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História For You. (Limantha) - Anéis de Saturno.


Escrita por: itsmegeo_s

Notas do Autor


oláás.

Capítulo 10 - Anéis de Saturno.


Fanfic / Fanfiction For You. (Limantha) - Anéis de Saturno.

Lica’s POV.

Observo Samantha escrever distraída em seu caderno de bolso, seus cabelos acastanhados e nas pontas mais claros caíam em seu rosto deixando o branco em destaque e me fazendo ver o movimento preguiçoso de seu piscar de cílios. As vezes ela batucava o lápis na mesa, levantava os olhos, e ai eu olhava para frente, mas a observava de canto, e voltava a escrever com um pequeno sorriso.

Meus dedos coçam para pegar uma folha em branco e desenhá-la pela décima vez naquele mês. Eu não queria ser a estranha que observava a melhor amiga da irmã, mas ela me atraía como um imã, tudo em seu jeito me fazia sorrir.

Mas também me lembravam todos os meus medos, como o do dentista e do escuro. Eu tinha medo de garotas bonitas e de começar uma conversa. Imagine com uma garota bonita como Samantha, que me tirava do eixo e me fazia suspirar em segredo.

Suas roupas despojadas que mostravam atitude, seus cabelos que balançavam sempre que ela andava, porque ela andava com passos firmes, sempre olhando para frente. O movimento que suas mãos fazia quando ela estava muito animada com algum assunto, era assim que eu sabia que não a prenderia em uma conversa rendável.

A vi na sorveteria com Clara, minha irmã acenou e saiu com Fio a deixando só. Em um segundo de coragem me aproximei e a cumprimentei.

Talvez precisávamos de apenas um segundo de coragem para fazer algo que vai nos mudar por toda a vida.

Ela sorriu e me disse se nome, seus lábios se moviam com rapidez, e prendi o suspiro na garganta ao ouvir meu nome sendo dito.

Percebi que estava errada e tivemos todos o assuntos que nos ligavam para nos fazer conversar por horas.

Seus olhos castanhos tinham alguns pontos claros, e como eu sempre suspeitei, eram ainda mais lindos de perto. Os cílios longos brilhavam em sua ponta pelo bater do sol, ela me olhava nos olhos e falava animada sobre tudo o que gostava, como eu sempre quis ouvir.

Sua voz era doce, firme e agitada, me fazia rir ao perceber que ela não conseguia se conter e se balançava ao falar. Era desses detalhes que eu precisava para responder o que eu me perguntava sempre que olhava para ela e sentia meu estomago se revirar, minhas mãos suarem e minha perna não parar quieta de tanta ansiedade e nervosismo.

Soube ali, com todas as afirmações possíveis, que queria Samantha em minha tela, se tornando minha arte da mesma forma que ela me fez em palavras.

Da mesma forma em que todos os dias ela me dizia algo que a fazia ficar um pouco mais em meus pensamentos.

Queria colori-la, decorar em cada detalhe seu uma cor que emanava de sua presença e me fazia querê-la ainda mais.

Queria ficar por perto para sempre, mesmo sabendo que logo partiria e ela me pediu para me amar mal sabendo que eu já a amava por tudo o que sabia dela, e por tudo o que eu queria saber.

Queria não ter que olhar para trás durante cada passo até o avião, mesmo sabendo que ela não estaria ali para se despedir. Ou me dizer um “até logo”.

Talvez nenhum dos dois servisse e fosse melhor deixar nossa historia em aberto, porque eu não queria que houvesse um ponto final em tudo o que vivemos, tudo o que sentimos.

Queria deixar tudo livre, para passear em minhas memórias ate o desgaste apagá-las ou deixá-las em tom fraco, como uma fotografia em que passei o dedo por tantas vezes que seu conteúdo se apagou sob minhas digitais.

Mas queria deixá-la gravada em mim como todos os desenhos que fiz em sua homenagem como uma tola que aguardava ansiosa o final feliz.

Mas eu nunca havia sido boa em criar historias.

(...)

Corro atrás de Tálio e começo a rir de seu jeitinho sapeca, seu sorriso era lindo e sua gargalhada gostosa de se ouvir.

Ele me lembrava ela ao olhar em meus olhos e dizer obrigado por tudo o que eu havia feito, mesmo eu sentindo em meu peito que aquilo não era nada demais e eu somente fiz o que todos deveriam fazer.

Olhar para eles como humanos e fazê-los se sentir como tal.

-Tia Lica! -Ele cansa e corre de volta para meus braços, sorrindo largo e abraçando meu pescoço.

O levo para casa e deixo-o descansar em meu sofá. Tálio ficava mais aqui do que no orfanato e todos já nos tratavam como família, nunca pude negar algo para esses olhinhos esverdeados.

Faço algo para comermos e ouço seus pezinhos agitados entrarem na cozinha.

-Olha, Tia Lica... -Ele me estende os bracinhos e o pego no colo. -Quem é essa?

Sorrio ao ver a foto Polaroid que ele tinha achado. Samantha me beijava, eu estava com um avental, pois pintava o presente do Tônico e estava meio receosa. Tina havia me mostrado essa foto a noite e me feito confessar tudo o que eu estava sentido por Samantha.

-É... É uma pessoa muito especial. -Ele sorri e passa o dedinho pela foto.

-Vocês duas eram bonitas juntas. -Rio e beijo seu pescoço, seu cheirinho de bebê era maravilhoso.

Mas sim, eu tinha que admitir, nós éramos lindas juntas.

O modo como ela me protegia e tomava a frente em qualquer situação que pudesse me magoar ou me fazer cometer qualquer loucura, a forma fácil com que ela me acalmava e me fazia rir.

Eu sentia falta dela.

Meu coração só percebeu isso quando a vi parada na minha frente depois de contar a historias para as crianças. Seu olhar continuava o mesmo, e soube ali que pouca coisa havia mudado dentro de mim, e me deixei encantar de novo por ela.

Pelo seu jeito protetor que encantou Tálio e me fez suspirar ainda mais por essa mulher que havia se formado longe de mim.

Ela me disse que precisávamos de mais saber. Talvez o conhecer da vida ainda não nos era o suficiente para percebermos o quão difícil é ficar e lutar por algo que nós poderíamos ter.

Nós não havíamos vivido tudo o que tínhamos que viver para enfim percebermos o que queríamos. E que queríamos estar juntas.

Eu ainda não havia feito metade do que desejara fazer e ela soube, de alguma forma, e me fez ir de novo. Mas a forma com que me alcançou me tirou do eixo e fez suspirar de novo.

Reacendendo tudo o que tinha se tornado baixo por conta do tempo.

(...)

Giro a maçaneta e vejo tudo escuro, estranho, pois Samantha me disse que não sairia com Tálio esta noite.

Jogo as chaves na mesa e caminho até a cozinha, chamando por ela e sentindo meu coração tremer de medo.

-SURPRESA! -Eles gritam e acendem a luz.

Abro a boca em choque e Sam me abraça beijando minha boca e rindo de minha reação. Tina, Ellen, MB, Guto e Felipe estavam ali, com chapeuzinhos e confetes sendo jogados em meu rosto.

MB segurava Tálio e cerrei os olhos para o homem, era até engraçado dizer isso, que estava com meu pequeno, mas não foi assim por muito tempo e logo eles estavam a minha volta, me abraçando e dizendo que estavam com saudades.

-E isso tudo foi ideia de quem? -Todos se viram para Sam, que estava comendo um pedaço de bolo e se assustou com todos os olhares repentinos. -É obvio. -Rio e vou até ela, beijando sua boca toda suja de chocolate e me declarando pela incontável vez.

-Vamos parar com isso ai, que agora temos uma criança aqui. -Tálio riu de Tina, era sempre assim quando ele ouvia alguém falando português.

Me solto e encaro seus olhos intensos, seus olhos tinham forças que poderiam me fazer mover montanhas. Ou pintar por dias sem nunca me cansar de fato.

Sorrio para ela e deito minha cabeça em seu peito sentindo-a suspirar.

Penso em Samantha como uma obra de arte que eu ainda não havia conseguido decifrar, eu a olhava por horas, analisava cada detalhe e então descobria que não sabia nada, ou tão pouco que poderia se confundir e se perder em tantas outras memórias.

Penso em Samantha como alguém que eu queria manter por perto durante todo tempo que todas suas manias seriam as minhas também, e nos misturaríamos até não saber onde ela começava em mim e onde eu terminava nela.

Era assim que éramos.

(...)

Suspiro alto ao ver todo o imenso céu escuro acima de minha cabeça, a grama gostosa fazia cosquinha em meus braços desnudos, mas estava confortável ali.

Tanto tempo havia passado de lá até cá.

Vivemos tudo o que deveríamos e entendo agora que se arrepender do que não fez era pior do que se arrepender do que fez.

Cada ponto brilhante ali me passava alguma nova sensação, algum novo sentimento que mesmo depois de tantos anos eu jamais teria conseguido sentir se ficasse para olhando em linha reta, olhando somente para frente. Às vezes devemos mudar o foco para achar o que realmente nos importa.

Agradeci por minhas mãos marcadas pelo tempo por cada tela que elas me levaram a pintar, por cada traço que consegui fazer e hoje me rendia lembranças do que um dia eu fui, e do que eu era hoje. Alguém vivida o suficiente para sorrir com apenas uma brisa gelada, que me arrepiou os braços.

-Hey Lica. -Sorrio largo e seu corpo se cola ao meu.

Seus braços rodeiam minha cintura, seu queixo se apoia em meu peito e seus olhos castanhos curiosos sob os cílios me fitam de forma intensa, sinto meu coração bater forte ao olhar para o brilho de suas íris e me lembrar de tudo o que vivemos até chegarmos ali.

Na mesma trilha, no mesmo encontro certo.

-Se arrepende de algo? -Pergunto ao acaso.

Ela sorri. De tantos acasos que tivemos, só posso agradecê-los por me trazer até esse momento.

-Não. -Beijo sua boca.

Ela suspira.

Que fossem todas as trilhas tortas da vida, nós estávamos juntas e era isso o que importava no final de tudo.

Algo inocente nos faz acreditar em amor eterno, ou algo do tipo, mas há tantos caminhos que podem separar suas vidas, e há tantas vidas que podemos ter dentro de uma só. O melhor que podíamos fazer ali era nos segurarmos forte uma a outra, nos amarrarmos em nó cego para que o destino não pudesse nos soltar.

Porque, afinal, éramos artistas, e todo artista precisa de sua musa inspiradora.


Notas Finais


Eh isto.
Gostaria de agradecer a cada um que favoritou, comentou, leu em silencio. Me odiou ou amou em apenas 10 capítulos, ou detestou e se apaixonou por cada palavra escrita aqui.
Eu não sou alguém tão intensa assim, mas palavras podem me tornar isso, acredito que vivo mil vidas criando historias e é isso o que me motiva a escrever tanto. E saber o que cada um ai sente ao ler me faz crer que eu sou boa nessas mil imaginações que tenho.
Posso voltar mais tarde trazendo as músicas que trazem os nomes dos capítulos e as curiosidades massas da fic (se vcs quiserem, pq né).
No mais, peço de forma humilde, que deixem seus comentários, dizendo se gostaram ou não da fic, pq isso é muito importante para mim (pra quem escreve em geral).
Então, foi ótimo estar aqui com vocês durante esses dias e espero de coração que tenham gostado. Obrigada novamente, amo a todos e eh isto.
Vejam o clipe da Ally Brooke & Topic - Perfect no YouTube.
Obrigada e até mais ver 💜💜💜💜💜💜💜💜💜💜💜💜💜💜💜💜💜💜💜💜


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