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História Frankenstain - PAUSADA POR FALTA DE TEMPO - Outono de 1855


Escrita por: Si1mari11ion

Notas do Autor


Eu decididamente tenho que arrumar alguma coisa para o Krest fazer, mas acho que já tenho uma ideia :)
Espero que tenham uma excelente leitura :)

Capítulo 37 - Outono de 1855


Beijou o ombro do menor com ternura, fazendo um leve carinho em sua cintura e o vendo suspirar durante o sono.

Lembrava-se perfeitamente do dia que os levara para aquele ponto, parecia até que fora no dia anterior.

Camus dormiu o caminho inteiro de volta para casa, encostado em seu peito e coberto por uma manta cedida por Raki. A festa e o ato pecaminoso tinham drenado por completo as forças do ruivo, que não dava sinais de que acordaria tão cedo.

Os cavalos foram presos um ao outro enquanto Milo se preocupava apenas em não atrapalhar o sono alheio e chegar à cidade de Paris antes que toda população despertasse por completo.

Entraram em casa sem grandes problemas, os donos ainda dormiam serenos, e pode deixar Camus em seu quarto.

Encostou a porta e correu fazer o café de Camus, ele certamente estaria reclamando de dor de cabeça quando acordasse.

¬ Bon jour. – disse em tom baixo quando voltou e o encontrou sentado com as mãos na cabeça. – Dormiu bem?

¬ Defina “bem”. – respondeu com voz profunda. – Onde estou?

¬ Em casa. – sentou-se na borda da cama. – Te trouxe de madrugada, quando a festa já tinha acabado.

¬ Hun... – massageou as têmporas. – Tem chá, café, qualquer coisa?

¬ Fiz café. – disse sorrindo antes de sair. – Vou buscar.

¬ Milo. – virou-se para o menor assim que chamado. – Como non está de ressaca?

¬ Eu bebi menos que você, logo minha ressaca não está tão alarmante assim. – respondeu. – Mais alguma coisa?

O menor negou, voltando a deitar com um gemido de dor.

Soltou um pequeno riso, definitivamente a bebida não combinava em nada com o ruivo, mas lhe seduzia com facilidade anormal.

Voltou um pouco depois com o dito café e um croissant – particularmente não gostava do pão, não por seu gosto, mas sim pelo que representava. Camus, por outro lado, parecia nem ligar enquanto comia e bebia café.

¬ Engraçado, non acha? – disse olhando o pequeno pão.

¬ O que? – volveu curioso.

¬ O Croissant. – respondeu. – Feito no século XIII como propaganda contra os muçulmanos. Era a forma simbólica de derrotá-los, afinal estamos comendo sua sagrada lua crescente. Sem contar que o nome Croissant significa Cruz Santa, o símbolo dos cavaleiros templários.

¬ Uma falta de respeito não é? – disse Milo. – Porque nos desunimos por algo tão tolo quanto à incompatibilidade de crenças? Adoramos o mesmo Deus, muda apenas o nome.

¬ Pena que todos Eles dizem Non para certas coisas. – disse um tanto amuado. – Non entendo como podemos seguir uma crença, viver em um meio que nos proíbe de amar quem quisermos.

Milo sorriu, fazendo um leve carinho no rosto fino e bonito.

¬ Por isso Kardia sempre disse: A sociedade não se permite perceber que você se apaixona e ama uma essência, não uma aparência ou um gênero. Mas eu penso que Deus não vê diferença, penso que ele está feliz por apenas nos amarmos. Os homens que o interpretam errado, se somos corpos feitos para não durar, porque se ater a isso? O que vale mesmo é viver ao máximo, como diria Kardia. – passou os dedos discretamente por seus lábios. – Mas porque levantou tal questão? Quer me dizer algo Camus?

No fundo, no fundo, estava rezando para que o menor se lembrasse de todos os detalhes da noite passada.

¬ Oui. – deixou a louça suja sobre a cômoda. – Eu lembro vagamente de ontem, está tudo embaralhado em minha mente. Non tenho certeza se todas as lembranças são reais ou se são sonhos. Enton me responda. O que estou pensando foi um sonho ou foi real?

¬ Depende. – respondeu. – O que está pensando?

¬ Só responda. – rebateu. – Foi sonho ou foi real?

Milo parou um pouco, mirando os olhos avermelhados de forma questionadora. Camus parecia estar intimidado, como alguém que buscava algo em que se basear e tomar coragem.

Será que...?

¬ Foi real. – por fim respondeu.

Camus sorriu e soltou o ar que aparentemente prendera. Ele parecia tão aliviado e feliz com a resposta, mal continha aquele sorriso bobo que ameaçava adornar seus lábios.

Sentiu uma das mãos do menor subirem até sua nuca e prender os fios loiros com certa força, enquanto a outra mão pousava suavemente em seu braço. A respiração quente começava a bater em seu rosto e causar-lhe certo formigamento.

¬ Milo. – chamou de forma um tanto arrastada. – Posso fazer uma coisa estranha?

¬ Desde que não seja nada potencialmente nocivo a saúde, sinta-se a vontade. – respondeu sorrindo, deixando as mãos subirem até a cintura delgada.

Foi o que bastou para os lábios se unirem em um beijo inédito e envolvente, necessitado na verdade.

Camus puxava Milo em sua direção, querendo mais e mais daquele beijo, querendo mais e mais do mais velho. Explorando a boca doce e deixando ser explorado, puxando o maior mais para perto.

Só se separaram por ainda precisarem de ar.

¬ Camus. – protestou risonho quando se viu encima do menor. – Seus pais podem acordar.

¬ Tranca a porta. – respondeu dando-lhe vários beijos. – Agora que tenho ao menos esse sonho realizado, non quero mais acordar dele.

¬ O que andam te ensinando na caserna? – respondeu sorrindo.

¬ Que tem coisas que se vale a pena arriscar. – tomou-lhe os lábios cheio de vontade, não querendo mais soltar de Milo.

Não queria feri-lo. Não queria envolvê-lo. Não queria perdê-lo.

Mas queria ser egoísta o bastante para amá-lo. Queria usufruir daquele amor enquanto ele ainda era eterno.

¬ Milo! – gemeu alto com a voz meio esganada.

¬ Camus... – mordeu seu ombro com um pouco de força, tentando não machucá-lo. – Eu te amo...

¬ Uhhhh... – ergueu a cabeça em deleite, cravando as unhas curtas nas costas morenas. – Non me torture, Milo... Faça algo...

Estava mais decidido agora do que nunca.

Continuaria protegendo o ruivo. Continuaria escondendo aquele mundo perigoso dele. Continuaria velando por sua segurança e bem estar até o último dia de sua existência.

¬ Camus... Camus... – chamava a cada impulso que tomava, gemendo audivelmente a cada expressão e gemido despudorado que assistia no menor. – Camus!

¬ Céus! – arfava com as investidas, quase sem voz para nada. – Milo!

Não abriria mão nunca mais.

Queria estar sempre com ele. Queria poder sempre abraçá-lo. Queria sempre secar suas lágrimas. Queria sempre fazer tudo por ele.

Ali não era algo meramente carnal, era alma, amor se preferir. O mundo poderia ruir que ainda estariam juntos, sendo a força um do outro, o apoio um do outro.

¬ Camus! – uivava o nome conforme pequenos choques corriam seu corpo ardente.

¬ Milo... Eu non... – não houve tempo de completar, apenas agarrou-se ao mais velho, unindo os lábios num beijo cheio de carinho.

O loiro pode apenas gemer em meio ao beijo, deixando parte de seu peso cair sobre o ruivo com a exaustão que sentia.

Deitaram-se na cama depois de algum tempo, um frente ao outro com enormes sorrisos e olhares apaixonados. Desconheciam uma maneira de estar mais feliz.

Ficaram conversando até adormecerem, afinal precisavam redigir novas regras para suas vidas depois de um momento como aquele.

Foram acordar apenas no dia seguinte, mais dispostos e sem ressaca.

Depois daquilo foi quase impossível não assumirem uma vida um tanto agitada em que Camus se mostrava bem mais ativo e animado que Milo em dados momentos, mas o loiro também não reclamava.

¬ Camus! – brigou quando emergiu da banheira. – Você tem noção do trabalho que terei para limpar esse chão?!

¬ Deixe de ser chato. – respondeu o puxando para um beijo sedento e enlouquecedor. – Depois eu te ajudo a limpar. – sugava o lábio inferior e esfregava o corpo ao seu. – Mas agora porque você non cuida de mim?

Continuaram normalmente com suas vidas, Camus comparecendo religiosamente à Escola Militar e Milo seguindo suas buscas e tarefas em nome do Santuário. Mas quando por debaixo dos panos a história mudava por completo de figura.

Milo chegou ao ponto de construir uma pequena cama de casal para si. Camus gostava de passar as noites na cabana e uma cama de solteiro singela não os suportaria por muito tempo.

Apesar de tudo isso acontecendo, Zaphire e Serena continuavam a imaginar que aquele dia eles estavam na tal festa e não que estavam muito bem acomodados no quarto de Camus.

Não tinham falado nada sobre o que tinham para o casal e nem pretendiam, preferiram o anonimato mesmo frente os que mais amavam. Lembravam muito certo casal nesse sentido.

Pouco mais de dois meses depois Zaphire e Serena anunciaram que teriam de fazer uma viagem muito importante para Inglaterra e em poucos dias estavam de malas feitas se despedindo dos dois no porto de Le Havre.

E quase no mesmo dia receberam a carta que anunciava o retorno de Krest, o que os animara muito. Logo estariam todos reunidos novamente, como a pequena e diferente família que eram.

Naturalmente foram receber o mais velho assim que ele chegara a Paris. Os irmãos se abraçavam com tanta força que as lágrimas mal conseguiam escapar e Milo apenas se permitiu sorrir um tanto distante.

¬ De fato. – disse Krest sorridente ao irmão. – Nenhum outro lar é melhor que o nosso, simplesmente por ele ser nosso.

¬ Bien venu. – respondeu Camus sorrindo.

¬ O lar, de braços abertos, sempre o aguarda Mestre Krest. – disse Milo em uma pequena reverencia.

Voltaram sorridentes para casa, ouvindo as histórias que Krest tinha a contar sobre a vida em Portugal e como esperava que fosse seu futuro dali pouco tempo. Sorrisos não foram raros aqueles dias.

Mas foi nesse momento de alegria que se deram os tiros.

Krest mal tinha começada a trabalhar e, por conta de uma discussão por pontos de vista e suas qualidades como líder, fora mandado ministrar uma colônia africana por quinze anos. Esse foi o primeiro tiro.

Pouco depois da partida de Krest, veio a noticia de que o navio que trazia Zaphire e Serena, o F.S. Neptune passou por uma forte tempestade e foi tragado pelas ondas violentas. E esse foi o segundo tiro.

Nunca antes uma tristeza tão grande se abatera naquela réstia de família e Camus nunca antes chorara tanto como naquele momento.

Muitos lhe mandaram seus mais sinceros sentimentos pelos pais, desejaram-lhe melhoras e forças para seguir no amanhã, mas apenas Milo ficou ali para secar suas lágrimas e cuidar de sua imagem fragilizada.

Milo também sofreu, se permitindo chorar na frente de Camus em dados momentos. Se fosse para sofrer, que ao menos sofressem juntos.

¬ Milo. – Camus segurava a roupa de dormir como uma criança assustada. – Onde você foi? Pensei que tinha me deixado.

¬ Vim beber um pouco d’água. – mostrou o copo sobre a pia, indo atrás do mais novo pouco depois. – Não chore. Eu jamais o deixaria.

¬ Milo... – o abraço era apertado e amedrontado, Camus estava muito frágil, parecia mais do que nunca um cristal.

Alguns dias depois receberam uma carta do próprio Napoleão III, o atual Imperador sobrinho de Napoleão Bonaparte.

A carta dizia que o Imperador se compadecia de sua dor, afinal conhecia Zaphire há muito tempo e sabia que ele era um grande homem, desejou-lhe melhores, uma vida prospera e ofereceu-lhe uma semana inteira de folga para que colocasse a mente nos eixos antes de retornar para a Cavalaria, onde uma promoção estaria o aguardando.

Camus, como todo jovem de sua idade com um ideal patriótico, sentiu-se mais do que honrado por receber uma carta do próprio Imperador. E jurou para si mesmo que voltaria ao normal, que iria superar aquele luto dentro do tempo estipulado.

Milo, por outro lado, não gostou. Se o primeiro Imperador quase matou Zaphire, não queria nem imaginar o que este poderia fazer com Camus. Por isso, na primeira oportunidade, atirou a carta na lareira e começou a fazer as malas.

Se fosse para Camus melhorar, que melhorasse longe dali. Ele precisava de ar e não do falso pesar de estranhos.

¬ Milo. – por mais que tentasse ser forte, ainda estava frágil. – Porque essas malas? Você non disse que ia ficar?

Abandonou tudo o que fazia e foi para junto do rapaz, o abraçando com todo carinho e amor que podia ter. Beijou os cabelos rubros e fez um pequeno carinho em suas costas.

¬ Vou te levar para uma de minhas viagens. – disse calmamente. – Vamos visitar e reunir alguns amigos meus. Você vai comigo, afinal não consigo me afastar sem sentir que posso morrer pela distancia.

¬ Vai me levar numa de suas viagens? – deixou um pequeno sorriso escapar, pensou que isso nunca aconteceria. – Porque não disse antes? Eu teria te ajudado com as bolsas.

¬ Você precisa descansar e refletir. – beijou os cabelos outra vez. – Mas da próxima vez, se assim desejar, irei informá-lo para que me ajude.

Camus apenas o abraçou com mais força. Conseguiu chegar num nível de intimidade com Milo que ninguém antes conseguiu, estava feliz com isso, afinal isso era uma mostra do quanto Milo confiava em si e o amava.

Sabia que ainda teria mais níveis para alcançar depois que o luto terminasse, mas por hora estava num equilíbrio frágil com o que tinha e ainda sim sorria levemente.

Partiram sem grandes dificuldades e em dois dias estavam ali no pequeno acampamento, naquele exato ponto em que Milo beijava os ombros finos com ternura, fazia carinho na cintura delgada e via um suspiro escapar pelos lábios delicados.

¬ Hun... – o menor se virou e abriu os olhos avermelhados. – Bon jour...

¬ Bon jour. – respondeu sorrindo. – Dormiu bem?

¬ Melhor do que as outras noites certamente, mesmo este sendo um chão duro, me fez melhor que uma cama macia. – respondeu se aproximando, podendo assim se aconchegar em seu peito. – Aonde vamos agora? Estamos na Prússia já, vamos mais adiante?

¬ Não. – o abraçou. – Quem procuramos está aqui na Prússia mesmo, e pelo que me disseram, perto na antiga casa de Mestre Dégel e Mestre Kardia.

¬ Jura? – disse animado, sorrindo com o aceno positivo. – Vai ser bom rever a casa em que cresci.

¬ E não? – riu o beijando e abraçando com um pouco mais de força.

Camus também se permitiu rir e o abraçou de volta, correspondendo ao beijo pouco depois.

¬ Mas me diga. – falou o menor depois de se levantarem para seguirem viagem. – Qual o nome dos seus amigos?

¬ Stardust. Centturion. Li Yang. Gladio. – respondeu.

¬ Quatro amigos?! – disse surpreso. – Pensei que era apenas um.

¬ São quatro amigos em um. – disse sorrindo.

Os Descendentes de Aquila, Sagittarius, Leo e Pegasus que os aguardassem, afinal estavam voltando ao lar que lhes fora cedido tempos atrás.


Notas Finais


Mano... A história do Croissant foi meu professor de História que contou, eu fiquei tão chocada que não consigo mais comer o bendito pão!
Espero que tenham gostado :´)

Bjs. L :3


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