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História Fills me with hope - Escola de lágrimas


Escrita por: Matsu__

Notas do Autor


Meu estoque de coisas pra dizer nas notas dessa fanfic se esgotaram, mas ainda venho pra dizer que eu to me divertindo com o sofrimento de vocês ♥

Capítulo 10 - Escola de lágrimas


Fanfic / Fanfiction Fills me with hope - Escola de lágrimas

Hoseok não teve tempo para dormir, nem mesmo para comer.  Estava exausto a ponto de sentir que desmaiaria a qualquer momento, mesmo assim tomou um banho rápido e pegou o caminho de volta para o trabalho. Esperava encontrar todos os endereços sem a ajuda de Jimin e esperava não dormir em cima da moto também.

O sol já se escondia quando Hoseok finalmente pôde voltar para casa. Ele agradecia o pouco movimento daquele dia, mesmo que significasse menos dinheiro.

Quando se apoiou na porta para tirar o tênis, sentiu que podia se sentar ali mesmo e dormir pra sempre. Não sabia como estava a situação ali dentro, se Jimin já havia acordado ou como ele se comportaria. Ele era bastante imprevisível.

Pegou o par de tênis do chão antes de tomar coragem de entrar. Taehyung estava sentado nos pés da cama, mais uma vez estava comendo alguma porcaria e ria como uma criança vendo o anime que passava na TV enquanto Jimin sentado próximo à cabeceira, estava quieto, enrolado em um cobertor.

Hoseok jogou os sapatos em um canto e deixou a embalagem com os pedaços de frango sobre a mesa. Viu Jimin se encolher e quase desaparecer dentro do cobertor.

— Ah, aí está você. – foi Taehyung quem falou. — Eu tentei cozinhar um pouco de arroz, está em cima do fogão. Não está tão ruim. Se você estiver com muita fome o gosto vai parecer bem melhor.

Hoseok forçou um sorriso.

— Claro. Obrigado.

— Você não tem que falar formalmente comigo, hyung. – Hoseok sorriu mais uma vez, mas não se moveu, desviou os olhos para Jimin que continuava enrolado no cobertor. Taehyung também olhou para ele por um tempo, depois se levantou, passando por Hoseok e dando um tapinha no ombro dele antes de sair da casa.

Jimin se encolheu mais quando Hoseok se sentou onde antes estava Taehyung, escondendo o rosto que ainda estava de fora.

— Você está bem? – Jimin não respondeu, mas Hoseok o ouviu chorar. — Me desc- me desculpe.

Hoseok percebeu que também estava se engasgando. Tentou dizer mais alguma coisa, mas sua boca apenas abria sem emitir qualquer voz. Eles ficaram em silêncio até que Jimin parou de chorar, ou ao menos não chorava mais auditivamente.

— Eu esperava isso dele... – Hoseok secou as primeiras lágrimas que embaçavam seus olhos. — Eu sabia que Yoongi ia fazer isso, mas você... Eu realmente acreditei que... Que você...

Jimin não conseguia falar nada que fizesse muito sentido, mas Hoseok entendia perfeitamente o que ele dizia.

— Eu sei...

— Você devia ter me dito que está confuso... Eu entenderia. Eu juro que entenderia... Eu não prenderia você. Eu não impediria você de tentar alguma coisa com ele, se era isso que você queria...

— Eu não quero tentar nada com ele.

— Você está mentindo. – Jimin finalmente tirou o cobertor do rosto, encarando Hoseok. Seu rosto estava vermelho. –Você está mentindo. Está mentindo pra mim, pra ele e pra você mesmo. Aonde você quer chegar com isso?

Hoseok continuou a encará-lo, depois encolheu as pernas, abraçando os joelhos e desviando o olhar para qualquer outra coisa.

— Eu não sei... Eu não me sinto assim quando eu estou com você. Quero dizer, eu não me sinto confuso. Eu não sei como explicar, quando eu aceitei nam – Hoseok se engasgou com a palavra, mas continuou. — Namorar com você... Eu estava me sentindo seguro. Eu quero isso, de verdade.

— Eu acredito em você. – Hoseok voltou a encará-lo. — Eu acredito… mas isso me machuca tanto. Tenho certeza que machuca a ele também.

— Não era a minha intenção magoar você.

— Eu sei. – Jimin fechou os olhos, se afundando mais uma vez no cobertor.

— Eu não queria machucá-lo também. – Jimin estava chorando mais uma vez.
— Se for melhor pra você, eu vou embora.

— Não precisa. – Jimin disse rápido, secando as lágrimas com o cobertor. — Você não tem pra onde ir. E nós não terminamos, você ainda é meu namorado, onde você pensa que vai?

Hoseok não conseguiu nem mesmo rir daquilo. Seu coração doía.

— Por que você fez aquilo? – Jimin o encarou por um tempo. Seus olhos inchados, molhados e vermelhos pareciam ainda menores. — Taehyung me contou um pouc…

— Eu não tenho controle. – Jimin o interrompeu. — Começou quando ela foi embora… Minha mãe. Eu devia ter te contado sobre isso, certo?

— É por isso que Jin disse que você não pode ficar sozinho?

Jimin riu, balançando a cabeça.

— Ele se preocupa demais.

— Não é demais. Não depois do que eu vi ontem.

— Sabe, Hoseok… Eu estou sempre caindo em um buraco. Às vezes eu consigo me segurar nas paredes dele e aí eu finjo que eu estou bem e a salvo, mas não consigo me segurar por muito tempo porque minhas forças se acabam, então eu volto a cair. A cada vez que isso acontece o buraco fica mais escuro, mais frio e eu me sinto ainda mais triste. Eu estou machucado, mas eu continuo sorrindo como se eu estivesse bem. – Hoseok ficou em silêncio. Não havia nada que podia dizer e sabia que Jimin precisava desabafar. — As pessoas estão me sufocando o tempo todo. Você não entende? São as pessoas que me matam...

Hoseok o puxou por impulso, o abraçando com tanta força que poderia machucá-lo. Jimin escondeu o rosto na curva do pescoço dele, se livrando do cobertor para abraçá-lo de volta.

— Me desculpe por ser uma dessas pessoas. – Jimin soluçava em meio ao choro ressentido e seu corpo tremia. Suas mãos pequenas agarravam com força o tecido do casaco de Hoseok pelas costas.

— Você não tinha o direito de fazer isso comigo. Eu deixei você me conhecer como ninguém antes, você sabia, você não tinha o direito...

— Me desculpe. Eu não vou machucar você de novo…

Jimin empurrou Hoseok e eles ficaram em silêncio, apenas encarando um ao outro por um tempo. Quando Jimin ia voltar a dizer algo, a porta escancarou, batendo-a contra a parede. Ambos olharam para Taehyung, que estava branco como um papel enquanto apertava o celular contra o peito.

— Me desculpem.  Eu não… eu não queria…

— O que aconteceu? – Jimin se levantou, passando por cima de Hoseok para ir até Taehyung.

— Minha mãe. A minha mãe…

— O quê? – Jimin agarrou Taehyung pelos ombros. -O que aconteceu?

Taehyung estava tremendo.

— Ela me ligou… ela quer que eu volte pra casa. – Jimin arregalou os olhos.

— Sério?! Isso é bom! – Hoseok não sabia dizer se Jimin estava feliz por Taehyung ou feliz porque Taehyung ia embora.

— Ah droga… Eu estou tão nervoso. – Jimin segurou as mãos do mais novo.

— Eu tenho certeza de que ela pensou melhor sobre tudo o que aconteceu. Hm?!
 – Taehyung o abraçou.

— Certo, não é? Eu tenho certeza que sim. Certo… – Taehyung o soltou, se afastando, parecia atordoado. — Minhas coisas!

— Ali. – Jimin apontou para o pé da cama onde estava a mochila. Taehyung a pegou, conferindo às pressas as coisas que estavam dentro.

— Certo. Tudo aqui. – Taehyung jogou a mochila nas costas, abraçando Jimin mais uma vez. — Obrigado por me deixar ficar aqui.

— Sem problema. Boa sorte!

— Obrigado. Hoseok! – foi até o mais velho que se levantou para abraçá-lo também. — Vejo você por aí.

— É claro. Boa sorte.

— Obrigado!

Quando Taehyung deixou a casa parecia empolgado a ponto de correr para casa. Jimin estava sorrindo, mas ainda parecia triste. Olhou para Hoseok depois de fechar a porta.

— Você deve estar cansado. É melhor tomar banho, comer e descansar. – Hoseok confirmou com a cabeça, vendo Jimin passar por ele para voltar até a cama, se enrolando mais uma vez no cobertor.

 

 

 

Hoseok abriu os olhos com alguma dificuldade, mas seja lá quem estava ligando em seu celular, não iria desistir tão cedo.

Suspirou antes de tirar o braço de cima de Jimin, que estava de costas pra ele. Se levantou pegando o celular de cima da mesa, ainda não era nem 2h30 da manhã.

— Noona? – atendeu, entrando no banheiro.

"Por que não me atendeu antes?"

— Porque são duas da manhã. – Hoseok se sentou na tampa do vaso sanitário.

"Eh? AH! EU SINTO MUITO! Eu esqueci completamente."

— Não tem problema, já que você não liga há um tempo…

"Eu sinto muito por isso também... Eu estive tão ocupada. Mas e você? Como você está?"

— Bem, e você?

"Bem. A vida no exterior é um pouco diferente, mas eu estou me acostumando. Como você tem vivido? Ainda está trabalhando? Está se alimentando direito?" – Hoseok riu baixinho.

— Sim, sim. Está tudo bem.

"Hm… E sobre aquele assunto?"

— Que assunto?

"Sobre aquela pessoa… Você ainda está…?"

— Ah… bem, sim…

"É algo sério?"

Hoseok demorou a responder.

— Estamos namorando.

Os dois ficaram por algum tempo em silêncio até ela falar num tom de voz sério.

"Você está mesmo bem com isso? Quero dizer… Você nem mesmo namorou uma garota antes e essa coisa sobre sexualidade é tão complicada…"

— Eu acho que estou bem. Eu gosto dele… As coisas vão ficar bem.

"Você não quer falar sobre isso, não é?"

— Pra ser sincero? Não... – ouviu a irmã suspirar.

Tudo bem, eu não vou incomodar você com isso. Eu liguei pra dizer que eu estou voltando a Gwangju.”

— O quê? Por quê? Você não pode...

Não se preocupe, eu vou apenas resolver um assunto sobre o funeral do papai e da mamãe. Você sabe, eu preciso pagar algumas taxas.”

— Eu sei, mas é perigoso.

Não vai acontecer nada, vai ser apenas por um dia. Você está em Busan, certo? Quero dar uma olhada em você antes de ir embora. Se você estiver muito magro eu vou te dar uns cascudos.” – Hoseok riu mais uma vez. Eu estou falando sério, garoto, você disse que está se alimentando direito.”

— Mas eu estou.

Eu vou julgar isso quando olhar para você. Enfim, eu tenho que desligar. Me mande o seu endereço depois. E não se preocupe, não vai acontecer nada de ruim.”

— Tudo bem... Mas tome cuidado.

Eu vou tomar. Volte a dormir agora. Vejo você logo.”

— Certo. Até mais. – Hoseok esperou que ela desligasse. Seria bom ver a irmã depois de todo aquele tempo, mas não poderia evitar se preocupar com o fato de que ela colocaria os pés de Gwangju mais uma vez.

Ficou mais algum tempo apenas sentado ali, tentando não pensar em nada muito ruim. Quando voltou para o quarto, viu que a cama estava vazia. Hoseok deixou o celular sobre a mesa, indo até a porta e para o lado de fora para ver Jimin sentado no chão, encostado a parede.

— Era a sua irmã? – Hoseok também se sentou, observando Jimin enrolar uma erva escura e de cheiro forte num pedaço de papel.

— Sim.

— Ela está bem? – Hoseok confirmou com a cabeça.

— Uhum. – Jimin terminou de enrolar o papel, umedecendo com a ponta da língua antes de colá-lo.

— Tudo bem pra você?

— Hm? – Jimin levantou o papel enrolado.

— A fumaça também “chapa”.

— Ah, isso! Tudo bem, eu acho...  – Jimin riu desanimado e eles ficaram em silêncio enquanto Jimin acendia o cigarro de maconha. O cheiro se tornava três vezes mais forte depois de acesso e Hoseok sentiu o estômago revirar dentro do corpo.

— Você disse... Você disse que só usa quando quer parar de pensar em algo.

— Você sabe exatamente o que é.

— Eu sei.

— Eu não estou bravo com você. – Jimin riu, mas seu semblante não condizia com seu sorriso. Ele parecia dizer aquilo mais para si mesmo do que para Hoseok. — Eu não estou bravo...

— Eu fico feliz em ouvir isso, de verdade...

— Mas... – Hoseok olhou para frente quando Jimin levou o cigarro até a boca para tragá-lo. Era desconfortável. Jimin demorou algum tempo até voltar a falar, soltando a fumaça espessa. — Mas eu ainda estou triste. E eu não acho que isso vai passar, porque... Porque está doendo como quando a minha mãe me deixou. – ele riu mais uma vez. — Mesmo assim eu não quero que você vá embora e eu me sinto um lixo por isso. Eu estou sendo egoísta, você não acha? Eu só não quero ficar sozinho... Porque eu estou com medo.

Jimin tragou o cigarro mais uma vez. Aquela fumaça começava a fazer Hoseok se sentir tonto.

— Você não pode fazer isso. – Jimin o olhou um pouco surpreso. — Você está agindo como se a culpa fosse sua.

— Força do hábito.

— Não está certo… Todo mundo tem medo de ficar sozinho. Egoísta sou eu por querer ficar aqui com você mesmo depois de tudo. – Jimin olhou para o chão em silêncio.

— É bom ouvir que você quer ficar, mas eu acho que eu preciso de um tempo.

— Eu entendo.

— Está tudo bem se você ficar. – Jimin continuava dizendo aquilo mais para si mesmo do que para Hoseok. — Agora é melhor você voltar a dormir, ou não vai aguentar trabalhar amanhã.

— Você não vem? - Jimin riu, finalmente o olhando.

— Não precisa ter medo de me deixar sozinho. Eu ainda sou o mesmo Jimin.

— Não pra mim. – e o sorriso dele desapareceu.

— Eu não quero que me veja diferente, não quero que tenha pena de mim. Você entende isso, não é?

— Não é pena. Eu estou assustado. Eu não quero que nada aconteça com você.

— Eu sinto muito por isso. – doía vê-lo pedir desculpas por algo como aquilo. Jimin voltou a olhá-lo com aqueles olhos vermelhos e agora pareciam sonolentos. — Agora entre. Você precisa dormir e eu preciso ficar um pouco sozinho.

Hoseok confirmou com a cabeça, o encarando e respirando fundo antes de se aproximar um pouco, tocando o rosto do outro com a palma da mão. Conseguiu tocar os lábios de Jimin com os seus por segundos, mas o mais novo o afastou, abaixando a cabeça.

— Me desculpe. – pediu Hoseok, a voz tão baixa que ele mesmo mal tinha se ouvido. Sua mão não deixou o rosto de Jimin.

— Tudo bem. – Jimin fechou os olhos quando sentiu os lábios de Hoseok tocando sua bochecha e então o toque de sua mão desapareceu.

O barulho da porta se fechando foi como um gatilho para Jimin, que chorou em desespero, sentindo o coração apertar enquanto cobria com a mão o local onde Hoseok havia beijado.

 

 

Mesmo que você aponte seu dedo para mim
e me chame de covarde, eu estou bem com isso
Mas como você se definiria?
Você sabe que eu não posso dar uma mão
Se eu fazer isso vou acabar da mesma forma que você


Notas Finais


Vejo vocês no próximo?


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