas de papel para secar as mãos – A gente se resolveu naquele dia do encontro duplo, continuamos conversando pelo celular e aconteceu na festa de ontem.

— Ótimo, você sumiu para ir fazer bebes. – revirei os olhos.

— Não fale isso, essa fabrica continuará fechada por muitos anos ainda.

 

Pegamos nossas mochilas jogadas no chão do banheiro e saímos dele. O sinal de fim das aulas já havia batido a alguns minutos, restando apenas alguns alunos.

 

— Eu não acredito que você me enfiou nesse musical Angeline.

— Eu não consegui pensar em outra desculpa, me desculpe.

— Que seja, mas eu acho bom você se inscrever comigo, nem que seja para ser uma pedra – cruzou nossos braços – Sabe, sinto falta de nossos momentos de garotas, o que acha de irmos ao cinema amanhã? Só eu e você. – sorri empolgada.

— Sim, tem um novo filme de terror ótimo e-

— Nãooo – me interrompeu – Juro que não entendo você ter medo de beijinhos mas não se mijar toda com filmes de terror. – fiz careta.

— Nada daquilo é real Meghan.

— Tá ta, podemos ver outra coisa? To topando até um clichê. – descemos pelos degraus da saída, pude ver Justin encostado em uma árvore, conversando com um dos caras do time ao longe.

— Tudo bem – me rendi – Mas você paga a pipoca.

— E você me conta todos os detalhes sobre seus encontros com o Bieber.

— Não são encontros – chegamos ao seu carro azul calcinha – São apenas saídas.

— Claro, claro, se esqueceu que Lucas é um fofoqueiro de primeira? – engoli em seco, Meghan riu entrando no carro – Usem camisinha.

— Eu que deveria dizer isso a você.

 

Meghan deu-me a língua antes de sair catando pneu. Segurei nas alças da mochila e me aproximei de Justin que já se despedia dos garotos que conversava antes.

 

— Cadê a sua moto? – perguntei só vendo seu carro.

— Achei que seria melhor começarmos do básico. – abriu a porta do carro, entrei no mesmo.

— Que seria?

— Andar de bicicleta.

 

(...)

 

Miami Beach, Flórida

 

— Olha, eu até que curto bastante Barbie e as doze bailarinas, mas isso é sério? – perguntei encarando a bicicleta rosa da Barbie lotada de glitter e fitas.

 

Estávamos no mesmo local daquela vez em que Meghan e eu brigamos, em uma das calçadas vazias em frente a Miami Beach. Justin havia aberto o porta-malas de seu carro, mostrando a antiga bicicleta que havia pegado de Jennie, típica de uma garota de, não sei, onze anos?

 

— Eu também tenho noção de que sou baixinha mas isso deve ser para uma criança de onze anos.

— Dez, na verdade – retirou a bicicleta do carro e apoiou-a no chão – Trouxe os tênis que pedi por mensagem?

— Infelizmente – bufei pegando-os da mochila e começando a retirar os saltos – Cadê as rodinhas?

— Não precisaremos disso – arregalei os olhos – Qual é Angel, vai ser fácil, trouxe-lhe até um capacete. – mostrou-o.

— Uau, rosa, você não tem nada ai preto? – Justin bufou.

— Vamos começar logo com isso.

 

 

— É só pedalar Angeline.

— Para você é fácil. – gritei estressada aceitando sua mão esticada para mim após cair pela vigésima vez.

— É porque é literalmente só isso.

— Cansei – resmunguei ao sentir meu cotovelo latejando pelo recém machucado – Bicicleta não é para mim.

— Mas é só – encarei Justin com o pior olhar possível – Tudo bem, acho que já está tarde mesmo – realmente, o sol já estava quase de pondo e nós não havíamos nem mesmo almoçado – Que tal comermos algo e andar pela orla?

— Desde que eu nunca mais precise pedalar esse treco, ótimo. – céus, eu estava realmente mal humorada.

— Hamburguer?

— To mais para cachorro quente. – Justin riu pegando a bicicleta do chão e indo em direção ao carro para guardar-la. Desfivelei o capacete rosa.

— O engraçado é que até Jazmyn consegue pedalar uma bicicleta.

—Justin, eu juro que vou bater em você.

—Uau gata, acabei de descobrir o seu lado feroz. – cruzei desviando o olhar enquanto Justin colocava a bicicleta no porta mala – Não fique zangada, aposto que você é melhor dirigindo.

— Que seja. – resmunguei. Justin gargalhou e abraçou-me contra a minha vontade.

— Calma filhote, lhe pagarei o maior dos cachorros quentes. – me livrei de seus braços indo em direção a barraquinha de cachorro quente.

—Você está muito feliz, mais insuportável que o normal, o que aconteceu?  - Justin correu para me alcançar.

— Nada, só estou feliz por estar aqui com você. – sorri fraco.

— Feliz por ensinar uma garota de dezesseis anos a andar de bicicleta? Sério?

— Claro, as partes em que você caia de bunda para cima eram as melhores. – Empurrei seu ombro mas Justin apenas riu e fez nossos pedidos. Entramos na praia e caminhamos em silêncio por alguns minutos antes de sentamos na areia perto da água assistindo o sol prestes a se por. – Eu quero agradecer-la novamente pela madrugada, eu sei o quanto eu posso ser insuportável bêbado.

— Está tudo bem Justin, sério. – Justin negou com a cabeça, apoiando os braços sobre o joelho e encarando fixamente o por do sol a nossa frente.

— Eu não menti sobre nada ontem – respirou fundo – Minha vida não é perfeita como a maioria diz ser, na verdade, acho que acreditei tanto nas coisas que todos diziam, que passei a viver a base de mentiras tentando acreditar nelas, mas quando chego em casa, toda a verdade volta a tona – ficamos alguns minutos em silêncio.

— Você quer participar do musical? – Justin encarou-me confuso, mas continuei olhando para a frente.

— Eu, não sei, talvez, mas por quê?

— Eu amo cantar, a música sempre fora uma forma de escapar da realidade horrível que eu vivia – respirei fundo – Mas, eu acho que a realidade venceu.

— O que quer dizer?

— Não importava o quão alto eu cantasse, eu ainda conseguia ouvir o que acontecia em minha casa. High School Musical é um dos meus filmes favoritos, eu sempre assistia, tentando imaginar minha vida como a daqueles adolescentes, em alguns momentos, eu podia realmente sentir como era, mas no final, tudo era uma mentira. O que eu quero dizer, é que, ás vezes é bom viver uma mentira, mas você não pode deixar ela te sugar, pois em algum momento, a realidade volta a tona e pior do que antes. – senti o dedo de Justin em meu queixo antes dele trazer-lo para sua direção.

— Quem te machucou?

— Muitas pessoas me machucaram Justin – desviei de seu toque respirando fundo. Justin ficou em silêncio ao notar que eu não falaria mais nada sobre o assunto.

— Você deveria tentar.

—O quê? – ergui a cabeça confusa o encarando.

— O teste para o musical, você deveria tentar.

—Eu sinto que vou desmaiar só em pensar em tentar.

—Você disse que ás vezes faz bem viver uma mentira, certo? Pois bem, aproveite esse musical para ser quem você sempre quis ser, mas teve medo ou não pode, mentiras são ruins mas acho que nós dois precisamos um pouco delas.

— Nós dois?

— Se você se inscrever, eu me inscrevo – neguei e baixei a cabeça desacreditada com o rumo que tudo tomou – Não deixe ele vencer. – ergui a cabeça encarando os olhos em um tom quase dourados de Justin.

 

Não deixe ele vencer.


Notas Finais


Eu to muito nervosa gente jsjjs, eu não sei se realmente consegui expressar o que eu quis expressar nesse final, mas não encontrei outra forma de o expressar então... espero que tenham conseguido capitar alguma coisa jsjssj
MANO, MUITOOOOO OBRIGADA PELOS COMENTÁRIOS DO ÚLTIMO CAPÍTULO, NÃO FORAM 20 MAS SIM 24 COMENTÁRIOS E EU TO TIPO AAAAA, obrigada mesmo pessu
Esse musical vai dar o que falar e eu to animada jsjsj, obrigada pelos 300 favoritos, espero que estejam gostando e até o próximo (que sai essa semana mesmo)

Pergunta: Vocês acham que a Angel vai se inscrever? Para qual personagem?
PS: Deem uma olhadinha na estória desse chuchu, não custa nada dar uma chance :) :
https://www.spiritfanfiction.com/historia/angels-and-devils-16495267


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