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História Fills me with hope - Despertar


Escrita por: Matsu__

Notas do Autor


Olaaar! Como estão? Aproveitando o carnaval trancados em casa assim como eu?
Well... mais um capítulo e olha só, estamos quase chegando ao fim (mais dois capítulos e uma side e nos despedimos dos nossos meninos) ;u;
Já to triste, mas tudo bem
Já aviso que daqui pra frente é só dor e lágrimas, por favor não me odeiem, eu avisei que eu tenho probleminha ♥

Capítulo 11 - Despertar


Fanfic / Fanfiction Fills me with hope - Despertar

Hoseok lavou a louça suja depois de comer um pouco. Massageou o pescoço, se sentindo cansado e seu corpo doía porque durante toda a semana precisou dormir desconfortável, tentando não invadir o pequeno espaço de Jimin na cama de solteiro onde dormiam.

Jimin estava cada vez mais recluso e reagia quando, mesmo sem querer, Hoseok o tocava. Toda aquela vivacidade que Hoseok conhecia havia desaparecido completamente e até mesmo seu cabelo alaranjado agora parecia sem vida.

Era como se ele estivesse desaparecendo.

Hoseok ia trabalhar todos os dias sentindo-se aflito e voltava para casa no fim da tarde temendo encontrar Jimin morto. Parecia cruel, ou talvez exagero, mas ele precisava encarar aquilo. Aquela realidade estava batendo nele com tanta força que em uma semana ele emagreceu o suficiente para que suas roupas parecessem duas vezes maior. Ele sabia que Jimin estava abusando das drogas também, bem mais do que antes, e isso era uma preocupação a mais.

Depois de um longo banho, Hoseok finalmente se sentou um pouco na ponta da cama. Jimin já estava deitado fazia algum tempo, enrolado em um cobertor, tão silencioso que parecia um casulo.

Ligou a TV, trocando algumas vezes de canal, àquela hora da noite parecia uma infestação de animações pornográficas. Nada que interessasse Hoseok. Finalmente encontrou um noticiário, onde a moça do tempo acabava de dizer que ainda choveria muito naquela noite. O apresentador estava de volta na tela, agora com a voz grave para anunciar um caso de assassinato, de acordo com a legenda.

“— Um casal foi encontrado morto na tarde de hoje, nas proximidades do aeroporto internacional de Gwangju. A polícia está investigando o motivo do crime, mas a suspeita é de que seja por causa de dívidas. Os corpos foram reconhecidos como Won Tae Pyeong e sua esposa Jung Ji Woo. O reconhecimento foi feito pelos pais de Won...”

Hoseok não podia ouvir mais nada. Não podia enxergar mais nada também. Olhava fixamente para a TV, mas a última imagem que havia ficado em sua mente era a do rosto da irmã estampado na tela do noticiário.

Jimin se sentou de repente.

— Jung de Gwangju? – olhou para Hoseok com os olhos arregalados, mas o mais velho parecia completamente em transe, puxando o ar com tanta força que seus pulmões pareciam prestes a estourar. — Hoseok...

— Noona... – ele sussurrou, mas no momento seguinte a dor em seu peito o fez gritar, escorregando da cama para cair de joelhos no chão. Jimin também escorregou, o agarrando pelos ombros quando Hoseok apertou o próprio peito se curvado para frente, como se tivesse sido ferido. — NOONA!

— Hoseok, por favor... – Jimin o abraçou, o confortando entre seus braços. –Por favor...

Hoseok chorava alto, mas seu corpo parecia não ter forças, então Jimin se sentou, fazendo-o deitar sobre seu peito. Também chorava e seu desespero era por ver Hoseok daquele jeito.

 

 

 

Demorou algum tempo para que Hoseok parasse de chorar. Jimin fazia um carinho leve em seus cabelos suados e o mais velho ainda soluçava, suspirando e estremecendo periodicamente.

Jimin passou a mão pelo rosto de Hoseok, enxugando as lágrimas dele.

— Você está acordado? – Hoseok não respondeu, mas voltou a chorar baixinho e Jimin o apertou mais uma vez. — Tudo bem... Está tudo bem...

Jimin deu algumas palmadinhas nas costas de Hoseok, depois alisou seus fios de cabelo. Ficaram por mais algum tempo em silêncio até que a voz embargada de Hoseok soou sem muito controle.

— Eu disse a ela. Eu disse que era perigoso. Eu pedi pra ela não vir... – Hoseok se agarrou com força na camisa de Jimin.

— O que aconteceu? Quero dizer... – Jimin perguntou baixinho, mas Hoseok negou com a cabeça, escondendo o rosto contra o peito do outro. — Está tudo bem se você contar só pra mim... Você confia em mim?

— Confio...

— Você precisa tirar esse peso de dentro você. Por que não divide sua carga comigo? Hm? Eu dividi a minha com você. – Hoseok suspirou algumas vezes, abraçando Jimin pelo meio.

— Você não estava errado... Eu estava fugindo. – Jimin o apertou um pouco mais. — Mas eu não fiz nada de errado.

— Então o quê? – Hoseok riu, completamente desolado.

— É ridículo...

— Eu tenho certeza de que não é. – Hoseok mais uma vez demorou para falar.

— Nós íamos perder a nossa casa e meu pai não tinha dinheiro pra pagar o banco... Ele recorreu a agiotas. Eles disseram que dariam o tempo que fosse preciso, mas duas semanas depois eles começaram a cobrar. Eles mataram meus pais porque não tínhamos dinheiro pra pagar aquela maldita dívida... Eles disseram que voltariam em uma semana... – Hoseok voltou a chorar. — Eu não pude nem fazer um funeral para eles.

Jimin também estava chorando.

— Eu realmente sinto muito... Eu sinto muito por isso.

— Eu não sei como as coisas vão ficar agora... – Jimin apoiou o queixo no alto da cabeça de Hoseok, mais uma vez dando tapinhas em suas costas.

— Vai ficar tudo bem. Pense apenas nisso, ok? As coisas vão ficar bem...

 

 

 

Hoseok acordou com alguma dificuldade, suas pálpebras pesavam e seus olhos ardiam, então ele os esfregou com força. Estava sozinho na cama e se sentia confortável. Sentia como se pudesse ficar deitado ali pra sempre e não se importaria se o colchão o engolisse de vez.

A imagem da irmã voltou a sua cabeça e ele se engasgou com o choro mais uma vez. Então a última vez que veria o rosto dela seria num noticiário da TV?

Procurou o celular debaixo do travesseiro, conferindo as horas.

— Droga… – já haviam se passado muitas horas do seu horário de trabalho.

— Eu liguei pra loja de frango. – se sentou ao ouvir a voz de Jimin,  que estava sentado do outro lado da mesa. — Avisei que não poderia ir hoje.

Hoseok passou as mãos pelo rosto.

— Obrigado.

— Sem problemas. Jin hyung trouxe comida, ainda está quente, você devia vir comer um pouco. – Jimin o olhou por um tempo, quando Hoseok se ajeitou na cama,  apoiando os braços sobre a mesa. — Se sente bem?

— Me sinto melhor, obrigado. – Jimin empurrou uma embalagem de isopor para Hoseok.

— Quer sair depois? – Jimin disse de repente e Hoseok levantou a cabeça para olhá-lo. — Quero dizer… Se distrair um pouco. Se você pensar em outra coisa não vai se sentir tão triste.

Hoseok forçou um sorriso. Sabia que Jimin não estava bem, ainda sim estava fazendo o melhor por ele.

— Se ainda tiver algum lugar pra me mostrar, seria ótimo.

— É claro. – o sorriso de Jimin também era forçado, então ambos voltaram a atenção para a comida.

 

 

 

 Hoseok e Jimin caminharam por um longo tempo em silêncio. Ambos mantinham as mãos nos bolsos do casaco, Hoseok olhava vitrines sem muito interesse e Jimin caminhava distraído.

— Você quer sorvete? – Hoseok chamou a atenção de Jimin.

— Quero.

— Qual sabor?

— Morango.

— Certo, eu já volto. – Hoseok atravessou a rua, entrando em uma pequena sorveteria no lado oposto. Não demorou para que ele voltasse, trazendo duas casquinhas, entregando o sorvete cor-de-rosa para Jimin.

— Obrigado. – Jimin agradeceu ao pegá-lo, parecendo feliz.

Se sentaram na primeira praça que encontraram, porque Jimin parecia ter alguma dificuldade para comer e andar ao mesmo tempo. Hoseok olhou ao redor. Não conhecia aquela parte da cidade, mas não conseguia se sentir interessado nela e nem mesmo em seu sorvete.

— É engraçado. – Jimin disse de repente.

— O quê?

— Parecemos um casal. – Hoseok franziu o cenho.

— Pensei que fossemos um. – Jimin riu, balançando a cabeça.

— Quero dizer um casal. Um garoto e uma garota, que podem andar de mãos dadas e sair para um encontro, tomar um sorvete, essas coisas. – Hoseok abaixou a cabeça.

— Eu sinto muito nunca termos feito isso antes.

— Não se preocupe, eu estou feliz porque estamos fazendo isso agora. – Jimin sorriu mais uma vez e a cada sorriso o coração de Hoseok doía um pouco mais.
— Hoseok... Como você se sente? – Hoseok o olhou por um tempo, depois voltou a abaixar a cabeça, suspirando quando sentiu Jimin buscar sua mão para entrelaçar seus dedos. — Obrigado por se abrir comigo ontem... Por confiar em mim. Eu realmente sinto muito pelo que aconteceu, mas eu quero que você fique bem. Quero que tudo fique bem.

— Eu também quero. Eu quero que as coisas fiquem bem. Eu quero que me perdoe, mas ao mesmo tempo eu não acho justo...

— Eu já disse que eu não culpo você e que eu entendo o que aconteceu. Entendo de verdade. Sabe, os dias que eu passei com você foram os melhores da minha vida. Eu pedi que me enche-se de esperança, mas eu fui egoísta e não me dei conta do quanto você também precisa disso.

— Você não é egoísta. Você fez isso por mim, mesmo que não saiba. Você me fez querer continuar, mesmo sem saber quem eu era e mesmo quando eu não tinha mais nenhum motivo. – Jimin apertou a mão de Hoseok com mais força e engoliu o choro.

— É bom ouvir isso. Muito bom. – Jimin sorriu, o encarando, mas seu sorriso sumiu quase em seguida, quando seus olhos desviaram para qualquer ponto atrás da cabeça de Hoseok. Ele se levantou de repente, soltando a mão do mais velho e deixando o sorvete cair.

Hoseok também se levantou quando Jimin começou a andar rumo ao local para onde olhava fixamente.

— Jimin?! – Hoseok o seguiu, tentando encontrar qualquer referência do que Jimin via. — Onde você está indo?

Jimin não respondeu, continuou andando cada vez mais rápido, virando duas esquinas depois e começando a correr.

A ruela vazia permitiu Hoseok ver alguém correndo vários passos a frente, estava de costas, mas os fios de cabelos verdes eram conhecidos, então Hoseok também correu.

As ruas ali eram estreitas, algumas escorregadias e os passos dos três correndo faziam muito barulho, chamando a atenção de alguns comerciantes que saiam de suas lojas para olhá-los.

Correram o suficiente para que Hoseok sentisse os pulmões doerem dentro do peito e ele agradeceu quando Yoongi desabou no chão, traído pelo chão úmido. Parou a alguns passos de distância, tentando respirar enquanto via Jimin agarrar Yoongi pela gola da jaqueta, colocando-o de pé com um único puxão e o batendo contra a parede.

Yoongi estava sorrindo, mesmo que Jimin apertasse seu pescoço.

— E então...? – Yoongi respirava com dificuldade. — O que você vai fazer?

— Por que estava olhando a gente? – Yoongi continuou apenas rindo e o soco que Jimin acertou no rosto dele logo em seguida causou um barulho alto demais. Ele socou Yoongi diretamente no rosto mais cinco ou seis vezes antes de deixá-lo cair mais uma vez sentado no chão.

Yoongi cuspiu sangue, limpando o filete que escorria de seu nariz. Ele ainda sorria quando olhou para Hoseok e seus dentes estavam manchados de vermelho, depois levantou os olhos para Jimin.

— Você está morto. – cuspiu mais sangue. — Você está me ouvindo, Park Jimin? VOCÊ ESTÁ MORTO!

Jimin acertou pelo menos mais dois chutes em Yoongi antes que Hoseok o agarrasse pelo braço, o afastando. Ele tremia e sua mão estava suja com o sangue do mais velho.

— Não se atreva a aparecer na nossa frente de novo. Você entendeu? Eu vou acabar com você.

Jimin não resistiu enquanto Hoseok o puxava para longe, nem mesmo quando ouviram Yoongi rir. Voltaram por todo o caminho e então procuraram por qualquer estabelecimento onde pudessem usar o banheiro.

Não era muito sangue, mas mesmo assim foi difícil tirar as manchas alaranjadas das mãos dele. Hoseok as segurou debaixo da torneira até que parassem de tremer.

— Por que você fez isso? – Jimin o encarou por um tempo, depois riu.

— Eu não sei. Eu senti muita raiva quando vi o rosto dele. Mas se quer saber, eu me sinto até mesmo mais leve agora. – Hoseok sorriu, o encarando, depois curvou um pouco o corpo, mesmo com receio de se aproximar mais, mas Jimin ficou na ponta dos pés, envolvendo o pescoço dele antes de beijá-lo.

Hoseok não tinha certeza, mas acreditava ser alívio o que estava fazendo seu coração acelerar quando o abraçou pela cintura, o apertando contra seu corpo e sentindo o calor dele.

Os dedos de Jimin apertaram seus fios de cabelo da nuca, mas Hoseok gostava da sensação. Gostava de como ele estava pendurado em seu pescoço e de como precisava segurá-lo. Gostava de como ele tentava se equilibrar na ponta dos pés. Gostava de como ele mordia seu lábio vez ou outra e também da respiração quente que batia contra sua boca.

Gostava dele.

Gostava de tudo nele.

— Hoseok? – Jimin disse baixinho, afastando um pouco o rosto, mas continuou na ponta dos pés. Emoldurou o rosto de Hoseok com as duas mãos, sorrindo, mas seu rosto estava muito corado. — Eu te amo. – Hoseok sentiu algo subir até sua garganta, mas não era o coração, porque o sentia batendo forte dentro do peito. Abriu a boca algumas vezes, mas não tinha qualquer voz, então Jimin riu, dando um selinho demorado nele. — Você não tem que me dizer nada. Não agora. Agora é melhor irmos pra casa.

Jimin voltou a rir, dando mais um selinho em Hoseok antes de soltá-lo.

Deixaram o local em silêncio, embora Jimin parecesse vivo de novo. As ruas estavam mais movimentadas naquele horário.

Hoseok gostaria de ter mantido a lembrança daquele último momento e as palavras de Jimin enquanto caminhavam, mas elas foram rapidamente substituídas pela imagem da irmã. Se perguntava se os familiares de Tae Pyeong cuidariam do velório dela.

Piscou diversas vezes, tentando afastar as lágrimas teimosas, e só então se deu conta que Jimin havia parado há pelo menos três passos.

— Jimin? – ele estava paralisado e sua feição havia sido tomada pelo choque e pelo medo, mas Hoseok também via tristeza. Ele não olhava para Hoseok, seus olhos cheios de lágrimas olhavam um pouco mais além. — Jimin, o que aconteceu?

Hoseok ia se aproximar, mas antes que pudesse fazer isso, Jimin deu alguns passos disparados para frente.

— Mamãe?

 

 

 

 

No momento da minha queda, alguém vai segurar a minha mão?
Só me diga que eu posso sobreviver nesse mundo frio,
Eu sei que o sol vai brilhar um dia de cada vez


Notas Finais


E ai? Reconciliação do casalzinho mais nhonho ♥
Sentem aqui comigo e vamos esperar pra odiar a bruxa da mãe do Jimin juntinhos no próximo capítulo :v
Te vejo lá?


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