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História Firewatch - Adolescentes Invasoras de Torres


Escrita por: LeeYaar

Notas do Autor


Olha eu novamente, fiquei muito na dúvida sobre continuar postando, mas tá aí o segundo capítulo. Vai ser uma fanfic curtinha, acho que uns cinco capítulos e praticamente todos vão ser do ponto de vista de Lexa. Talvez o último seja do ponto de vista da Clarke, mas não sei.

Capítulo 2 - Adolescentes Invasoras de Torres


Fanfic / Fanfiction Firewatch - Adolescentes Invasoras de Torres

Eu estou descendo de elevador, minha mochila no chão, minhas pernas revezando entre elas o peso de meu corpo. Meus cabelos presos em um coque. Estou vestindo bermudas e uma camisa qualquer, não tive tempo de arrumar isso, estava com pressa de sair, mas não me importo se for bonito, apenas se é confortável. A porta do elevador se abre na garagem e eu pego minha mochila antes de caminhar até minha caminhonete vermelha. Jogo a mochila no fundo e entro no veículo.

Flashback On

-Ela parece ter sua idade, vai lá. - Octávia me incentiva.

Tomo coragem e me dirijo até a mesa onde uma bela moça ria com professores e alunos da Universidade de Boulder.

-Então… - eu começo - Qual o seu… você sabe, curso?

-Biologia evolucionista. - ela responde educada - Eu sou uma professora.

-Legal… - digo tímida.

-E você? - ela me pergunta, parece interessada.

-Toxicologia? - eu digo e ela sorri.

-É uma pergunta? - ela pega minha mão e vamos até o balcão, pede um papel à balconista e escreve algo antes de me entregar - Me liga.

Flashback Off

Estaciono a minha caminhonete quando vejo que não há mais como eu seguir em frente com ela, as pedras e desníveis do lugar vão provavelmente me causar um acidente. Saio do veículo com minha mochila e logo em frente vejo um quadro de avisos, nele diz: "TRILHA DE THOROFARE" e abaixo alguns avisos sobre alimentar ursos e fogos de artifício. Sigo a trilha em frente deixando a caminhonete para trás.

Flashback On

-Você me deixa completamente maluca. - eu digo a Costia enquanto nós bebemos cerveja na varanda do meu apartamento.

-Isso é bom. - ela diz com um sorriso gostoso no rosto. Após um longo silêncio ela volta a falar - O que acha de crianças?

-Crianças…? Não são muito espertas. Ou boas. - digo fazendo uma careta.

-Eu quero dizer se tivermos algumas. Um par de idiotinhas. - ela diz mantendo seu sorriso.

-Seria bom, só esperemos um pouco. - concluo e ela sorri capturando meus lábios.

Flashback Off

Chego a um lugar com uma longa descida, uma rocha bastante alta, mas acredito que estou com condições físicas para descer sem perder um membro, é o que faço. Olho ao redor e tudo parece laranja, todas as pedras e árvores, alguns galhos atrapalham meu caminho, mas eu os removo com facilidade. Olho para o céu e ele me mostra todo o seu esplendor, o pôr do sol é realmente lindo aqui. Há uma placa em minha frente: "Two Forks/ Vigia de Fogo. 8 milhas". Okay, isso é bastante, devo me apressar.

Flashback On

Costia está chegando em seu carro, ela sai sorridente como se nada tivesse acontecido e tenta me abraçar. Eu estou esperando que ela venha me buscar na faculdade há bastante tempo.

-Está louca? - digo irritada - Eu te esperei por quatro horas e agora você chega aqui como se nada tivesse acontecido?

-Quê? Eu cheguei, né? - ela embola as palavras.

-Você estava bebendo? E dirigindo? Você é uma irresponsável! - eu grito pegando a chave de seu carro e assumindo o volante.

-Você é uma egoísta. Deixe de ser tão criança. - ela cospe as palavras, eu ignoro e dirijo até meu apartamento.

Flashback Off

A noite cai e meu acampamento já está armado, um fogão a gás para esquentar minha sopa está em cima de uma pedra e uma luminária em cima de um toco de árvore. Pelo que eu sei não é permitido acender fogueiras aqui e eu respeito isso. Pego meu diário, companheiro de todas as horas e abro exatamente na página em que está anexada um desenho. Sou eu, da vez que Costia pediu que eu pousasse para que ela me desenhasse, eu não sou tão linda quanto as plantas que ela desenhava para sua pesquisa, mas estava engraçada me flexionando como o He-Man.

Flashback On

-Durma aqui essa noite, não vai doer e seu apartamento não vai explodir. - ela sabe ser convincente.

Ao amanhecer eu encontro Costia adormecida ao meu lado completamente nua e inúmeras mensagens da minha mãe. Olho para o lado e Mayhem está dormindo ao pé da cama.

-Hey, Baby! - Costia diz sonolenta - É tão bom acordar com você aqui.

-Eu diria que nós mal dormimos. - digo e selo nossos lábios, ela tenta aprofundar o beijo, mas eu me afasto - Já fizemos demais ontem à noite, agora irei fazer o café da manhã.

-Tem certeza que não posso ser o seu café da manhã? - Costia diz com um olhar provocativo e eu sorrio - Lexie, fode sua garota, baby. - ela diz dengosa e desce a mão até sua intimidade.

-Isso é golpe baixo.

Costia começa a se tocar e me olhar provocativamente, eu mastigo meu lábio inferior tentando resistir mas é simplesmente impossível, essa mulher mexe comigo. Com o meu corpo inteiro. Me debruço por cima dela e com pressa meus dedos tateiam sua intimidade. Costia adora sexo matinal, é sempre bom.

Flashback Off

Mal amanhece e eu já estou de volta à trilha, em minha frente há uma depressão relativamente grande, porém está tudo sob controle, já que um tronco caído faz ligação com o outro lado da cratera. Levanto um pouco a cabeça e em minha frente está um cervo, ele me encara por um tempo e logo depois corre na direção oposta. Eu sigo meu caminho.

Flashback On

-Alô?… Sim, é ela… Yale?… Não, claro. Obrigada por ligar.

-Eu ouvi direito? - questiono quando Costia desliga a ligação.

-Acho que sim, acabei de receber uma proposta de emprego em Yale, em Connecticut. É uma ótima oportunidade: chefe de departamento de sócios. - ela diz animada e eu não sei exatamente o que sentir - Sei o que está pensando, mas a gente dá um jeito…

-Não, a gente não dá um jeito. - eu digo confusa - Eu tenho um número pra você, 5.218 km. Eu... eu digo, é claro que você quer ir, eu quero te dizer que não vacile se  é realmente o quer, mas... Droga.

-Amor. - ela diz segurando meu rosto - Amor, calma. Está tudo bem, okay? Eu te amo e a gente vai dar um jeito, eu prometo.

-Eu não quero te perder. - digo com lágrimas nos olhos - Eu não quero atrapalhar sua vida, esse emprego é maravilhoso, mas eu não posso te perder.

-Lex, você é minha vida, ouviu? - ela diz ainda segurando meu rosto - Eu realmente amo você, amo tanto que às vezes eu nem acredito. - ela seca minhas lágrimas - Vamos fazer o seguinte, se eu realmente precisar ir, voarei para Boulder regularmente, okay? Eu te prometo.

Flashback Off

E aqui estou eu, já é quase noite quando eu me esgueiro por alguns arbustos e avisto a torre de vigia. É uma longa subida, mas me animo quando penso a vista que terei, esse lugar já é bonito o suficiente aqui de baixo, imagine lá de cima.

Flashback On

-Eu senti tanto sua falta. - ela diz antes de capturar meus lábios num beijo quente - Droga, só de te olhar eu fico acesa.

-Percebo, mal conversamos. - eu digo receosa - Toda vez que você vem pra Boulder são só longos dias de sexo. - Costia me encara com a testa franzida - Desculpa, eu… me desculpa.

-Não, okay. - ela diz e se afasta - Então você quer… conversar?

-Não, amor, é só que eu sinto sua falta. A gente se via todos os dias e as coisas mudaram assim. - eu digo mastigando meu lábio inferior.

-Não faça isso, eu estou tentando não te agarrar. - ela sorri se referindo ao que fiz com os lábios - Venha para Connecticut comigo.

-Costia, eu tenho meu apartamento, minha faculdade, minha vida… - eu digo - Não posso ir para Connecticut.

-Tudo bem, então eu vou continuar vindo para Boulder três vezes por semestre. - Costia diz se aproximando e capturando meus lábios - Até você resolver mudar a mão que põe esse anel… - ela segura minha mão - e casar comigo.

Flashback Off

Subo as escadas em volta da torre me perguntando quando vi a lua tão grande assim, pois eu digo que NUNCA. Esse lugar é incrível. As janelas estão tapadas com madeira, faço uma nota mental de tirá-las depois. Abro a porta e ligo a luz, é um lugar pequeno, mas parece confortável, tem uma cama pequena, uma espécie de mapa redondo no meio, algumas estantes e panfletos pelas paredes.

-Alô, Torre Two Forks. - me assusto ao ouvir isso, mas logo vejo um walkie talkie em cima de uma mesa - Torre Two Forks, aqui é a Torre Thorofare. Responda.

-Hm, olá? Quem é?

-É Alexandria, certo? - a pessoa do outro lado pergunta - Eu sou Clarke. - fico calada arrumando alguns dos meus livros na prateleira - Então, o que há de errado com você?

-Como é? - pergunto franzindo a testa.

-As pessoas pegam esse trabalho para fugir de algo. - ela diz arrastado - Então… o que há de errado?

-O que há de errado com você? - retruco.

-Oh, é uma ótima idéia! Prossiga. - como alguém pode estar tão animada para conversar a essa hora?

-Olha, eu caminhei por dois dias então não estou acompanhando o que quer que você esteja fazendo. - digo sincera.

-Tente adivinhar o que há de errado comigo. - ela explica.

-Está bem, depois posso dormir…? Para sempre?

-Claro, parceira. - ela diz e eu reviro os olhos - Agora, vá em frente.

-Certo… - penso em algo - Você matou três ex maridos. É uma viúva-negra. Você só está aqui até acalmar a ânsia e depois matar de novo.

-MUITO bom. - a garota do outro lado diz extremamente animada - Bravo, Alexandria.

-Okay. Posso dormir agora? - sento na cama movimentando os ombros.

-Ainda não. Agora é sua vez. Vamos ver… não sei nada sobre você. - eu suspiro e me deito na cama enquanto ela fala - Eu digo que você foi demitida do emprego e finalmente decidiu escrever seu próprio romance.

-Hmm... Boa noite. - eu ignoro tudo o que ela diz.

-Bem vinda ao emprego. - ela diz doce e eu desligo o rádio.

DIA 1

Abro meus olhos devagar com medo da claridade que é pouca, porém suficiente para me deixar tonta por alguns segundos. Levanto da cama e observo o lugar com mais atenção, tem uma mesa perto da porta onde fica o gancho do rádio e minha máquina de escrever que eu devo ter colocado quando cheguei. Vou até ela e escrevo algumas linhas.

-Bom dia, Alexandria. Bem, acho que "boa tarde". - a mulher do outro lado do rádio diz - Você provavelmente dormiu como uma pedra. Enfim, ainda tem algumas horas de luz do dia para fazer alguma coisa. Consigo te ver na sua mesa, então me chame quando estiver pronta.

Eu encaro o pequeno rádio e desvio o olhar para um porta retrato em minha frente, é uma foto de Costia e eu, de uma vez que fomos esquiar. Na volta encontramos Mayhem na rua, com frio e decidimos adota-lo. Suspiro e decido atender o chamado.

-Desculpe, acho que cochilei. - digo.

-Você descansou, o quê, quatorze horas de sono? - ela diz com a voz meio rouca - Nossa!

-Sim, Jesus. São o quê, seis? - eu digo levantando da mesa e procurando ao redor algum sinal da Torre Thorofare.

-18hs45. - a mulher do outro lado diz - Não se preocupe. Essa caminhada acaba com qualquer um por um ou dois dias. - ela diz rápido - Mas agora que você acordou, deixe-me apresentá-la ao trabalho. Tem uma coisa no meio da sala com um mapa redondo em cima. Você vê?

-Okay, sim, tô vendo.

-Esse é o Descobridor de Incêndios Osborne, criado em 1914 por W.B.… - ela dá brecha pra que eu continue.

-…Osborne?

-Você usa isso para encontrar, adivinhe, incên… - ela para de falar por um segundo - Mas que porra é essa?

-O quê? - pergunto confusa.

-Nada. Hm, você usa isso para… - ela interrompe a frase de novo - Ai, cacete!

-Hey, olha a boca, moça.

-Olhe para o oeste pela janela, você está vendo o que eu estou vendo? - ela pergunta num tom mais alto - Aquilo são fogos de artifício?!

Eu demoro um pouco para achar o oeste, até perceber que tem uma bússola bem à minha frente, aí fica mais fácil e eu finalmente vejo do que ela está falando.

-Whoa! Isso não é legal, é? - eu pergunto mesmo já sabendo a resposta.

-Hmmm, não! - ela diz parecendo irritada - Você tem que descer lá agora mesmo e pará-los. A chance de incêndio está nas alturas.

-Esse é mesmo meu trabalho? - eu provoco.

-Seu trabalho é fazer o que eu disser. O guarda mais próximo está há dois dias daqui. - ela explica - Vá lá e dê um jeito neles.

-Tipo, bater pra caralho neles? - digo colocando meu boné da Universidade de Boulder.

-Não não não. Jesus, não! - ela parece desesperada.

-O quê? Não sou policial. - eu me explico - Não é como se eu tivesse um manual!

-Apenas certifique-se que não voltem a fazer. Pegue os materiais deles. - ela explica - Só não vá quebra a cara de ninguém. Vai precisar de uma corda para descer até o lago, se não estou enganada. Deve ter uma caixa de suprimentos no caminho. A senha é "1-2-3-4." A senha é essa para todas, na verdade.

-Uau, parece seguro. - eu brinco.

-Cala a boca. - ela diz com a voz rouca.

Pego minha mochila e abro a porta para sair. Bom, me parece que essa é minha primeira aventura nesse lugar desconhecido e extremamente bonito. Por mais que eu esteja com sono e dores nas costas. Sigo uma trilha que me parece segura, por mais que eu esteja meio perdida, não tenho muita familiaridade com bússolas e é tudo que eu tenho agora além de um mapa. Eu deveria ter prestado mais atenção nas aulas de Geografia.

Depois de algum tempo de caminhada eu finalmente encontro a caixa de suprimentos. Apenas falo no rádio que a havia encontrado e a mulher do outro lado responde: "Ótimo". É uma caixa amarela de madeira, trancada com um cadeado de senha numérica, eu coloco a sequência que ela me falou mais cedo, qual era mesmo? Oh, verdade, a senha mais segura que uma caixa de provisões poderia ter: 1-2-3-4.

Dentro da caixa há um mapa com algumas informações e trilhas marcadas, eu atualizo o meu próprio mapa e volto a explorar a caixa. Há uma corda velha, espero que seja segura, há também uma pinha, não é exatamente algo que eu precise, pego uma barra de cereais, parece velha, mas eu como mesmo assim, estou no meio do mato, o que tenho a perder? Há também uma carta. Okay, talvez não seja pra mim.

Ron,

Ei cara, não podia só pegar isso é colocar na sua torre, então coloquei junto com algumas coisas na caixa.

Encontrei em um daqueles bares que você gostou.

Faça bom proveito enquanto eu não estiver aqui.

Dave

-Ei, eu encontrei um bilhete de um cara chamado Ron e de um outro cara, Dave. - digo no rádio.

-Isso foi provavelmente o Dave Gaskill. Ele é completamente pirado. - ela diz com a voz carregada - Inofensivo, mas sim, desapareceu da face da terra e comia formigas por uma semana. Totalmente pirado.

Okay, ela realmente gostava de conversar, a cada dez palavras da minha parte ela falava o quádruplo. Eu só desligo o rádio e continuo minha caminhada. Sinto que estou perto, o barulho dos fogos está mais alto, sigo a trilha e logo à frente vejo uma longa descida, amarro a corda numa pedra ali perto e desço. Okay, talvez não tenha sido algo tão inteligente.

-Não não nãããoooo! - É só o que eu digo antes de cair de metade da descida íngreme e me esborrachar no chão. Levanto meio zonza e pego o rádio - Uh, ei.

-O que diabos aconteceu com você? - a mulher pergunta preocupada e só agora eu percebo que não me lembro do nome dela.

-Minha corda arrebentou enquanto eu descia. - digo enquanto massageio os ombros.

-Você não quebrou nada, né?

-Não, acho que consigo cumprir minha missão.

-Que bom, se cuida pelo amor de Deus. - ela diz e eu franzo a testa.

"Pelo amor de Deus"? Ela devia ser o meu "Deus", né? Se eu sofrer um acidente não vão interrogar Deus, vão interrogar ela. Continuo a caminhada e encontro um ponto rochoso depois da pradaria, há várias latas de cerveja, duvido que tenham sido os esquilos.

-Encontrei várias latas vazias de cerveja. Eles espalharam por todo o lugar. - eu relato enquanto ando mais à frente - Acabei de achar onde ficam. Ah, olha decidiram fazer uma fogueira também.

-Sabe, criaram códigos coloridos para os sinais de perigo de incêndio no caso de analfabetos, mas acho que isso não funciona para os estúpidos. - opa, ela parecia irritada de novo.

Continuo explora do o lugar e encontro uma garrafa de whisky, bom, ninguém está olhando, uma garrafa de whisky não vai fazer falta, eles têm tantas cervejas. Guardo a garrafa na mochila e continuo olhando, encontro duas mochilas à base de uma rocha, mas prefiro não mexer, e olha só, fogos de artifício, os guardo na mochila e continuo caminhando. Esbarro em mais latas de cerveja.

-Pessoas mal-educadas bebem péssimas cervejas. - digo no rádio.

-O quê? Você não gosta de uma Muskwa Lite gelada em um dia quente? - a mulher questiona do outro lado.

-Oh, eu gosto. Mas não disse que tinha bons modos. - digo e dou mais alguns passos à frente, encontrando algo estranho - Encontrei um sutiã.

-Oh, uma piromaníaca nudista. - ela diz.

-Ahn, achei uma c-calcinha. - eu gaguejo - Okay, duas.

-Duas o quê? - ela pergunta animada.

-Garotas, nadando no lago. - eu digo observando de longe.

-Oh, você consegue lidar com isso? - a mulher pergunta num sussurro.

-Claro que sim, apesar de eu gostar de garotas nuas, sou bastante profissional. - digo me aproximando mais - Droga, elas me viram.

-Ha ha… ah cara. Divirta-se com isso. - ela diz antes de desligar o rádio.

-Aquilo é uma pessoa? - uma das meninas diz, elas estão relativamente longe da borda, que é onde eu estou. Há uma música tocando e eu me pergunto de onde vem, quando olho para o lado, há um rádio em cima de uma pedra.

-QUE SOM LEGAL! - grito para que possam me escutar e pego o rádio.

-OU! EI! COLOCA ISSO NO CHÃO! Sério, custou caro! - a mesma garota diz.

-Parem com a PORRA dos fogos de artifício! - eu grito de volta.

-POR FAVOR, COLOCA ISSO NO CHÃO! - a outra garota grita - É só uma solitária mal amada na floresta!

-OH, NÃO MACHUQUE MEUS SENTIMENTOS! - eu digo e jogo o rádio na água.

-HEY, SUA GROSSA! - uma delas diz e eu dou de ombros - Vamos sair daqui, Chelsea?

Elas saem do meu campo de visão, provavelmente para o outro lado do lago e eu me viro para voltar à minha torre. Talvez eu não devesse ter estragado o rádio, mas foda-se, não têm regras na floresta, a não ser as minhas.

-Ei, deu certo? - meu rádio transmite.

-Eu espero que elas se afoguem. - digo abrindo caminho entre os arbustos - Não acredito que alguém vá sentir falta de duas futuras incendiárias.

-Yeaw. - ela diz do outro lado - Vou ignorar e NÃO entender como uma ameaça. - ela respira fundo - Mas sério, muito obrigada por lidar com isso.

-É o meu trabalho. - respondo e desligo o rádio.

Okay, parece que agora eu terei que encontrar outro lugar para voltar à minha torre já que naquela descida íngreme a minha corda quebrou. Decido seguir o lago, deve ter alguma saída por aqui. Bom, espero que tenha.

-Então… - ouço no meu rádio e o pego - Eu tenho uma pequena confissão a fazer.

-E o que é? - pergunto tentando me achar no mapa.

-Hmm… - ela está receosa - Olha, eu estava bêbada noite passada.

-Oh, okay. Não é a primeira a fazer isso. - sorrio de como a voz dela pareceu fofa.

-Eu sei… é só que eu posso ter sido invasiva, com coisas do tipo: "o que está fazendo aqui?". - ela suspira.

-Está tudo bem.

-Eu irei… manter esses assuntos de lado. - ela diz devagar - De qualquer forma, me avise quando estiver de volta à sua torre.

-Espero que eu chegue lá, ouvi alguns trovões. - digo e tropeço em uma pedra.

-Sim, consigo ver uma tempestade chegando pelo norte. - ela diz despreocupada - Só significa que teremos mais trabalho. Volte para casa e tente não ser acertado por um raio.

Caminho mais à frente e talvez eu esteja com um pouco de medo de andar numa floresta desconhecida à noite. Encontro outra caixa suprimentos e abro com a senha, nada de útil além de uma lanterna e mais informações para o meu mapa. Sigo até encontrar a entrada para uma caverna, resolvo me arriscar, me esgueiro pela entrada, parece legal.

-O que tem nessa caverna aqui embaixo? - eu pergunto ao rádio.

-Na caverna? Não sei. A NFS diz para as pessoas não irem muito à fundo. É perigoso. - ela suspira e continua - Mas eu digo que foda-se. Você é uma mulher crescida, vá onde quiser.

-Talvez eu explore ela mais a fundo em algum momento nesse verão. - digo tentando achar uma saída próxima - Eu costumava explorar cavernas com alguém no Colorado. Ela adorava.

-Pode ser divertido. Mas claro, tenha muito cuidado. - ela diz e eu uivo como um lobo, brincando com o eco da caverna.

-Não parece assim tão perigos UOOOOU! AHH, NÃOO!

-ALEXANDRIA?! - ela grita preocupada.

-Sério, é completamente seguro aqui dentro. - eu digo e ela percebe que foi uma brincadeira.

-Mas que droga.

Eu saio da caverna e parece estar mais escuro do que quando eu entrei, tento acender a lanterna que encontrei na caixa de suprimentos, mas olha só, ela não funciona, bato o objeto nas mãos, meu pai sempre faz isso quando o controle da tv não pega, droga, a porra da lanterna acende bem na minha cara. Você é tão estúpida, Lexa. Volto a andar, agora com o caminho mais claro pela luz da lanterna, encontro uma longa subida de rochas e imagino que tenha que subir por ela, me apresso em o fazer.

Finalmente termino a subida e avisto minha torre, quando me aproximo dela esbarro num cômodo minúsculo de madeira, entro e lá tem um vaso sanitário e uma… ahn… bola de tênis?

-Ahn… é só a latrina, então, em termos de ir ao banheiro? - pergunto no rádio.

-Bom, você tem a mata inteira à disposição, Alexandria. - ela sussurra a próxima frase - Eu faço em qualquer lugar.

-Você fala tanto o meu nome. - digo subindo as escadas da minha torre.

-Isso te incomoda?

-Não, digo… MERDA!

-O que foi? - ela pergunta atenta.

-Tem um buraco na droga da janela da minha torre. - digo irritada - Aposto que foi uma daquelas garotas estúpidas. Argh. - olho pela janela - Droga! A minha máquina de escrever esta jogada do lado de fora da torre.

-Você escreve? Numa máquina de escrever?

-Sim. - respondo enquanto desço para resgatar minha máquina que por sorte está intacta - Foi presente da minha vó.

-Okay, vou avisar ao Serviço Florestal. - e eu fico calada - Okay, fiz um chamado. Elas levaram algo?

-Ahn… acho que não.

-Não acredito que alguém faria isso… - ela diz irritada - Eu me preocupo com ursos, incêndios e agora o quê? Adolescentes invasoras de torres?

-Oh… Clarke! - eu finalmente me recordo do nome dela.

-Sim…? - ela responde sem entender.

-É seu nome, Clarke. - digo me lembrando da nossa conversa do dia anterior.

-Eu sei, convivo com ele desde que nasci. - ela sorri - Enfim, vou te deixar dormir. Boa noite, Alexandria.


Notas Finais


Gostaram? Se eu continuar com a fanfic vou tentar postar todos os dias, como eu fazia com as outras, ou talvez eu acorde bem louca algum dia e poste todos os capítulos de uma vez kkkkk


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