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História Forbidden - Uma Semana


Escrita por: Sweet-Demon

Notas do Autor


Estamos na reta final agora.
Ansiosa pra saber se vocês vão curtir o final, que eu acho ser bem a cara da fic (o que não sei se é uma coisa boa :v)
Espero que gostem de mais um capítulo feito com carinho pra vocês!
Boa leitura >3<

Capítulo 52 - Uma Semana


Fanfic / Fanfiction Forbidden - Uma Semana

Amy

O resto da semana foi repetitivo: passando as tardes com o Drake, Matt chegando rabugento após os preparativos do casamento, algumas mensagens trocadas com o dono do apartamento que Drake está morando e a noite preparando o jantar e alguma mistura bizarra para Amanda – os desejos dela já estão me assustando. Quando o final de semana chegou, faltavam apenas uma semana para o casamento. Será próximo sábado à noite.

A cada dia que passa e o casamento se aproxima, me sinto ansiosa – e não de um jeito bom. Tive alguns sonhos perturbadores que não chegaram a ser pesadelos, mas a maioria era sobre o casamento.

— Isso pode ser seu subconsciente dizendo para você ir ou qualquer coisa assim. — Joyce falou pela tela do computador. Ela está com um livro grosso em sua frente e anotando algumas coisas nas laterais. Minha melhor amiga não consegue aceitar que depois de tudo não vou ao casamento.

— Não acho que seja isso... — Suspirei. — E eu sei bem o que você realmente acha.

Ela riu.

— E por que perguntou? — Parou de escrever e olhos diretamente para a câmera. — Minha opinião continua sendo: assim que estiver terminado, você vai se sentir bem melhor.

— Também espero.

Amanda é incrível. Uma pessoa maravilhosa e tê-la por perto é muito bom! Acho que isso me anestesiou da real situação. Matt vai casar. Meu Matt não estará mais tão próximo, e não quero ficar por perto para ver isso. Achei que estava tudo bem, mas ouvir Amanda falando sobre a cerimônia me trouxe para a realidade.

— Sabe, seria bem mais fácil se você me dissesse o que realmente pensa de tudo isso. Você vive repetindo o quão incrível Amanda é e como é bom tê-la por perto, mas sua opinião sobre a pessoa não tem nada a ver com o que você pensa sobre a situação como um todo. Pare de tentar se convencer que está tudo bem por Amanda ser uma boa pessoa e me diz o que pensa sobre esse casamento?

Fiquei em silêncio, refletindo sobre meus sentimentos. Eu estou me negando a pensar sobre isso de forma mais séria, com medo do que vou descobrir. E se for para o Matt casar com alguém, não deveria ser com uma pessoa como Amanda?

Deixei meus ombros caírem, encarando todo o teto. Joyce me obriga a pensar nesse assunto desconfortável cada vez que conversamos. Para organizar meus pensamentos comecei a mexer em minhas unhas, como sempre acontece.

— Eu não sei. — Comecei devagar, percebendo minhas unhas precisando de um retoque. — Eu quero estar feliz pelo casamento e pelo meu irmão, só que a cada dia que passa eu sinto esse aperto no peito, como se algo estivesse errado... — Minha voz mal sai, minha garganta seca. — Cada vez que penso nisso parece que estou sufocando, e é mais fácil não pensar muito nesse assunto. Eu nunca me perdoaria caso esse casamento não desse certo por minha culpa — Suspirei. — Eu estraguei tudo depois daquele maldito acidente e agora que ele está feliz de novo, não posso estragar tudo mais uma vez. Isso não deveria me afetar tanto, pelos motivos óbvios, mas... Sabe?

— Não sei se percebeu, mas você disse “depois do acidente” e não “desde o início”. Você não acha que o relacionamento de vocês não deveria acontecer, só acha que ele não deveria te amar depois da sua reação ao acidente. E sinceramente? — Joyce chamou minha atenção ao mover a mão e apontar o dedo para a tela. — Você deveria deixar seu irmão escolher. — Deu seu veredito. —  Você não tem o direito de escolher o que é melhor para a vida dele da mesma forma que você não deu escolha para ele quando o assunto foi sobre a sua vida. Mas por mim você superava.

Me senti levando sermão. Na verdade, acho que eu estou levando um sermão.

— Você realmente acha que devo chegar do nada e pedir para ele ficar comigo? Do tipo “quem você ama mais?”? Tá doida? E a mulher está grávida, pelo amor de Deus! — Sussurrei exasperada. A expressão de Joyce me dizia que ela não acreditava em mim. — Droga, sei lá! Tudo aconteceu rápido demais. E depois que eu voltei fiquei confusa, só isso. Quando eu estava longe, tudo estava bem.

— Sério? — Ela sorria, já alheia aos seus livros. — Confio em você. — Soou irônica.

— Eu encontrei o Drake, não é? E fomos felizes, mesmo nossa relação tendo prazo de validade.

— E mesmo assim você não sofreu com o término da mesma maneira que está sofrendo agora. Sem contar que ele está morando na mesma cidade que você e não ouvi você falando de voltar com ele.

— Eu não estou sofrendo agora, só estou... — Balancei a mão tentando achar uma palavra para descrever o que sinto. — E talvez o Drake não seja minha alma gêmea. Talvez eu ainda não tenha encontrado o cara certo.

— E você sofrendo pelo casamento é só fogo no rabo? — Debochou.

— Com quem você anda aprendendo esses palavreados? — Resmunguei. —  E eu sei que assim que eu me mudar tudo vai se acalmar! Os sonhos vão passar e vou poder me concentrar no que realmente importa: meu futuro.

— Por falar nisso, quando pretende se mudar? Não conversamos mais depois daquele problema que tive com o computador.

Suspirei aliviada pela mudança de assunto.

— Só falta receber o sinal verde. Disseram que um cara iria embora hoje pela manhã e que iriam me ligar assim que a faxina terminar. Amanhã já começo a levar minhas coisas... — Bufei. — Vou aproveitar que o Matt passa o dia fora para o Drake me ajudar a levar as coisas maiores. Não preciso de muito, já que, baseado no apartamento do Drake, o lugar já deve ter cozinha e quarto funcionais.

— E vai contar para o seu irmão...? — Seu sorriso parece tão apreensivo com esse assunto quanto eu estou.

— Não até o casamento. — Respondi. — Ele vai ficar na minha cola caso suspeite o que planejo e pode até cancelar! Nem pensar, vou sumir do mapa e quando eu estiver bem instalada eu penso se dou meu endereço para ele. Assim ele não vai ter motivo para me fazer mudar de ideia. Principalmente que logo vão precisar de um quarto extra.

— Espera, o que ele planeja fazer com o bebê? Colocar dormir com você?

— Reforma. — Ri. — Ele prefere demolir a casa e reconstruir do que me deixar arranjar um lugar. — Ficamos em silêncio por um tempo, ela arrumando suas coisas de volta na mochila e eu brincando com uma mexa de cabelo. — Eu preciso sair daqui. — Sussurrei e olhei para a tela de soslaio.

Joyce me lançou um olhar que me mostrava que entendia.

— Bem, talvez você esteja certa e tudo melhore assim que você se mudar.

Meu celular vibrou. Olhei a tela e mordi o lábio inferior, sem saber se estava feliz ou não.

— Parece que a mudança vai acontecer assim que ele sair amanhã.

 

Matthew

A noite durou menos do que deveria e sei que o dia será tão arrastado quanto ontem. Uma semana para o casamento e ainda não escolhemos as músicas ou acertamos a comida. A mãe e a irmã da noiva discutem sobre tudo, menos os aperitivos de queijo. Infelizmente Amanda não consegue ficar mais de dois segundos sem vomitar com o cheiro e se irritar com a aparência – mesmo que eu ache que isso é resultado do estresse com a festividade.

Me visto lentamente enquanto Amanda se lava. Nenhum de nós quer realmente sair da cama, mas não temos escolha: é isso ou arriscar que venham até em casa.

Amanda come alguma coisa leve e eu me contento com uma xícara de café puro. O plano é provarmos os aperitivos mais uma vez e escolher o bolo. Estávamos esperando um dia que Amanda não estaria tão mal do enjoo, então deixamos para última hora.

— Tomara que dê tempo de terminar tudo hoje. Depois vai faltar o que? A decoração do salão e o teste do vestido, não é? Vou deixar minha irmã encarregada de quaisquer decorações que ela queira. O máximo que vou fazer após hoje vai ser experimentar o vestido para ajustes e vai me faltar apenas esperar pelo meu dia de princesa.

— Acho que também vou precisar de um dia de princesa. — Brinquei com ela.

Amanda se sentou na cama e esticou o pé para mim com uma sandália baixinha em mãos. Ajudei-a a calçar os sapatos e estamos prontos. Antes de sair passo na frente do espelho e percebo minhas olheiras profundas. Minha noiva não está muito melhor que eu.

O sono parece não render ultimamente.

Saímos de casa em silêncio para não acordar Amy. Alguns dias atrás tivemos uma pequena conversa e me senti mais confuso do que deveria. Na verdade, não deveria estar confuso, mas estou. Sinto como se estivesse traindo a ela e a mim mesmo. Estou me casando com outra e dividindo a casa com quem amo. Vou vê-la todos os dias com uma aliança pesando no dedo, me lembrando das escolhas que fizemos.

Eu queria poder desistir e fugir com ela, mas nem sei se ela me aceitaria de volta. Ontem ela passou o dia todo com o tal amigo e eu senti ciúmes, quis explodir e obriga-lo a sumir da vida dela, mas utilizo de todas as minhas forças para manter a cabeça do lugar e não me tornar um hipócrita. Provavelmente o que sinto, além do ciúmes, é inveja, já que ele pode estar ao seu lado e cuidar dela como merece, enquanto tudo o que eu faço é errado demais até para pensar.

Irmãos.

Achar que Amy me aceitaria de volta é uma ilusão maldosa da minha cabeça. Agora que conseguiu seguir em frente e ver um futuro depois de tudo o que aconteceu, por qual motivo uma relação tão complicada e difícil como a que eu gostaria seria uma escolha? Com tantos homens por aí... Com tantas pessoas... Talvez nem queira uma relação por agora, queira conhecer o mundo. E se a Europa não foi o suficiente? Ela tem o globo inteiro, a vida inteira, não precisa ficar presa a mim.

Estacionei em frente a uma confeitaria enorme, com uma fachada intrincada e bem decorada, com bolos incrivelmente trabalhados na vitrine, estátuas de chocolate e decorações de caramelo.

— Aqui estão vocês! — Minha futura sogra aparece do nada, se agarrando ao braço da Amanda sem se importar em ser mais um peso que uma ajuda. — Eu já separei alguns sabores e acho que você vai adorar, meu amor.

Ela nos guiou até uma sala com uma mesa cheia de minibolos, alguns com pedaços faltando. Nos sentamos à mesa e ela tratou de cortar pedaços e colocá-los em um prato para experimentá-los. O vendedor parecia incomodado com ela, mas ficou em silêncio.

— E para a decoração estava pensando em algo com muitas flores e brilho. Aquelas decorações douradas são lindas, não são? — Apontou para o vendedor e fez um sinal com a mão, o chamando. — Sua irmã está com o designer decidindo o que fazer, logo ela aparece.

Recebi um prato igual ao de Amanda e experimentei. Todos com o sabor forte de chocolate, ou de frutas, ou sem gosto nenhum. Eu estava pensando em algo mais tradicional, como baunilha, e não algo que possa desencadear uma crise de vômito na noiva.

Amanda cheirou cada um antes de comer, evitando os com o cheiro mais forte. Decidimos de antemão por algo simples para garantir que nada aconteça no dia que possa causar algum mal-estar. Nada de nozes por causa de alguns parentes alérgicos, nem com muito chocolate.

— Para o recheio temos estas opções. — O vendedor apareceu com uma bandeja cheia de potinhos com cremes de cores variadas. Todas tinham etiquetas de ingredientes e Amanda ignorou as que estavam com “corante artificial” escrito.

Ela provou as de chocolate e depois as de frutas mais conhecidas, evitando qualquer coisa com o nome muito exótico. No meio do caminho ela me lançou um olhar e eu soube que havia sido decido, mas ela continuou comendo mesmo assim. Fiz o mesmo, já que havia pulado o café da manhã.

A irmã da Amanda apareceu quase uma hora depois, jogando uma pilha de papeis em cima dela. Seu sorriso orgulhoso ia de orelha a orelha, com seus dentes brancos a mostra.

— Eu tenho certeza de que um desses é seu bolo dos sonhos. — Largou a frase e jogou o cabelo para trás. — Agora preciso ir! Vejo vocês amanhã. — Beijou a bochecha das mulheres que me acompanham e acenou em minha direção, saindo apressada pela porta.

— Ela tem que ajudar seu pai e o marido com o terno. Os dois não saberiam fechar os botões da camisa sem a gente. — Comentou do marido como se falasse de uma criança.

Não comentei nada e deixei que a prova continuasse. Amanda e sua mãe discutiram um pouco antes de decidirem em ir simples, baunilha com recheio de frutas, e a decoração que minha sogra quisesse. No momento que a mãe começou a negociar o preço Amanda colocou a mão na barriga e fez cara de dor, sua tática favorita para fugir da mãe.

— Meu corpo está me matando. — Suspirou pesadamente, quase dramática demais. — Vou descansar no carro, ok? — Se apoiou em mim com todo o peso. Recebemos um aceno de mãos e fomos devagar até o carro.

Coloquei-a delicadamente no banco do carona e entrei no banco do motorista em seguida. Amanda tirou os sapatos e deitou o banco o máximo que pôde. Pegou uma garrafa de água de sua bolsa e encarou por alguns instantes.

— Sei que vou me arrepender logo mais. — E bebeu tudo de uma vez. — Se ela não sair nos próximos minutos eu vou fazer xixi aqui mesmo.

— Ela se atrasa e é meu carro que sofre as consequências? — Brinquei.

— Um incentivo para você ir arrastar ela de lá.

Por sorte o resto do dia foi mais fácil. O vestido já havia sido escolhido e não demorou tanto para sermos liberados. Antes das cinco da tarde estávamos livres para irmos para casa. Paramos em um restaurante e pedimos algo salgado depois de passar o dia com bolo e recheio.

A conversa foi tranquila, como sempre é quando estamos juntos. Também teve uma competição entre algumas histórias de hospitais e escolas para descobrirmos qual é mais assustador do ponto de vista profissional. Nenhum deu o braço a torcer, então talvez tenha sido empate?

Chegamos em casa quase seis e meia. Surpreendentemente a casa estava vazia, estranhamente vazia. Algo parecia errado. Não liguei, Amy deve estar com o amigo e avisaria se precisasse de algo. Mandei mensagem para avisar que comemos fora para ela não se preocupar em comer conosco. A resposta veio logo depois, dizendo que dormiria fora hoje.

Engoli seco, preocupado. Ela deve estar com o amigo. Não preciso me preocupar.

Porém me preocupo mesmo assim.


Notas Finais


E então, o que acharam?
Tadinho do Matt, mal sabe o que lhe aguarda...
E o casamento cada vez mais perto...
Conhecem o procedimento, crianças, qualquer erro é só avisar que eu arrumo :D
Esperam que tenham gostado!
Beijinhoos~


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