1. Spirit Fanfics >
  2. Firewatch >
  3. Problemas Pessoais

História Firewatch - Problemas Pessoais


Escrita por: LeeYaar

Notas do Autor


Olha só eu atrasada já no terceiro capítulo...

Capítulo 3 - Problemas Pessoais


Fanfic / Fanfiction Firewatch - Problemas Pessoais

DIA 2

Nada mais relaxante durante a manhã do que tomar um café com a adição de um whisky roubado de adolescentes, e é exatamente isso que estou fazendo. Mas minha mente não está pesada quanto a isso, me parece um bom pagamento por terem jogado a minha máquina de escrever do lado de fora e ainda mais depois que dei falta dos meus lençóis. Não bebo whisky há algum tempo pra falar a verdade, e esse é realmente muito bom.

-Acorda. - ouço a garota do rádio - Ei, acorda.

-Estou acordada. - digo tirando o rádio do gancho - Então, qual o problema?

-Aquela tempestade derrubou a linha telefônica que eu uso para falar com o serviço. - ela diz com seu tom de profissionalismo - Isso significa que estamos isolados.

-Eu deveria estar preocupada com o fato de não podermos pedir ajuda se precisarmos? - digo terminando meu cawhisky, ou whisfé.

-Oh, não. Você é durona, Alexandria. Não parece ser do tipo que pede ajuda. - ela diz brincalhona - Mas o que eu quero que faça é andar até onde a linha passa por sua região e reportar se está caída. Depois posso rastrear um guarda para chamar alguém.

-Okay, acho que consigo fazer isso. - digo olhando pela janela para a torre de Clarke, que está um tanto longe - Onde fica?

-Lembra da caverna que encontrou ontem? Então, fica ao norte dela. - ela explica.

-Okay, eu farei isso. - digo saindo da torre.

-Obrigada, Nathália. - ela diz e eu franzo a testa.

-É Alexandria. - eu a corrijo.

-Não gosta de Nathália?

-Oh… não. - respondo não sabendo onde ela quer chegar.

-Mas Nathália combina com obrigada. - ela diz.

-Não combina. - eu respondo.

-Claro que combina e você nem lembrava o meu nome até ontem à noite. - ela diz cantarolando.

-Olha, eu estava sonolenta, não pode me culpar por não lembrar o nome da mulher bêbada que me recebeu.

-Uau, direta. - ela parece magoada com o meu comentário, mas eu só ignoro e continuo minha trilha.

Isso não parece diferente das minhas caminhadas matinais com Mayhem, a não ser pelas pedras e por essa vista maravilhosa. Por mais que eu aprecie ficar sozinha no meio do nada, é quase impossível não querer falar com Clarke sobre alguma coisa e ela sempre parece disposta a conversar, talvez não tenha nada de mais interessante para fazer.

-Já está frio pra caramba aqui embaixo. - eu digo no rádio.

-Não se preocupe, vai esquentar rápido. - ela diz - Mas as manhãs são frias em Boulder, certo?

-Sim, são.

-Pra onde você vai lá? Quero dizer, como era a vida? - não sei se era uma boa ideia falar com alguém que nunca vi, mas não tenho nada a perder.

-Bom, eu ficava bastante tempo com meu cachorro Mayhem e… ahn… alguém. - a última palavra saiu como uma pergunta, mas eu não sabia muito bem o que dizer.

-Ah, então você tem alguém? Namorado? Ex? Ficante? - eu me preparo para falar algo, mas ela não deixa - Me desculpe, estou sendo invasiva de novo.

-Não, tudo bem. É que… é complicado, mas eu diria que é minha esposa.

-Esposa tipo esposa ou esposa tipo "ela está tomando minhas coisas"?

-Esposa tipo "morávamos juntas, tínhamos um cachorro, um apartamento mas eu deixei ela ir para Connecticut e estraguei tudo". - eu respiro fundo - Mas apesar disso eu ainda uso a aliança que ela me deu.

-Talvez ela volte, deve estar corrido em Connecticut.

-Ela não está mais lá.

-Okay, ahn… eu preciso fazer uma coisa agora. Mas estou com o rádio, me chame se precisar, okay?

-Okay.

Talvez eu não devesse ter falado de Costia, Clarke era a única que tinha alguma chance de não me olhar com pena e agora eu estraguei tudo. Parabéns, Alexandria, você acaba de estragar o que seria o verão perfeito. Ando mais alguns metros e encontro uma cabana abandonada. Sei que estou em serviço, mas não faz mal a ninguém dar uma olhada.

Tento abrir a porta da cabana de madeira, mas ela simplesmente cai quando eu toco, talvez eu tenha que ter cuidado, essa estrutura está péssima. Tem uma escada para baixo e eu me arrisco a descer. Parece ter havido um incêndio horrível, há um violão, colchão, livros, tudo queimado. Subo de volta e volto a procurar o fio caído.

-Ahn… Clarke?

-Diga. - ela responde rápido.

-Estou vendo sua torre, isso significa que pode me ver também? - digo vendo de longe a torre dela.

-Sim, bem o bastante.

-Droga. - digo ao subir até o topo da trilha.

-O quê?

-Há várias latinhas de cerveja aqui em cima. - eu digo subindo em algumas rochas.

-Que nem antes? - em confirmo com um som nasal - Porra de crianças! Espero que elas tenham ficado longe das nossas coisas de comunicação.

-Okay, estou vendo o fio, ele está caído. - digo me aproximando do poste.

-Okay, algum sinal das garotas?

-Ahn… sim, se você considera várias latas de cerveja e uma calcinha escrita "Vá para o inferno" um sinal. - eu digo sorrindo.

-Que babacas. E o cabo?

-Bom, ele está definitivamente caído, mas não parece ter sido o vento, parece ter sido cortado. - eu digo analisando o fio.

-EU SABIA! Assim que você falou sobre as latas de cerveja. - ela parece irritada - Eu deveria ter deixado você bater pra caralho nelas.

-Okay, você parece bastante irritada.

-Elas não percebem que é assim que as pessoas morrem? Quer dizer, e se acontecer algo com um dos meus vigias enquanto isto está assim?! - eu penso em interromper, mas deixo ela extravasar - E Deus me livre se houver um incêndio realmente incontrolável.

-O que você quer fazer?

-Encontre elas.

-Okay, e depois?

-Eu… eu não pensei em nada ainda. - ela suspira - Mentira. Mas tudo que vem em minha mente é ilegal.

-Pode falar, eu não direi à polícia. - digo descendo a trilha de volta.

-Ahn, sério?

-Vim aqui por um pouco de ar fresco e aventuras, o que você tem?

-Acho que só queria achá-las e assustar elas pra caralho.

-Eu faria uma fantasia de fantasma assustadora, mas elas roubaram meus lençóis.

-Hm, não sei… espera elas saírem e destrua o acampamento delas. Algo que faria elas correrem para a mamãe e o papai.

-Vou achar elas. Pelo menos sei que elas gostam de Red Eagle, é só seguir o rastro das latinhas.

-Obrigada.

-Mas… - digo dando ênfase - Quero um aumento.

-Não conte com isso. - ela diz dando uma gargalhada.

Desço a trilha e resolvo voltar para o lago, foi a última vez que vi as garotas e mesmo que elas não estejam no mesmo lugar, não devem estar longe. Mayhem iria adorar esse lugar, muitos esconderijos e espaço. Ele gosta de correr. Mas à frente eu vejo uma mochila pendurada num galho.

-Tem uma mochila aqui. - eu digo a Clarke.

-Não é de uma das adolescentes?

-Não, parece que foi perdida há muito tempo. - digo quando sinto teias de aranha quando pego a mochila - Tem várias cordas em ótimo estado aqui e uma câmera fotográfica. Me parece útil. Obrigada, Brian Goodwin.

-Espera, o que disse?

-Brian Goodwin, era o nome que estava escrito em cima da mochila. - explico.

-Ah. Uau.

-O quê, era um cara que você tinha algo? - eu provoco.

-Ah sim, era quente e pesado. - ela diz com uma voz sexy - Claro, Brian Goodwin tinha 12 anos, então nosso amor nunca foi entendido. - eu faço um som de nojo - Tô brincando. Não sobre ele ter 12 anos. Essa parte é verdade. Ele se estabeleceu em Two Forks com seu pai há três verões atrás.

-Pode trazer crianças pra cá?

-Não… sabe, eu não era uma pessoa rigorosa. - eu estranho o tempo verbal da frase, mas não digo nada - A gente pode só… falar disso outra hora?

-Claro. - eu digo e desligo o rádio.

Acho mais uma caixa de suprimentos e abro-a com o meu código super seguro e me decepciono quando só encontro um mapa (que vou usar para atualizar o meu) e mais uma carta:

Dave,

ADIVINHA QUEM VAI SAIR COM A DEBBIE NA SEMANA QUE VEM!!! Não, não é o merda do Steve, é o seu cara, Ron!

Eu fui até lá para conferir o novo cara (em Two Forks) e o escutei falando sozinho (mais do que o habitual), então deduzi que deveria ficar longe. Tô começando a achar que o Serviço Florestal só aceita os degenerados e pervertidos.

Exceto a gente, é claro; somos a nata.

Vamos brindar pela Debbie.

-Ron

-Quem são esses Dave e Ron que ficam deixando cartas uns para os outros nas caixas? - eu pergunto fechando a caixa e seguindo meu caminho.

-Eu não conhecia eles muito bem, mas sempre pensei que a única coisa com que o Ron se preocupava era rabos de saia e ficar chapado. - ela suspira - De certa forma é um alívio saber que ele era capaz de trocar correspondência com alguém que não ia mandar um nude.

-Talvez o Dave mandasse.

-Talvez. - ela diz sorrindo - Escuta, eu tô entediada como uma pedra, que tal brincarmos de alguma coisa? Duas verdades e uma mentira.

-Okay. - eu digo mesmo sem entender muito bem onde isso vai terminar - Você começa.

-Okay… ahn. Eu já fui presa, cumpri pena de alguns meses e cá estou. - ela faz uma pequena pausa - Eu tenho um filho de cinco anos chamado Lucas. E por último, eu já frequentei o AA, mas fui expulsa.

-Okay, eu quero acreditar que nenhuma das três seja verdade. - digo e ela sorri - Okay, acho que você não tem um filho, se tivesse não estaria no meio do mato conversando com uma estranha num walkie talkie.

-Hmm… faz sentido. Acertou.

-Yes, eu sou a rainha, cara! - eu comemoro - Mas como assim você foi presa?

-É o que acontece quando não segue as regras. - ela diz rápido - Okay, sua vez.

-Tá… Primeira coisa, eu já tentei suicídio. Segunda coisa, eu aos 28 anos moro com meus pais e terceira coisa, eu vou à igreja todo domingo.

-Okay, isso é mais difícil do que parece. - ela diz pensativa - Estou em dúvida entre a primeira e a segunda. Você me disse que tinha alguém, uma esposa, provavelmente morava com ela, mas… desculpe, não consigo te imaginar tomando um coquetel de remédios, essa é a falsa.

-Okay, é sua resposta final? - ela faz um som de confirmação - Errada. Eu não vou à igreja todos os domingos, não sou nem um pouco religiosa. E ahn, se te tranquiliza, nao tomei um coquetel.

-Oh, isso foi pesado. - ela diz receosa.

-Relaxa, eu tô bem. - digo avistando uma barraca de longe - Eu falo sobre isso quando você falar da sua prisão.

-Fechado.

-Acho que tô vendo a barraca delas. - digo me aproximando - Okay, está uma bagunça aqui.

-Elas estão aí?

-Não, mas meus lençóis estão. - digo pegando-os de volta - E tem um bilhete também.

Cara, psicopata

Espero que esteja muito feliz pois estamos indo direto procurar a polícia e contar a eles a forma como você anda assustando as pessoas no lago, e como destruiu o nosso rádio. Sua ladra de calcinhas pervertida! Você provavelmente é a assassina do machado que vai pra a cadeia!

Espero que tenha valido a pena ser uma idiota só por causa de alguns fogos de artifício.

Imbecil!

-O que diz a carta? - Clarke pergunta pelo rádio.

-Bom, elas acham que eu roubei as calcinhas delas.

-E você roubou? - ela diz num sussurro, como se mais alguém pudesse nos ouvir.

-Claro que não, pode ter sido algum esquilo, ou um guaxinim. - me defendo - Mas bom, eu joguei o rádio delas no lago.

-Oh, eu gostaria que não tivesse feito isso.

-Eu sei, estava com raiva.

-Ah… okay. Vamos agora apenas focar no nosso trabalho.

Ela diz e encerramos a conversa, na volta eu presto mais atenção nas paisagens e consigo ter ao sul uma bela vista. Árvores e montanhas pelo horizonte. Mais à frente também tem uma cachoeira, esse lugar é tão incrível. Eu resolvo dividir isso com Clarke.

-Tem uma área aqui embaixo que é, hm, exuberante. - eu digo.

-Oh, você deve estar falando do bosque de pinhos. - ela responde - Essas árvores na verdade são um único organismo possuindo uma única raiz; você sabia disso?

-Não sabia. - digo sinceramente.

-Elas compartilham a água como uma colônia e assim podem viver centenas de anos mesmo passando por incêndios. - ela diz animada - Você acredita que está sendo paga para aprender todas essas coisas incríveis?

Eu sorrio e continuo caminhando na trilha da minha torre.

DIA 3

-Ei, Alexandria… - escuto no rádio enquanto junto algumas madeiras para consertar a janela.

-Sim?

-Hm, como você é?

-Por que a pergunta? - eu estranho.

-Porque eu sou terrivelmente superficial. - ela diz, mas eu acredito que seja brincadeira.

-Eu me pareço a irmã gêmea gostosa da Angelina Jolie.

-Que pena, ouvi dizer que ela não cozinha muito bem.

-Bom, não se pode ganhar em tudo.

-Agora, vejamos… - ela diz com a voz rouca - na minha luneta só consigo ver que você é uma mulher, de bermuda e top.

-Está quente. - eu digo enquanto prego algumas madeiras na janela quebradq.

-E se não for bermuda e top, o que você gosta de vestir?

-Visto roupas. Não penso muito nisso. - ela faz um gemido de tédio - Okay, tem uma roupa que gosto, uma jaqueta bem legal da Buckle Barn.

-Oh, eu amo a Buckle Barn! - ela diz animada.

-É só uma daquelas marrons, sabe?

-Eu sei. Agora me fale do seu rosto. Estou olhando pra você do outro lado do bar, o que eu vejo? - eu bufo - Vamos lá, tô te desenhando, preciso saber.

-Você está o quê? - eu pergunto lembrando dos desenhos de Costia.

-Algum problema? - "claro que não, a nao ser pelo fato que Costia adorava me desenhar.

-Uhh… Hmm.

- Não responda, vou fazer de qualquer jeito. - ela avisa - Agora, me conte.

-Morena de cabelos compridos, boca carnuda, olhos verdes…

-Achei que estava brincando quando falou sobre ser a gêmea da Angelina Jolie.

-Ah, eu estava. - digo sorrindo - Conseguiu o que queria?

-Absolutamente. - ela diz com pequenas pausas.

-Ah, consertei aquela janela. - digo pregando a última tábua - O que eu deveria fazer agora? O que vem a seguir?

-O que você acha que vem a seguir?

-Foi você que esteve me dando tarefas por dois dias consecutivos. - eu digo e ela gargalha.

-A seguir você senta naquela sala até o dia 1° de setembro e me chama ao primeiro sinal de fumaça.

-Acho que estou preparada para lidar com meu compromisso de manter esta floresta natural a salvo da destruição total. - eu digo dramática.

-Fico feliz que você realmente pensou sobre tudo isso. - ela diz sorrindo - Nós até conseguimos uma cadeira confortável para você e tudo o mais.

-Sabe? Não é confortável. - digo me deitando na cama - É de madeira, não tem almofada, até acho que entrou uma farpa na minha coxa hoje de manhã…

-Aww. Ainda assim, sente-se. A floresta depende de você.

DIA 9

Eu estou sentada numa pedra, observando o pôr-do-sol e comendo um sanduíche de queijo. Talvez meu pão esteja um pouco duro, mas é considerável quando levo em conta que estou no meio do mato.

-Olá, Alexandria. - ouço a voz de Clarke no rádio - Tendo uma tarde agradável?

-Nada mal. - eu respondo terminando meu lanche - Eu poderia me acostumar com isso.

-Que legal. - ela muda o tom de voz - Olha, hmm… tenho más notícias. Duas jovens, Chelsea Stevens e Lily McClain estão desaparecidas. Os pais delas na Califórnia não ouvem notícias há uma semana. Elas deveriam encontrar uma tia em Cody. Se forem as garotas da semana passada então você provavelmente foi a última pessoa a tê-las visto.

-Você pode dizer pra qualquer pessoa que ficarei feliz em ser interrogada. - na verdade eu não ficaria feliz, mas não gostaria de levantar suspeitas.

-Olha, isso não será um problema. Quero dizer, se elas estiverem mortas, então talvez. - ela respira fundo - Eu não deveria falar nada e nos poupar de encrenca?

-Eu… eu acho que vale a pena mencionar.

-É, vou falar vagamente. - ela fala e eu sinto apreensão em sua voz - Eu realmente não quero falar com a polícia.

-Eu também não faço questão.

-Tudo bem, Alexandria. Obrigada. Aproveite o pôr-do-sol.


Notas Finais


Estou realmente levando em conta a parada de postar tudo de uma vez, mas só um capítulo já me desgasta bastante na revisão, então hoje não deu. Mas talvez amanha eu poste os dois últimos.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...