1. Spirit Fanfics >
  2. Fortuito >
  3. Presas fáceis não interessam

História Fortuito - Presas fáceis não interessam


Escrita por: TamiresVargas

Notas do Autor


História postada também no Nyah, se virem em outra plataforma, denunciem!

Capítulo 1 - Presas fáceis não interessam


Fanfic / Fanfiction Fortuito - Presas fáceis não interessam

O lugar estava vazio para o horário. Dezenove horas era o ápice de entrada de pessoas no Scarlet, mas especialmente naquele dia o número de clientes não havia alcançado um quarto do esperado. A música baixa e suave, era um reflexo dos que estavam ali fugindo de algo ou degustando uma dose para alimentar o costume. As luzes fracas flertavam com a escuridão lançando feixes vermelhos pelo salão acarpetado. As paredes decoradas com tapeçaria negra mantinham os poucos sons dentro do ambiente e os móveis brilhavam como se estivessem recém envernizados. O luxo em cada detalhe encantava os visitantes, fidelizando-os com a atmosfera que oferecia álcool e privacidade na mesma proporção.

Alheio a isso, Hisoka esperava Illumi com o olhar entediado, brincando com o líquido azul que enjoara de beber. Na última vez que foi chamado pelo “parceiro” pouco se divertiu e não acreditava que agora seria diferente. Nunca era realmente divertido ser requisitado por ele e o único motivo de continuar a atendê-lo era a certeza de que poderia contatá-lo caso precisasse.

— Oh, você chegou antes. — Illumi pontuou forçando a surpresa em sua expressão.

— Quanto mais cedo se começa, mais cedo se termina... Então, o que quer?

— Preciso de você para executar um trabalho.

Hisoka arqueou a sobrancelha encarando o rosto pálido de Illumi, perguntando-se o que havia por trás daquelas palavras. Um Zoldyck pedir ajuda para realizar um trabalho não era o tipo de coisa que se ouvia todos os dias.

— Quem é o alvo?

— Naoko Peace. — Illumi puxou o celular, localizando a foto. — Vinte e cinco anos, estudante de engenharia civil, trancou a faculdade no mês passado e desapareceu. O último registro do cartão bancário dela foi em York Shin há três semanas...

— Uma pessoa comum? — Hisoka interrompeu para confirmar sua intuição, apertando os lábios com desgosto ao ouvir a afirmativa. — Eu passo! — Gesticulou com desdém. 

— Ofereceram uma boa quantia. — Illumi disse com sua estranha inocência.

— Fique com ela. Não vou perder meu tempo nisso.

— Não é tão simples quanto parece... — A frase prendeu a atenção de Hisoka, e Illumi se aproveitou disso para estender a pausa proposital. Pediu uma bebida demorando mais que o necessário para escolhê-la e descansou o queixo na palma direita. — É possível que eu não consiga terminar o serviço sozinho.

— Por quê? — disse observando a expressão do outro congelada numa falsa meditação. Sua intuição lhe soprava que boa coisa não viria, porém a curiosidade pedia para saber o que era.

— Ela pode controlar pessoas. — Illumi rebateu, molhando a garganta com o gim recém servido. — Não sei os detalhes, apenas que é como uma espécie de telepatia.

— Deve ter um limite para o alcance.

— Por isso preciso de você. Não posso usar minhas agulhas e se eu mesmo tentar descobrir corro o risco de cair na habilidade dela.

Os olhos de Hisoka se estreitaram enquanto a lógica do pedido se mostrava transparente e maciça em sua mente. Não podia chamar de traição, porém era um pequeno empurrão para um buraco de proporção desconhecida.

— Por que acha que aceitarei ser a isca?

— Não acho, mas eu tinha que tentar. Quem mais poderia ser?

 

♥ ♠ ♣ ♦

 

As informações cedidas pelo cliente eram precisas: personalidade, amigos, tipos de lugares que a mulher frequentava. Um ou dois dados de cada ponto que somados forneciam uma boa base do perfil dela. Era um relatório digno de algum tempo de observação e completamente desnecessário para um assassino da estirpe de um Zoldyck.

Com mais da metade do trabalho entregue de mão beijada, Illumi dedicou um mínimo esforço para localizá-la. A lista de pensões e albergues pelos quais ela espalhou seu nome e outros sete pseudônimos era grande para o curto período em que estava desaparecida, mas a ausência de cuidado com certos detalhes demonstrava que ainda estava aprendendo a apagar seus rastros. Em uma semana, o endereço de uma espelunca que se passava por hotel estava na mente de Illumi e ao seu lado a colaboração que havia requisitado.

— Exceto por aquilo, ela parece inofensiva, — disse com a voz monótona, notando o outro resmungar com uma expressão tediosa. — mas pode surpreender com alguma habilidade desconhecida. O quarto dela é o 302. Só precisa entrar e garantir que eu possa terminar o serviço.

— Vou esperá-la sair. — Hisoka rebateu se agachando. — Não há diversão alguma em encurralar um rato.

— Isso não é uma brincadeira. Não devemos perder tempo.

— O caminho está livre. — Gesticulou teatralmente para a janela entreaberta, depois recolheu a mão apoiando o queixo no dorso dela. — A não ser que esteja com medo.

Ele encarou Hisoka, perdendo parte da inexpressividade quando seus olhos adquiriram um brilho afiado e voltou a fitar a janela de vidro fumê, avaliando a probabilidade do comportamento de seu “parceiro” lhe render contratempos.

— Não precisa me pagar se eu puder brincar um pouco.

— Não vou permitir que atrapalhe meu trabalho. — Illumi devolveu com frieza.

— Meus serviços em troca de diversão é um mau negócio?

Illumi ficou em silêncio. Ele sabia que dificilmente conseguiria alguém que custasse tão barato, porém o fato de Hisoka tratar aquilo de forma tão leviana o incomodava.

 — Faça como quiser, mas cumpra o combinado.

Os lábios de Hisoka se repuxaram num sorriso vitorioso enquanto sua mão sacou o baralho para encarar o período de espera. Seus dedos deslizaram sobre as cartas folheando-as com rapidez, embaralhando-as um par de vezes antes de puxar sua escolhida. Ele a girou sem ver, fazendo mistério para si mesmo e num estanque revelou a face imperiosa da rainha de copas. 

 

♥ ♠ ♣ ♦

 

O crepúsculo tingia o céu de roxo quando a movimentação na porta do hotel fez Hisoka desviar o olhar de suas cartas. Um grupo de pessoas agitava a entrada conversando em voz alta ao passo que outro caminhava com ar nostálgico e um terceiro quase insignificante se arrastava com passos cansados. Mesclando-se à agitação, uma mulher de cabelos negros deixou o local tranquilamente.

Tinha olhos azuis serenos no rosto fino, pernas esguias que se mostravam quase por completo no short jeans, e o tronco escondido sob uma blusa cinza. A expressão distante fazia crer que os pensamentos dela estavam além do horizonte e o caminhar parecia suprir a necessidade de respirar.

Hisoka esquadrinhou-a de cima a baixo com certo desprezo. Transformar aquela caçada em algo minimamente interessante era uma tarefa impossível. Seria um golpe de extrema sorte se conseguisse uma boa reação quando atacasse, no entanto mesmo que a mulher tentasse lutar não duraria cinco minutos. A melhor possibilidade residia em ela usar sua habilidade, ainda que isso pudesse se converter num risco.

“Mas se essa for a única forma...”

Ele a seguiu mantendo uma distância razoável, silencioso e ritmado feito uma sombra, com a paciência de um caçador que espera ser notado para se satisfazer com o desespero da vítima. Analisou-a de novo durante a caminhada: o movimento do corpo, os pingentes que estalavam ao se chocarem um com o outro e juntos contra as mãos relaxadas, os fios que ondulavam ao sabor do vento.

A análise continuou quando ela virou a esquina numa rua menos agitada. O barulho dos passos assumiu a nuance seca da firmeza aumentando gradativamente a velocidade. Os músculos das pernas tencionaram pelo movimento e o acúmulo de adrenalina, a respiração trocou a harmonia do silêncio por um chiado baixo e contínuo ao passo que a próxima rua se apresentava larga e infinita. No meio dela, um beco se mostrou como uma saída duvidosa, sendo prontamente aproveitado pela mulher.

O estreito que se findava numa parede de três metros não possuía portas em suas laterais. Livre de entulhos, guardava apenas a poeira de um reduto de drogados que por hora abrigava um casal entorpecido fazendo de seu papelão a cama de um motel.

Hisoka crispou o nariz e continuou pelo único trajeto possível, encontrando um parque antigo. Correu os olhos pelas árvores cobertas de limo e a grama alta de um verde envelhecido, as grades enferrujadas e tortas que serviam para delimitar a área, os bancos podres e brinquedos corroídos. Ele adentrou sem se preocupar em esconder a presença procurando sentir a aura da mulher, repuxou o lábio ao não encontrá-la, subiu na maior árvore do lugar e simulou um binóculo com os dedos ao espiar ao redor.

O meio sorriso se tornou uma incógnita ao vê-la rumar para os limites do parque, contudo retornou quando Hisoka cogitou a hipótese de uma cilada. Ele desejou que ela fosse esperta o suficiente para planejar algo que o colocasse em apuros, e não só se utilizasse da armadilha para ganhar tempo e fugir. Se era verdade que ela podia controlar as pessoas, precisava experimentar aquela sensação. Pela aflição, pela privação, pelo desespero... e para fazê-la sentir o mesmo em seguida.

Hisoka saboreou a expectativa por um momento, observando seu alvo desaparecer entre o verde e sem pressa seguiu o caminho feito por ele imaginando qual surpresa o aguardava. Notou a trilha se estreitar sutilmente e a luz do sol diminuir até se resumir a mínimos feixes que driblavam os largos dosséis de cedro. Parou diante de um deles, atentando-se aos ruídos e retomou o andar calmo, mudando a direção alguns metros depois, correndo como se pisasse sobre o vento.

Uma carta rasgou o ar, cortando uma mecha de cabelo enquanto a goma de Hisoka grudou no tênis que foi descartado de imediato. O ás de espadas foi puxado e mantido entre os dedos ao passo que o alvo manteve a cautela e sua posição. Minutos foram desprezados em prol de estratégias e conclusões, silêncios se acumularam entre as respirações.

Por fim, Naoko disparou entre as árvores, movendo-se pela trilha sinuosa. As chances de escapar com vida de uma luta com aquele homem eram minúsculas como as gotas de suor que brotavam em sua testa, um risco que só merecia ser corrido em troca da certeza de continuar respirando após enfrentá-lo.

Ela tentou criar um segundo plano baseado em possíveis falhas, contudo os pensamentos se embaralharam conforme o temor se infiltrava denso e veloz em cada lacuna de esperança tornando-as cinzas frias de angústia. Sua visão tomada por borrões não enxergava aberturas tampouco sua mente se desprendia dos metros que se acumulavam enquanto seu algoz se aproximava. Não fossem os pés acostumados com o caminho, teria tropeçado na primeira raiz. No entanto, a vantagem diminuía a cada vez que pensava sobre ela embora o homem mantivesse a distância inicial.

A leveza dos movimentos dele lembrava uma dança. Seus passos suaves extraíam curtos suspiros da grama e o corpo ziguezagueava entre os troncos num ritmo tranquilo e gracioso como se atravessasse um palco para continuar seu número. No rosto, a expressão amistosa carregava lábios apertados num sorriso que se estendia vagarosamente enquanto um brilho perigoso nascia nos olhos amarelos. 

Quando Naoko duvidou outra vez de seu plano, o tempo desacelerou diante dela até congelar na certeza do que vira. A fresta que se abriu no verde da mata revelou um pequeno descampado que outrora abrigava um par de carvalhos e servia como local de espera para aqueles que se perdiam. O espaço ficava próximo a uma das antigas saídas do parque, dando acesso para uma rua deserta que desembocava na avenida principal do bairro.

Naoko acelerou, saltando para um galho e se mantendo no alto conforme mudava seu rumo. A proximidade do objetivo irrigava esperança em suas veias, emprestando-lhe uma dose extra de fôlego. Os últimos metros logo se colocaram perante ela fazendo a tensão e o alívio se misturarem numa emoção aguda e dolorida que se intensificou com o brilho ofuscante do asfalto e o aceno acolhedor do êxito.

Ela saltou para fora do parque, sentindo os segundos gotejarem enquanto seus pés não tocavam o chão. Seu próximo destino estava a poucos minutos e o desfecho daquele problema também. Ignorando a queimação provocada pelo grafite que cobria as ruas, ela continuou a corrida até seu corpo parar num estanque e o frio lhe invadir de imediato.

As imagens ao redor se tornaram vultos e suas costas sentiram o impacto contra a superfície firme. As pernas tremeram enquanto ela forçava a respiração e procurava uma alternativa, contudo a inércia do momento foi cortada pela ponta do ás de Hisoka acariciando seu pescoço.

— Finalmente você parou de fugir. — Ele ironizou. 

Naoko contornou os pensamentos fatalistas mantendo a atenção nos movimentos dele e procurou uma resposta que satisfizesse a situação, no entanto desistiu das palavras.

— Você prefere o silêncio? — Hisoka insistiu. — É uma pena... — Deu de ombros. — Inevitavelmente você irá gritar. 

Naoko sentiu um arrepio na espinha. A certeza daquela sentença era o seu sangue nas mãos daquele homem. Restava fazer o máximo para evitar a dor e morrer com dignidade, mas até isso parecia uma fantasia infantil. Ela fitou a sombra dele se alongar pela grama conforme o sol se deitava. A carta não havia se afastado nem por um instante de seu pescoço e nenhum movimento foi dado desde a última palavra, entretanto a sensação dos olhos cravados em suas costas dizia que ele esperava por sua reação.

 

♥ ♠ ♣ ♦

 

Hisoka mantinha a paciência apesar da hesitação da mulher. Precisava pressioná-la com a intensidade certa, dando chances que não existiam e iludindo-a com possibilidades. Uma abertura perfeita despertaria nela o ímpeto de lutar, contudo o menor erro poderia fazê-la desistir e se entregar. Todo o êxito dependia de dois fatores, porém apenas um estava sob o controle dele.

Ele moveu seu ás para longe da pele que emanava medo e soltou a goma que havia grudado nas costas de Naoko, notando a cautela impedi-la de aproveitar a oportunidade. Contornou-a a passos lentos, colocando-os frente a frente e observou o rosto que se levantou para enfrentá-lo.

— Vamos acabar logo com isso.

A frase soou aos ouvidos dele como uma doce melodia. A voz trêmula que simulava frieza, rouca pelo rompante de coragem, grave pela imposição do tom, sedutora pelo convite à batalha. Acordes de aflição ressoando em batimentos descompassados, rejeitados pela expressão dura que lhe encarava com olhos afiados.

— Por que a pressa? Acabamos de nos conhecer — disse com um meio sorriso, girando a carta entre os dedos.

O soco veio no momento que ele esperava. Tinha velocidade e posicionamento perfeito, mas não o suficiente para surpreender um experiente lutador, ainda assim Hisoka se deixou atingir no rosto. Ele analisou a força empregada e permitiu o segundo acertar o lado esquerdo de sua face. Logo o terceiro pressionou seu estômago e os demais se distribuíram por diversas partes de seu corpo, cessando de súbito ao revelar a necessidade da mulher se recompor.

Hisoka cuspiu o sangue que havia se acumulado em sua boca, limpando o redor dela com o polegar e avaliando o ataque recebido. Era bem inferior ao que estava acostumado, fácil de ser defendido, impreciso em sua sequência, dotado de erros tolos e aberturas ridículas. Um tédio absoluto se não fossem as circunstâncias por trás de cada gesto calculado.

— Você faz melhor do que isso... Vamos, me dê tudo que você tem! — finalizou com a voz rouca.

Ele se frustrou ao notar o receio no rosto dela e a demora em atacar novamente, torcendo para que aquela reação não fosse o prelúdio para uma nova fuga. Tinha perdido o ânimo para brincar de esconde-esconde e seu interesse não resistiria a ver seu brinquedo se afastar mais uma vez. Esperou outro minuto arrastado, segurando o celular por dentro do bolso direito enquanto dedilhava o baralho que estava no esquerdo. Seria uma pena entregar a mulher sem tirar nada dela, e Hisoka tentava contornar a ideia de que sua tentativa resultaria apenas em perda de tempo, contudo a cautela excessiva de Naoko fazia seu sangue amornar. Ele alisou a tecla que traria Illumi em um instante, curvando os lábios para baixo ao aceitar a derrota, pressionou-a um tanto ainda insuficiente para fazê-la discar o número e parou, derrubando uma carta no chão.

O dez de paus trouxe um brilho diferentes aos olhos amarelos que se agitaram com satisfação quando um vulto se aproximou por sua visão periférica, transformando-se num soco recebido com um sorriso. O sangue fluiu do interior da boca de Hisoka manchando o riso e se uniu ao jorro que saiu de seu nariz. A excitação pulsou sob a dor formigando sua pele, vertendo a saliva que se acumulava misturada ao vermelho vivo, borrando os pensamentos com o prazer tão conhecido. Dentro dele, Hisoka suspirava com o ardor de feridas abertas, o impacto agudo contra seus músculos, o olhar borrado e o cheiro úmido de ferro. Arfava principalmente pelo ciclo ininterrupto de golpes que sacudiam seu corpo, afogando-o em sensações distintas que se complementavam de forma única.

O deleite teve seu ápice num rompante de dor que alimentou sua raiva e euforia. Uma parte quis esmagar as pernas de Naoko e perfurar a pele dela com os ossos quebrados enquanto a outra admirava o ímpeto covarde no qual a mulher depositou a ilusão de conseguir se salvar.

Hisoka dobrou os joelhos pelo incômodo crescente, aparando os socos de Naoko e imobilizando-a entre os braços, aplicando pressão na mesma intensidade que seu desconforto aumentava. A agitação inicial dela lhe fez desviar o foco por um instante, mas este não demorou a retornar para a sensação no meio de suas pernas ao ver que sua presa amolecia na pálida aflição de quem buscava ar.

Ele deixou seu sangue colorir o rosto dela e apreciou as pupilas tomando o espaço das íris azuis. Os olhos arregalados imploravam, puros de miséria, agarrando-se a um fio de esperança morta, encarando seu carrasco como se procurassem algum fragmento de piedade em sua alma, mas ao mesmo tempo compondo uma expressão de beleza mórbida que o instigava a concluir o ato.

 — Golpes baixos não funcionam comigo. Se eu quisesse matar você teria feito isso no primeiro movimento... — Hisoka murmurou. — O homem que irá matá-la se chama Illumi Zoldyck. Eu estou aqui apenas por diversão, então quanto mais tempo você me entreter, mais tempo permanecerá viva. 


Notas Finais


o/


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...