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História Fora de Foco - Estrelas


Escrita por: paynever

Notas do Autor


Oe, sorry pela demora, aconteceram alguns imprevistos, porém, já está tudo resolvido e portanto aqui tenho um simples e chatinho capítulo de Fora de Foco, mas espero que mesmo assim vocês gostem <3

Capítulo 3 - Estrelas


Fanfic / Fanfiction Fora de Foco - Estrelas

Eram exatamente 19h50 e eu estava deitada em minha cama com um exemplar de Morro dos Ventos Uivantes em minhas mãos ouvindo minha mãe e Christine tagarelarem sobre o que eu deveria usar, porém, nem que elas arrumassem o vestido mais bonito do mundo, eu o usaria. Não mesmo. Não com um desconhecido, pelo menos.

  Uma parte de mim dizia-me para ter me arrumado caso o amigo de Daniel realmente viesse, porém, a outra parte dizia-me que ele não iria comparecer, e mesmo se o fizesse, não valia o ato de minha arrumação. E bem, essa parte de mim fora a vencedora da noite, no entanto, minha mãe e prima não compreendiam a essa parte.

— Eu acho que ela deveria ir com o azul. — escutei a voz de minha mãe, e só o tom dela já era capaz de me irritar, fazendo-me jogar o livro de volta ao criado-mudo visto que eu não conseguia me concentrar no que lia.

— Não. Azul não. Não queremos chamar tanta atenção assim, queremos? Preto sempre é bom, e você sabe o quão linda ela fica usando preto. Contrasta muito bem com a pele branca. — disse ela e eu revirei os olhos.

— Eu não irei e creio que ele também não. Então, se me deixarem em paz, eu as agradeço. — murmurei levantando-me da cama ouvindo o soar da campainha. Christine me olhou com um sorriso vencedor em lábios e minha mãe não assumia uma postura tão diferente.

— Eu atendo. — disse Christine soltando o cabide com o vestido preto no chão correndo em direção à sala, porém, eu a puxei de forma que a ultrapassei.

— Eu não irei, portanto encomendei uma pizza. É só o entregador. — sussurrei para que ela se acalmasse e ela me fez uma careta. Andei calmamente à sala e abri a porta, deparando-me com Harry, o amigo de Daniel. Ele vestia uma calça preta, um tanto apertada e uma blusa azul social de mangas com os três primeiros botões abertos, revelando algumas tatuagens que eu não tinha visto antes. Um semblante misto de surpresa e confusão dominou meu rosto, enquanto eu o olhava. Mas que...

— O que faz aqui? — perguntei e ele arqueou uma sobrancelha, em seguida mirou o relógio em seu pulso.

— São exatamente 20h00 e eu marquei um encontro contigo. Hoje. — ele disse vagarosamente enquanto escorava-se no batente da porta. Pôs as mãos nos bolsos e olhou-me de cima a baixo, um sorriso em seu rosto, provavelmente devido a meus trajes, uma calça jeans e moletom.

— Olha... Harry, não é? — ele assentiu e permaneceu calado para que eu continuasse — Eu não sei o que diabos passou em sua mente para ter vindo aqui após todo o seu comportamento. Não é um tanto obvio que eu não irei sair com você? — perguntei um tanto grosseira, aparentemente, um comportamento que esse sujeito atrai em minha personalidade.

— Eu não sairei daqui até sair comigo. É um fato. E bem... Não vai matar-lhe, vai? — perguntou, o forte sotaque desconcentrando-me. 

— Eu concordo com ele. — escutei a voz de Christine soar atrás de mim e automaticamente virei-me observando sua figura convencida. Minha mãe, obviamente estava a seu lado. Senti uma súbita raiva invadir-me por completo, o que automaticamente acarretou cores avermelhadas em meu rosto todo. 

— Eu discordo. Ele é um completo desconhecido, como irei saber se ele realmente não planeja me matar? E mamãe e Christine, eu não sei se eu deixei isso claro, mas eu moro sozinha justamente para não ter que aguentá-las, então, eu sugiro que vocês e o Sr. Grosseria aqui — apontei para o homem vestido elegantemente em minha porta enquanto via-o rir de mim e de seu novo apelido — saiam daqui e arrumem algo relevante para fazer.

Christine revirou os olhos e minha mãe fuzilava-me, provavelmente por causa de meu comportamento rude, mas eu não ligava. Eu não era obrigada a aguentar presenças indesejadas em meu apartamento, e bem, eu não iria. 

— Saiba que mesmo que não vá sair com Harry, permaneceremos aqui. —mamãe murmurou e eu bufei enquanto subia as escadas em direção a meu quarto. Vesti o vestido preto que estava jogado no chão e calcei os mesmos sapatos de salto que eu havia usado no dia da festa dos Underwood. Penteei meus cabelos com as mãos mantendo os fios de uma forma apresentável e passei uma máscara de cílios da maneira mais rápida possível.  Custou no máximo, 8 minutos.

— Se é isso que eles querem, isso que irão ter. — disse para mim mesma no reflexo do espelho, achando-me uma completa idiota por tal ato. Passei o primeiro batom que vi, era de um tom roxo-avermelhado fechado, o que disfarçava a falta de maquiagem. 

Desci as escadas rapidamente, ainda irritada. Parei de frente ao britânico, que permanecera na mesma posição desde que eu havia saído e lhe lancei um sorriso sarcástico oferecendo-o meu braço para enlaçar. Dei um aceno rápido à mamãe e Christine, que sorriam tão alegremente que eu podia jurar que se continuassem assim, seus rostos partir-se-iam ao meio. Apenas empurrei Styles para fora de meu apartamento e fechei a porta.

— Styles, eu espero que esteja preparado para o pior encontro que já teve em toda a sua vida. — minha voz soou mais confiante do que o usual e eu sorri com isso.

— Como se eu me importasse... Seria uma honra ter o meu pior encontro com você, Valentina Patterson. — ele me fez uma pequena reverência e eu soltei um breve riso, uma certa familiaridade me atingindo.

—Você realmente quer continuar com isso? Céus! — murmurei enquanto descia com ele as cansativas escadas de meu prédio. O elevador havia quebrado há dois anos, e seu conserto tardaria a vir, ou nunca chegaria, no entanto. Porém, é como dizia Dorothy: Não há lugar nenhum como nossa casa. Mesmo que esta não tenha um elevador funcionando.

— Sim. — disse caminhando vagarosamente atrás de mim, ainda com o braço enlaçado ao meu.

— Por quê? — eu perguntei confusa, afinal, nada daquilo fazia sentido. Pelo menos, não para mim.

— Porque você é interessante. — confesso que assumi um semblante de choque quando ouvi aquela frase sair de sua boca — E intimidante. — ele disse simplesmente, e foi inevitável não soltar um riso ao ouvir aquilo.

— Eu? — perguntei ironicamente e ele me acompanhou no riso, sabendo que ele era muito mais intimidante que eu, se é que eu realmente era.

— Isso me faz querer conhecê-la melhor. — ele respondeu, ignorando completamente minha fala anterior.

— Harry, você é estranho. — admiti e pude vê-lo sorrir enquanto finalmente saiamos de meu condomínio. Ele apenas deu de ombros, retirando as chaves do carro de seu bolso, destravando o alarme, para que pudéssemos adentrar ao veículo. Abri a porta do carro antes que ele pudesse fazer isso por mim, e ele pareceu não se importar com a atitude.

Arrependi-me amargamente de minha decisão assim que pus os pés no carro de Harry. Eu sequer sabia aonde iríamos, nem sabia direito quem era ele! Tudo isso era um tanto estranho demais, e quando dei por mim, eu já estava ligando seu rádio sem pedir qualquer permissão. Quando percebi a atitude minhas bochechas esquentaram de uma maneira sem igual, e se eu já me sentia desconfortável antes, agora eu me sentia mais ainda. Porém, lembrei-me de minha promessa anterior, esse seria o pior encontro dele, e bem, eu já estava realizando isso sem mesmo notar.

— Você pode pegar um cd no porta-luvas. Não tenho certeza se irá gostar, mas tem alguns consideravelmente bons. — ele diz prendendo o riso com a minha atitude e eu reviro os olhos. Ergo minha mão para abrir o porta-luvas, mas paro ao notar que era isso que ele queria. E eu não podia fazer o que ele queria, certo? Merda. Minha curiosidade foi maior, e eu abri o porta-luvas mesmo assim, retirando de lá dois CDs. Um era dos Rolling Stones e rapidamente suspirei de maneira entediante. 

— O que? Não me diga que não gosta de Rolling Stones. Por favor. — ele pediu, drama desnecessário ecoando de sua voz.

— É tão típico. E, aliás... Rolling Stones, Harry? — perguntei retoricamente e rapidamente Harry olhou-me de relance, um semblante incrédulo em seu rosto.

— Eu sugiro que você pense antes de falar, Patterson. — eu ri de seu tom tão jovial e de seu gosto pela banda. Olhei para a capa do CD intitulado Exile on Main St. com uma arte de capa um tanto macabra — E esse álbum é o melhor, então, eu sugiro que o escute atentamente. — ele falou de uma forma tão séria que foi inevitável não rir novamente.

— Eu não vou ouvir isso. — segurei o CD em minhas mãos analisando para ver o título de algumas músicas em sua capa traseira. Eu já tinha ouvido algumas, mas nunca profundamente. Rolling Stones para mim sempre foi muito... Típico. 

— Okay, qual o seu problema, Valentina? — ele perguntou de maneira divertida e eu o analisei. Os olhos focados na estrada de maneira extremamente concentrada, porem, o sorriso que havia em seus lábios não me fazia levá-lo a sério. Ele parecia outra pessoa.

— Hm... Atualmente, você. — sussurrei baixo, porem ele pôde ouvir e riu, gesto esse repetido muitas e muitas vezes nessa viagem.

— Na verdade, o seu problema é o terrível gosto musical, porque para não gostar de Rolling Stones você deve ter um terrível gosto para a música. Me diga, o que você gosta de ouvir? Taylor Swift? — ele pergunta e eu sinto-me um tanto envergonhada por realmente ouvir músicas da cantora. Permaneci calada. Harry pareceu perceber meu silêncio e riu incrédulo.

— Não é possível. — ele murmura chocado, prendendo o riso.

— Não escuto só ela, está bem? Eu escuto outros artistas, e há um motivo maior sobre eu não ouvir Rolling Stones. Eu sou fã de Beatles. — digo e ele arqueia a sobrancelha.

— E o que isso a impede de ouvir Rolling Stones? — perguntou retoricamente e eu revirei meus olhos.

— Oh, cale a boca, okay? Deixe-me ver o outro CD. — eu disse, enquanto Harry falava algo sobre como Rolling Stones revolucionou a música, mas eu apenas o ignorei surpresa ao ver o outro CD. Era um dos Beatles.

— Parece que temos alguém surpresa aqui, não é? — ele perguntou ao ver meu semblante chocado. 

— É esse que iremos ouvir. — digo animada observando a colorida capa de Let It Be, o último álbum dos Beatles.

— Talvez na volta, porque já chegamos, Valentina Patterson. — observei a pela janela do carro a paisagem, estávamos, aparentemente em um restaurante francês, cujo nome eu sequer poderia pronunciar. Eu era péssima em francês.

Étoiles. — ele pronunciou, e logo surpreendi-me ao escutar a pronuncia sair de seus lábios tão facilmente.

— O que significa? — perguntei enquanto sentia sua mão encostar suavemente em meu cotovelo a fim de me guiar à entrada do restaurante.

 

— Estrelas. — murmurou baixo e eu sorri. Estrelas. — É um ótimo nome, não? — perguntou-me e eu assenti, caminhando à recepção. — É simples, mas não deixa de ser bonito. — continuou e eu o olhei. Os curiosos olhos verdes analisando a recepção, parecia nunca ter ido ao lugar.

 

— Uma reserva no nome de Harry Styles.  — ele pediu e o elegante recepcionista apontou-lhe uma mesa ao fundo do restaurante, onde o movimento era pouco, o que de fato me agradou. Como eu poderia estragar o encontro de um cara com pessoas observando toda a cena? Seria impossível.

 

Senti novamente os dedos de Harry tocarem gentilmente meu cotovelo, incentivando-me a ir à frente. O lugar era muito aconchegante, não chegava a ser tão sofisticado a ponto de me intimidar, mas também não era o tipo de ambiente que eu era acostumada a frequentar. Puxei minha cadeira e sentei-me, assim como ele, agradecendo-o internamente por não tentar puxar minha cadeira, dando uma de cavalheiro.

 

Observei o menu e senti-me constrangida ao lê-lo, estava completamente em francês. Logo descobri o porquê de não frequentar lugares assim. 

 

— Já decidiu? — perguntou-me abaixando o seu menu, olhando-me nos olhos.

 

— Seria mais fácil se eu soubesse o que cada coisa é. — sorri-lhe amarelo e ele riu balançando a cabeça negativamente para os lados.

 

— Posso ajudá-la? — perguntou-me e eu olhei-o, analisando-o. Após ponderar alguns segundos, assenti.  Harry levantou-se de sua cadeira e levantou-a, desajeitadamente, posicionando-a ao lado da minha.

 

— Oh meu Deus! As pessoas estão olhando! Styles, eu acho bom você voltar ao seu lugar. — pedi enquanto ele ignorava-me encostando seu braço no meu enquanto pegava meu cardápio, abrindo-o de forma que nós dois víssemos os itens nele presente.

 

— Parece que os papeis se inverteram, não é? — ele perguntou, sarcasmo transbordando de seu tom de voz, apenas revirei os olhos. — Valentina Patterson está tendo o seu pior encontro, enquanto eu, aparentemente estou tendo o meu melhor. — ele riu de sua própria fala, o que acarretou um sorriso meu.  

 

— Você pode apenas me dizer o que contém na porcaria do menu? — sugeri e ele assentiu. 

 

— Meu prato favorito é esse — ele apontou para um dos primeiros itens disponíveis — Canard à l’orange. Consiste em um pato cortado em pedaços cozido em caldo de laranja e...

 

— Nossa, parece horrível. — Styles suspirou e eu ri de sua atitude. Finalmente estava conseguindo irritá-lo.

 

— Ok, creio que iremos ao próximo... — ele analisa as opções e para em uma, apontando-a — Lagostas e coquilles saint Jacques. É uma lagosta... — interrompi-o antes de continuar.

 

— Parece ser tão ruim quanto o outro. — sussurrei e logo ouvi um pigarreio. Havia um garçom observando-nos o tempo todo. Droga. Espero que ele não tenha estado aqui todo o tempo.

 

— Posso ajudá-los? — perguntou-nos e estranhei o fato de não possuir sotaque francês, porém, ri com o fato. Harry pareceu perceber e tentou prender o sorriso.

 

— De entrada, pode-nos trazer um vinho tinto? E depois, queremos apenas alguns crepes. Os mais populares, por favor. — ele pediu e eu agradeci aos deuses por finalmente ter escolhido algo que eu conhecesse e gostasse, e que não soasse horrível.

 

— Logo o pedido de vocês será atendido. — ele disse após dar-nos um breve aceno com a cabeça, não sem antes observar a cadeira de Harry que está ao lado da minha e olhá-lo com desdém.

 

— Você já me ajudou, acho que pode voltar ao seu lugar, não? — perguntei e ele assentiu voltando ao seu lugar.

 

— Valentina... — ele me analisou, a testa franzida em confusão, quase como se tentasse desvendar algo. Como se eu fosse um mistério. — Sr. Grosseria, huh? — perguntou-me referindo-se ao apelido dado por mim, infelizmente revelado hoje mais cedo.

 

— Esperava pelo o que? Que eu o chamasse de quê? De Sr. Darcy? — perguntei-lhe retoricamente, ele apenas riu, os dedos que continham alguns aneis batucando incansavelmente na mesa, enquanto ele ainda mantinha o olhar curioso sob mim, logo após, passando-o ao garçom que trazia o vinho à nossa mesa, juntamente com duas elegantes taças de cristais. Ele depositou-as na mesa, logo em seguida despejando o vinho lentamente até a metade em cada uma delas.

 

— É uma verdade universalmente conhecida que um homem solteiro que possua grande fortuna deve estar à procura de uma esposa. — comentou repetindo a frase do livro Orgulho e Preconceito, onde tem o Sr. Darcy como uma espécie de mocinho, apenas ri.

— Você não possui uma grande fortuna, estou certa? — ele riu levando a taça com vinho aos lábios escondendo um sorriso divertido. 

— Não ainda, senhorita Bennet. — arqueei a sobrancelha quando ele repôs o vinho sobre a mesa.

— Algo me diz que não é o Darcy. — sorri e ele me acompanhou balançando a cabeça para os lados. 

— Melhor que ele, sugiro. Já você, Tina... É uma cópia perfeita de Elizabeth. — revirei meus olhos devido à seu comentário.

— Não lembro de ter dado-lhe a permissão para um apelido. — censurei-o e ele olhou-me, um tanto acusador, logo lembrei que estava sendo hipócrita.

— Você me apelidou primeiro. E, convenhamos, Tina é muito melhor que Sr. Grosseria.

— Não vejo o motivo. Pode me dizer o por quê? — peguei a taça da mesa e levei-a aos meus lábios, tentando conter meu sorriso.

— Porque é sexy. — sussurrou em tom de brincadeira e eu quase derrubei o vinho que tinha em minha boca para fora, com a vontade de rir me dominando por completo. — Viu? Não está sendo tão ruim quanto você achava que seria. — ele murmurou, o tom de convencimento estampado em sua voz.

— Eu realmente não o entendo. — balancei minha cabeça negativamente para os lados enquanto observava o homem, que agora mais parecia um rapaz, à minha frente. O sorriso divertido em lábios e os olhos brilhantes. Será que ele seria irreconhecível a cada vez que eu o visse?

— Estou dando-lhe uma chance para entender. — Harry no começo da noite olhava-me como se eu fosse um mistério, porém, novamente as situações se inverteram, já que agora eu que o analisava com o objetivo de desvendá-lo, afinal o mistério era ele. Era impossível compreendê-lo, porém, eu, teimosa como sempre, queria. E cá estou eu sendo surpreendida novamente. Parece que Harry não era tão ruim assim.


Notas Finais


É isso <3 Comentem, eu irei amar <3


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