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História Frankenstain - PAUSADA POR FALTA DE TEMPO - Primavera de 1864


Escrita por: Si1mari11ion

Notas do Autor


\o/ Quem quer ver Camus levanta a mão!! \o/
Boa leitura! ;D

P.S. Estamos no capítulo 50!! °O° Nunca escrevi tanto!! °O°

Capítulo 50 - Primavera de 1864


Conseguia ouvir cada passo dado dentro da casa, assim como também conseguia ouvir o coração bater forte e a voz soar agradável com a leitura.

Como será que ele passou aqueles oito anos?

Oito anos...

Nunca pensou que míseros oito anos lhe fariam uma falta tão grande.

As chaves do portão ainda eram as mesmas, estava sendo aguardado fazia um bom tempo.

Conseguiu identificar cinco pares de olhos impetuosos se aproximarem ao fechar o portão de ferro, mas por alguma razão estes se afastaram e sumiram no escuro do quintal.

Quando teve tempo de criar cães?

Oito anos...

O interior da casa continuava do mesmo jeito que deixou, tudo estava exatamente onde deixara da última vez.

Tinha certeza de que, se procurasse, encontraria todas as coisas dos Brownies também nos mesmos lugares, mesmo que alguns estivessem abandonados.

Nem mesmo os quadros da casa foram trocados de lugar, parecia que a casa simplesmente parou no tempo ou o dono não tinha tempo para lidar com ela.

Aquilo seria um sinal de apreço ou esquecimento?

Oito anos é muito tempo...

Subiu as escadas com cuidado, ela ainda rangia um pouco depois do quinto degrau. Cada passo sendo assistido com atenção pelas gravuras enquadradas, como se todas estivessem torcendo para o chão ranger bem alto e o denunciar.

Não queria chamar atenção, ao menos agora.

Largou sua trouxa surrada, quase em vias de fato, junto à parede e seguiu calmamente até o escritório da casa.

O que eram alguns minutos perto de oito anos?

Um vão mínimo entre a porta e o batente permitia uma visão do que se passava do outro lado.

O amado andava de um lado para o outro, sinal de que estava nervoso, com uma toalha nos ombros para secar os cabelos ainda úmidos e uma taça de vinho estrategicamente posicionada na borda da escrivaninha.

¬ Lançou-se em um misto de fúria e tristeza contra Jones, jamais se perdoaria se os planos daquele homem fossem bem sucedidos e a vida de Mono fosse perdida.— a leitura realmente o roubava do mundo, ninguém conseguia ler um livro com tamanha emersão. – Mas non importava com qual força e velocidade atacasse, Jones desviava todos os golpes com maestria e um sorriso débil no rosto. Os vivos são mais importantes! Gritava enfurecido e cada vez mais assustado, non se perdoaria jamais. — parou de andar e pareceu se desconcentrar um pouco. – Non iria desistir antes de tudo estar perdido em definitivo. Mono era mais importante que seu falecido irmão. Mais importante que seus pais. Mais importante que a esposa de Jones. Mais importante que o seu maldito dever!

Parou.

Perdeu toda e qualquer concentração que tinha criado, o encanto se desfez por alguma razão e agora o vazio adornava discretamente a face.

O viu soltar um riso tristonho e largar o livro de lado.

O ruivo sentou de qualquer jeito na cadeira de couro escuro, a postura cansada e rendida, quão grande era o peso que levava para estar naquele estado?

Ou...

Quão grande era a dor que sentia?

A taça de vinho nunca pareceu tão interessante, pois teve todas as linhas desenhadas pela ponta dos dedos alvos e sua borda circundada com languidez.

O olhar sempre distante e pensativo.

Sabia que ele estava triste e a imagem dele estar triste por sua culpa vinha insistentemente à sua mente.

¬ Mono era mais importante que tudo isso... — tomou um gole de vinho e mirou o livro com profunda tristeza. – Custava tanto lembrar destas linhas, Milo?

¬ Não, não custava.— a língua foi mais rápida que a mente. – Eu preferia me lembrar de você.

A taça se estilhaçou e o vinho manchou o tapete.

Não esperou em momento algum que fosse ser recebido, se quer esperava ser recebido, então ver o mais novo escancarando a porta para encontrá-lo foi uma grande surpresa.

Esperava mesmo era que ele não quisesse nem olhar seu rosto.

¬ Tenho certeza que non estou bêbado...— tocou seu rosto cautelosamente, as mãos tremulas e o olhar brilhante. – É real... Non é sonho e nem álcool... É real...

Foi mais forte que qualquer receio, segurou as mãos em seu rosto com carinho e desviou o olhar envergonhado, não conseguia fitar os olhos avermelhados, mas também não conseguia negar o afago.

Não saberia dizer quanta falta sentiu daquele toque, quanta falta sentiu daquele cheiro, imagine a falta que sentiu daquela voz.

¬ Me perdoe...— a voz era pura suplica. – Por favor, Camus, me perdoa... Eu nunca devia ter saído de casa, mas... Ah, são tantas coisas que terei que te contar para que possa me entender... Por favor, me perdoa... Eu devia tê-lo levado comigo, mas estava pensando em seu futuro e segurança... Eu... Me perdoa... Por favor... Eu te amo tanto... Me perdoa...

Sentiu os dedos passarem por seu rosto como se limpassem algo, estava chorando desde quando?

O mais novo sorria um tanto bobo quando o fez virar o rosto até que os olhares se cruzassem e assim pudesse roubar um beijo repleto de saudade e carinho.

Era apenas um inocente e acolhedor toque, dado apenas para mostrar como o carinho foi guardado e cuidado com os anos, crescendo em tamanho e amplitude mesmo com a distancia continental.

Não saberia dizer quanto tempo durou aquele simples beijo, mas não queria que tivesse acabado tão rápido quanto pareceu.

¬ Não está bravo?— perguntou com a voz baixa.

A expressão do mais novo se fechou na mesma hora, um daqueles momentos em que o silencio era a melhor opção.

¬ Estou furioso!— respondeu com um rosnado, chegando a se afastar um tanto. – Agastado! Colérico! Embravecido! Encolerizado! Fulo! Irado! Irascível! Revolto! Puto da vida! Minha vontade é te matar, esquartejar e jogar no Sena! — voltou a unir os lábios em um beijo sôfrego.

Levou com um susto com a súbita mudança, afinal pensava que iria ouvir até as orelhas caírem, mas não era besta de questionar tal comportamento e arriscar despertar o ódio do mais novo. Apenas correspondeu ao beijo.

E era incrível como um ato tão simples quanto um beijo conseguia diluir pensamentos e sensações, a mente simplesmente se esvaziava e tudo que se ouvia era o bater forte do peito, a voz do coração.

Dizem que o amor verdadeiro é etéreo, mas o amor verdadeiro não seria todas as formas de desfrutar o amor?

Separaram-se apenas por ar e ainda sim o ruivo lhe roubava vários selinhos intercalados com sorrisos felizes e olhares apaixonados.

¬ Me desculpe.— não conseguia ficar quieto. – Nunca quis que ficasse triste ou bravo. Não sabe o quando me doeu te deixar.

¬ De fato, eu non imagino!— revidou voltando a ficar irritado. – Mas eu sei o quanto me doeu ser deixado sozinho por oito anos! Desesperando-me por pensar que podia estar correndo perigo! Agonizando com pesadelos horríveis sobre seu destino! Só Deus sabe como non substitui amor por ódio! Agora tem como calar a boca?!

O francês era o tipo de pessoa que abafava um sentimento com outro, naquele momento, por exemplo, queria esquecer a raiva com a saudade.

E de fato, estava obtendo sucesso.

Não tinha muito espaço para pensamentos ou observações enquanto se deixavam levar.

As roupas eram retiradas com um grau de esmero que não era dedicado nem a mais nobre tarefa, entretanto, ao se desprenderem dos corpos eram atiradas em algum lugar como se não passassem de um desconfortável empecilho.

Beijos foram sendo distribuídos com plena adoração, os lábios roçavam a pele com leveza para logo ousarem um contato maior, um beijo de carinho, um arranhão de desejo e um arfar de saudade.

Toda pele exposta até o momento desfrutava de carinhos há muito não tidos, arrepiando-se e aquecendo-se com um simples toque ou afago.

O que antes era um carinho preguiçoso tornou-se um arranhão despudorado. A marca que ficou em suas costas tinha linhas grossas e vermelhas, um lembrete inconsciente de quem era soberano em sua vida.

Não podendo segurar o gemido de desconforto e languidez, quis uma pequena vingança e acabou por deixar os dentes gravados na parte interna das pernas descobertas, arrancando um gemido igualmente arrastado e inebriante.

Agarrava os lençóis e travesseiros com força descomunal, quase como se eles fossem a única coisa capaz de salvá-los de serem levados por uma tormenta descomunal.

Não sabia como chegaram ao quarto naquela altura, mas isso era irrelevante quando se tinha várias descargas elétricas correndo seu corpo apenas por ser tocado, beijado e instigado.

Era engraçada a existência de pessoas que eram frias e distantes boa parte de sua vida e ainda sim eram amantes invejáveis entre quatro paredes.

¬ Minha vez...— mais uma coisa em sua lista que não viu acontecer, como foi parar abaixo do mais novo.

Ganhava beijos em todos os lugares que os lábios finos podiam alcançar e cada aperto dado era como se estivesse sendo marcado tal qual uma propriedade de valor incomensurável.

Sentia o desejo aumentar conforme era provocado pelos movimentos lascivos sobre seu quadril e o olhar ébrio que lhe era dirigido não mostrava outra intenção se não a de aplacar o desejo, entretanto, ainda enxergava algo a mais no fundo do olhar, via um pouco de tristeza.

Viu o outro livrar-se da camisa que ainda vestia com bastante preguiça, demorando absurdamente para desabotoar a roupa e sem deixar que tomasse partido, tudo com um sorriso atrevido desenhado no rosto fino.

O tecido não encontrou pressa alguma para ser descartado, escorregando lentamente pelos ombros claros e deixando o cabelo rubro se destacar ainda mais, cobrindo de forma garbosa os ombros e parte do tórax.

Nunca resistiu aos encantos que o outro lhe lançava e por mais que quisesse acabar de vez com a pauta deixada em aberto, sabia muito bem que acabaria sendo tragado e apenas mais tarde, se não nunca, voltaria a tocar no assunto.

Era mais uma questão de consciência da sua parte do que exigências por parte do amado.

Retomou o controle na primeira oportunidade, a calça já estava se tornando um incomodo maior que tudo.

As pupilas dilatavam para capturar os mínimos detalhes na pouca luz, a boca salivava como se nunca tivesse bebido água antes e o ar rarefeito carregava cheiros viciantes.

Ver o menor com peça alguma e um sorriso desafiador também não ajudava muito seu autocontrole, ainda mais quando “lutavam” para ver quem se manteria por cima.

Era engraçado esse jogo de dominância que tinham nessas horas se sempre terminavam com os mesmos papeis.

Jogou-o de volta a cama, o ruivo ainda riu de sua derrota, e segurou os braços com firmeza acima do rosto, podendo explorar o pescoço intocado com os lábios famintos.

¬ Eu prometo que um dia vou lhe contar tudo...— dizia enquanto marcava o pescoço com seus beijos. – Um dia vai saber tudo e vai compreender que jamais me afastaria se não fosse por boas razões...

Não havia respostas por conta dos sons indecentes que escapavam pela boca já rubra e inchada, os lábios sendo mordidos na tentativa falha de silenciar tais sons. Mas, mesmo sem respostas para calá-lo, havia beijos desesperadores de tão sôfrego.

Logo mais a última peça de roupa foi descartada, jogada em algum canto esquecido, e mais nada separava as peles febris e sensíveis.

O mais novo arqueava com os lábios ávidos que passeavam por seu corpo sem pudor, sorvendo tudo de si desde os lábios até o baixo ventre, demorando-se mais nessa parte sensível.

Ofegava, arqueando as costas e levantando-a do colchão sempre que os movimentos se intensificavam. Aquela altura já tinha perdido qualquer vestígio de vergonha e deixava que os gemidos de deleite irrompessem por sua garganta.

Não conseguia fazer nada além de se contorcer e apertar os ombros largos, por vezes cravando as unhas nos mesmos e tirando gemidos arrastados do loiro, raramente tinha consciência o bastante parar fazer algum carinho nos fios dourados.

Gravava na mente cada detalhe da pele, cada expressão de júbilo com que era presenteado. Mostrava através de doces toques o quando o amava e como estava feliz por tê-lo ali consigo.

Cobriu a boca quando chegou a seu máximo e passou longos minutos escondendo os olhos enquanto tentava recuperar o ar perdido, da pele brotava pequenas gotículas de suor.

Mas nem por isso foi deixado em paz, continuava a sentir os beijos do mais velho correndo seu corpo, logo mais sentiu seus lábios serem cobertos com um beijo calmo e repleto de carinho.

Afastaram-se por um breve período e o maior tirou suas mãos da frente dos olhos, queria apenas encontrar o olhar do outro, ter a certeza de que não era sonho, de que era real.

Sorriu cheio de alegria e beijou a testa do mais novo, nenhum sonho conseguia figurar a força com que batia seu coração.

¬ Eu te amo...— sussurrou para que apenas ele ouvisse.

¬ Eu também te amo... Amo muito...— sorriu extasiado e o puxou para um novo beijo.

Ainda tinha o incomodo do loiro para ser aliviado, mas isso não era algo que exigisse pressa e, até onde sabiam, estavam com todo tempo do mundo para resolver isso.

Quanto tempo ficou unido ao menor? Uma hora? Um dia?

Nunca saberia e, honestamente, nem queria saber.

Estavam juntos novamente, nada mais importava.

¬ Camus?...— chamou em tom rouco, temia que tivesse sonhado.

¬ Hum...— algo se remexeu ao seu lado, o ruivo dormia sereno e não parecia que acordaria tão cedo.

Em seu rosto residia um mínimo curvar de lábios e isso o fez se questionar com o que ele estaria sonhando, sem duvida era algo bastante agradável.

Acabou por depositar um singelo beijo na ponta do nariz fino e sorriu feliz por vê-lo mexer o nariz exatamente como um coelho faz, achava curioso e até mesmo adorável por parte do sério francês aquele detalhe tão bobinho.

Era tão boa aquela sensação de estar em casa novamente.

Desceu as escadas com cuidado, não conseguia ficar muito tempo parado, e foi direto para cozinha – que para cozinha de um solteiro estava bem arrumada – preparar um café amargo.

¬ Como vai, Lumi?— sorriu ao encontrar a pequenina no armário pegando uma bolacha.

¬ Ora, ora... O filho pródigo retornou ao lar.— sorriu com as mãozinhas na cintura. – E eu vou bem, meu caro, encontrei até um marido e agora tenho um filho. Devo dizer que nestes oito anos a vida me sorriu. Mas e tu, como vais? Não foi recebido com garrafas voadoras de vinho? Ou mordidas de Kirin’s?

¬ Eu vou bem, obrigado. — pegou o pote de bolachas e ajudou a pequena a chegar à mesa. – E não, fui recebido de forma agradável se quer saber. E... Que história é essa de Kirin’s?

A pequenina riu e prendeu sua bolacha nas costas, pronta para se embrenhar nos cantos escuros da casa até chegar a seu ninho.

¬ Você vai descobrir.— soltou mais um risinho ao apanhar sua cordinha. – Agora me dê licença que tenho dois famintos para alimentar.

¬ Tome cuidado então.— a colocou no chão com zelo. – E depois vou querer colocar nossa conversa em dia.

¬ Pode deixar.— o cumprimentou com um sorriso antes de sair correndo.

Oito anos, de fato, foi um longo tempo.

Ouviu um gigantesco estrondo e saio correndo na direção das escadas, porque tinha deixado o ruivo sozinho mesmo?

Não precisou se quer subir, quando chegou ao pé da escadaria precisou se apoiar melhor para segurar o homem que praticamente caio encima de si, o abraçando com toda força que tinha.

Acabou cambaleando alguns passos para trás, mirando o mais novo se agarrar ainda mais em si e contorcer o rosto com uma aflição que nunca seria capaz de imaginar.

¬ Non vá...— a tristeza era palpável em sua voz. – Se você for eu te caço até no Inferno... Non quero que vá... Fica...

¬ Camus...— não sabia o que dizer naquele momento.

Foram ruindo aos poucos, sentados ali mesmo no vestíbulo da casa e compartilhando de um abraço apertado.

¬ Non vou dizer que non fiquei bravo ou triste... Seria uma grande mentira...— os olhos estavam tristes. – Eu quero que me conte a verdade, quero mais do que tudo... Mas por hora, quero apenas senti-lo novamente e descobrir que realmente está aqui comigo... Non quero que vá...

¬ Meu anjo, não fique assim, por favor...— suplicava tentando ignorar o aperto em seu peito.

¬ Non consigo...— soluçou ao passo que tentava enxugar uma lágrima teimosa. – Eu fiquei com tanto medo conforme as cartas iam chegando... Seika me deu uma pista de onde fora e me perguntei por horas a fio o que podia querer naqueles lados... Depois veio tia Natassha, que eu nem sabia que estava viva, dizendo que passara por sua casa e que levou uma menininha chamada Sônia...— um novo soluço cortou-lhe o coração. - Naquele momento pensei o absurdo de que ela fosse sua filha e senti-me traído... Pensei que tinha apenas me usado... E então veio Krest dizendo que deixou a menina sobre seus cuidados enquanto seguia para os Riachos da Virginia, onde a guerra estava implacável... Nunca fiquei com tanto medo na minha vida... Chorava toda vez que me lembrava de você... Nunca me senti tão fraco e impotente... Frágil... Tolo... Eu iria com você até para o Inferno e você sabe... Então porque some?... Porque viaja e deixa cartas de despedida sobre a mesa?... Porque me esconde a verdade?... Eu amo uma mentira, uma ilusão, ou uma pessoa real?...

Sentiu como se uma faca tivesse acertado o coração e torcida logo em seguida, ouvir aquilo da boca do outro era tão dilacerante que se tornava revoltante e desesperador.

¬ Ei... — precisou de muita consideração naquele momento em que o fazia erguer o rosto, não queria deixá-lo ainda mais triste. – Eu sei que não sou o melhor e que te magoei muito, mas eu quero me redimir. Quero que possa confiar plenamente em mim, assim como eu confio em você. — beijou-lhe o rosto com ternura, secando uma lágrima que escorria. – Eu ainda vou te contar toda a verdade, vou te contar tudo no tempo certo e nunca mais uma mentira ou meia verdade sairá de minha boca.

¬ Então realmente esteve mentindo?...— as lágrimas pareceram aumentar.

¬ O Milo que conhece é real.— disse paciente, afagando o rosto fino com carinho. – Eu sempre fui verdadeiro com você e sempre serei. A única coisa que lhe foi ocultada é a vida que levo quando estamos longe, uma vida perigosa e que temo lhe revelar.

¬ Então me conte...— segurou a mão em seu rosto. – Non sou uma garotinha indefesa, sei me cuidar muito bem... Non importa o perigo que eu tenha que enfrentar, quero apenas estar sempre contigo... Quero poder te abraçar, secar suas lágrimas, dar força... Quero poder te ajudar... Quero te proteger... Fazer tudo o que eu puder por você não importando o preço... Quero seu bem e felicidade acima de todas as coisas, então me conte a verdade... Por favor...

Sorriu gentil e uniu os lábios em um beijo doce e calmo, tranquilizador para se dizer o mínimo. Aos poucos foi sentindo a tensão do ruivo diminuir e assim foi apartando o beijo, não queria silenciá-lo com isso, queria apenas lhe dar paz e mostrar quanto o amava.

Segurou o rosto do mais novo entre suas mãos, obrigando-o a olhar diretamente em seus olhos.

¬ Eu te amo, ouviu?— deu-lhe um rápido selinho. – Amo mais do que tudo e desejo o mesmo por ti. Vou contar a verdade sim, nunca mais irei mentir, quero apenas que confie em mim, está bem?

Acabou acenando em concordância e abaixando o rosto.

¬ Ei...— puxou seu olhar mais uma vez. – Eu te juro que mesmo em silencio ficarei ao teu lado com um sorriso. Serei seu ouvinte mais fiel, aquele em que sempre pode confiar. Vou sempre abraçá-lo para o calor permanecer. Vou protegê-lo e secar todas as lágrimas que caírem. Não há força no mundo que me impeça de passar a eternidade ao teu lado. E sabe o porque?— negou, estava curioso e isso lhe fez sorrir. – Porque eu te amo. Porque te desejo. Porque sem ti eu sou nada. Porque é o amor da minha vida. O amor da minha existência. Tu e somente tu, Camus.

Viu uma lágrima escorrer, essa era diferente das outras e por isso não preocupou-se em secá-la, e viu um sorriso singelo brotar nos lábios ternos.

Agora era seu rosto que estava envolvido por mãos gentis.

¬ Eu juro que estarei eternamente ao teu lado. Lhe darei apoio, proteção e alento nos momentos de dor. Vou mantê-lo em meu abraço para que o frio nunca o atinja. Darei atenção quando desejar falar e guardarei cada palavra como uma joia rara. Mesmo com adversidade irei lhe sorrir e permanecer.— o abraçou com toda força que tinha. – Se eu não te encontrasse ou sentisse este amor, jamais chegaria a supor que a vida é um bem... Não sabe quantas coisas me fez ver, não sabe quanta falta faz em mim... Onde há tanta falsidade e temor no ar, eu só vejo a verdade ao olhar no teu olhar... O amo além da eternidade, e embora este destino mal tente nos separar, eu sempre vou te amar... Jamais vou te deixar...

O apertou em seus braços e sorriu ao afundar o rosto nos cabelos rubros.

Oito anos e o amor ainda estava ali.

Oito anos e ainda sorria com o mesmo carinho.

Oito anos e ainda o beijava com a mesma paixão.

Oito anos e ainda era eterno.


Notas Finais


Não foi um lemon completo, tenho que admitir, mas ainda foi um lemon e estou orgulhosa de mim mesma por ter conseguido escrevê-lo, juro pra vocês que por algumas horas eu pensava que não ia conseguir =P O que é um perfeccionista, né?
O Camus desse capitulo, devo admitir também, está bastante sensível ao meu ver, ouso dizer que parece o Hyoga nos tempos de mimimi. Mas poxa, ele é um homem não um robô. Homens também choram, também sofrem. E o Camus é um homem, ele é humano e como um humano ele também sente dor. Então, por favor, encarem esse Camus como mais uma faceta de um homem exemplar :)
Bom, de longe esse capítulo foi o que mais me deu trabalho para ser escrito, não só pelo meu perfeccionismo (tenho que curar-me desse problema), mas também porque 2016 já se anunciou como o ano dos problemas para mim XP
Mas o importante é que terminei e posso continuar com a história de forma mais relaxada, afinal não foram poucas as vezes que parei de escrever esse capitulo para escrever os seguintes XD
Bem, espero que tenham gostado do retorno de nosso amado Mago da Água e Gelo :3

Bjs. L :3


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