Um mês se passou desde que Lucas saiu de Rio Preto e não deixamos de conversar. Nunca. Fico feliz ao vê-lo crescer e triste ao ver que ele não está aqui por perto. Passei vários dias tristes e chorando, mas dessa vez Lucas não estava aqui para me encher de afagos e palavras carinhosas. Detesto ser tão dependente dele.
Senti falta ao ver um filme sozinha, especialmente o que ele não gostava e eu escutava apenas seus resmungos. Senti falta ao sair para comer, mas ele não estava por perto. Senti falta ao reunir com os amigos, ao acordar e ao deitar, ao entrar em meu quarto nas tardes afogadas em tédio profundo. Senti falta ao tentar estudar e ele não estar ali para me perturbar ou nas tardes que ele sentava em minha mesa de computador para gravar seus vídeos e dos seus gritos. Sentia falta dos seus sorrisos a todo instante e das suas palhaçadas.
Deus, como eu estava ficando louca!
Meu maior medo era de Lucas me deixar para trás, mas ele nunca fez isso. Me respondia todos os dias e sempre dizia que sentia minha falta, prometia que me veria logo e não iria tardar em aparecer em casa. Espero que não. A falta que sinto dele é mais forte que eu imaginava.
Peguei meu celular para checar as mensagens e vi que ele havia me respondido sobre o evento que ele havia sido chamado. Estava feliz por seu canal estar crescendo cada vez mais. Seus videos são incríveis e ele é um amor. Agora que ele é um grande youtuber, já havia uma quantidade enorme de fãs e eu estava contente.
[Lucas]: Foi incrível! Só faltou vc, bb :(
[Eu]: Sinto sua falta! Quando vem me visitar?
[Lucas]: Bem, tenho uma surpresa pra vc.
[Eu]: Sabe que eu odeio surpresas... Conta logo ou eu vou aí arrancar de vc, idiota!
[Lucas] Se eu contar, deixa de ser surpresa. Vc não nasceu de 7 meses não, guria.
[Eu]: Te odeio.
[Lucas]: Acredito (risos).
[Eu]: Quando vc pretende me contar?
[Lucas]: Quando ele chegar até vc, mas não vai demorar. Mandei fazem 5 dias.
[Eu]: Espero que seja comida, estou com uma baita fome.
[Lucas]: Já engordou quanto?
[Eu]: Vsf, Lucas Olioti! Vou sair pra comparar algo. Até mais tarde.
[Lucas]: Te amo também.
Levantei-me para tomar um banho, mas a campainha tocou e eu fui atendê-la. O homem dos correios com a roupa amarela e azul abriu um sorriso pra mim e entregou-me um envelope. Pediu para que eu assinasse e assim eu o fiz. Agradeci-o e fechei a porta quando ele deu as costas.
Meu nome estava estampado na frente e eu passei as mãos ao ver sua caligrafia. Era horrível e mal dava pra entender. Sorte que não era de suma importância essa parte. Mal podia esconder o poço de curiosidade que se formou em mim e abri o envelope, encontrando lá uma passagem para Londres (?)
Soltei um grito agudo e dei alguns pulos totalmente feliz e encantada. Mal podia conter a emoção que havia se apoderado em mim. Lucas Olioti era totalmente imprevisível.
Londres era, desde toda minha vida, meu sonho de consumo. E ele sabia, sabia como ninguém que eu estava preparando essa viagem há anos, mas nunca consegui dinheiro o suficiente.
Minha mãe apareceu assustada na porta do meu quarto e deduzi que tinha corrido até aqui preocupada com meus gritos finos.
- Eu vou a Londres, mamãe! – gritei e a abracei com toda força que tinha.
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