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História Fills me with hope - Perdido


Escrita por: Matsu__

Notas do Autor


E ae? Penúltimo capítulo... Eu e a voz dentro da minha cabeça estamos bem tristes.
Como eu tinha dito antes, a última side vem agora entre o capítulo 12 e o 13 (último), vou deixar o link dela nas notas finais ♥

Temos hoje um capítulo particularmente triste e antes de irmos pra ele gostaria de esclarecer que essa fic desde o início tinha a intensão de ser assim: triste.
Eu não sou de romantizar situações, nem fantasiar a realidade pra que se torne mais agradável de se ler. Também não sou de escrever reviravoltas fantásticas pra que toda a merda que aconteceu do nada acabe e tudo fique feliz. Eu avisei desde o começo, não avisei? Pois é...

Dito isso, vamos ao capítulo ♥

Capítulo 12 - Perdido


Fanfic / Fanfiction Fills me with hope - Perdido

Jimin diminuiu a velocidade dos passos, ficando um pouco atrás de Hoseok. Gostava de vê-lo caminhar, embora ele parecesse em outro mundo naquele momento. Mesmo que seu semblante fosse triste e preocupado, ele ainda parecia muito bonito.

Riu de si mesmo por pensar coisas tão bobas, mas ao menos tinha a certeza de que era realmente assim estar apaixonado. Gostaria de poder segurar a mão dele ali mesmo, ao menos uma vez.

Desviou de algumas pessoas que tinham acabado de sair de um grande restaurante, sorrindo e acenando com a cabeça para uma moça que o olhava com curiosidade, talvez por causa do cabelo ou da calça esfolada nos joelhos.

Mais um grupo de pessoas deixava o restaurante, Jimin não podia evitar olhar o rosto de cada um deles. O homem que vinha na frente tinha um semblante duro e o garoto que caminhava ao seu lado usava roupas caras. Atrás duas mulheres vinham, mas não juntas. Uma parecia ser uma babá, porque não vestia roupas boas e trazia uma menina no colo. A outra era elegante, bonita, tinha cabelos longos e usava um vestido bonito.

Jimin olhou o rosto dela, sentindo como se tudo à sua volta acontecesse em câmera lenta. Seu coração estava falhando assim como suas pernas. Ele podia ver Hoseok logo a sua frente, ele falava algo, mas sua voz parecia muito distante.

A mulher andou em direção ao carro, mas antes que ela pudesse entrar, Jimin deu alguns passos para frente, desajeitado e cambaleando, parecia prestes a cair.

— Mamãe? – a mulher parou a um passo de entrar no carro, mas não o olhou. Ela sussurrou algo para o motorista que segurava a porta, ele confirmou com a cabeça, esperando que ela entrasse para então fechar a porta.

Jimin viu o homem falar qualquer coisa através de um ponto em seu ouvido antes de também entrar no carro. Hoseok se virou para ver o carro se afastando, depois se aproximou de Jimin, que estava pálido como um papel, o agarrando pelos ombros.

— Jimin, você está bem? – o garoto não respondeu, seus olhos estavam cheios de lágrimas e ele parecia chocado. — Jimin?

— Minha mãe... – Jimin tremia tanto que Hoseok tinha medo que ele caísse a qualquer momento.

— Com licença. – Hoseok se virou para ver o homem parado atrás dele. Usava terno e gravata e era bastante alto, falava olhando diretamente para Jimin. — Você tem que me acompanhar.

— Quem é você? – foi Hoseok quem perguntou, mas o homem continuou olhando para Jimin.

— A Sra. Park exige que você venha comigo.

Jimin finalmente reagiu, secando as primeiras lágrimas que desciam por suas bochechas, então agarrou o pulso de Hoseok.

O homem finalmente olhou para Hoseok, mas não disse mais nada, apenas deu as costas a eles, começando a se afastar. Jimin ia segui-lo, mas Hoseok segurou sua mão, fazendo-o parar e o encarando com uma expressão séria no rosto.

— Se isso te faz mal, então você não precisa ir.

Jimin o olhou por um longo tempo, depois sorriu, mas ainda chorava muito. Entrelaçou seus dedos aos de Hoseok e o mais velho sentiu seu coração quebrando em vários pedaços.

— Tudo bem. Você está comigo, então tudo bem.

Hoseok tentou resistir um pouco mais, mas Jimin apertava sua mão, então ambos foram até o carro onde o homem os esperava.

 

 

 

Ninguém disse uma palavra sequer enquanto o carro estava em movimento e nem mesmo quando desceram dele, e seguiram para dentro de um grande barracão que estocava um monte de caixas de papelão.

Jimin não soltou a mão de Hoseok nem por um instante, continuava a apertá-lo mesmo que sua mão suasse muito. Ele começou a caminhar para o fundo o barracão, onde havia algumas pessoas, mas Hoseok o parou mais uma vez.

— Você devia conversar com ela.

— Eu quero que você venha comigo. – Hoseok o encarou. — Por favor... Eu me sinto mais seguro.

Hoseok sorriu, tentando passar alguma segurança para o mais novo, mas se sentia angustiado. Jimin voltou a andar, puxando Hoseok em direção onde as pessoas estavam. Ele olhava diretamente para a mulher que estava sentada em uma das caixas, mas ela não o olhava, havia um segurança de pé na frente dela, e também o mesmo homem de antes com aquela expressão fria e dura no rosto.

— Eu pensei que tivesse sido muito claro com você. – o homem disse e Jimin abaixou a cabeça.

— Eu sinto muito. – Jimin olhou para a mãe, mas no momento seguinte o homem acertou seu rosto com um tapa que quase o levou ao chão. Ele apertou a mão de Hoseok com mais força, quase como um aviso para que ele não se movesse.

— Você sente muito? SENTE MUITO, BASTARDO? SENTE MUITO PELO QUÊ? POR APARECER DO INFERNO DE ONDE NÃO DEVIA TER SAÍDO? POR CHAMÁ-LA DE MÃE NA FRENTE DOS NOSSOS FILHOS? NA FRENTE DE TODOS?

Jimin estava chorando de novo e Hoseok sentia como se não pudesse mais respirar. O homem acertou o rosto de Jimin mais uma vez, então a mulher se levantou. Ela não parecia abalada e muito menos preocupada com Jimin.

— Do Jeon, me deixe falar com ele. – então o homem se afastou, deixando que a mulher se aproximasse. Ela olhou por um tempo para Hoseok, depois voltou seus olhos para Jimin, fitando desde seus fios de cabelo alaranjados até o jeans rasgado. O olhar dela parou por algum tempo nos dedos dele entrelaçados aos de Hoseok, então ela sorriu com ironia. — Você continua o mesmo.

Jimin também sorriu.

— Eu estou feliz em ver você. – o sorriso dela desapareceu.

— Quantas vezes eu vou ter que repetir a mesma coisa? – Jimin a encarou. — Eu não quero mais ver você. Eu não quero que apareça na minha frente nunca mais. Você não entende? Eu fiz a minha escolha e você não estava incluído nela. – ela se aproximou de Jimin o suficiente para segurar seu rosto e sussurrar em seu ouvido, mas ainda assim Hoseok podia ouvi-la. — Você sabe o quanto foi difícil ser uma mãe solteira? Eu odiava ter que criar você e eu queria que você morresse. Quando eu conheci Do Jeon eu pensei que estava salva, mas você estava ali me atrapalhando mais uma vez. Você faz ideia de tudo que eu tive que aguentar porque ele não aceitava você? Ainda assim ele me ajudou a criar você durante tanto tempo. Quando eu decidi abrir mão de você e servir a ele, a minha vida mudou. Eu tenho tudo em minhas mãos. Dinheiro, poder, uma família. Quem você acha que é pra aparecer de repente e me chamar de “mamãe” na frente de todas aquelas pessoas?

— Eu sinto muito... – Jimin sussurrava, seu corpo tremia e ele mantinha a cabeça abaixada o tempo todo, ainda chorando muito. — Eu não pretendia... Eu não pretendia aparecer assim... Eu pensei que ainda morava em Hangzhou.

— Seja em Busan ou em Hangzhou, você não pode me chamar de mãe. Eu não sou sua mãe. Eu não quero ver seu rosto nem sua aparência miserável de novo. Não queira me ver também, certo?

— Vamos, Ji Woo. – Do Jeon chamou e ela sorriu mais uma vez enquanto se afastava de Jimin. Olhou mais uma vez para as mãos dadas antes de dar as costas aos dois e então Hoseok sentiu uma pancada muito forte na cabeça, que o levou ao chão no mesmo instante, soltando a mão de Jimin, mas quase o derrubando também.

— Não mate. – ouviu Do Jeon dizer, mas agora o barracão parecia mais escuro e os sons eram abafados e distantes, como um sonho.

Viu Jimin ser puxado e depois alguém o segurou por trás, mas tudo ficou escuro de vez, e embora Hoseok ainda pudesse ouvir o som dos socos, logo tudo ficou silencioso também.

 

 

 

Hoseok tinha certeza de que seus olhos estavam abertos, mas não conseguia enxergar nada e também não podia respirar direito. Tentou passar a mão pelo rosto sentindo o saco de tecido que cobria sua cabeça, o afastando para longe.

Apoiou as mãos no chão, sentindo a areia úmida entre os dedos e só então se deu conta do barulho do mar. Hoseok se colocou de joelhos, sentindo a cabeça doer, mas olhou de um lado para o outro. Não sabia onde estava, mas era uma praia, o dia já tinha ido embora então não havia ninguém ali e a lua pintava a areia de cinza.

— Jimin... – sussurrou, girando o corpo de um lado para o outro, mas não via ninguém. — JIMIN? – se levantou desajeitado, olhando mais uma vez para todos os lados antes de começar a correr.

Gritou o nome de Jimin mais algumas vezes, mas sua cabeça doía e a areia fazia com que suas pernas parecessem muito pesadas, a ponto de jogá-lo no chão diversas vezes, por fim se deixando apenas cair. Se encolheu, sentindo a areia entranhar em seu cabelo, chorando alto por longos minutos e então fez silêncio.

Estava frio e só assim pode perceber que estava descalço. Hoseok riu de si mesmo. Estava tão preocupado com Jimin que não era capaz de entender o que tinha acontecido com ele mesmo.

— Onde você está…? Por favor, esteja vivo… Por favor. – estava chorando mais uma vez e a sensação de incapacidade parecia roer seus ossos. — Eu não consigo ir até você... Por favor, esteja vivo…

Hoseok alcançou o celular no bolso da calça, procurando o número de Jin na agenda, não pensando muito antes de ligar.

"O número chamado está desligado ou não pode receber essa ligação no momento."

Tentou várias vezes, mas sempre ouvia a mesma mensagem. Mesmo Namjoon não estava atendendo, chamava até cair. Discou o número de Jimin, com medo de que isso pudesse prejudicá-lo, mas no momento seguinte ouviu um celular tocando não muito longe.

Hoseok se levantou assustado ao reconhecer aquela música estranha que tocava sempre que alguém ligava para Jimin, então correu em direção a ela, deixando o próprio celular cair em qualquer lugar quando finalmente viu uma massa escura.

Correu até Jimin sem saber se aquilo que apertava sua garganta era alívio ou medo. Hoseok o puxou para longe da água que já tocava seus pés, arrastando-o até que seu corpo também cedeu, o jogando sentado no chão, mas não se importava, agarrou Jimin, puxando-o para seu colo.

O rosto do mais novo estava inchado e vermelho, tinha sangue em sua boca e em seu nariz e ele gemeu quando Hoseok o puxou, mas continuou desacordado. Ainda assim Hoseok sentia como se seu coração fosse explodir, porque mesmo que machucado, ele ainda estava vivo.

— Graças a deus... – o abraçou com força e Jimin gemeu mais uma vez. — O que eu faço...? – procurou pelo celular de Jimin que havia parado de tocar, procurando as pressas o número de Jin. Ligou mais algumas vezes, mas ouvia a mesma mensagem de antes. — Droga...

Deixou Jimin no chão para pegar o próprio celular, enfiando-o no bolso junto com o outro, depois ergueu o corpo de Jimin, o colocando com alguma dificuldade em suas costas. Precisava levá-lo a um hospital e dessa vez não hesitaria nem por um momento.

 

 

 

O médico havia enchido Hoseok de perguntas, mas ele não podia responder qualquer uma delas. Algumas porque não queria expor Jimin, outras porque simplesmente não sabia. No fim o médico apenas se cansou do quanto Hoseok gaguejava nervoso e pediu que a enfermeira passasse qualquer coisa para aliviar a dor da pancada que havia recebido na cabeça.

Namjoon havia finalmente ligado de volta e Hoseok avisou sobre Jimin. Não deu explicações, não queria fazer isso por telefone, mas sabia que não demorariam a estar ali.

Jimin ainda não havia acordado, mas o médico afirmava que ele estava bem e que só precisava de um tempo para se recuperar, então Hoseok sentiu que podia relaxar ao menos um pouco na cadeira abandonada no canto do quarto.

Não sabia dizer se tinha dormido de verdade, mas quando conseguiu reabrir os olhos, a primeira coisa que viu foi a silhueta de alguém perto da cama. Esfregou os olhos que ardiam, se espreguiçando antes de se levantar.

Foi Namjoon quem veio em sua direção, saindo de perto de Jimin. Ele parecia muito cansado e preocupado ao mesmo tempo.

— Hyung, o que aconteceu? Por que ele está tão machucado? – Namjoon o segurou pelos ombros. — Você está bem? Não te machucaram? Por que está coberto de areia?

— Eu estou bem, não se preocupe.

— E ele? – Hoseok olhou Jimin que ainda dormia. — Foram aqueles caras de novo?

Hoseok olhou assustado para Namjoon.

— Você sabe sobre isso?

— Todo mundo sabe, só finge que não. Mas e então? Foram eles? – Hoseok negou com a cabeça.

— A mãe dele... – Namjoon abriu a boca pronto para responder seja lá o que fosse, mas não disse nada, continuou olhando para Hoseok completamente chocado, antes de desviar os olhos para Jimin.

Hoseok queria se sentir surpreso com a reação de Namjoon, mas ele sabia, agora melhor do que qualquer outra pessoa, o que aquilo significava. Tinha certeza de que Jimin ainda tinha esperanças sobre a mãe, mesmo que mínimas, e sabia que se Jimin já não estava quebrado por completo antes, agora nada poderia consertá-lo.

 

 

Eu não sabia que havia esse tanto
De caminhos que eu não posso ir e caminhos que eu não posso tomar
Eu nunca me senti assim antes
Estaria eu me tornando um adulto?

Isso é muito difícil
É este o caminho certo para mim?
Estou muito confuso
Nunca me deixe sozinho
Eu ainda acredito, mesmo que seja inacreditável


Notas Finais


Side: https://spiritfanfics.com/historia/unbreakable-8215049
Vejo vocês no último capítulo? ;u;


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