História Fire meet gasoline (Camren) - FMG - Piloto

Narrador:

Em algum lugar de uma cidade universitária, cheia de vida e bares, cujo nome me escapa agora...

 O céu começava a ganhar tons de roxo em meio a claridade alaranjada. O fluxo de trânsito naquele bairro não era tão grande, mas àquela hora estava um pouco mais movimentado por conta da volta pra casa de estudantes e trabalhadores que residiam ali.

Naquele pequeno edifício de apenas 3 andares, fachada bonita e ampla garagem, mais precisamente no apartamento 301, a temperatura aumentava contradizendo os termômetros de rua que registravam e exibiam em seus painéis de Led a queda gradativa da mesma conforme o tempo passava naquele fim de tarde. 

Duas jovens mulheres morenas, uma de cabelos compridos, corpo magro e bronzeado e a outra de cabelos mais curtos e volumosos, no momento perfeitamente bagunçados, de pele alva e corpulenta, pareciam disputar a dominância no que parecia um ballet contemporâneo bem coreografado em cima da cama no canto esquerdo do aconchegante loft sem paredes.

Dentro da habitação ecoavam os gemidos sôfregos e abafados, estalos de leves tapas estimulantes, o barulho de estalar de lábios entre um beijo e outro, além das palavras desconexas e o som da dança dos corpos e seus encaixes.

A maior mantinha a menor abaixo de si debruçada no colchão macio, enquanto distribuía incontáveis beijos numa trilha que começava em seu quadril, subia pelas costas, passava pelo pescoço pra terminar com uma leve mordida no lóbulo de  sua orelha direita e recomeçar novamente trilhando o mesmo caminho fazendo o percurso inverso. De baixo pra cima, dando atenção a cada pedacinho de pele morena e macia da latina em sua cama.

Retornando ao ponto de partida, o quadril da latina, Lauren inclinou-se para trás, apoiou-se em seus joelhos e sorriu maliciosa observando os montes arredondados popularmente conhecidos como a bunda gg de Camila. Desferiu uma tapa audível no traseiro da garota - que soltou um gemido manhoso - e separando os montes concedeu um melhor acesso a área mais necessitada de atenção no corpo de sua parceira. Lauren não era nada tímida na cama e não fazia-se de rogada quando o assunto era dar prazer à sua não oficial pequena.

A de olhos verdes abocanhou faminta o sexo da latina. Como num beijo sedento explorava cada canto da boceta de Camila, que por sua vez era só gemidos e apertões nos lençóis. Lauren esfregava sua língua no feixe de nervos rígido da mais baixa e fazia movimentos circulares ao redor de seu clitóris para logo em seguida penetrá-la com a ponta da mesma. Repetindo esse movimento e alternando tapinhas e arranhões na cintura de Camila, por algum tempo, as duas já caminhavam para a borda. Lauren diminuiu o ritmo aos poucos e foi subindo a trilha de beijos e chupões pelas costas da latina até estar posicionada por sobre as costas da pequena com uma mão entre suas pernas e a outra por entre seus cabelos, onde fez questão de dar leves puxões antes de aproximar seus lábios da orelha de Camila e penetrá-la com dois dedos e dar início a leves estocadas.

A latina gemia descontroladamente e a borda nunca esteve tão próxima que não pudesse se realizar. Eis que Lauren dominada por um sentimento  até então desconhecido decide provocar.

-O babaca do teu namorado faz contigo assim? Faz? - fala perto do ouvido de Camila enquanto mantém o ritmo das estocadas e auxilia esfregando o polegar no clitóris duro da mais baixa.

- Ah... Isso, Michelle, continua. - a latina era só gemidos.

- Eu te fiz uma pergunta, e não me chama de Michelle. - Aplica mais força no aperto dos cabelos.

- É sério que conversar justo agora? Porque ele tão importante agora? Deixa ele pra lá. Continua que tá uma delícia. - A latina mantém os olhos fechados e a boca entreaberta à espera da estocada seguinte, que não veio.

Lauren retirou seus deus de Camila, soltou seus cabelos que mantinha em seu aperto e se jogou de lado na cama. Tão logo a falta de contato foi percebida, a latina virou-se bruscamente na cama a procura do rosto de Lauren que tinha um bico nos lábios e uma expressão emburrada.

- Laur? Ué, o que houve? Você broxou? - perguntou arqueando as sobrancelhas. Lauren aumentou o bico e uniu as sobrancelhas.

- Eu não broxo.

- Tá, então por que isso agora? É o Charlie? Ele nunca foi problema pra você. Por que importa agora? - Camila pergunta genuinamente curiosa.

- Aquele mauricinho babaca não me  incomoda, me incomoda o fato de ele te tratar como propriedade dele e querer te apresentar como a senhora Puth, quando na real o namoro de vocês é uma patifaria.

- Ih.. Isso é ciúmes, Jauregui? Você nunca foi disso. Ou será que agora que a Miss Morgado é coordenadora jr do Lab Central da Universidade e fav dos Pró-Reitores ela tá desenvolvendo o lado territorial, possessivo e patrimonial? Hm... - A latina ri debochada.

- Primeiro você não é uma coisa pra citar o termo patrimonial e, segundo, eu não tô com ciúmes porque isso aqui não é nada além de diversão - Camila prendeu a respiração - entre amigas.

A latina soltou a respiração lentamente e sentou-se na cama para começar a planejar seus próximos passos, mas no momento em que inclinou-se sobre o corpo nu de Lauren para apanhar sua saia,  não resistiu e investiu contra a de olhos verdes tentando recuperar o clima maravilhoso que fora quebrado pela menção do nome de seu namorado a minutos atrás.

- Para, Camila. Para. - Lauren advertiu quando a latina tentou sentar em seu colo e lhe puxando pelo pescoço tentou iniciar um beijo.

- Ué? Isso aqui não é só diversão? Então vamos nos divertir, Lolo. - Rebateu debochada.

- Lolo? É sério? Você sempre revira os olhos quando me chamam assim. E já chega, o clima pesou e eu não sou seu brinquedo sexual que você bem usa quando o seu namorado mauricinho te abandona.- Tira as mãos da latina de seu pescoço com cuidado e a afasta de si para logo em seguida levantar da cama apanhar uma calcinha boxer e uma blusa grande com um desenho de uma lâmpada e o nome de seu curso e vesti-los rapidamente.

- Ai Laur, desculpa, vai? Que saco também pra que falar dele, a gente tava indo tão bem, eu tava quase gozando. Você sabe que eu adoro quando você me pega de costas.

- Cabello, eu já disse que eu não sou a porra do teu brinquedo sexual. Cai fora, vai embora da minha casa. Eu dispensei um serviço pra ficar com você e agora eu tô começando a me arrepender. Vai embora antes que eu me arrependa de vez.

Camila já estava vestida e agora mexia a procura de algo em sua bolsa. Quando sacou sua carteira os olhos de Lauren se arregalaram. Camila abriu a boca pra falar, mas Lauren foi mais rápida e tomou a frente.

- Você não ouse abrir a sua carteira dentro da minha casa, Karla Camila.- Lauren advertiu com as narinas infladas e o rosto já ganhando uma coloração avermelhada.

- Eu não quero que tenha prejuízos por minha causa. A frustração de não ter gozado já é o bastante.

- Você tá pensando o que, garota? Você é uma riquinha mimada que não sabe o que é ter de se virar pra pagar as contas, trabalhar e segurar a barra com as notas. Guarda a sua carteira, pega sua bolsa e dá o fora daqui.

A expressão da latina caiu. Apesar da riqueza e do luxo pelos quais era cercada desde o seu nascimento, Camila sempre manteve o coração bondoso, não se deixou levar pelas más influências de seus da familiares, nunca destratou ninguém, sempre foi cordial e gentil. Nada mexia tanto com a estabilidade da latina que o fato de a chamarem de me mimada.

Após ouvir o "insulto" da boca de Lauren a latina desabou num choro mudo e saiu correndo porta afora do loft da maior. Na pressa, Camila esqueceu seus sapatos, lembrou-se quando estava prestes a descer as escadas e voltou ao apartamento deparando-se com seus verdes olhos preferidos, agora um tanto foscos e perdidos. Não havia tempo pra contemplação, elas haviam estremecido. Vagou o olhar pelo espaço que correspondia à sala e encontrou seu par de Laboutin preto, apanhou-o com a mão e saiu novamente, desta vez batendo a porta com força desnecessária.

O barulho tirou Lauren de seu breve transe e logo lhe despertou um sentimento angustiante. Era culpa, arrependimento ou talvez fosse apenas preocupação pelo fato de que a sua não oficial e agora não se sabe mais ao certo se ainda não oficial latina estaria em poucos minutos dirigindo pelas ruas da cidade em horário de pico, nervosa e com lágrimas nos olhos. O quão perigoso isso pode ser?

O coração da morena de olhos de esmeralda ficou apertadinho e ela foi até a sacada pra ver de longe o sedan branco - odiado por ela, diga-se de passagem - que pertence a Camila Cabello virar a esquina. Lauren voltou para a sala e se jogou no sofá. Afinal o que havia mudado nos últimos três meses? Aquele papo de "diversão entre amigas", "não me importo com o seu namorado", não colava mais.

Camila é fogo. Queima pro bem e pro mal. Lauren é gasolina depende de estímulos pra entrar em combustão. Camila e Lauren vivem um jogo perigoso. Quando se encontram a chama é alta, seja pelo desejo ou pelo desentendimento. O mesmo fogo que aquece, queima.

- Ai, ai, Karla Camila, Karla Camila o que você fez comigo, mulher? Tanto tempo me mantendo longe de qualquer envolvimento mais profundo, construindo uma maldita fortaleza ao meu redor e você vem, derruba todas as minhas paredes de uma vez e me faz queimar de  tanto te querer feito louca, como eu nunca quis ninguém.

Lauren levanta e se dirige até a cama onde volta a se jogar. Já que não foi trabalhar e Camila foi embora antes do esperado, por que não tirar um cochilo até às 22h? Naquele horário a noite começaria para Lauren e suas amigas num pub do outro lado da cidade.