História Fogo Vivo - A história não contada - Prólogo

“Fogo na forja que molda.

Fogo da lareira que cura.

Fogo na cabeça que inspira.”

Ode a Brigid, deusa celta do fogo

A terra que há em uma é a mesma que firma a outra. A água que há em uma é a mesma que sacia a outra. A rosa que há em uma é a mesma que aflora na outra. O fogo que há em uma é o mesmo que queima a outra. E suas chamas dançam juntas na carruagem mágica do querer. Uma criação do desejo e não da necessidade.

Elemento ígneo que liga os Três Mundos: Céu, Terra e Mar e que transforma todos os três com as fogueiras rituais e as chamas sagradas. O amor é o gatilho primordial para sua criação.

Fogo. Energia de vida. Em todos os reinos, todos os sentidos, reverenciado. Inquieto, irreverente, sem barreiras. Em suas labaredas vivas, pronuncia-se a magia que habita e navega entre o Leste e Oeste.

Fogo. Criatividade e inspiração. Nas entranhas daqueles que ousam abrigá-lo, transmuta-se em paixão. Projeta a sensualidade nas emoções, é o mestre do seduzir, inebriado pelo espírito da aventura e da ousadia.

Fogo. Vingança e destruição. Nas guerras, os vulcões que acordam, fascinantes e temidos. Os raios e relâmpagos que assustam. Alastra-se pela terra movido pelo ar nas asas de um dragão.

Fogo. Início e fim, contínuo movimento. Na presença da fé que traz a purificação, na esperança de renascer nos caminhos.

Fogo que arde, que banha, borbulhas de fogo!

Fogo que cria, que doma, domínios de fogo!

Fogo que emana, que flama, faíscas de fogo!

Fogo que gera, que habita, halos de fogo!

Fogo que imerge, que jorra, jatos de fogo!

Fogo que lava, que mata, matas de fogo!

Fogo que nutre, que oscila, ondas de fogo!

Fogo que prende, que queima, queimadas de fogo!

Fogo que rompe, que sobe, solares de fogo!

Fogo que alastra, que uiva, usinas de fogo!

De onde vem a energia que alimenta o ímpeto correndo nas veias? De onde surge essa fúria santa que move para onde se anseia seguir? De onde flui a ancestralidade que trouxe a chama primordial? Fogo. Fogo vivo.