1. Spirit Fanfics >
  2. Fire N' Ice >
  3. I can, I will!

História Fire N' Ice - I can, I will!


Escrita por: wthjulha

Capítulo 4 - I can, I will!


- Thalia – Jazzie me chamou enquanto sentávamos em uma mesa – Não é uma das suas concorrentes? – apontou discretamente para uma mesa que estava um pouco afastada, mostrando uma menina sozinha. Ela era morena, tinha cabelos longos e uma franja quase na orelha. Sorria olhando para o celular ao mesmo tempo que comia. – Vai lá falar com ela, você sabe o quanto eu odeio ver alguém comendo sozinho – eu fui obrigada a revirar os olhos e rir.

- Por que não vai você? – perguntei retoricamente, sabendo que eu iria mesmo assim. Coloquei a bandeija em cima da nossa mesa. Jazzie me lançou um olhar de “agora, mocinha!’ e eu ri novamente, nem me dando ao trabalho de sentar. – Certo, certo!

Não consegui frear a risada ao ir em direção à garota.

- Oi! – disse ao chegar em frente à mesa da menina, que deu um pequeno pulo de susto. – Me desculpe, não queria te assustar – dei um sorriso torto me segurando fortemente para não dar risada.

- Oi, que nada, eu que estava distraída. – ela riu e colocou o celular em cima da mesa – Você é a...

- Thalia, e você a Jullya, certo? – ela concordou, bebendo do que parecia ser seu suco. – Onde está seu acompanhante?

- Minhas amigas estão em provas finais na faculdade e meus pais não podiam vir por causa do trabalho, então tive que vir sozinha.

- Mas então vem sentar com a gente!

- Não vou incomodar? – neguei com a cabeça e ela concordou. – Certo – disse se levantando e me seguindo com sua bandeja. Sentei no meu lugar e indiquei um lugar ao lado de Jazzie para Jullya se sentar. – Obrigada, meninas.

- Imagina, pode me chamar de Tha – apontei para Jazzie – Jasmine, Jullya. Jullya. Jasmine.

- Jazzie – Jazzie corrigiu fazendo careta, nos fazendo rir – Prazer, Jullya.

- Então vamos acabar com essa formalidade, me chamem de Ju! – nós todas rimos e eu e Jazzie começamos a comer enquanto Ju continuava a comer de seu prato – Tha, quão você era fã do McFLY?

- Na verdade fã, fã mesmo deixei de ser há uns 5 anos. Claro que ainda tenho aquela admiração louca, mas eu e Jazzie éramos fanáticas! – ela arregou os olhos – De correr atrás deles em hotéis, acampar em filas de show e tudo mais.

- Jura? – ela riu incrédula – Eu curtia a banda, mas nunca fui fanática por alguma coisa, sabe? Sempre gostei de todo o tipo de música, porém meus pais eram ocupados demais para me levar em shows. – eu concordei, entendendo seu lado – Então pra você isso tudo deve estar sendo um sonho!

- Com toda a certeza. Tenho até medo de acordar com o meu pai me chamando para trabalhar. - senti meu celular vibrar de novo e fiz com a mão para as meninas esperarem que eu iria attender.

- Alô?

- Mana? – sorri ao escutar a voz fininha do meu irmão – Finalmente eu consegui falar com você, mana! Eu te vi na televisão, e você tava linda, todos os meus amiguinhos querem um autógrafo seu e... – o interrompi.

- Calma pestinha, respira! – dei risada do desespero de Matthew, sempre afobado demais aquela criança – Então quer dizer que você me viu mesmo? – ele concordou. – E o que achou?

- Tá brincando? Foi muito maneiro! – ri admirada com sua sinceridade – Mas volta logo pra casa? Estou com saudades, e o papai não sabe cozinhar!

- Ei Matt, estou aqui escutando tudo! – papai gritou do fundo me fazendo rir alto.

- Pestinha, também estou morrendo de saudades! Parece que estou meses fora! – sorri, ouvindo-o suspirar. – Mas terça feira de manhãzinha prometo que já estou de volta.

- Tá bem mana, fala com o papai porque agora eu vou ver desenho, beijos.

- Matthew, me trocando por um desenho animado? – fiz voz de brava mas logo ri ao ouvi-lo gargalhar. – Vou lembrar disso quando for escolher sua nave espacial!

- Te amo mana, você sabe.

- Eu também pequeno, beijos! – sorri, observando Ju e Jazzie conversarem enquanto esperava meu pai.

- Filha?

- Oi, pai!

- Filha, você foi incrível! Estou muito orgulhoso, de verdade. – sorri, sentindo falta do abraço caloroso de papai, mas sabendo que logo o veria novamente – E eu sei o quanto você ficou chateada, mas não liga pra isso, porque sua estrela é mais forte que qualquer coisa.

- Não se preocupa pai, eu estou bem! Obrigada, e estou morrendo de saudades.

- Eu também, filha. Aproveita Londres pela gente, viu? – concordei, sabendo que assim que tivéssemos uma condição de vida melhor eu teria que trazê-lo ao centro de Londres e visitor novamente todos os pontos turísticos pois assim como papai era apaixonado pelo Brasil e pela minha mãe, ele também era muito apaixonado por toda Londres.  – Mamãe te mandou um beijo, disse que te liga mais tarde.

- Ok, esperarei. Agora tenho que desligar papai, ou você pagará uma fortuna. – ele concordou, rindo – Amo vocês.

- Nós também, e estamos torcendo por você. Tchau. – desligamos e eu voltei a me concentrar nas garotas.

Jullya era uma pessoa incrível, super alto astral. Logo voltamos para o hotel e nos juntamos com Amanda e Giovanna, que já tinham feito amizade com Jullya; mas essas, porém, estavam juntas. Eram amigas que curtiam a banda e resolveram entrar no programa. Porém a única que já fora fanática um dia entre todas nós era eu.

Passamos o dia curtindo a piscina aquecida e sem nos dar conta, já estava anoitecendo. Logo decidimos subir cada uma para seu quarto e descansar, já que combinamos um grande passeio por Londres no dia seguinte. Tomei um banho demorado, aproveitando a banheira que tínhamos em nossa suíte; coloquei um pijama confortável e fiquei respondendo umas solicitações nas redes sociais. Pessoas me desejando boa sorte, me dando os parabéns, e etc. Quando Jazzie saiu do banho, desligamos todo o quarto e apagamos em nossas camas.

 

Acordei com o celular apitando.

[Não conta para o papai mas meu Deus, como era bom acordar cedo e não ter que arrumar nada!]

Eram 11h da manhã e tínhamos marcado com as meninas de almoçarmos juntas e começarmos nosso passeio depois. Tomei uma ducha e acordei Jazzie, que dessa vez não resistiu tanto para levantar. Enquanto ela tomava seu banho, sequei o cabelo e coloquei uma roupa confortável. O dia em Londres estava lindo, porém tinha aquela brisa gelada, como de costume. Coloquei uma calça jeans skinny, meu vans preto, uma blusa do Blink 182 e fiz uma maquiagem leve, colocando meus óculos de sol em seguida. Me sentei na cama e fiquei mexendo no celular até Jazzie ficar pronta. Descemos, encontrando Amanda e Ju lá, enquanto Gigio ainda se arrumava; então sentamos na mesa e começamos a conversar sobre coisas aleatórias. No fundo, eu estava aliviada por ninguém se lembrar, ou comentar, do fato que ocorrera no dia anterior com o Dougie, e as duas meninas também eram bem agitadas e engraçadas, fazendo-me esquecer do acontecido às vezes.

Um tempo depois Gigio desceu com a cara mais amassada do mundo, nos fazendo zoar com ela até ela nos mandar pra aquele lugar. Parecíamos amigas de infância, e eu estava achando aquilo tudo incrível.

- Qual é a primeira parada? – perguntei, fazendo toda a atenção da mesa se virar para mim.

- Eu, como uma ótima guia; – Amanda começou, arrancando risadas de todas – fiz um roteiro para nosso grande passeio. Vamos começar pelo Big Ben, e o resto vocês saberão na hora – disse, encarando o relógio no pulso. – Todas subindo, quero vocês prontas daqui a meia hora no lobby.

- Ela sempre foi mandona assim? – perguntei pra Giovanna que deu risada e assentiu. – Sim, general! – comentei então, batendo continência e puxando Jasmine, arrancando mais risadas de todas.

Subimos e eu resolvi que ficaria com a mesma roupa, enquanto Jazzie trocava por uma mais confortável. Retoquei a maquiagem, peguei uma bolsa e coloquei tudo que precisaria durante a tarde: carteira, óculos escuros, celular, câmera... Logo, Amanda já estava ligando pro nosso quarto nos apressando, então descemos, encontrando as meninas prontas. A pontualidade britânica nunca falha.

Pegamos um táxi e seguimos para o Big Ben, e eu fiquei encantada. Apesar da proximidade de Londres e Cambridge, a última vez que estive aqui era uma criança de no máximo uns 7 anos, e me lembrava muito pouco daquela época, então para mim, tudo era novidade. Tiramos muitas fotos, juntas, separadas, fazendo “caras e bocas”, como diriam meus parentes do Brasil.

Demos uma volta na London Eye, e foi simplesmente perfeito ver aquela cidade de cima. Tiramos fotos no Rio Tamisa, e próximo à Tower Bridge. Londres era perfeita e com certeza eu largaria tudo na minha velha Cambridge pra viver aqui. Depois seguimos direto para o famoso Palácio de Buckingham, onde Jullya fez questão de tirar foto perto de um dos soldados; o que foi cômico, pois Amanda ficava pondo medo na mesma dizendo que ela seria presa. Demos uma passada no Hyde Park e uma volta pela Oxford Street, quando acabamos por notar que já estava anoitecendo. Voltamos pro hotel, mortas, e a noite já caía.

- Vamos para um pub? – Amanda, a mais animada, sugeriu ao chegarmos no hotel.

- Você tá é louca, eu tô morta! E além disso, amanhã cedo a van vem nos buscar, 8 da manhã se bem me lembro – lembrei, bocejando.

- Nem rola! – as meninas disseram quando Amanda olhou em direção a elas em uníssono e começaram a rir.

Nos despedimos e Jazzie e eu subimos para nosso quarto. Fiquei um tempo na banheira, pensando na vida e minha cabeça acabou indo parar em minha apresentação. Aquilo havia me deixado arrasada, sem dúvida. A imagem de Poynter dando um sorriso irônico, e soltando as palavras: “legal a sua versão” ecoavam em minha cabeça. Afinal, será que aquilo havia me prejudicado? Será que eu entraria para o reality? Saí do banho e encontrei Jazzie dormindo toda torta em sua cama com o notebook no colo. Aquela ali jamais tomaria jeito.

Ri baixo e tirei-o de cima dela, acordando-a para pelo dormir direito, mas ela resolveu ir tomar banho para depois se deitar. Coloquei uma roupa quentinha, pois havia esfriado bastante à noite, e acabei apagando.

 

Acordei antes do celular despertar, provavelmente por estar nervosa demais.

A quem eu queria enganar? Acordei de meia em meia hora naquela noite, no mínimo. O medo de não passar nesse teste me corroía, mas eu deveria ser confiante. Potencial eu tinha, certo? Agora eu só precisava de um pouco de sorte. Encarei o relógio e eu estava bastante adiantada. Quer dizer, havia acordado uma hora e meia antes do previsto. Aproveitei pra pedir um café no quarto mesmo para Jazzie e eu e fui direto ao banho, aproveitar aquela banheira maravilhosa. Ela tem tantos programas, botões e etc que se duvidar até fala com você quando você estiver precisando de conselhos. Engraçada essa, não? Não? Ok.

Tomei meu café, e comecei a me arrumar. O dia em Londres fazia muito frio, apesar dos outros dias terem feito “calor”, porém estamos falando de Londres, não é mesmo? Optei por colocar uma saia de cintura alta, com uma meia calça cor da pele, uma blusa preta amarrada de banda, meu bom e velho coturno preto e minha jaqueta de couro preta que eu tanto amo. Fiz uma maquiagem um pouco mais pesada, porém sem exageros. Qual é, hoje seria decidido o futuro de, talvez, a minha vida inteira, eu não poderia aparecer lá de cara lavada, amassada e cheia de olheiras. Dei uma olhada no celular e já estava quase passando da hora, então saí correndo para acordar Jazzie e como ela nunca acordava, empurrei-a da cama, fazendo-a cair com tudo no chão. Soltei uma gargalhada, vendo-a levantar e me olhar feio.

- Pessoas normais acordam as outras apenas chacoalhando, Thalia – ela rolou os olhos, esfregando o braço – Por que você não pode ser normal?

- Por que você não pode acordar rápido? Estou atrasada, se a van chegar e você estiver se arrumando eu juro que te deixo aqui. – a encarei séria, vendo-a rolar os olhos mais uma vez e se trancar no banheiro. – Boa garota! – gritei, escutando um “vai se foder”, me fazendo rir mais ainda.

Chegamos no estúdio, encontrando as meninas, que estavam um pouco mais calmas que eu, porém não deixavam de transparecer nervosismo. Fletch nos explicou que os meninos viriam se apresentar para nós, como se nós já não os conhecêesemos, e diriam menina por menina que escolheram e o por que. Isso tudo seria passado ao vivo para todo o Reino Unido, ou seja, se eu fosse desclassificada, seria vítima de deboche pro resto da minha vida.

Drama Queen manda beijos.

Depois de mais ou menos uns 30 minutos, Danny, Harry, Tom e, infelizmente, Dougie passaram pela porta de onde estávamos todas rindo e zoando como sempre. Separadas, em um canto da sala estavam as competidoras e no outro as acompanhantes. Abaixei o olhar, respirando fundo, buscando equilíbrio em algum lugar do universo. Que isso ainda machucava era fato, porém eu jamais poderia transparecer. Respirei fundo uma, duas, três vezes, e me juntei a Amanda, Jullya e Giovanna, que falavam e riam toda hora.

- Olá, meninas. – Tom começou, recebendo um “oi” uníssono. – Não vamos enrolar, cada um de nós falará suas 4 competidoras escolhidas. Obrigada a todas que participaram, vocês todas têm muito talento. – ele sorriu, dando a vez a Danny.

- Exatamente, se você não foi escolhida, nem pense em desistir. Acontece que estamos buscando certos perfis, e você pode não ter se encaixado nele. Isso não significa que você não cante bem ou não sirva para a carreira. – Danny completou. – Certo, vamos começar? Quem começa?

- Eu, eu começo! – Harry disse, praticamente quicando de empolgação. – Vocês todas foram ótimas, porém as minhas favoritas são... – parou um pouco para fazer suspense. - Giovanna, Savannah, Claire e Kristen! Vocês foram incríveis! – As participantes escolhidas e seus acompanhantes festejaram. Olhei para Gigio, que deixava escapar algumas lágrimas e tinha o sorriso de orelha a orelha. – As escolhidas, por favor, podem ficar lá – apontou para um canto ao lado deles.

Dougie’s POV

Entramos na sala onde seria dado o resultado e já estavam todas lá. Os equipamentos da emissora estavam sendo ajeitados e em pouco tempo, começamos.

As primeiras meninas que haviam sido escolhidas por Harry já estavam paradas ao nosso lado e então eu consegui enxergá-la. Sem dúvidas, ela era uma das mais estilosas e bonitas do lugar; mas não que eu tenha prestado muita atenção na roupa com um corpo daqueles. Nossos olhares se encontraram e eu a encarei por alguns segundos antes de balançar a cabeça, tentando espantar aqueles pensamentos imbecis. Eu não havia virado a cadeira, e provavelmente ela estava me odiando, então que diferença faria?

Mas que porra é essa que tá acontecendo comigo? Eu mal a conheço, mal sei que seu nome é Thalia. Então que se dane!

- Certo, agora eu vou! – Danny se pronunciou. – Todas são muito hots – começou, fazendo todos da sala gargalharem. Esse é o nosso Danny, pessoal. – Porém infelizmente eu só posso escolher 4. E essas 4 serão Rachel, Amanda, Christine e Sadie. Gostei muito da apresentação de vocês meninas, muita presença de palco, timbre perfeito. Vejo vocês na próxima fase! – disse, imitando um dos jurados do The Voice original, nos fazendo rir. As meninas escolhidas gritavam e pulavam, e logo se juntaram às outras, ao nosso lado.

- Bom... – falei, fazendo toda a atenção da sala se voltar a mim. – Como vocês puderam observar, sou mais exigente que esses três idiotas – disse, vendo algumas rirem e uma em especial bufar e rolar os olhos. Não sei por que, mas me deu um prazer enorme saber que meu pequeno discurso a irritava – Porém, eu também tenho minhas quatro escolhidas, obviamente – disse, fazendo uma pausa. – E elas são... Jullya, Mary, Joanna e Sarah. Obrigada a todas por participarem. – encarei mais uma vez Thalia, e ela tinha os olhos arregalados e respirava fundo, talvez em uma tentativa frustrada de se acalmar.

Eu não era do tipo sádico ou alguém que gostava de torturar as pessoas, porém ver ela daquele jeito estava me divertindo. Balancei a cabeça novamente, eu já estava passando dos limites.

Chegou a vez de Tom, e todas as competidoras restantes estavam apostando todas as suas fichas nele. Tom não nos decepcionaria, ele tinha o senso crítico forte e era um puta músico.

- Então meninas, quero finalizar dizendo mais uma vez que todas aqui nessa sala têm muito talento mesmo, e posso provar mostrando que chegaram onde chegaram, passaram do primeiro teste. Mas na vida nem sempre ganhamos tudo, e nem por isso devemos desistir quando isso acontecer. Devemos respirar fundo e tentar de novo, quantas vezes forem necessárias, afinal, estamos falando de um grande sonho – pausa – Quando eu terminar, eu sei que será difícil, mas peço que não gritem, esperneiem, implorem. Não será uma decisão fácil para nós e essa não com certeza não será sua única oportunidade, e jamais se esqueçam: Quando se fecha uma porta, se abrem duas depois – olhei ao redor e já via algumas meninas chorando silenciosamente e outras tentando conter o choro. Thalia estava no segundo grupo. – Certo, vamos lá. Vou dar uma inovada, não vou fazer igual aos caras. Vou dizer o nome da escolhida e explicar o por que… – todos concordaram – Chloe... Adorei sua apresentação – a garota pulava parecendo uma cabrita e eu tive que segurar o riso ao pensar nisso – Você tem um timbre forte, a voz grossa, porém tem uma presença de palco delicada. Mary, você tem um grande potencial. Sua voz é doce e você tem uma melodia incrível – a garota estava chorando porém sorrindo, uma combinação um tanto estranha – Giulia, gostei muito de você. Uma das apresentações mais diferentes, gostei do seu timbre. E por último...

Thalia’s POV

Meu coração parecia que sairia pela boca. Meu estômago dava reviravoltas e eu tinha vontade de sair correndo daquela sala e desistir de toda aquela pressão. Eu sentia todo meu corpo tremer e, se tivesse uma opção, escolheria cavar um buraco no meio da sala e me esconder lá para sempre. Dougie estava perfeito como sempre e, apesar de meu nervosismo, notava alguns olhares seus para mim. Eu sequer sei o que eu fiz para esse cara me odiar tanto!

Tom já havia falado suas 3 escolhidas, e eu apostava com todas as minhas forças nessa última ficha. Rezava para todos os Santos. Começou a me subir um desespero ao pensar que aquilo realmente não era para mim. Aquela vaga, aquele lugar, não era para ser. Quando eu estava começando a me conformar com isso (ou me desesperar) Tom continuou a falar.

- E minha última escolha, não poderia deixar de ser ela. A menina que nos intrigou. Que nos encantou com o seu timbre rouco e sexy, porém com a sua postura no palco completamente descontraída e ao mesmo tempo doce. Thalia, eu já disse que virei seu fã? Esse lugar obviamente é seu.

Sabe quando alguma coisa muito importante acontece e você sente seu coração acelerar drasticamente e sua respiração falhar, como se você tivesse corrido uma maratona? Eu estava me sentindo exatamente assim naquele momento.

Tom Fletcher havia falado tudo aquilo de mim, alguém me belisc.. NÃO, BRINCADEIRA!

Senti as lágrimas rolarem automaticamente, molhando meu rosto e sorri para Tom, que abriu os braços para mim.

Oi?

Obviamente fui de encontro a ele, sentindo seu perfume maravilhoso em seu abraço reconfortante. Em todos os meus sonhos mais ilusórios eu jamais poderia imaginar que meu encontro com eles poderia ser assim.

Depois que ele me soltou, parei ao lado da Ju, Amanda e Gio, que me receberam com um abraço caloroso. Eles encerraram o programa, enquanto o resto das meninas que não foram escolhidas abraçavam eles, tiravam fotos, etc.

Logo fomos todos liberados e Fletch nos explicou tudo dali para frente.

Teríamos uma semana para voltar para casa e arrumar as malas e então voltaríamos a Londres, onde ficaríamos dois meses sem celular, computador ou qualquer coisa que nos ligasse ao mundo externo. Nesse tempo, a cada duas semanas, teria uma espécie de “paredão” formado pelos integrantes da McFLY, mas quem escolheria quem ficar seria o público.

Eu só espero que, quando sair daquela casa, se eu sair antes do esperado, não seja graças a um filho da puta chamado Dougie Poynter que me odeia simplesmente por eu existir.

 

(...)

 

- PAAAAAAAAAI! – gritei, mais que animada.

Eu estava eufórica.

EU HAVIA PASSADO!

Essa era uma daquelas sensações inexplicáveis, a todo momento me vinha à mente o que Tom havia falado da minha voz, de mim, e que "eu não podia faltar". Juro que nunca havia sequer sonhado em ouvir isso de um de meus maiores ídolos.

Óbvio que meus pais e meu pequeno pirralho haviam visto tudo na TV e me ligaram apenas meia hora depois para surtar comigo por telefone, mas me preocupei logo com o quanto eles pagariam e, afinal, eu já estava indo para casa.

- Filhaaaaaaa! - meu pai gritou de volta sorrindo e, alguns segundos depois, me apertando em um abraço esmagador.

Estávamos no meio do aeroporto, mas quem ligava?! Com certeza eu é que não! Eu tinha todos os motivos do mundo para ficar feliz e ninguém poderia estragar isso.

- Ai, pai, eu ainda não acredito que passei de verdade!

- Parabéns, mana! - ouvi meu pestinha dizer ao meu lado, puxando a barra de minha blusa e soltei meu pai a fim de agarrá-lo.

- Pestinhaaaa! A mana vai te comprar tudo o que quiser agora! - falei sorrindo, pegando-o no colo e apertando seu corpinho pequeno nos meus braços.

- Ebaaaa! E você cantou muito, viu? Tô orgulhoso - sorri mais ainda ao ouvir aquilo, se é que era possível e não resisti em morder sua bochecha, o ouvindo reclamar.

- Todos estamos, Matt – Jazzie disse ao meu lado e eu relembrei de todos nossos apertos.

Minha amiga havia sido um apoio nas horas mais difíceis de nossa viagem e, nas melhores, ela não só havia me visto surtar como também surtou comigo.

Quando voltamos ao quarto do hotel, pulamos na cama e gritamos muito. Eu sabia que ela estava feliz por mim, como eu ficaria por ela.

Quando olhei para Jasmine ela sorria.

E eu soube que ela estaria ao meu lado sempre que precisasse. Até mesmo quando não precisasse.

Ainda bem que sempre foi recíproco. 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...