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História Fireheart (VMIN-TKK) - Heir of fire


Escrita por: chimmy_tomato

Capítulo 19 - Heir of fire


Fanfic / Fanfiction Fireheart (VMIN-TKK) - Heir of fire

──❦──

Taehyung cerrou os dentes para a dor que se espalhava por sua palma a cada golpe. Continuou controlando seus movimentos para que não passassem de defesa e um contra-ataque que parecesse tão patético quanto o título que era obrigado a carregar. Ele tentou ignorar aquele sorriso repulsivo nos lábios de seu oponente, também tentou ignorar aquelas fagulhas que incitavam sua magia. Havia algo de errado naquele sujeito, e nem era apenas sua personalidade desprezível.

Han Jisung era muito mais do que um homenzinho bonito de língua afiada e comportamento insuportável. E mesmo sem saber exatamente o que essa intuição lhe dizia, Taehyung soube que não gostava. Já era trabalho o suficiente aguentar aquelas brincadeiras desprezíveis e seus discursinhos ácidos. Ele não queria ter que lidar com nada ainda mais desgastante e possivelmente problemático.

Ele arfou quando o ex-soldado aproveitou um descuido e desferiu um golpe em seu braço esquerdo. As risadas e comentários maldosos logo chegaram aos seus ouvidos, em especial daquela dupla de cãezinhos fiéis: Seungmin e Daehyun. O último chegou até a desviar o olhar com puro desprezo. Okay. Esse era oficialmente o seu limite. Pro inferno esse teatro todo.

Taehyung endireitou a postura, respirando fundo ao deixar que seus movimentos assumissem aquela graciosidade conseguida com os anos de treinamento. Relaxou o punho, girando-o sutilmente para se acostumar com o novo estilo de manuseio da espada. Ele não usaria os mesmos golpes desengonçados, mas sim aquele estilo próprio que fizera o Capitão da Guarda arregalar os olhos na única vez que usara. O estilo do Norte.

Han o contornou com um sorriso debochado, como um predador que espreitava a presa para um golpe final. Seus olhos tinham um brilho sinistro, com aquela malícia profana ainda mais intensa que os dias anteriores. Taehyung o analisou em silêncio, com nada além de tédio em sua expressão. Mas ao deslizar o olhar por aquele corpo, ele percebeu os músculos se retesando. Músculos ainda maiores, revelando uma força crescente. Como alguém podia conseguir tonificar os músculos daquela forma em tão pouco tempo? O assassino havia levado uma semana inteira apenas para melhorar um pouco da aparência decrépita decorrente de seu tempo nas Minas. O mundo realmente não era um lugar justo.

- Não está cansado desse teatrinho, Lorde Hansung?

Taehyung não gastaria saliva retrucando aquele idiota. Então apenas avançou, desferindo um golpe em arco que abriu um corte na camisa do ex-soldado. Só então ele abriu um sorriso torto, deixando que aquela malícia retornasse aos lábios quando proferiu:

- Imagino que a rejeição seja dolorosa, mas você realmente não faz meu estilo. Então pare com esse flerte idiota, Hanzinho.

O homem encarou o próprio corte, superficial demais para causar estragos mas ainda doloroso. Então lançou um olhar afiado na direção do assassino. Grunhindo, tornou a desferir golpes, agora ininterruptos. Um após o outro, movido por ódio e frustração. Taehyung defendeu-se e esquivou de cada investida, contra-atacando sob as aberturas que Han deixava. Tão fácil quanto o assassino havia se deixado derrotar, agora avançava com precisão, lançando um último golpe sob a base da espada do oponente, que em segundos voou de sua mão.

No instante seguinte, Taehyung desferiu um corte na coxa do homem, como um lembrete sutil da promessa de dias antes. Avançaria de novo apenas movido por adrenalina quando ouviu um grito em alerta. Segundos depois de ouvir aquele apelo urgente, uma adaga atravessou seu campo de visão, errando por muito pouco seu pescoço. Um corte superficial se abriu pela lateral por onde ela deslizou quando o assassino se esquivou.

Ao vasculhar a sala num reflexo, viu o sorriso atravessado de Daehyun, que já enfiara as mãos de volta nos bolsos. Os demais competidores pareciam confusos, se entreolhando e murmurando enquanto tentavam descobrir o que havia acontecido. Porque aquele soldadinho de merda fora bem treinado e conseguira fazer o movimento sem ser pego por ninguém.

Ninguém exceto Jungkook que já avançava na direção do grupo, carregando uma tempestade consigo. E Taehyung teria sorrido diante daquilo se não tivesse uma espada vindo na direção de seu peito. É claro que Han aproveitaria a comoção. Idiota.

A última coisa que o moreno viu foi o olhar arregalado de Jungkook e um mover de lábios antes que sua espada atravessasse a perna do ex-soldado. Uma ordem foi bradada pelo velho que observava o desenrolar dos eventos, e Taehyung foi imobilizado por três guardas enquanto Han gritava maldições apertando o ferimento. Ele não parecia nenhum pouco contente, e teria avançado no pescoço do moreno se também não estivesse sendo arrastado por outros três soldados.

- As ordens foram claras, esse duelo terminou com um empate no instante em que o tempo esgotou. - o velho Barthes proferiu sobre os gritos de Han. - Agradeçam por suas habilidades, senhores. Porque mesmo diante dessa luta ridícula, conseguiram se sair muito melhor que os demais.

Realmente. A exceção de Daehyun, os demais não conseguiram demonstrar nada além de golpes e defesa básicas, se atrapalhando inutilmente até com o peso da espada. Felix chegara a derrubar a espada antes mesmo do duelo começar. E apenas por imaginar que caso o jovem perdesse seria enviado para um lugar doentio, Taehyung estremeceu, bradando comandos para auxiliar o menor.

Apesar dos eventos, a terceira prova terminou com ambos seguros para a próxima etapa. E após ser descartado pelo grupo de brutamontes que o prendeu até o fim, Taehyung pode sorrir ao ver Jungkook se aproximar.

- Você parece prestes a chorar, Capitão. - apontou quando Jungkook parou a uma distância mínima, parecendo hesitar em dizer algo enquanto o analisava com olhos nervosos.

- Eu achei… - ele apertou os lábios, impedindo as palavras então suspirou. - Precisamos conversar.

- Hum… Não podemos apenas fingir que nada aconteceu? - o Capitão abriu a boca para responder algo, franzindo as sobrancelhas mas foi interrompido.

- Ah, meu deus. Vocês transaram?

Taehyung quase cuspiu quando gargalhou. Jungkook perdeu a cor, negando violentamente com um movimento repetitivo. Gaguejou, então, vermelho começou a despontar nas maçãs de sua face. Aquela cena era adorável.

- Felix. - o assassino chamou ainda engasgando com o próprio riso. - Nós não transamos.

O Capitão pigarreou, recompondo a postura mal humorada de sempre, então gesticulou uma dispensa para Felix enquanto arrastava Taehyung pelo pulso. Só o soltou após chegarem no quarto do assassino.

- Explique. - ordenou.

- Não tem a mínima chance de você deixar isso de lado, tem? - o assassino questionou sentando-se desleixadamente sobre a cama. Ao encarar Jungkook viu o levantar de suas sobrancelhas que certamente era a única resposta que teria. Então suspirou, concentrando-se em abraçar uma das almofadas. - Vamos lá, Capitão. Você é esperto. Não precisa que eu diga o óbvio.

- Magia, Kim? - ele disse num tom ríspido. - Sério isso?

Taehyung lhe lançou um olhar emburrado, enquanto apertava ainda mais a almofada. Ele sabia que não seria uma conversa agradável. Sabia que ninguém em sã consciência gostaria de falar sobre Magia naquele reino governado por um ditador que repudiava as práticas antigas e caçava qualquer um que ousasse proferir sequer o m. Sim, ele sabia. Mas o tédio e desconforto logo foram cedendo lugar aquela tensão mais intensa. Especialmente quando Jungkook lhe lançou um olhar magoado antes de começar com sua mania de perambular nervosamente enquanto pensa.

- Você não pretende ficar aí a noite toda, certo? - murmurou numa reclamação que mais parecia o tom de uma criança conferindo o quão puto estão os pais. - Capitão?

- Vocês dois são impossíveis. - ele exprime quase arrancando os cabelos antes de passar as mãos pelo rosto, pressionando os olhos enquanto grunhia. - As coisas eram mais fáceis antes. - completou sentando-se na poltrona do pequeno sofá que Taehyung arrastara para o quarto a fim de ter um bom lugar para fazer suas leituras.

- Bom, desculpe por isso. Mas foram VOCÊS que me tiraram de lá, então sugiro que trabalhe mais nessa sua atuação de velho ranzinza. Ela é muito útil em evitar conversas como essa. Já pode dar o fora. - Taehyung gesticulou exageradamente, tornando a cena toda ainda mais ácida quando se apressou para o banheiro.

Arrancou as roupas, e o tecido que enfaixava sua mão. Descartou os sais de banho e toda a preparação demorada, se lançando num banho de água fria apenas para acalmar parte daquela ardência que percorria suas veias. E dessa vez ele sabia que não era culpa exclusiva da Magia. Ele estava cansado. Usar magia depois de tanto tempo, ou melhor, deixar que ela se esgueirasse para fora custava tanta energia como qualquer treinamento.

Então naquele dia ele havia treinado três vezes mais. Seu corpo inteiro pesava uma tonelada, e ele apenas deitou a cabeça na borda da banheira, torcendo para que aquela dor de cabeça não voltasse. Ele já estava cansado, esgotado e estressado. Não precisava de outro problema para resolver como um Capitão ranzinza bradando ordens e restrições…

- KIM!!! Você não vai se aproximar um centímetro a mais do Jimin!

Taehyung deslizou seu olhar com impaciência, pouco sentindo alívio do calor. Ele gesticulou para a porta, levantando as sobrancelhas com um ar cansado.

- Assassino perigoso e blablabá, já entendi. Agora deixe o Campeão aqui tomar um banho. Ou não posso nem mesmo isso? - o Capitão trincou o maxilar e deu outro passo, encurtando a distância entre os dois. - Eu já entendi. Pode ficar na minha porta se não confia em mim. E só para você saber, sempre foi Jimin quem me procurou. Então esse aviso deveria ser dado a ele tambem. E… Capitão?

Jungkook estava imóvel ao seu lado, encarando-o, os olhos negros brilhando com uma intensidade predatória. E Taehyung quase sentiu um rubor lhe cobrir a face ao identificar, erroneamente, malícia ali. No entanto, o Capitão agarrou seu braço que ainda estava levantado, então deslizou as mãos até chegar ao pulso. O assassino sentou-se na banheira, tentando se soltar quando percebeu tardiamente o que estava acontecendo.

- Cadê aquele corte de mais cedo, Kim? - Taehyung engoliu em seco, estremecendo quando Jungkook lhe forçou a abrir a palma que não tinha mais o menor traço do corte. - Explique porquê aquele corte sumiu ou juro por Wyrd-…

Taehyung estava prestes a ceder ao som irritante de coisas quebrando em sua cabeça. Tentou respirar fundo mas era tanto calor, tanta frustração. Ele estava cansado, e só queria dormir um pouco. Só queria escapar desse tipo de coisa e daquela realidade de merda. Nada do que fazia tinha sentido. Ele apenas sobrevivia, fazendo o que mandavam, mostrando alguma rebeldia e se divertindo brevemente com as reações.

Mas sempre que voltava para aquele quarto, em cada momento em que estava sozinho, as cenas se repetiam em sua mente. Todas as suas falhas, os seus crimes. Tudo o que ele devia ter feito, mas fugiu. E continou fugindo por anos. Sempre recebendo aquele tipo de olhares. De malícia doentia como de Han, de desprezo como Daehyun e o Rei, de nojo e repulsa como de Seungmin e outros competidores. Ali, os olhos de Jungkook se metamorfosearam de frustração para raiva, então cediam ao terror. O assassino continuou o encarando, sentindo sua respiração acelerada equanto aquele calor insuportável tomava forma e ele via seu próprio reflexo nos olhos arregalados do moreno a sua frente.

Ele ouviu o som de brasas e o chiado da água sob si. Ficou em pé, letárgico, sem conseguir reencontrar os pensamentos ou a própria fala. Seus joelhos falharam quando saiu da banheira e ele estendeu as mãos em busca de apoio, só então vendo o que deixava Jungkook tão assustado a ponto de se afastar alguns passos.

Sua magia não havia apenas liberado parte de seu poder e o calor, mas também as próprias chamas.

Jungkook o encarou boquiaberto, sentindo o próprio fôlego se perder e a voz se partir em um murmúrio incompreensível. A Bruxa do Oráculo estava certa.

Portador de morte e vestido de sombras.

Coroado pelo sol, aquele que floresce ao crepúsculo.

O infortunado, prometido do Norte


Um portador da magia pura. Aquele jovem assassino era um herdeiro das chamas.

Coroado por chamas rubras como sangue, outras vestiam sua pele nua. Mas o que deixou o Capitão de joelhos fracos a ponto de cair sobre o piso frio, foi ver aquelas chamas douradas que adornavam suas costas, formando asas que pareciam ter sido incrustadas de pedras preciosas. Os gomos da envergadura foram sendo tecidos por chamas de diferentes tons de escarlate e laranja. A cada instante que se prolongava, novas chamas despontavam, construindo aquele mosaico saído da imaginação de algum deus.

Kim Taehyung era naturalmente lindo a ponto de fazer Jubgkook sentir coisas que jamais sentiu por outro homem. Mas ali, diante daquelas chamas que lhe despertavam terror e admiração, ele soube o quão profundamente enraizado estavam aqueles traços. Soube o quanto cada mínimo contorno, mesmo as cicatrizes, o afetavam a dimensões imensuráveis. Então ao ver a forma como Taehyung lutava para conseguir algum fôlego, quando viu a dor estampada em seu rosto enquanto arranhava o próprio peito se debatendo no chão, ele não pensou nas consequências daquela descoberta, no Rei e sua repulsa à qualquer menção mágica ou em qualquer outra coisa.

Jungkook se aproximou de Taehyung, mesmo sentindo o corpo trêmulo. Ao tocar os braços do assassino pode sentir aquela onda preguiçosa se esgueirar por seu braço, mas desta vez ele não cederia ao medo da sombra que espreitava ali. Tampouco temeria aquelas chamas tão bonitas que já serpenteavam por sua blusa, consumindo tecido e deixando um eco incômodo. Ele só conseguia ver Taehyung e seu desespero. Aquele jovem sempre petulante e sorridente estava encolhido em dor, pela segunda vez naquele dia.

O assassino soluçou, apertando os dedos trêmulos nos punhos de Jungkook, mesmo diante do choro, da falta de ar, e de toda aquela dor, ele tentou afastar aquelas mãos que o seguravam.

- Solte… Saia… - ele arfou quando as chamas repuxaram suas costas, fazendo seu corpo inteiro se contrair em um solavanco. - NÃO ME TOQUE!

Pro inferno.

Jungkook puxou o corpo de Taehyung, envolvendo seus braços em torno de sua cintura, abraçando-o contra seu peito. Ele pode escutar o chiado das chamas devorando suas roupas, talvez acabasse com queimaduras se elas continuassem avançando. Sentiu o eco em seu braço se contorcer, parecendo abrir os olhos para aquela magia pura, enfim liberta. Mas ele não se concentrou naquela dor que pulsava, não prestou atenção no calor que dançava por sua pele. Apenas abraçou Taehyung com força, sentindo cada um dos muros que construiu se romperem. Sentindo cada limite cuidadosamente desenhado se desfazer como areia.

- Taehyung... - ele chamou num sussurro, numa prece. - Acalme-se. - uma ordem calma, enquanto afagava a base das costas do moreno. Seus olhos estavam fechados mas ele soube que aquelas asas oscilavam, reduzindo-se aos poucos. - Calma… - Taehyung foi cedendo aos poucos, deixando de lutar contras os toques. Sua voz se partiu num suspiro arrastado, e seus dedos pousaram no peito nu do Capitão.

Jungkook continuou o abraçando, até que as chamas se recolhessem. Até que não restasse nada além do calor de seus corpos. Então, se afastou com cuidado, apenas o suficiente para verificar a expressão de Taehyung.

Os olhos do assassino estavam fechados, sua expressão indecifrável. E ele estava pálido, mortalmente pálido.

O Capitão se sobressaltou lhe tocando a face, chamando-o, mas o corpo do assassino tombou desacordado em seus braços.


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Notas Finais


Os calmantes estão em dia? :D

Não me responsabilizo pelos futuros danos à alma.
E não, não vou matar meu utt.
Não é sadfic ok? Ok (?)


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