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História Furacão Maximoff - III. Americanos falam demais.


Escrita por: Lehninger

Notas do Autor


Olá!
Mais uma vez, até que não demorei, né? Obrigada a todos que estiveram presentes no capítulo anterior, seja lendo, seja comentando, seja ambos

Desculpinhas pelo capítulo pequeno, senti que colocar uma vírgula a mais iria representar a famosa expressão "encher linguiça", então finalizei por aí

Leiam as notas finais, oka? O link da playlist está lá <3

Capítulo 3 - III. Americanos falam demais.


―... E, assim, o que era terra virou ar, e o que era ar virou água.

A expectativa presente nas feições de Azazel era quase palpável. O olhar, que, para alguns, poderia ser considerado assustador, ansiava por uma reação, atento aos mínimos atos que poderia perceber daquele à frente. E Kurt, com a boca entreaberta, finalmente percebeu que a história tinha chegado ao fim. Precisava falar alguma coisa; senão, toda a expectativa naquele olhar criaria vida própria e iria lhe atacar.

― E o que aconteceu com o equilíbrio da natureza?

― Nunca mais existiu.

― Oh...

Não era como se pudesse pegar o livro e verificar a afirmação, até porque não havia livro algum. A conexão das palavras foi criada por Azazel, que juntou toda sua criatividade em estruturar acontecimentos que não tinham exatamente que seguir uma lógica, mas se manter como um conto. Não houve seres humanos ou mutantes na história, apenas forças sobrenaturais lutando contra forças naturais, e, no final, nenhum lado ganhou.

Azazel via Kurt como uma criança, embora nem sempre completamente. Em momentos como aquele, para si, o filho acabara de completar 11 anos necessitando saber lidar com o mundo como este era de verdade. Entre suas histórias fantasiosas, havia toques de realidade, embora camuflados em fantasia. A visão de Azazel era abstrata o bastante para deixar Kurt confuso, às vezes passando dias para compreender uma atitude ou fala do pai ― e, diga-se de passagem, nem sempre conseguia.

Em qualquer situação, não era por mal.

Nesse aspecto, era muito diferente de Erik e nunca ousou iniciar uma conversa sobre suas situações paternas; mas não era como se fosse algo evitado exclusivamente por Azazel, já que ninguém, por assim dizer, chegava em Erik para perguntar algo como “hey, como está Peter?”.

Kurt aprendeu a gostar muito fácil do pai logo no início, assim que o teve por perto. Nunca foi difícil. Azazel não o evitava, muito pelo contrário, chegando a ser presente até demais. Claro que não usava palavras amorosas, carinhos e afins em excesso, mas a atenção que lhe dava supria qualquer outra necessidade. Azazel oferecia por demais, e Kurt, aos poucos, ia aprendendo a aceitar tudo que lhe era dado; por ser verdadeiro, por ser acolhedor. Como pai, o demônio era apenas uma casca.

Com Raven, no entanto, era um pouco diferente. A mutante não sabia exatamente como se portar, aparentando um desconforto que não passava despercebido por Kurt. Esforçava-se, claro, via como uma dívida a se pagar ― e era neste ponto que tudo se bagunçava. Raven nunca conseguiria ser a mãe que queria enquanto continuasse enxergando como algo que devia ao filho.

Vez ou outra, nos poucos momentos em que via os pais conversando, estavam discutindo, e foi em uma dessas ocasiões que ouviu o pai falar à sua mãe para parar de agir como um robô.

Era estranho ter os pais presentes, no mesmo lugar, porém, como se fossem apenas conhecidos. Chegava a ser patético quando estavam brigando, e, quando viam o filho, fingiam que estavam apenas conversando. Apesar dos dois serem bem diferentes, compartilhavam do mesmo erro: julgar o filho como uma criança. Kurt nem sequer agia de modo infantil.

―... Kurt?

― Como você e minha mãe se conheceram?

Toda a expectativa de Azazel se transformou em desentendimento.

― Todos sabem da história.

― Sim... Mas essa é a história que envolve você, minha mãe, Erik e os outros. Ninguém sabe sobre apenas vocês dois.

Azazel cruzou as pernas.

― Nada fora do normal. Pessoas se apaixonam, é natural. Você nos manteve unidos por muito tempo, mas... Coisas acontecem. O que importa é o presente, não?

Claro que havia um pouco de fantasia para camuflar a profundidade do passado não tão bonito com Raven.

Kurt deu um sorriso amarelo, fingindo-se de satisfeito. Azazel retribuiu, mas apenas retorcendo os lábios suavemente; ainda estava habituando-se a sorrir sem teor de malícia ou qualquer maldade. Embora, claro, as crianças pelo Instituto não reconhecessem isso, assustando-se à mera aparição do mutante; e este não se ofendia, muito pelo contrário. Ainda havia dentro de si algo que gostava de ser temido.

Se Azazel cumpria 100% e um pouco mais seu dever como pai, Raven ainda não havia aprendido o que fazer para conseguir chegar a 1%. De tanto pensar sobre os pais e não encontrar respostas, distraindo-se com as próprias indagações dentro da cabeça, o dia passou rápido e logo se viu subindo as escadas com Peter após o jantar.

― Falando sério, Kurt, em algum momento antes de ouvir da boca dos próprios pais, você teve alguma dúvida de que eles eram seus parentes? ― Peter crispou os lábios numa expressão que parecia dizer “estou debochando muito enquanto pergunto, cara”, por mais que não estivesse rindo ― Ela é azul e ele.. Como dizer... Sabe aquilo que o polvo solta? Claro que não é disso que tô falando, mas... Argh, dá pra entender! Seu pai tem aquela fumacinha, o cheiro maravilhoso de enxofre e a cauda preênsil. Qualquer pessoa consegue ligar os pontos, não precisa ouvir que são seus pais.

Do jeito que Peter falava, parecia ser a coisa mais óbvia do mundo.

― Não é tão simples assim, tudo bem?

Era engraçado quando, toda vez que Kurt terminava uma frase com uma pergunta, seu sotaque parecia mais marcante.

― É sim. É o mesmo que os dois andando com placas dizendo “hey, somos seus pais!”.

― Hank também é azul.

Pff, não vale. Ele se tornou azul, não foi sempre assim. Aliás, por quem você foi criado?

― Peter!

Bastava ouvir o próprio nome num tom de repreensão para entender que estava indo longe demais. Na maioria das vezes, o Maximoff não conhecia os limites. Levantou as mãos, expressando rendição e calando-se por hora. O silêncio não durou muito tempo, é claro.

Quando Peter esteve com a perna engessada, Kurt sofreu muito mais (já que o outro precisava quase sempre se manter quieto); com perguntas que iam desde “como você faz para cortar as unhas?” a “você acha que calça apertada me deixa muito gay?”. No caso, tal pergunta foi respondida pelo próprio, explicando mais para si mesmo do que para Kurt que praticamente todos ali precisavam usar roupas justas pelo menos uma vez. Foram colocados no mesmo quarto desde que ali se instalaram, e, no começo, Kurt muitas vezes simplesmente sumia para fugir dos monólogos, até que, com o passar do tempo, foi se acostumando e gostando do falatório do outro.

― Você consegue fazer malabarismo?

Inicialmente, Peter imaginou que Kurt estivesse fingindo estar dormindo, mas, depois de insistir na pergunta, percebeu ter concluído errado. Assim, bufou para si mesmo, puxando o walkman de debaixo da cama para estourar seus tímpanos naquela madrugada, se tudo desse certo. Devido ao som num volume excessivo dos fones, não ouviu quando, depois de certo tempo, recebeu uma resposta.

Sim, eu consigo. 


Notas Finais


Obrigada a você que leu até aqui!

Então, vamos lá falar sobre algumas coisinhas:

Ao menos até agora Azazel não será o Catra com o qual estamos acostumados;
Gostei muito de fazer esse trocadilho;
Não se esqueçam do universo alternativo, pelo amor;
Por que estou falando tanto?

AH, CLARO, A PLAYLIST
Ela está sujeita a alterações, mas, no caso, apenas quanto a adicionar outras músicas. Fiz tanto no Spotify como YouTube, mas recomendo a primeira opção porque no YT nao encontrei algumas versões que queria e estão presente no Spotify.

Links:
https://open.spotify.com/user/22d2zjjqqt4aliq7wlmjgtvly/playlist/7kFqcHH1gh0kAIay1unxxH
https://www.youtube.com/watch?v=jXX--sSjs1c&list=PLR85Mrr8ZTfaZwM7JyLY158xn6-6_f8wt

É isto, eu acho. Espero que tenham gostado do capítulo, nhi
Se quiser, deixe seu comentário e faça uma Vitória feliz!! <3


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