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História Fire N' Ice - First day


Escrita por: wthjulha

Capítulo 3 - First day


Dormimos até 2 pm e só então descemos para almoçar.

Surpreendentemente o dia em Londres estava lindo e eu até poderia me arriscar a dizer que estava um clima agradável. Não estava calor, afinal, estávamos em Londres, mas também não estava frio como sempre. Recebemos ordens de que não poderíamos sair do hotel hoje, mas poderíamos desfrutar das dependências do mesmo. Depois do almoço, pegamos a máquina e fomos passear tirando foto de tudo, bem como as turistas natas que sempre fomos. Com certeza essa seria uma experiência que eu gostaria de deixar marcada não só em minha memória. 

Fizemos de tudo um pouco no hotel, e, quando nos demos conta, já estava anoitecendo. Pedimos o jantar, acessamos um pouco o computador e eu fiz minha receita de gengibre e mel para aquecer a voz. Resolvemos ir deitar cedo, porque amanhã seria um dia longo. Revirei-me um tempo na cama, estava nervosa demais para conseguir dormir. Seria uma grande decepção se eu não passasse nessa fase, mas eu já tinha que estar preparada. Eu não sabia se estava mais nervosa por me apresentar ao vivo, ou por me apresentar ao vivo na frente do McFLY. E foi com o pensamento relacionado a isso que, finalmente, acabei pegando no sono.

Acordei sentindo alguém me chacoalhar e encarei Jasmine, que riu, provavelmente da careta que eu fiz ao notar que ela acordou primeiro. Quer dizer, ela sempre foi “missão impossível” de acordar, eu quase tinha que jogar água nela, e hoje ELA estava me acordando? Para o mundo que eu quero descer!

- Bom dia! — sorriu. — Vamos tomar café ou vai se atrasar.

- Como diabos você acordou mais cedo que eu? — resmunguei me sentando na cama e me espreguiçando.

- Coloquei meu celular para despertar um pouco mais cedo que o seu. — olhei-a estranho. — Qual é, eu nunca iria me perdoar se eu fizesse você perder a audição por ter se atrasado por minha culpa — aquilo sim fazia sentido, e me fez sorrir.

- E você realmente acha que eu deixaria você se atrasar? Eu iria é tacar um copo de água na sua cara se você não acordasse. — disse rindo, fazendo-a rir também.

Encarei-me no espelho e até que eu não estava tão ruim assim. Encarei o relógio e tomei uma ducha rápida, colocando qualquer roupa e descemos para o café. Comemos tranquilamente e sinceramente, eu nunca vi tanta variedade como naquele banquete. Aquilo mais parecia um almoço do que um café da manhã.

Retornamos ao quarto e eu me arrumei, colocando um short jeans, com uma meia calça, um coturno e uma blusa amarrada preta da banda AC/DC. Fiz uma maquiagem leve, porém marcando meus lábios com um batom vermelho vivo. Deixei meus longos cabelos lisos, apenas com cachos definidos nas pontas. Encarei-me no espelho, enfim gostando do resultado.

Olhei para Jazzie e ela estava mais básica que eu, mas sempre linda. Com uma calça jeans skinny, uma blusa de lã preta, botas e seu sobretudo. Olhei no relógio e por um milagre estávamos no horário certo. Peguei meu celular e observei duas mensagens e várias solicitações nas redes sociais. E olha que eu nem tinha ficado famosa ainda! Ri de meu pensamento e comecei a ler as mensagens, que diziam:

"Boa sorte, pequena. Eu tenho certeza que você se sairá bem. Esse lugar já é seu. Te amamos!

X Papai e Matt."

"Filha, eu sei que não sou uma mãe tão presente, e às vezes pode parecerque não é para tanto, mas eu torço muito por você. Você é o meu orgulho! Boa sorte, te amo." 

Sorri ao terminar de ler e enxuguei a pequena lágrima que insistiu em cair. Minha relação com mamãe não era a das melhores, mas tínhamos o nosso jeito meio torto de nos amarmos. Encarei novamente o celular e ignorei as solicitações de mensagem no messenter, afinal, se eu lesse todas com certeza ficaria mais nervosa ainda.

Olhei para Jazzie, que me lançou um sorriso confiante, e nós nos abraçamos forte. Não era preciso dizer mais nada, eu sabia que ela acreditava em mim e estava confiante de que eu ganharia. Descemos pelo elevador, e é claro que Jazzie fez questão de tirar fotos de tudo que eu falava ou fazia, alegando que venderia essas fotos depois para meus fãs e ficaria rica. Mas eu sabia que ela estava fazendo aquilo principalmente para não surtar e dar uma de fã histérica que era como agiamos apenas alguns anos antes.

Eu só sabia rir e tentava não pensar no que em breve aconteceria. Quando chegamos ao lobby, encontramos com mais alguns participantes e seus acompanhantes, cumprimentando-os.

Logo fomos divididos e auxiliados a entrar em vans, que nos levariam para o estúdio onde o programa seria filmado. Detalhe: seria ao vivo, e pensar nisso me fez ficar infinitamente mais nervosa.

Todos na van estavam muito animados mas eu, com a minha mania de ser a excluída, me mantive quieta no meu canto. Jasmine, como adorava uma festa, já estava conversando animadamente com umas garotas que se apresentado até para mim, mas eu não me lembrava dos nomes. Minha cabeça girava e parecia que minha ficha tinha, finalmente, caído. Minhas mãos suavam frio e eu tentava inutilmente pensar em coisas aleatórias. Quando a van parou em frente ao estúdio, senti meu coração parar por míseros segundos, e depois voltei a respirar. Pensei em mil coisas ao mesmo tempo, pensei em sair correndo, esconder-me debaixo do banco da van, em desistir, em inventar uma desculpa de que estava sofrendo um ataque de asma e que não poderia mais me apresentar, mas algo me dizia para continuar.

Qual é, virar uma cantora de sucesso era meu sonho desde menininha. Desde que eu mal sabia falar. E eu ia simplesmente desistir assim? Mas é claro que não! Eu já tinha chegado até aqui, e se for para ser, será. Todos saímos da van, e fomos avisados que os acompanhantes ficariam em uma sala, onde haveria uma televisão que dava direto para o palco, e os competidores iriam para uma espécie de camarim, onde iriam passar por uma retocada de maquiagem, arrumada no cabelo, aquecimento de voz, essas coisas.

Haviam sido selecionadas 100 participantes que passaram para essa fase, e somente 16 passariam para a próxima. Eu era o número 15.

No camarim havia também uma televisão, que dava para o palco. Então, poderíamos ver como os adversários se sairiam. Cada pessoa deveria cantar um dos hits do McFLY, porém totalmente do seu jeito. Eu encarava o papel em minha mão com a letra da minha música e por mais que eu tenha escutado essa música pelo menos umas mil vezes, estava morrendo de medo de errar ou esquecer a letra.

O programa já havia começado há 1h30min, e eu estava um poço de nervosismo. Conversava com Jazzie por mensagem, que jurava não ter visto ninguém “do meu nível” se apresentar até agora. Eu mal estava prestando atenção nas minhas concorrentes. Cada pessoa tinha dois minutos para se apresentar, se não conseguisse dar o seu melhor nesse pequeno tempo, caía fora. Um bom tempo se passou e me chamaram para uma sala reservada, em que eu teria direito a ensaiar uma última vez. Voltei para a "sala de espera" e encarei o televisor. A candidata anterior a mim estava terminando sua música, era agora ou nunca. Dei uma aquecida na voz fazendo uns exercícios que minha professora de canto me ensinou há algum tempo e Jazzie me ligou, desejando-me toda a sorte do mundo. Eu precisaria. O apresentador do programa me chamou para dar uma pequena entrevista antes de entrar no palco, para os jurados tomarem uma água e darem uma relaxada.

— Estamos aqui com a competidora… Thalia! O que você tem a dizer antes de se apresentar para os quatro jurados mais concorridos do Reino Unido? — perguntou o homem, rindo.

— Olá, Reino Unido! Olá, Reggie Yates. Eu estou bastante nervosa, como podem observar — dei uma risadinha e olhei para a câmera. — Mas treinei bastante para estar aqui hoje e o que tiver que ser vai ser, certo? — eu não conseguia parar de sorrir, e confesso que era de nervosismo.

— Te desejamos toda a sorte do mundo, Thalia! Vai lá e arrasa! — mandei beijos para a câmera e o assistente de palco me levou na direção da minha forca.

Okay, sem dramas.

Respirei fundo e fechei os olhos, ouvindo os primeiros acordes de Transylvania começarem.

Dougie's POV

Os primeiros acordes de Transylvania me acordaram de uma realidade paralela bem entediante e me levaram a uma outra em que tudo que eu conseguia fazer era somente prestar atenção na voz atual.

Sim, na voz. Foi como Fletch achou melhor que acontecesse, para que não escolhêssemos alguma participante por ser alguém que conhecêssemos. Ali o que valia era a voz, e não sua aparência. Nós estávamos sentados nas grandes cadeiras vermelhas viradas para o público e, obviamente, de costas para as participantes.

A voz era melodiosa, harmônica, e numa versão bem diferente do a que eu estava acostumado a ouvir da minha música. Olhei para o a feição de Harry e vi um sutil sorriso surgir em seu rosto, principalmente por saber que eu amava essa música. Olhei para os outros caras e eles pareciam estar gostando também. Droga!

Aquilo estava me intrigando! Quer dizer, a menina tinha uma voz linda, o tipo de voz que parece que veio direto do céu. Tinha um arranjo completamente diferente da minha versão, e eu até arrisco a dizer que estava melhor que a versão original. Claro que eu jamais admitiria isso para alguém. Novamente me tiraram de meus pensamentos quando escutei o barulho das cadeiras girando: Os três haviam virado ao mesmo tempo! Traidores! Fechei a cara, cruzei os braços e esperei o tempo da menina terminar.

Olhando para o lado pelo canto do olho, vi Harry me encarar incrédulo.

Ignorei.

O tempo se encerrou e quando minha cadeira virou automaticamente, meu queixo caiu ao observar a dona da voz.

Thalia's POV

Comecei a cantar e mantive meus olhos fechados, tentando dar o máximo de sentimento para a música e para o significado que eu havia tirado dela. Escutei um barulho diferente e não pude resistir a abrir os olhos, vendo nada mais nada menos que Danny Jones, Harry Judd e Tom Fletcher virando a cadeira para mim. Respirei fundo e continuei cantando, tentando manter a calma e rezando pra todos os santos para que Dougie virasse, afinal, se os três viraram, por que ele não? O tempo já chegava ao fim e nada dele virar, meu coração já estava pela boca e eu tentava ao máximo me concentrar para não errar.

A música terminou e Dougie Poynter não virou a cadeira pra mim. Ele não gostou da minha voz ou da maneira que modifiquei sua música, e aquilo estava fazendo meu peito queimar. Minha vontade era de deixar o palco sem nem mesmo saber o que eles tinham para me dizer.

Eu sabia que aquilo não significava que eu não havia passado no teste, afinal esse teste é só para contar pontos, a decisão final será segunda-feira. Porém, como um dos jurados não virou, eu havia perdido algum ponto, mas talvez isso não me prejudicasse tanto.

- Cara, a sua voz é incrível! – Tom começou – Uma das melhores vozes que já se apresentou. De verdade, por mim, você já estaria na banda sem nem precisar entrar na casa - completou.

- Obrigada – sorri, sentindo meus olhos úmidos.

- E além de tudo, você é hot. Acho que é a combinação perfeita para mim, casa comigo? - Danny disse, tirando risos de todos, menos de Dougie.

- Obrigada, Danny – senti minhas bochechas corarem e abaixei o olhar, mordendo o lábio inferior.

- Daniel, você a deixou corada! Isso não se faz! - Harry disse, rindo. - Thalia, você foi demais, garota! Sua voz é maravilhosa. Já sou seu fã!

- É uma honra ouvir isso de você, Harry. - sorri verdadeiramente, limpando a lágrima que escapou.

- E você, Dougie? Não vai falar nada? - Tom questionou, e só de ouvir seu nome e saber que ele estava ali na minha frente, as borboletas que eu havia engolido tinham voltado para a minha garganta e eu sentia que estava prestes a ter um treco.

- Ou ficou com ciuminho porque a versão dela ficou melhor que a sua, huh? - Harry alfinetou e eu ri baixo.

- Cala a boca, Harry. - pela primeira vez eu finalmente escutei sua voz pessoalmente, e senti meu estômago dar uma reviravolta. – Legal a sua versão – e então ele deu o sorriso mais irônico que eu já havia visto em toda minha vida.

Logo o desapontamento foi substituído por uma raiva que não era comum de mim, e eu me segurei para não voar em cima dele e arrancar fiozinho por fiozinho daquele cabelo loiro sujo.

- Obrigada – agradeci, também ironicamente, sorrindo e jogando a cabeça para o lado.

Um lampejo de confusão passou pelos seus olhos e ele levantou uma de suas sobrancelhas, fazendo meu sorriso crescer mais.

- Nos vemos na segunda, Tha! - Danny disse sorrindo, enquanto eu deixava o palco. Apenas acenei e saí, indo para a sala onde Jasmine estava.

Harry's POV

Quando escutei os acordes de Tranny, olhei diretamente para Dougie, e sorri animadamente. Porém, quando escutamos a voz da competidora, ele rapidamente fechou a cara. Quando a música terminou e eu vi que Dougie não havia virado a cadeira pra uma voz daquelas, notei que algo estava errado.

- Vacilo, Dougie! – reprovei, lhe presenteando com um tapa na cabeça assim que a menina sumiu de vista e, pela próxima já estar para entrar, quando ele ameaçou revidar tanto meu tapa quanto minha reprovação, eu fiz sinal de silêncio e sussurrei um "depois".

Ele não virou a cadeira pra garota. E eu, provavelmente mais que todos os outros caras, percebi que ela ficou mal com isso. Cara, ela era nossa fã! Não tem outra explicação. Sabemos reconhecer de longe uma fã.

Ela nos olhou como se tivesse passado a vida querendo nos conhecer e finalmente estivesse diante de realizar seu sonho, mas aí o cuzão do Dougie foi e estragou tudo. Eu aposto todas as minhas fichas que ele amou a voz da garota, afinal, a voz era perfeita, mas foi arrogante, irônico e tudo de pior desse jeito por simples e puro ciúmes.

Ciúmes de uma música. Meu Deus, onde esse mundo vai parar, afinal?

Vou precisar levar um papo com ele mais tarde pra ver se consigo descobrir e amenizar, e fazer ele ao menos pedir desculpas à menina, que além de cantar muito, era hot demais.

Ok, tô andando demais com o Danny.

Thalia's POV

- Você foi completamente incrível! - Jazzie disse vindo ao meu encontro e quase me matou devido ao abraço apertado. - O quão foda-maravilhosamente-espetacular isso pode ser?

- E Dougie Poynter... - sorri ironicamente – Dougie Poynter não virou a cadeira, e além disso se mostrou o ser mais arrogante e prepotente que eu já conheci.

Eu queria passer uma imagem bem “foda-se” para Jazzie, mas sabia que ela não engoliria.

Quer dizer, meu ídolo! A pessoa que há alguns anos eu idolatrava, passava dias e noites implorando por uma resposta no Twitter, chorava escutando sua voz em algum vídeo e ficava feliz ao ver que ele também estava feliz. Já sentia as lágrimas molharem meus olhos, quando notei que Jasmine me lançava um olhar preocupado. Respirei fundo, afinal, talvez isso não fosse tão ruim assim. Eu não fora a única que cantara Tranny na audição.

Muitas outras concorrentes cantaram também e, a única diferença foi que ele sempre era um dos primeiros a virar a cadeira e fazer alguma gracinha, do tipo "minha música, huh?". Prepotente dos infernos!

Eu deveria me conformar, até porque sabia que estava correndo esse risco. E além do mais, não nasci para agradar ninguém. Se Dougie Poynter não gostou, infelizmente não posso fazer nada. O programa não estava em suas mãos, ele não decidiria tudo sozinho. E, pelo visto, Poynter que me desculpe, mas ele terá que me engolir. 

Danny's POV

A audição havia terminado e eu já tinha as minhas preferidas. Thalia com certeza estava entre elas. Ela tinha uma voz espetacular e uma puta presença de palco! Eu notei que ela se decepcionou um pouco quando a música terminou e Dougie não virou a cadeira. O que diabos aquele idiota tem na cabeça, afinal? Em todas as outras versões de Tranny ele havia virado e até mesmo interagido com as participantes, por que justo com ela, a melhor de todas as versões apresentadas, ele foi rude? Dougie merecia uma surra depois dessa. 

Tom's POV

Tudo havia ocorrido tranquilamente. Todas com muito talento e potencial. Era incrível conhecer pessoas tão talentosas e até mesmo ajudá-las a sair do anonimato. Hoje iríamos conversar e decidir quem seriam as 16 meninas que entrariam para a casa.

O programa funcionaria do seguinte modo: aos poucos se formariam 4 bandas, e no final restariam apenas 2 para que escolhêssemos quem seria, basicamente, "a girlband patrocinada pelo McFLY". 

Jullya, uma das competidoras, me chamou muito a atenção por sua carisma e sua voz, e também Thalia foi incrível. São dois nomes que eu me nego a esquecer. O que me surpreendeu foi a reação de Dougie ao escutar a versão de Transylvania na voz de Thalia. A música na voz calma e doce, porém ao mesmo tempo rouca e sexy de Thalia havia ficado perfeita! Seria ciúmes de sua música? Dougie é orgulhoso demais e jamais aceitaria que alguém poderia fazer algo melhor do que ele havia feito. Esse é o nosso Dougie, fazer o que? Mas que ele foi um completo estúpido com a garota e se arrependeria, disso eu tenho certeza.

Dougie's POV

Depois de uma longa manhã de testes, finalmente tudo havia acabado. Resolvemos então descer para almoçar, já que logo deveríamos voltar pra selecionar as candidatas que haviam passado para a última fase.

- Tinha bastante competidora hot, né? – Danny disse, abrindo um sorriso malicioso. – Imaginem quatro meninas gostosas saindo em tour com a gente? Acho que vou estar no paraíso – disse, apontando para o céu e fazendo todos rirem.

- Pois é! Mas alguém aqui... - Harry comentou olhando de soslaio para mim - Fez merda, né?

- O quê?! - eu perguntei como o cara de pau mais lavada que era.

- A competidora, seu imbecil! - Harry ralhou comigo estreitando seus olhos - Você é idiota ou o que? Ela era perfeita, e tu não virou a cadeira? Eu só não entendi porque tu fez isso, considerando que para todas as outras que cantaram essa MESMA música você virou a cadeira - Harry terminou e eu revirei os olhos.

Qual era a porra do problema desses caras? Eu só não virei a cadeira, simplesmente porque não quis, e ninguém tem nada a ver com isso, que merda!

- Não me atraiu a voz da garota, Harry. Não entendi, se você ficou tão bolado, chama ela pra sair então – disse, encarando-o com um sorriso malicioso.

- Não é assim, cara! Acontece que, ela provavelmente passará para a próxima fase. E se o público aceitá-la? Ela vai sair em tour com a gente e mais três garotas e você não vai poder fazer nada contra.

- Não é como se eu tivesse sido ignorante, apenas não gostei – Harry me olhou com aquele olhar típico de “me engana que eu acredito” – Tá, tá, talvez eu tenha exagerado um pouco...

- Harry, se você não quiser chamar ela pra sair, pode deixar que eu mesmo faço, tá legal? – Danny disse fazendo cara de safado. – Ah, qual é! A garota era mais do que hot, era muito boa.

- Daniel sendo Daniel... – Tom disse, nos arrancando risadas. – Enquanto ele não tomar um toco da garota, não vai sossegar esse pinto.

Terminamos de almoçar e Fletch logo nos ligava enchendo o saco para fazermos uma reunião e comentarmos sobre o reality. Harry deve ter jogado uma macumba muito grande em mim, porque eu simplesmente não conseguia tirar a voz da garota de minha cabeça, e aquilo estava me deixando irritado! O que ela tinha de tão especial que me fez ficar assim, que as outras não tinham?

- Antes de tudo, quero perguntar a Dougie, por que tanta implicância com a Wright? – olhei para Harry, bufando. Já estava cansado daquele assunto.

- Eu só não virei a porra da cadeira, Judd. Qual é! Vai ficar pegando no meu pé pro resto da vida agora? – rolei os olhos.

- Tá de tpm, princesa? – disse ironicamente. Harry adorava me irritar. – Só queremos saber o motivo. Tá certo que você é meio louco e se estressa por coisas que apenas você vê. – arqueou uma de suas sobrancelhas me desafiando a negá-lo – Porém a garota não tem culpa de ser boa. E convenhamos, te conheço o suficiente pra saber que você gostou da voz dela.

- Nada que me chamasse muito a atenção – revirei os olhos, pela décima vez desde que tocamos nesse assunto. – Qual é caras, qual é o problema de vocês, huh? Não podem ver um par de pernas brasileiras que já ficam loucos e agora ela é a intocável? Nem sabemos se ela vai passar na última fase! – dei um soco na mesa. - Se for o caso, e se for pra fazer vocês pararem de encher a porra do meu saco, eu vou falar com a garota, tá legal?

- Tá certo rapazes, chega de discutir, vamos... – Fletch começou, mas foi interrompido.

- Relaxa aí, alteradinho. A mesa não tem culpa que você estar sem sexo e por isso querer descontar em tudo na sua volta, inclusive na garota – mordi o lábio inferior com toda a minha força pra não voar naquele filho da mãe.

- Chega! – Fletch bateu na mesa quando viu que Harry já ia rebater de novo. – Vamos começar essa merda! Assuntos pessoais vocês resolvem lá fora! Ou esqueceram-se das regras?

- Desculpa, Fletch. – disse, terminando a pequena discussão antes que ela tomasse uma medida drástica ou eu e Harry brigássemos de verdade. 

A reunião ocorreu tranquila, resolvemos alguns assuntos e comentamos sobre algumas competidoras. 

- Bom rapazes, vocês selecionaram suas preferidas, e como já sabem somente essas 16 passaram para o teste final, que será dois meses na casa do reality, supervisionada por vocês, que terão acessos a todas as câmeras, e ao público – Fletch disse. – As 4 bandas serão formadas por elas mesmas, questão de afinidade. Elas têm dois meses pra se juntarem e criarem uma banda, escolherem um nome, e afins. Todos os procedimentos que vocês sabem quais são – concordamos. – Amanhã vocês têm o dia de folga e segunda bem cedo, quero todos aqui. O resultado será ao vivo em primeira mão, e cada um divulgará suas competidoras. Já estão liberados – levantei, pegando minhas coisas e deixando a sala, ouvindo Harry gritar pelo meu nome, mas não parei de andar.

- Dougie, espera, cara – Harry me alcançou – Fala sério, você não vai ficar puto comigo por uma coisa de trabalho, né?

- Relaxa, Harry – dei um soco de leve no seu braço pra mostrar que estava tudo bem. – Eu só não quero mais tocar naquele assunto – disse, descendo do elevador e pegando o maço de cigarro. – Se eu ver que é necessário, eu peço desculpas pra garota. Vocês é que estão levando essa história a sério demais – disse direcionando o cigarro à boca e enfiando as mãos nos bolsos procurando o esqueiro.

- Você é quem sabe. – Harry disse, também dando o assunto por encerrado.

Thalia's POV

Toda aquela pressão havia me deixando exausta, e eu precisava aliviar a tensão. Não tô nada afim de ficar enfurnada naquele hotel só recebendo notificaçõe. Eu precisava espairecer. 

- Jazzie, vamos comer fora e andar um pouco?

- É, pode ser! Só quero trocar de roupa.

- Eu também.

Trocamos de roupa e saímos do hotel, respirando o ar fresco de Londres. Graças a Deus hoje só um ar gelado circulava.

- O Poynter foi um filho da puta em não virar a cadeira – Jazzie começou e eu rolei os olhos, como falaria para Jazzie que não queria tocar naquele assunto sem ser grosseira? – Certo, você não quer falar sobre isso, né?

- Por favor, Jazzie. Voltamos a falar sobre isso segunda-feira, no mínimo – senti algo vibrar em minha bolsa e respirei fundo, peguei meu celular e fiz com a mão para Jazzie esperar e verifiquei a mensagem.

“Amanhã as competidoras terão o dia livre pra aproveitar a cidade, e na segunda feira, às 8 da manhã, a van estará passando no hotel.”

- O que foi? – ela perguntou após eu guardar o celular.

- Mensagem da produção, avisando que temos o domingo livre. Graças a Deus, né?

Jazzie concordou e finalmente entramos no restaurante para comer.



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