História Friends - Viagem

Meus nervos estavam à flor da pele ao entrar no avião e Lucas ficava rindo do meu desespero. Caminhamos até nossos assentos e eu tive que respirar profundamente antes de me sentar no banco. Lucas colocou Plínio no pescoço e sentou-se no banco ao meu lado.

Estar viajando até Londres era o meu sonho virando realidade e não havia coisa melhor no mundo do que realizar seus sonhos quase impossíveis. Fechei meus olhos, tentando não pensar que estávamos voando e sim dormindo, mas quando o avião começou a levantar voo, meu coração disparou completamente e apertei fortemente a mão de Lucas.

- Não quer dormir um pouco, anjo? – Lucas perguntou e passou sua mão desocupado em meus cabelos, deixando-me mais aliviada, mas não menos nervosa.

- Tomei um remédio antes de entrar – dei ombros, fingindo não estar tão nervosa, mas minha mão apertando a sua dizia totalmente o contrario - Conte-me algo engraçado – pedi, quase implorando por uma distração. Ele parou por alguns instantes, pensando em algo engraçado pra me contar.

- Você sabia que Roberto Carlos não tem uma das pernas? – perguntou, segurando-se para não rir e eu revirei os olhos. Teria sido bem melhor não ter aberto a boca.

- Sim, mas isso não é nenhum pouco engraçado – Lucas fez careta e tirou a mão do meu cabelo.

- Não, mas é interessante – deu ombros – Sinta-se privilegiada ao saber, quase ninguém sabe desse fato.

- Se torna patético vindo de você – sorri e ele fingiu se sentir ofendido.

- Você deveria me agradecer, te distrai por alguns minutos e ainda te fiz rir – mostrei-lhe a língua e ele sorriu – Como está sendo a experiência de Londres?

- Ainda nem chegamos!

- Tudo bem, você me pegou! – sentia meus olhos pesando devido ao remédio que tinha tomado antes de sair – Quer o Plínio? – perguntou e eu assenti. Lucas tirou Plínio dos seus ombros e colocou nos meus. Ele estava sendo tão gentil.

Lembro-me quando ele odiava que eu ficava pegando no Plínio, porque foram suas fãs que deram a ele e ele o amava. Até mais que me amava, me atrevo a dizer. E agora ele estava nos meus ombros. Sinto que algo mudou entre nós enquanto estivemos separados. Acho que foi a saudade.

Em meio aos pensamentos e um meio sorriso em meu rosto, adormeci pensando em como será nossa viagem.

[...]

- Acorda, Lili! – escutei Lucas me chamando antes de abrir os olhos e me espreguiçar. As pessoas saíam do avião e eu levantei-me rapidamente. Ansiosa para estar em Londres  – Mal posso esperar pra sentir a brisa londrina.

- Estou planejando isso há anos! Não da pra acreditar que estou em Londres – Lucas riu e me puxou para que andássemos logo. Parecia estar tão ansioso quanto eu. Apesar disso, fomos as últimas pessoas a descerem do avião, atrás de um casal de idosos.

A brisa fria bateu em meu rosto, balançando meus cabelos. Respirei profundamente de olhos fechados e sorri. Tive vontade de abrir os braços para que o vente embrenhasse mais em mim e sair correndo, mas me contive. Apenas fui pegar minhas malas junto a Lucas. Era perfeito demais pra ser real.

Enquanto pegávamos as malas, contei meus planos para Londres a Lucas, e ele me ouvia atentamente, curioso para saber tudo o que eu havia planejado e ansioso, de certa forma, para conhecer os lugares incríveis que eu citava e o porquê de querer conhecê-los.

Enquanto entrávamos no táxi, eu não parava de tagarelar. Nervosismo, talvez. Por ser tarde, só iríamos sair amanhã cedo, então deixei que ele soubesse tudo o que havia planeado. Era uma distração, ao menos.

Combinamos de ficar na casa de um primo meu e Lucas concordou. Era um gasto a menos e ele seria nosso guia turístico por 15 dias em Londres, mas ele não pode no pegar hoje porque estava ocupado no trabalho, era seu último dia antes das suas tão sonhadas férias e depois disso ele estaria livre para qualquer lugar que fosse nos levar.

Quando chegamos ao apartamento minúsculo do meu primo, seu namorado nos recepcionou. Ele é um amor de pessoa e nos contou que veio da Alemanha e que se mudou pra Londres uns 5 anos atrás e não se arrepende pela escolha. Foi o estopim para conhecer Caio, meu primo. Fico feliz pelos dois. Apesar de serem diferentes e terem vindo de lugares diferentes, se amavam.

Klaus ainda estava preparando o jantar que parecia delicioso. Ele tentava preparar e conversar com a gente ao mesmo tempo e conseguia com êxito. Ofereci ajuda, mas ele negou, alegando que estava quase pronto e que a mesa já estava pronta. Assenti e voltei a sentar na mesa. Começamos a conversar sobre o Brasil e suas riquezas. Klaus tinha uma vontade imensa de conhecer o Brasil e eu disse que se ele fosse, seria bem vindo a minha casa. Tal como estava me recebendo naquele momento.

Não tardou para que Caio chegasse e me abraçasse calorosamente. Sentia sua falta também.

- Lá fora está bem frio hoje – comentou e abraçou Lucas – Estou muito feliz de ter vocês aqui.

- Estou feliz de ter vindo aqui e de estar aqui – sorri.

- Desculpa mesmo por não ter recebi vocês! Hoje foi corrido na loja e meu patrão não permitiu que eu saísse mais cedo.

- Tudo bem! Não precisa se preocupar. Klaus nos recebeu muito bem – tentei não deixá-lo preocupado com o fato de não ter ido nos buscar. Caio sorriu para Klaus e beijou-lhe os lábios. Eles ficavam tão bem juntos.

Klaus colocou a mesa e Lucas me abraçou aconchegadamente de lado e não havia qualquer outro lugar no mundo em que eu queria estar.