Kim Taehyung.
Você tem belas tatuagens, Kim…
Franzo o meu cenho, apertando as pálpebras antes de finalmente abrir os meus olhos. Levei algum tempo até que finalmente me acostumasse com a claridade, sentindo uma superfície macia abaixo das minhas costas.
A chuva já havia passado? Quando foi que peguei no sono?
Passei as mãos no rosto, virando-me para o lado. Havia uma silhueta próxima a mim, de costas, os longos cabelos espalhados sobre o travesseiro, fazendo-me cogitar por alguns instantes que pudesse estar sonhando, ou até mesmo, que aquela fosse Yuri.
Mas, eu não conseguia recordar de nada, nem mesmo o momento em que saí da casa de Haneul, então…
— Mas que porra… — Murmurei, sentindo o meu corpo pesado e as têmporas latejando.
— Taehyung? — O tom de voz baixo enuncia o meu nome, e vejo aquela presença virar-se de frente para mim.
E foi naquele exato instante, que eu nunca havia desejado com todas as minhas forças estar sonhando, ou, ao menos, alucinando.
— Haneul? — Ergui o cenho, confuso, sem entender o que estava acontecendo. Por que ela está ao meu lado em uma merda de cama?
— Você está bem? — Indagou.
— "Bem" é uma palavra muito forte para julgar como se sinto, na verdade, eu prefiro saber o que está acontecendo… estava chovendo… — Disse, um tanto atordoado.
— É, estava, mas já passou há horas. — Deu de ombros.
— O que? E por que você não me disse nada?
— Você estava cansado, não seria uma boa ideia, não conseguiria dirigir naquele estado.
— Não interessa! — Exclamo, levantando-me rapidamente, então, a dor em minha cabeça se intensificou, e a minha visão tornou-se escura por alguns segundos. — Inferno! — Praguejo. — Eu tinha que ter voltado para casa, Haneul!
— Preferia morrer?
A encarei. Haneul estava completamente vermelha, estava estranha. Honestamente, toda esta situação está estranha.
— Por que eu estou aqui, no seu quarto? — Questiono, desviando o olhar para observar ao redor.
— Achei que seria mais confortável para você se dormisse em uma cama. O meu quarto de hóspedes está em reforma…
Eu preferia mil vezes ter despertado com torcicolo em um sofá.
— Haneul…
— Está tudo bem, Taehyung.
— Não, não está! Isso é intimidade demais! — Retruco, ficando de pé, à procura do meu celular. — Onde está o meu…
— O seu celular? O pus ali. — Apontou para a cômoda, e caminhei até lá, pegando o aparelho e desbloqueei a tela.
— Só pode ser sacanagem… — Murmuro, vendo as horas como se fossem um monstro escondido em meu armário. 7:12.
— Taehyung…
— Eu tenho que ir. — Respiro profundamente, procurando pela porta do cômodo. — Peço desculpas pelo incômodo.
— Taehyung!
— O que foi? — Olho para ela, que evidenciava estar sem graça.
— Você… está sem camisa…
— O que? — Arregalo os olhos, tateando o meu peito, sentindo a minha própria pele quente contra os dedos. Por que eu estou sem camisa? — Haneul, eu acho que será mais justo para nós dois, se você me explicar, agora.
— Explicar… o que?
— Eu estava bêbado, não consigo lembrar de nada, e de repente acordo na sua cama, e praticamente sem roupa? Que porra é essa? O que aconteceu? Não me diga que nós…
Ela ficou em silêncio, silêncio este que estava me deixando cada vez mais nervoso.
— Não exatamente, a gente só…
— Puta que pariu! — Lhe dei as costas, em um ato consideravelmente inquieto, encontrei a porta, passando pela mesma, caminhei pelo corredor desnorteado, surpreendentemente encontrando as minhas peças de roupa espalhadas pelo chão, as peguei, vestindo-me rapidamente, a caminho do hall, precisava sair desta casa.
— Taehyung! Espera! — Vejo Haneul contornar a parede, ofegante. — Você…
— Eu não quero ouví-la.
— Mas…
— Você tem alguma noção da situação de merda a qual estou? — Enuncio, ríspido. — Eu vim até aqui, porque precisava de um pouco de apoio, um conselho, não acabar deste modo!
— Eu só queria ajudar! Eu realmente quis te ajudar!
— Ótimo! Pois saiba que não ajudou em porra nenhuma!
— Não fale assim! Eu não tenho culpa do que está acontecendo com você.
— Exatamente, você não tem culpa, você não tem absolutamente nada a ver, e eu não deveria ter vindo até aqui justamente por isso.
— Você e Yuri são água e óleo, sabe disso… — A ouço murmurar. — É desperdício de tempo… eu me importo de verdade com você, e é por isso que estou sendo sincera. Vocês dois nunca conseguiram dar certo por mais que tentassem...
Fechei os olhos, esticando o palmo, recusando-me a lhe dar uma resposta, pois sequer conseguia pensar em uma agora.
— As chaves, por favor. — Pedi, e silenciosamente ela me entregou o molho. Abri a porta, praticamente correndo até o meu carro.
Soquei o volante, irritado, não conseguia recordar de nada e isso estava acabando comigo. Eu não queria começar a pensar que fiz algo, não queria pensar que cometi um erro.
Se realmente, eu e Haneul tivermos feito alguma coisa, todas as chances de me resolver com Yuri serão reduzidas a zero.
[...]
Choi Yuri.
— Mamãe!
— Eu já estou indo, Yun-Hee! — Exclamo, enquanto caminhava rapidamente pelo quarto, procurando pelas chaves do carro, estava quase na hora de levar Yun-Hee e Mi-Young para escola, ou nós três chegaríamos atrasados, pois também precisava estar na empresa até às 8:30.
Havia acordado um pouco mais tarde que o normal. Não havia conseguido dormir, admitia para mim mesma que estava incomodada, o que não deveria acontecer. A minha cabeça doía, assim como o meu corpo clamava para descansar mais um pouco, afinal, os meus filhos choraram a madrugada inteira, com medo dos trovões, e fora difícil finalmente chegar ao momento em que se acalmaram, pois eu também estava com medo, recordo que fora necessário abraçá-los e a todo instante dizer que nada iria acontecer, tentando convencer até a mim mesma.
O meu despertador não havia tocado, obviamente, após desligar o meu celular para não me igualar a Park Jimin e cometer um ato tão inoportuno quanto o mesmo.
Honestamente, eu esperava por qualquer coisa, talvez até mesmo que um raio atravessasse o teto da sala e me reduzisse a churrasco, mas, confesso que nunca havia sentido uma sensação tão ruim quanto aquela.
Eu apenas desejava que ele estivesse com as crianças, que acima de tudo, a prioridade fosse elas. Entretanto, comecei a considerar que estou fantasiando demais.
E se… eu mereço por isso? Possivelmente, seja o karma me provando que até mesmo "as contas mais atrasadas devem ser quitadas um dia", e o meu dia de quitar as minhas chegou.
E eu não irei mentir, o preço é, de fato, caro e doloroso.
— Yun-Hee, Mi-Young! Já terminaram de comer? Vão escovar o dentes, rápido! — Mandei, vendo-os corres desengonçados pela sala.
— Young colocou Yeontan na mochila!
Arregalei os olhos.
— O que?
— A professora disse que poderíamos levar um brinquedo que gostamos! — Disse o pequeno.
Rumei imediatamente até a mochila de Mi-Young, abrindo-a e logo o cachorrinho se retirou apressado da mesma, chacoalhando o pelo.
— Young, Yeontan não é um brinquedo, ele é um ser vivo, poderia tê-lo sufocado! — Disse, o repreendendo de maneira não muito ríspida. — Por favor, não faça mais isso. — Pedi, respirando profundamente.
— Desculpa… — Disse ele, formando um biquinho nos lábios, os olhinhos marejados, em notável arrependimento.
Ouço o resmungo de Yun-Hee soar do banheiro.
— Tudo bem, meu amor. — Esbocei um sorriso, desferindo um beijo em sua bochechinha. — Vá até o seu quarto, e escolha algum brinquedo que goste. — Ele assentiu, correndo até o cômodo — Hee! — Rumei até o banheiro, esboçando uma careta quando vi a menor com a blusa completamente manchada de pasta de dente, em menos de dez minutos. — Céus… por que não me esperou?
— Eu queria fazer sozinha! — Choramingou.
— Você ainda não tem coordenação motora o suficiente. — Suspirei, ajudando-a a retirar o traje para trocar, pois, por sorte, havia um uniforme reserva.
— O papai sempre me deixa escovar os dentes sozinha… — Murmurou, parecia desapontada.
A observei em silêncio por alguns segundos, começando a sentir aquele aperto em meu peito novamente, um nó incômodo em minha garganta, seguida da ardência em meus olhos, que logo tratei de disfarçar e respirar profundamente, mantendo o autocontrole.
— Promete que será mais cuidadosa para não se sujar novamente? — Lhe entrei a pasta e a sua escova de dentes.
Yun-Hee sorriu, assentindo.
— Eu prometo, mãe! — Ela subiu no banquinho, alcançando a pia para abrir a torneira.
— Tudo bem. — Lhe deixei por um instante, para pegar o seu uniforme reserva e também verificar se Mi-Young já estava pronto.
Não imaginava há anos atrás que ter filhos seria algo semelhante a uma maratona, principalmente dois. Me sentia perdida, ansiosa e muito preocupada na maior parte do tempo, tentando ser atenciosa com os dois, mas nem sempre parecia ser o suficiente.
Mais minutos se passaram e finalmente havia conseguido arrumá-los adequadamente. Pedi que me esperassem na sala enquanto ainda procurava pela chave do meu carro, e graças a Deus consegui encontrá-la literalmente em um lugar óbvio, mas não perdiria tempo me praguejando por ter sido tão lerda em reparar.
Segui pelo corredor até a escadaria, franzindo o meu cenho quando presumi estar ouvindo vozes, estas que não pareciam ser apenas dos meus filhos.
— Tomaram café da manhã? — Reconheci imediatamente o timbre grave soando na sala.
Caminhei cautelosamente, cessando os movimentos no penúltimo degrau da escada, observando aquela cena em silêncio, pois ainda não havia sido notada.
Se eu soubesse que ele retornaria ainda cedo, teria saído um pouco antes, no entanto, como eu iria saber?
— Sim, a mamãe fez panquecas com chocolate. — Respondeu Yun-Hee, sorridente, agarrada a ele em um abraço.
— Nós brincamos de construir um castelo, a mamãe fez sozinha, maior do que o seu, papai! — Mi-Young abriu os bracinhos, como se tentasse demonstrar o tamanho do "castelo" de lençóis.
— Ah, é mesmo? Fico feliz que tenham se divertido com ela.
— Nós nos divertimos… mas… — Yun-Hee esboçou uma careta.
— O que houve? — Taehyung demonstrava total interesse no que diziam.
— Começou a chover, com muitos trovões, e nós ficamos com medo. — Young completou. — A mamãe chorou muito. — Fui capaz de vê-lo formando um biquinho nos lábios.
Droga, não me dedurem assim.
— Onde o senhor estava, pai? Prometeu que não iria demorar… — Yun-Hee questionou.
O silêncio entre eles pairou por exatamente seis segundos.
— Eu… tive que comparecer no trabalho, precisavam de mim…
Mentiroso.
— Yun-Hee, Mi-Young, vamos! — Decido interferir, afinal já estávamos atrasados.
Pude sentir o peso do olhar sobre mim, mas o ignorei o quanto pude, mantendo a atenção nos meus filhos que vinham em minha direção, enquanto rumava até a porta para sairmos.
— Boa aula! — Taehyung acenou para eles.
— Eu te amo, papai. — Yun-Hee lhe lançou um beijo no ar.
— Eu também amo vocês.
Abri a porta, permitindo que os pequenos passassem primeiro.
— Yuri.
O meu corpo inteiro travou, e intensifiquei o aperto na maçaneta, mordiscando o meu lábio inferior, sem saber o que fazer, então, ao passo que os meus batimentos cardíacos eram realizados de modo acelerado contra as minhas costelas, virei-me, e instantâneamente os nossos olhares se encontraram.
— Para o carro, os dois. — Enunciei, mantendo o contato visual, apenas ouvindo os passos dos meus filhos até a garagem.
— Nós precisamos conversar. — Retrucou, o tom baixo, a expressão completamente neutra, me causou desconforto, pois apenas conseguia me lembrar da sua voz arrastada e o timbre agudo ao fundo na ligação.
— A única coisa que nós precisamos, é ser pais. Apenas isso. — Retruco, seriamente. — Acho que agora estamos quites. Espero que o "trabalho" tenha lhe compensado uma ótima noite. — Lhe dei as costas, batendo a porta com força.
Funguei, secando uma lágrima teimosa, indo para a garagem. Faria isso pelos meus filhos, somente e unicamente por eles.
[...]
12:34.
— Não passou da hora de buscar os seus filhos, Yuri?
Cutuquei o pedaço de brócolis com o garfo, odiava brócolis.
— Sohye já os buscou. — Respondi, não muito interessada.
A manhã havia se passado em um piscar de olhos, tive de pedir a Kung que me liberasse para o almoço um pouco antes, estava faminta, não havia comido nada antes de sair para não perder muito tempo, e também não era como se eu conseguisse comer algo.
— Você não comeu praticamente nada, tem certeza de que está bem?
— Será que você pode parar de me fazer tantas perguntas, Seo-li? — Ergo o olhar, logo encolhendo o corpo, percebendo que havia sido um pouco grossa.
A ruiva suspirou, arrumando a postura sobre o assento.
— Desculpe, eu… apenas fiquei preocupada, você não costuma ser assim…
— Sou eu quem devo pedir desculpas, você não tem culpas dos meus problemas. — Forcei um sorriso.
— Não quero parecer inconveniente, mas, ainda é por causa do que aconteceu no aniversário do Jin?
Eu gostaria que a situação tivesse se limitado àquele ocorrido. Mas, é como diz o ditado…
"Nada é tão ruim que não possa se tornar pior."
— Eu… não sei. — Murmurei.
— Eu sinto muito, Yuri. A atitude de Min-Ji naquele dia fora ridícula.
— Talvez eu tenha merecido. — Dei de ombros.
— Como assim? Então é verdade? Você e o Jungkook…
— Sim. — Fui direta.
— Mas você não estava com Taehyung ou Yoongi na época, estava?
— Não.
— Então… não é como se tivesse sido errado, eu acho…
— Na verdade, foi errado. — Suspirei com pesar. — Errado porque eu não sentia nada por Jungkook, errado porque apenas o usei, errado porque Min-Ji tinha sentimentos por ele, errado porque eu pensei em outra pessoa enquanto estava com ele, e errado porque permiti que acontecesse novamente. — Crispei os lábios.
— Ah… — Seo-li parecia sem graça. — Mas… você e Taehyung conversaram, não é?
Quando se trata de mim e Kim Taehyung, conversar é como dar pepino a um gato.
Nós dois sempre fomos bons em muitas coisas, em nossas vidas profissionais, em dar orgulho aos nossos pais, nas notas da escola, em fazer amizades, atividades físicas, transar, ser bons pais, mas definitivamente, conversar sempre foi um problema sério que não conseguimos harmonizar adequadamente.
— Não…
— E quando farão isso? Vocês não podem simplesmente ficar agindo assim, ignorando um ao outro, vocês tem filhos, precisam ter uma boa relação, isso influencia bastante, sabia?
Será mesmo que temos filhos? É estranho…
Sequer parece que temos tudo isso…
— Seo-li.
— Hum?
— Você confia no Hoseok, não é?
— É óbvio, ou não estaria casada com ele até hoje. — Respondeu prontamente.
— Entendo. Mas… você acha que ele poderia trair a sua confiança um dia?
— Sinceramente, eu não sei. Por que está me fazendo este tipo de pergunta? Taehyung por acaso fez alguma coisa? Ele…
Movi a cabeça negativamente.
— Não tenho o direito de julgar algo assim, no entanto, sinto que há algo de errado…
— Yuri…
Eu queria chorar, eu iria chorar.
O nosso momento de silêncio vergonhoso fora interrompido, especificamente pelo toque do meu celular, este que se encontrava ao meu lado sobre a mesa.
Entreabri os lábios, vendo a tela acesa com o nome "Jeon Jungkook" durante a ligação.
Ele não desiste…
— Não irá atender?
Hesitei, olhando alternadamente para Seo-li e o aparelho. Logo tomando uma decisão antes do último toque.
— Com licença. — Pedi a ela, afastando-me da mesa, indo até a área aberta do restaurante. — Alô…
— Porra, até que enfim. Me desculpe se a estiver incomodando, eu sei que não deveria ligar, que deveria me afastar depois de tudo o que aconteceu, mas eu ao menos gostaria de saber se você está bem, e pedir desculpa, por favor, me desculpe por todo o transtorno que causei, Yuri.
Umedeci os meus lábios.
— Jungkook.
— O que foi? Eu… vou entender se não quiser mais nenhum tipo de contato comigo, apenas queria que soubesse disso, que me arrependo.
Eu também me arrependia, mas já não sei mais do quê.
— Eu… acho que conversar por ligação não é o suficiente.
— Como assim? Você…
— Podemos nos encontrar? Você está livre daqui há uma hora? Sei que é repentino, mas é necessário.
— Estou, estou sim… aonde?
— Eu lhe mando o endereço por mensagem, tudo bem?
— Certo.
Encerrei a ligação, fechando os olhos por um instante, recuperando a postura e retornando para a mesa.
Aquela havia sido a decisão mais rápida e decisiva que já tomei em toda a minha vida.
[...]
19:30.
— Posso comer mais? — Mi-Young piscou os olhinhos, esticando o prato já vazio para mim.
— Amanhã. Se comer muito poderá sentir dor na barriguinha. — Apertei a sua bochecha levemente, e ele riu fraco, e peguei o seu prato para lavar.
— Young, ganhei lápis de colorir novos! — Yun-Hee veio correndo, segurando uma embalagem cheia de lápis de colorir, animada.
— Yun-Hee, você acabou de jantar, não corra. — Taehyung a repreendeu, adentrando a cozinha.
— O que? Quem deu para você? — O pequeno perguntou, descendo da cadeira devagar, com a ajuda do pai.
— O papai! — Ela respondeu.
— Mas… e eu? — Ele olhou para nós dois.
— Há o suficiente para dividirem, não acham? — Ergui o cenho.
— Sim, mãe! — Yun-Hee tocou o braço do irmão, o puxando. — Vamos desenhar, vem!
Ainda que tenhamos os alertado, não adiantou, os dois correram apressados pelo corredor, ansiosos para brincarem.
Ri fraco, logo retomando a atenção para a pia, pois precisava lavar a louça.
— Me deixe ajudá-la. — Percebo a silhueta masculina se aproximar de mim, e rapidamente recuo.
— Eu consigo sem você! — Evito olhá-lo.
Taehyung suspirou.
— Por favor, Yuri… iremos agir assim até quando?
— Ah… — Ri com escárnio. — Mas foi você quem começou, lembra-se? Eu apenas estou cooperando.
— Eles não merecem passar por isso…
— Uh, então agora você pensa neles? — Rebato, finalmente tomando coragem para encará-lo.
— Eu sempre penso neles.
— Ontem parece que foi uma excessão…
— Eu apenas precisava de um tempo, não sou a merda de um robô! — Exclamou contido.
— E quanto a mim, huh? O que acha que sou? Algum tipo de pedra? Sem emoções ou as próprias vontades? — A minha voz soou embargada. — Eu passei o dia inteiro pensando em você, a noite inteira preocupada, com duas crianças chorando de medo, mal consegui dormir a noite, não me alimentei devidamente e recebi diversas reclamações no trabalho por isso! Enquanto você… você estava sabe lá onde… E tudo bem! Tudo bem! Porque eu mereço, certo? Eu mereço sentir o mesmo que fiz você e Yoongi sentirem! E agora eu entendo Min-Ji também… — As minhas lágrimas cederam, e as senti pingarem no dorso da minha mão esquerda, apoiada no mármore da pia.
— Yuri…
— Eu não sou o suficiente, não como mulher, parece que nunca somos o suficiente… — Solucei. — Estou cansada…
— Não fala assim…
— Eu decidi fazer o teste!
— O que?
— O teste de paternidade, nós iremos fazer. — Determino, encarando-o nos olhos. — Depois de amanhã. E independentemente do resultado, pedirei o divórcio.
Taehyung se tornou inexpressivo, e não quis continuar ali, deixando a louça e qualquer outra tarefa de lado, passando por ele, sentindo o meu ombros se chocar levemente contra o seu braço.
— Mamãe, vem ver o meu desenho! Eu fiz um dinossauro! — Mi-Young atrai a minha atenção quando estava prestes a subir a escada.
— Eu já vou, meu anjo, espere só um pouquinho. — Tentei manter a voz normal, subindo rapidamente os degraus.
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