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História Fique longe dele - Kim Taehyung (Segunda Temporada) - Vulneráveis.


Escrita por: Maaru

Notas do Autor


Boa Leitura! ♥️

Capítulo 13 - Vulneráveis.


Fanfic / Fanfiction Fique longe dele - Kim Taehyung (Segunda Temporada) - Vulneráveis.


Choi Yuri.


Adentramos o quarto, afinal, fora evidente que não teríamos escolha.


A moça responsável pela recepção havia nos dito que ficaríamos em um quarto temático, mas no meu ponto de vista, aparentemente é apenas mais um quarto de hotel simples, diferenciado minimamente com algumas decorações um tanto rústicas.


As paredes eram de coloração neutra, contendo uma janela grande na lateral, uma cama de casal bem grande, um banheiro, um frigobar, enfim, o típico…


Vi Taehyung passar por mim, rumando em direção a janela, abrindo as cortinas, me permitindo ter a visão da cidade durante a noite, assim como da chuva que ainda se mantinha intensa ao lado de fora.


Respirei profundamente, a minha visão estava um pouco turva e ainda podia sentir o efeito do álcool predominante e ávido em meu corpo.


Meu cérebro começou a processar toda a situação.


Não consegui voltar para casa, o meu celular descarregou, estou em um quarto de hotel qualquer, e como se não pudesse ser mais estranho, ainda estou acompanhada pelo meu ex namorado que só tive contato duas vezes desde que retornou para o país.


Eu não sei o que fazer, não sei o que dizer, era a primeira vez em que ficava sozinha com ele após anos, e por incrível que pareça, pensar nisso está começando a me causar um embrulho no estômago.


Minha cabeça e corpo pareciam girar, ainda que eu estivesse totalmente parada, pousei as mãos sobre a barriga, sentindo-me formigar e… gelar.


Um refluxo se ameaçou em meu organismo, subindo até a minha garganta.


Merda, qualquer coisa menos isso… logo com ele aqui?


— Então, acho eu que posso dormir no chão e você na… — Cessou as palavras assim que se virou. — Yuri?


Meu estômago, estava muito, muito embrulhado, e me sentia suando frio.


Acho que eu realmente vou…


— Taehyung… — Ainda consegui ter forças para enunciar o seu nome antes de minhas bochechas inflarem.


— Merda!


O moreno veio rapidamente até mim, segurando-me e guiando-me rapidamente até o banheiro, abrindo a porta e me pondo para dentro.


Não pensei duas vezes em ir até o vaso, o destampando e me inclinando, já pondo tudo para fora.


Céus, não pode ser possível.


Sempre pode ficar pior.


Sinto os palmos alheios erguerem o meu cabelo para que não caísse dentro ou sujasse.


Tinha que ser justo Kim Taehyung a estar presenciando essa cena? 


O mais engraçado, é que eu nunca havia vomitado desta maneira depois de beber, portanto, possivelmente o destino não deve gostar muito de mim.


Ofeguei, erguendo a cabeça para tomar ar, segurando as bordas do vaso em busca de apoio, um tanto anti-higiénico, eu sei, mas não havia outra alternativa no momento.


Meu peito doía, assim como a minha barriga, após as fortes contrações para vomitar, presumo que até mesmo a minha alma deve ter ido junto.


Devo ter passado mais ou menos uns quinze minutos ali, já sem forças, sentando-me no chão.


— Ainda sente enjôo? — Perguntou.


Virei-me lerda para ele, com minha visão intercalada entre borrões.


— Eu… não sei. — Minha voz soou fraca. — Socorro, Taehyung… chame um médico! 


Ele riu nasalado, posicionando-se atrás de mim e amarrotou cuidadosamente o meu cabelo em um coque desajeitado, ficando de pé em seguida e afastou-se de mim.


— Eu já volto. — Saiu do banheiro, deixando-me sozinha.


Meu Deus, se a minha família e amigos próximos me vissem desse jeito… nunca senti tanta vergonha e vontade de sumir.


Olhe só para mim… 


Percebo a silhueta esbelta retornando, agachando-se novamente à minha frente, oferecendo-me uma garrafa de água.


— Beba, precisa se hidratar, perdeu muito líquido. — Disse.


Gemi frustrada, pegando a garrafa de sua mão, a destampando e ingerindo o líquido gelado.


— Obriga...da. — Solucei.


— Eu avisei para não exagerar, você tem o organismo fraco para álcool, Yuri.


Esbocei uma careta.


— Desculpe… era para ser somente alguns copinhos… — Falei lerdamente.


Taehyung suspirou, levantando-se, abaixando a tampa do vaso e dando descarga no mesmo.


— Acha que ainda irá vomitar? — Perguntou.


Neguei com um movimento de cabeça, sentia-me um pouco mais aliviada.


— Por enquanto… não. — Solucei novamente.


Ele se inclinou, segurando-me.


— Venha, precisa lavar esse rosto. — Exclamou, me ajudando a ficar de pé.


Taehyung me aproximou da pia de tamanho mediano, ajudando-me a lavar as mãos e rosto, eu estava um pouco lerda e tonta para conseguir realizar tais atos sozinha, até poderia, não havia necessidade para que ele agisse assim, mas eu não consegui recusar, e tenho certeza de que ele me ignoraria.


O Kim secou o meu rosto com a toalha, olhando-me com um pequeno sorriso, esboçado nos lábios.


— Pronto, um bumbum de bebê. — Brincou, acariciando as minhas bochechas rapidamente.


Tentei sorrir, mas acho que acabei fazendo o contrário, uma careta de choro.


Desejo tanto sumir.


— Me sinto como uma criança… — Resmunguei.


— No fundo você ainda é uma. — Rebateu. — Deveria deitar-se.


Eu possuía um bom argumento para devolver, mas tinha forças? Não.


Apenas assenti, o sentindo me segurar cautelosamente pela cintura e me guiar até a cama.


Sentei-me no colchão, ele me ajudou a retirar a jaqueta que ainda estava trajando, a colocando sobre um puff que havia ali próximo. Então, deitei-me, o observando retirar os meus coturnos e me deixar apenas de meias.


— Por que você parece tão… sóbrio? — Indaguei arrastada.


Ele me olhou, franzindo as sobrancelhas.


— Pareço sóbrio?


Movi a cabeça positivamente.


— Como consegue?


Taehyung deu de ombros.


— É simples, eu não bebi tanto quanto você, e principalmente, não misturei as bebidas.


Bufei.


— Ah… 


— Mas não significa que não esteja me sentindo tonto, a minha cabeça dói um pouco. — Disse.


O rapaz retirou o sobretudo, o pondo junto a minha jaqueta, eu estava prestes a tentar fazer esforço para arrumar a postura sobre o colchão, mas acabei me surpreendendo e arregalando os olhos quando o vi se inclinar um pouco e pousar as mãos em minha cintura.


— O que você…


— Posso tirar o seu jeans? Não acho que vá se sentir muito confortável dormindo assim. — Me olhava, pedindo permissão.


Minha nossa senhora, eu poderia tirar a peça sozinha, não posso, espera, não posso tirar os meus jeans, ele… não pode me ver desse jeito…


O que eu faço?


Me sentia em confusão agora, por um motivo idiota, era somente dizer não, ou sim, ou só…


— Pode…


Ele voltou a atenção a peça, desabotoando e descendo o zíper. Neste instante a minha respiração já se encontra ficando intensa apenas de vê-lo realizando tal ato, e comecei a travar uma batalha interna contra os meus batimentos cardíacos, me esforçando o máximo que podia para contê-los.


Taehyung segurou as bordas do meu jeans com os dedos, começando a puxar a veste para baixo, fechei os olhos, pois não queria mais ver, já até mesmo podia sentir as minhas bochechas queimando.


— Não precisa ficar com vergonha, não é como se eu nunca tivesse lhe visto desse modo. — Proferiu, demonstrando ter percebido a minha expressão.


Abri os olhos.


— Sabe, tudo está sempre em constante mudança… aquele era o meu corpo de dezoito anos, este agora é o meu corpo de vinte e cinco, completamente diferente. — Forcei um sorriso, abobalhada.


Taehyung riu.


— Uau, que fato interessante. — Debochou, colocando a minha calça sobre o puff.


Tive consideravelmente sorte em estar trajando uma blusa um pouco mais larga e comprida.


Odeio admitir, mas Taehyung tinha razão, dormir com aquele jeans apertado seria muito desconfortável.


— Acabei de ter um dejavu! — Anunciei, enquanto ele me ajudava a arrumar a postura na cama, me pondo na horizontal sobre o colchão.


— É mesmo?


— Sim… nós… já vivemos um momento semelhante a este… 


— Hum, e você gostaria de falar sobre?


Céus, estou sendo e agindo como uma completa idiota, e ele como alguém que não quer estragar o meu momento, fingindo interesse quando na verdade deve estar pouco se fodendo para o meu dejavu.


— Foi durante a época do ensino médio, você havia ganhado a segunda etapa das regionais de natação… — Suspirei, me recordando. — Então, me convidou para sair, apenas nós dois. Fomos a um restaurante muito bonito, que possuía tinha vista pro mar. — Ri fraco. — E você deixou que eu pedisse o meu vinho favorito, e eu exagerei em tomá-lo assim como hoje, fiquei bêbada como estou agora, e você teve que me aguentar lhe perturbando no carro enquanto me levava de volta para casa. — Ele estava sentado ao meu lado na beira da cama, olhando-me fixamente nos olhos e parecia prestar atenção em casa palavra que eu dizia. — Quando chegamos, eu estava tonta demais para entrar sozinha, você me ajudou, e me colocou na cama como fez agora… lembra-se? Ou precisa de mais detalhes.


Taehyung piscou os olhos rapidamente, acho que não estava prestando tanta atenção assim.


— Não… já foi o suficiente. — Sorriu pequeno. — Eu… acho que me lembro desse dia.


— É…? Claro que lembra, eu ataquei você…


Rimos.


— Admito que fiquei um pouco assustado. 


Ergui o cenho.


— Eu não tinha noção do que estava fazendo, desculpe, não foi intencional, juro que se estivesse sóbria não teria feito aquilo, nem dito aquelas coisas… — Escondi o rosto nas mãos, rindo.


— Tudo bem, eu entendo. — Disse. — Mas você estava engraçada.


— E você com medo de mim! Até mesmo se assustou. — Gargalhei.


Ele revirou os olhos.


— Está achando engraçado?


Neguei com um movimento de cabeça.


— Você deveria ter visto a sua cara, parecia estar morrendo de medo que eu fizesse algo com você! — Disse entre risos. — Ficou tão vermelho quanto um tomate.


Ele estreitou os olhos para mim.


— Sua… — Inclinou-se, tocando-me, começando a me fazer cócegas. 


Entoei uma gargalhada alta ao sentir os dedilhados em minhas áreas sensíveis, me debatia para fugir mas ele tinha mais força e me puxava.


— Para! — Implorei entre risos. — So...corro!


— Parar? Você merece ser punida por ter me chamado de medroso.


Já estava ficando sem ar de tanto rir.


— Taehyung! — Arfei.


Olhei para ele rapidamente, notando que o mesmo parecia se divertir me vendo daquele jeito, sorrindo.


Um aperto forte se formou em meu peito inesperadamente, e então, sem que eu pudesse perceber ou controlar… Comecei a chorar, chorar como uma criança quando tem seu doce roubado.


As lágrimas desciam incessantes por meu rosto, que rapidamente cobri com os dois braços por cima, escondendo-me. Foi de repente, não sei como aconteceu, eu não queria que isso ocorresse…


Seu dedos cessaram o ato de me fazer cócegas, e não sei o que ele estava fazendo ou como estava reagindo ao me ver assim, pois, está tudo escuro.


Entretanto, não demorei muito tempo naquela posição, pois logo pude sentir novamente o toque de suas mãos segurando os meus braços suavemente, os afastando devagar do meu rosto, e não tinha forças para relutar no estado em que agora encontro-me. Abri os meus olhos, soluçando, não conseguia ver seu rosto nitidamente, afinal, a minha visão tornou-se embaçada em decorrência das lágrimas que se acumulavam.


Não sabia como interpretar a expressão que ele tinha no rosto, e isso acaba ainda mais comigo, não quero que sinta pena de mim.


Ele entreabriu os lábios.


— Yuri… por que está chorando? — Questionou em tom baixo.


A mesma situação se repete novamente, tudo que eu havia guardado e escondido dentro de mim parecia estar voltando a tona novamente, com tanta força, era como ver um filme passando em minha cabeça contra a minha vontade, isso não pode estar acontecendo.


— Por que você fez isso? Por que foi embora? — Exclamei. — Você tem noção… do quanto me magoou? — Eu não tinha controle das minhas palavras, aquela não era eu.


— Yuri…


— Você me deixou sozinha, mesmo lhe pedindo para ficar, não teve o mínimo de consideração por mim, você prometeu que sempre ficaria ao meu lado! — Minha voz soou alta e chorosa. — Eu passei muito tempo, sentindo como se a saudade fosse me matar, não conseguia para de pensar em você, e nada mais para mim parecia ter sentido, não sem você ao meu lado… Você não imagina, o quanto doeu… — Taehyung apenas me olhava, ouvindo-me, ainda segurando os meus braços. — Eu juro, que ainda tentei esperar por você, mas… percebi que fazer isso só me faria sofrer ainda mais, eu precisava seguir em frente, e a cada dia eu me esforçava o máximo que podia para deixar tudo para trás, principalmente para não preocupar a minha família e os nossos amigos. E foi a coisa mais difícil do mundo, porque tudo me lembrava você, até mesmo eles… — Respirei profundamente, fungando. — Eu dei o meu melhor, para cumprir a promessa que fiz a você, de que seria feliz, de que viveria a minha vida… 


O ver calado, apenas olhando para mim sem que eu pudesse saber o que estava sentindo, deixava-me louca, e mais triste ainda.


— Diga alguma coisa! 


— Você… fez o que era certo… — Finalmente disse algo, soltando os meus braços.


— Mas não era o que eu queria fazer! Você deveria ter ficado, deveríamos estar juntos até hoje, não tinha nada na minha vida que eu não quisesse mais que isso, você! — Me ergui, ficando sentada na cama assim como ele. — Deveria ter feito o que realmente queria fazer, não tenho nada contra ser um médico, mas esse não era o seu sonho, era o do seu pai, e você abriu mão de tudo o que você amava por isso, não foi justo! 


— Yuri, é melhor você parar…


— Parar? Eu não vou parar, isso está entalado na minha garganta há anos! Será que você… você não sentiu nada? Não é possível que não tenha sentido a minha falta… 


— Eu senti falta de tudo! — Rebateu. — Acredite ou não eu sei como você se sente, eu senti o mesmo, mas infelizmente apenas percebi isso quando já era tarde demais. Pensei que estivesse fazendo a coisa certa, mas não havia mais como voltar atrás, tive de ir até o fim, e somente agora pude voltar.


— E por que não me procurou? Por que não respondia às minhas mensagens? E-mails? Eu lhe enviei tantos, queria saber como você estava, e nunca me respondeu, como se eu nunca tivesse existido na sua vida, sabe o quanto isso me frustrou? 


— Eu não queria atrapalhar a sua vida, Yuri, eu sabia que se sentiria mal, queria que me superasse o mais rápido possível, se eu ficasse entrando em contato com você seria mais difícil para nós dois, nem mesmo tinha garantia de que voltaria a morar na Coréia. — Explicou. — Pensei em procurar por você quando retornei, mas, quando soube por Min-Ji que você estava bem, que tinha seguido em frente, com o emprego que queria, sua própria casa, sua independência, eu achei que só… que eu já não importava mais, principalmente quando ela me contou sobre você e o Yoongi. — Umedeceu os lábios. — Você não é mais a mesma, você mudou, e eu não faço mais parte disso, e não quero atrapalhar, de jeito nenhum! Mas não pense que não estou feliz por você, estou e muito.


Movi a cabeça em um gesto negativo.


— Não era para ter sido assim… — Murmurei.


— Mas é! E você tem que aceitar, nós dois temos, pode parecer que não, e não sei como consigo fingir isso tão bem, mas não faz ideia do ponto que chego de quase enlouquecer somente de lhe imaginar sendo tocada por outro homem que não sou eu!


— Eu te odeio! 


— Eu também me odiaria…


Bufei, secando as minhas lágrimas.


— Idiota…


— Admito que ainda tive esperança, mas… acho que é melhor assim. Yoongi com certeza não seria tão burro como eu fui.


— Com certeza não… — Murmurei.


— Mas não precisa esfregar na minha cara… — Suspirou. — Enfim… há algum lençol sobrando?


— Por que?


— Irei dormir no chão, já que não conseguimos quartos separados. — Deu de ombros.


Ele só poderia estar de palhaçada com a minha cara.


— Não precisa dormir no chão, há bastante espaço aqui.


— Yuri…


Esse homem…


O empurrei, fazendo-o deitar-se na cama e em seguindo posicionei-me acima de si, com os meus joelhos um de cada lado do seu quadril, e minhas mãos apoiando-me de cada lado da sua cabeça.


— Seja sincero, durante esse tempo, você se relacionou com outra pessoa? — Perguntei, séria.


Ele parecia hesitar em responder.


— Por que isso importa? 


— E-Eu… eu não sei… esqueça, é idiotice, é claro que você tem o direito de ficar com quem quiser… — Suspirei com pesar, desviando os olhos.


Bufou.


— Mesmo que eu tenha me relacionado com outras pessoas, Yuri, não significa que tenha sido o suficiente para que eu continuasse. Eu… não tenho tido mais tempo e nem cabeça para ter algo sério com alguém.


Céus, não, eu posso estar começando a sentir ciúmes somente de imaginar ele com outra, não possuo mais o direito disso, e muito menos devo após tanto tempo.


— Ah…


— Foi melhor ter seguido em frente sozinho, assim não daria esperanças a ninguém e nem a mim mesmo.


Por que ouvir isso causou um aperto no meu peito? Cristo… eu te odeio álcool, por que está fazendo isso com nós dois?


Honestamente, eu espero estar bem longe e nunca saber quando ele estiver com outra pessoa, não quero sentir o mesmo que ele deve ter sentido quando soube de mim e Yoongi, deve ser horrível…


Suspirei, me inclinando, encostando minha testa na sua, e esse foi o pior ato que eu já fiz, pois os nossos rostos ficaram muito próximos, me permitindo sentir a sua respiração se chocando contra o meu rosto, e eu tinha a total visão dos seus lábios, que estavam entreabertos, como um convite.


Não faça isso!


Mordisquei o meu lábio inferior, me contendo com todas as forças, lutando contra os meus pensamentos de como seria beijá-lo novamente, como me sentiria…


Quando, senti as suas mãos vindo de encontro ao meu rosto, o acariciando com os polegares.


— Me desculpe, eu não queria que fosse assim, mas, é como se algo sempre me colocasse no seu caminho, não me deixando ficar longe de você. — Murmurou.


— A culpa também é minha, eu deveria ter ficado longe de você quando tive a chance… — Ri nasalado.


— Não é certo fazermos isso. Estamos bêbados, mas temos noção do risco. — Tentou soar engraçado.


Sorri pequeno.


— Eu não faria… — Retruquei. — Yoongi é… importante para mim.


— Eu sei, e você é para mim…


Assenti. No entanto, no momento em que o vi afastar uma das mãos, entreabri os meus lábios, erguendo o cenho ao perceber algo que não imaginava que poderia estar ali um dia, surpreendendo-me. 


— Tae… — Acidentalmente - mais uma vez - o chamei pelo apelido carinhoso de quando namorávamos.


— Hum?


— Você… se tatuou? — Indaguei, sem conseguir desviar o olhar das artes corporais destacadas em boa parte da sua pele, desde o dorso da sua mão, até a metade de seu braço, onde a manga de sua camisa cobria. Eu não havia reparado antes, pois nas últimas vezes em que havíamos nos encontrado pessoalmente, ele estava de jaleco, ou trajado em uma camisa social de mangas longas, sempre de alguma forma omitindo as tatuagens. Percorri os olhos por sua face, encaminhando os orbes até o seu pescoço, onde também tive a atenção atraída, então, silenciosamente, tomei a liberdade de afastar a gola de sua camisa, esta que continha alguns botões já abertos, facilitando que eu visse mais uma de suas estigmas, meticulosamente bem feita em sua pele bronzeada, algo como galhos, finos, seguindo até o início de seu busto, onde os galhos engrossavam e haviam três belas flores. Era linda.


— Gosta do que vê? — O ouço enunciar, logo fazendo-me retomar a atenção a si, despertando do transe.


— O que significa? — Questiono, ao passo que deslizo os meus dedos suavemente pelos traços em sua tez.


— São galhos de hanahaki. — Disse.


— E o que eles são? 


— É irrelevante.


— Eu gostaria de saber… é muito bonito. — Confessei em voz alta, admirada, e ainda mais impressionada por estar vendo-o assim, tão diferente que chegava a me assustar, afinal, como Kim Taehyung consegue ser tão encantador quanto era na primeira vez que o vi? Sua feição parece tão madura, e não consigo parar de olhá-lo nesta posição, deitado abaixo de mim, as madeixas longas, escuras como penumbra espalhadas no lençol.


Respirei profundamente, buscando autocontrole. Mas tamanha força de vontade tornava-se impossível sempre que os nossos olhares se encontravam.


— É melhor tentarmos dormir, logo irá amanhecer, gostaria de pelo menos duas horas de sono… — Esboçou uma careta.


— Ah, sim… é claro. Mas, por favor,  não durma no chão, vai doer às suas costas… — Pedi. — Ou não sairei de cima de você.


Ele riu.


— Tudo bem. — Sussurrou. 


Sorri, afastando-me de cima de seu corpo, me deitando. Ele se deitou ao meu lado em seguida, virado para o outro lado.


Me cobri com o lençol, estava frio.


— Boa noite… — Disse.


— Bom resto de noite. — Respondeu.


                           [...]


6:00.


Despertei antes de Taehyung, pegando as minhas roupas e me vestindo, fazendo o máximo de silêncio possível, o rapaz parecia estar em sono profundo, agarrado ao travesseiro.


Não queria acordá-lo, presumo que tenha programado o despertador do celular, então é bom que descanse o máximo que puder, quanto a mim, tenho coisas a resolver ainda, portanto preciso ir primeiro.


Já estava pronta, mas antes de ir, aproximei-me dele, vendo-o dormir por um momento, agachada a sua frente.


— Obrigada por cuidar de mim, e me desculpe por dar trabalho… — Murmurei baixo, acariciando levemente o seu couro cabeludo.


Me ergui, deixando o quarto silenciosamente.


Passei pela recepção.


— Com licença, o amigo ainda está dormindo no quarto, então caso ele pergunte, diga que precisei sair primeiro e não quis acordá-lo. — Disse para a mulher.


Ela assentiu.


— A noite foi boa? — Soou maliciosa.


Estreitei os olhos para ela.


— Nós apenas dormimos.


Não era como se interessasse a ela.


— Oh, então… será que eu poderia…


Arregalei os olhos.


— Não ouse entrar naquele quarto e encostar um dedo nele! — Exclamei, e desta vez considero que soei grossa.


Ela riu.


— É brincadeira, querida, irei avisar a ele o que pediu, tenha um bom dia.


Suspirei.


— Você também… "querida"…


Deixei o lugar, rumando para a minha casa, precisava tomar um banho, teria que estar no trabalho daqui a duas horas.




                              



Notas Finais


Nossa, o álcool e os seus poderes 🤭

O que acharam, anjinhos? Espero que estejam gostando! ♥️♥️

Até o próximo! ♥️🤗


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