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História Fy Eiddo (SasuSaku) - PARTE 02: Maddeuant (Perdão)


Escrita por: DudaKCALY

Capítulo 23 - PARTE 02: Maddeuant (Perdão)


Fanfic / Fanfiction Fy Eiddo (SasuSaku) - PARTE 02: Maddeuant (Perdão)

Fy Eiddo 

Capítulo Vinte e Três – Maddeuant 

.-*-.

Quando você chorou

Eu enxuguei todas as suas lágrimas

Quando você gritou

Eu lutei contra todos os seus medos

Eu segurei a sua mão por todos esses anos

Mas você ainda tem tudo de mim

 

My Immortal – Evanescence

.-*-.

 

Sakura fungou pela milésima vez. 

A gripe havia chegado a uns dois dias, e a derrubado de vez. Não conseguia nem mesmo falar direito por conta da garganta inflamada. A dor de cabeça era praticamente insuportável, e seu corpo doía em partes que ela nem sabia que existiam.

Preciso arranjar um remédio” pensou, enquanto puxava a coberta para ainda mais perto do pescoço. “Mas a farmácia está tão longe...”.

O esforço era tremendo até mesmo parar respirar. 

Não sabia a última vez que havia comido, mas uma garrafa grande de água estava ao lado de sua cama. A sede era tão grande que ela tinha a impressão de poder beber um rio inteiro.

Maldita ligação lupina!” resmungou Sakura em pensamento.

Antes que pudesse se mexer para levantar, seu celular tocou.

Aquele toque insistente fez todo o corpo de Sakura travar. Será que era Sasuke? Ela não sabia se conseguiria resistir ao nome do moreno piscando em sua tela.

Deixou que tocasse, e ficou imóvel debaixo dos cobertores, como se assim a pessoa pudesse desistir. Seu coração retumbante, e a ligação parecia durar uma eternidade.

Quando enfim o toque insistente cessou, Sakura respirou fundo. Havia acabado.

Com muito esforço, levantou-se da cama, jogando a coberta para o lado. Seu corpo parecia estar pesando uma tonelada inteira, e sua cabeça latejava a cada passo. Seu nariz também estava entupido, o que apenas piorava a pressão em sua cabeça.

Foi até o chuveiro, tomou um longo e quente banho. Precisava esquentar-se, ou morreria de frio em poucas horas. Sua pele estava fria como gelo, e uma possível hipotermia podia estar começando.

Assim que saiu do banheiro, pôs a roupa mais quente que encontrou: uma calça de moletom preta, uma blusa de lã vermelha, um tênis nos pés e um casaco de lã batida cinza escuro. Também pôs uma touca de lã e luvas vermelhas. Jamais imaginaria usar uma roupa dessas em Suna. Estava mesmo com muito frio.

Assim que estava arrastando-se para perto da porta, seu celular voltou a tocar. 

Seu corpo voltou a travar. Cada toque do telefone era um arrepio por seu corpo. Sua cabeça latejou e sua garganta secou. 

Seu coração vibrava de alegria e temor. E se fosse mesmo ele? O que deveria falar? Dizer? Fazer?

Não. Não fugiria mais disso. Se ele estava insistindo é por que precisava falar com ela. Além do mais, a quem queria enganar? Se não ouvisse a voz rouca do moreno, morreria logo, logo.

- Alô. – sua voz falhou, mas conseguiu completar a frase. 

Houve silêncio por um longo tempo. Ouvia apenas uma respiração ofegante do outro lado da linha.

- Sakura. – a voz penetrou em seu ouvido, enviando sinais canalizados por todo o seu corpo. 

Sakura arfou, e uma lágrima escorreu por sua bochecha.

Fazia tanto tempo...

- Sakura, eu amo você.

A voz dele estava debilitada. Tão frágil que teve a impressão que ele poderia quebrar com uma simples palavra sua.

- Sasuke... – sussurrou, enquanto outra lágrima caia.

Um bolo enorme fechou sua garganta, e um soluço escapou por entre seus lábios. Temendo que isso o machucasse ainda mais, encerrou a ligação. 

Deixou os braços caírem ao lado do corpo e o celular foi ao chão. Sabia que seria doloroso, sofrido. Sara havia lhe avisado, havia lhe preparado... Mas nada poderia ter lhe preparado para aquilo.

Levou a mão até o coração, e ali apertou com força.

Nada nunca a fizera sofrer assim. Nada nunca cravara tão fundo em sua alma.

Sasuke Uchiha estava impregnado no mais profundo do seu ser, e, novamente, ela se dava conta disso.

 

(...)

 

O remédio não fora caro, e a rua não estava movimentada. Havia comprado alguns analgésicos simples, apenas para matar a dor de cabeça e do corpo.

Sem que percebesse, deixou seus pensamentos voarem para longe enquanto caminhava pela rua.

Hoje, fazia exatamente 1 mês que havia deixado Konoha. 

A ligação de mais cedo ainda fazia seu estômago embrulhar. A voz de Sasuke estava tão fraca... Será que estaria sofrendo tanto quanto ela?

Um choque contra seu peito a fez voltar à realidade.

Tinha esbarrado violentamente em alguém.

Seus remédios voaram pelo chão, e a pessoa ajudou a ajuntá-los. Mas quando os olhos castanhos cruzaram com os seus, sentiu o sangue fugir de seu rosto.

- Sasori?!

O ruivo abriu um belo sorriso.

- Sakura! Que surpresa boa te encontrar por aqui!

A rosada abriu a boca, mas de lá nada saiu.

Sasori não estava... Morto?!

- O-o que faz aqui?!

O ruivo franziu o cenho.

- Por que tanto espanto? Parece que viu um fantasma.

A Haruno piscou inúmeras vezes.

- Me desculpe, mas você aqui é uma grande surpresa.

- Não, você aqui é uma grande surpresa. Uma maravilhosa surpresa.

Sakura sentiu suas bochechas corarem.

- Obrigada, mas... O que houve? Saiu de Konoha?

- Sim, há alguns meses. Pedi transferência.

- Mas por que?

O Akasuna ficou todo sem jeito. Coçou a nuca e corou.

- Digamos que seu namorado pode ser bem persuasivo quando quer.

- Você falou com Sasuke? 

- Bom, pra ser bem sincero, ele que falou comigo. 

- O que ele te disse?

- Pensei que você sabia.

Pensei que você estava morto! Sakura teve vontade de gritar, mas deteve-se.

- Eu e Sasuke não estamos mais juntos. – respondeu simplesmente.

- Ah... – respondeu o ruivo.

- O que foi? Parece decepcionado.

- Bom, não me leve a mal, mas... Pensei que você e o Sasuke seriam aquele tipo de casal de dar inveja a qualquer um.

- Do que está falando?

- Sei lá... Vi tanto amor nos olhos dele que tive a certeza de que vocês seriam eternos.

A expressão de Sakura murchou, e ela apertou a sacola em suas mãos.

- É, eu também. – respondeu cabisbaixa.

- Eu não disse isso pra te deixar triste. 

A rosada suspirou.

- Eu sei.

- O-olha, agora que você e o Sasuke não estão mais juntos, talvez pudéssemos... Sei lá, sair pra algum lugar.

Sakura estreitou os olhos.

- Sasuke não falou com você?

A rosada viu o rubor do ruivo aumentar gradativamente.

- Falou, mas...

- E o que ele falou?

- Pra ficar longe do que era dele.

A Haruno deu um sorrisinho irônico.

- Que bom que aprendeu a lição.

- Mas você e ele...

- Tchau, Sasori!

Sakura saiu dali pisando duro.

Que cara folgado! Apenas por que não estava mais com Sasuke se achava no direito de vir invadindo e...

Eu acabei de declarar que pertenço à Sasuke?”

Sakura parou no meio da rua. Arregalou seus olhos e respirou fundo.

A sensação havia voltado. Aquela que à perseguia há dias. 

Os olhos esmeraldinos corriam as ruas com sofreguidão. Havia alguém a observando, ela sentia isso no mais fundo do seu ser. 

Seus dedos ficaram dormentes. Seria Sasuke? Seria um inimigo?

Sua testa encheu-se de suor.

- Mas que merda – resmungou enquanto voltava a andar, olhando para todos os lados.

“Onde ele está?!”

Entrou num beco que havia ali. Talvez, se estivesse sozinha, Sasuke se revelasse.

O beco era escuro e úmido. Fedia a lixo e comida azeda. Sentiu sua espinha arrepiar, e sua cabeça latejou ainda mais forte.

Um vento gélido tomou conta do local, e Sakura engoliu seco. 

Travou ao sentir alguém passar atrás de si.

- Quem está aí?! – perguntou com a voz trêmula.

Nenhuma resposta foi proferida.

Passos foram ouvidos. Eram rápidos e firmes.

Sakura arregalou os olhos.

- Sasuke, se sua intenção era me assustar, já conseguiu. Pode parar!

Nada além do vento podia ser ouvido. Quem quer que fosse, era rápido.

- Paratowch – alguém sussurrou baixinho em seu ouvido.

A Haruno virou-se de imediato. Sua espinha voltou a gelar.

Não havia ninguém no beco.

 

(...)

 

A mochila estava novamente estendida sobre uma cama. As roupas novamente espalhadas por um cômodo. Sakura estava, novamente, chorando.

“Já chega de toda essa palhaçada! Se Sasuke não quiser me dizer as coisas, eu mesma vou descobrir!”  era o pensamento raivoso da Haruno.

Ela socava seus pertences com fúria. Tinha enchido o tanque, pago o hotel e comprado comida para a viajem assim que saiu daquele beco.

Sasuke havia passado de todos os limites.

“Me assustar?! Fala sério! Até uma criança é mais madura do que isso!”

Quando terminou de separar todos os seus pertences, saiu bufando o quarto. Não estava realmente brava, nem mesmo achava que realmente havia sido Sasuke naquele beco, mas seu corpo se mexia sozinho, movido por seu coração acelerado e mãos trêmulas.

Iria atrás de Sasuke.

 

.-*-.

 

Mikoto observava a estrada pela janela. 

Fechou os olhos e suspirou.

Sasuke estava há dias e dias trancado naquela maldita sede. Não comia, não bebia, apenas tomava banhos regulares.

Dizia que sua pele queimava como brasa.

A barba estava por fazer, o cabelo sempre desgrenhado... Ele estava se acabando.

Itachi ela já havia desistido de ajudar. Não saia um segundo sequer do lado de Izumi, que ainda se encontrava desacordada.

Fugaku havia saído com todos os machos da alcateia para caçar. Estavam irritados, mal-humorados e enfraquecidos por conta da briga de Sasuke e Sakura.

As mulheres haviam se reunido em sua casa. Estavam todas tagarelando em sua sala quando ouviu um grito estridente:

- Por todos os Deuses, é o carro da Sakura! – gritou Kushina olhando pela porta principal.

Mikoto arregalou os olhos e deu um pulo do sofá, correndo até a porta.

Mal acreditou quando viu o carro vermelho vindo em alta velocidade em direção ao bairro Uchiha.

Quando o conversível estacionou e de dentro Sakura saiu, ela mal conteve a felicidade.

Correu pelo jardim e, assim que estava perto da nora, lançou-se em seus braços.

- Que bom que voltou, minha querida. – disse Mikoto com grande emoção na voz.

Sakura nada disse, apenas retribuiu o abraço com demasiada força e chorou. Descarregou toda a carga que havia sobre seus ombros.

- Chore, meu amor. Chore e cure suas feridas.

A matriarca afagava os cabelos longos da nora. Pelo abraço, percebia que nesse mês ela havia perdido uns bons quilos, e julgando pela roupa grossa, estava com uma febre altíssima. 

Quando se separaram, Mikoto pegou suas mãos. Estavam frias como gelo.

Ela preocupou-se.

- Vá ver Sasuke, querida. Vocês precisam um do outro. Agora.

Sakura assentiu.

- Eu vim para resolver as coisas, Mikoto-san.

Ouvir aquilo acalmou o coração da matriarca.

Uma fina lágrima escorreu pelo seu rosto.

- Oh, minha filha, não sabe como é bom ouvir isso.

Sakura concedeu-lhe um breve sorriso.

- Onde ele está?

- Na sede. Já está lá há dias. Veja se faz ele comer.

Mikoto viu um olhar de pura preocupação cruzar o rosto de sua nora.

Ela apenas assentiu e pôs-se a caminhar em direção ao galpão.

As meninas atrás de si estavam polvorosas com a volta de sua futura senhora. Riam e davam graças.

Mikoto juntou as mãos e olhou para o céu.

“Que tudo dê certo, por favor!”

 

.-*-.

 

Sakura entrou lentamente na sala de reuniões.

O galpão que abrigava a sede da alcateia era enorme. Contava com 3 escritórios, salas de treinamentos, deposito de armas, um grande cofre e, por fim, a sala de reuniões.

Sasuke havia andado com ela e mostrado toda aquela construção.

Sakura arfou.

Ainda se lembrava das mãos grandes e quentes alojadas na base de sua cintura, guiando-a pelos corredores da construção.

 

Ambos estavam ofegantes. O beijo havia sido, como sempre, sôfrego e cheio de sentimentos. Intenso.

- Sasuke... – sussurrou a Haruno quando o moreno baixou os beijos para seu pescoço.

- Hum? – murmurou ele sem parar com as carícias. A mão forte passeava e explorava todo o pequeno e curvilíneo corpo da namorada.

Sakura fechou os olhos em puro deleite. Amava quando Sasuke a tocava. Amava quando Sasuke lhe acariciava. Amava quando sorria para si. Amava quando falava consigo. Amava o tempo que passava ao seu lado.

Enfim...

- Eu amo você, Sasuke. – declarou a rosada com a voz ofegante.

Sasuke parou com os beijos e levantou a cabeça para encará-la. Por trás dos ônix escurecidos de desejo, ela pôde ver a grande comoção que tomava conta do Alfa naquele momento.

- Eu também amo você, Sakura. – declarou ele com a voz rouca e baixa. Pôs as duas mãos fortes na cintura da namorada e a levantou, fazendo com que um riso baixo escapasse por entre os lábios femininos – Amo mais do que minha própria vida, e juro que isso durará até os fins dos tempos.

Os olhos esmeraldinos marejaram-se.

- Sasuke... – sussurrou, enquanto tomava os lábios do moreno para si.

A resposta do moreno foi apertá-la ainda mais e pressioná-la com mais força contra a parede.

Sakura gemeu.

Estava no céu.

 

Os olhos se abriram lentamente. Só agora perceberá que sua respiração estava ofegante, e que de seus olhos grossas lágrimas escorriam.

Não foi uma surpresa ver Sasuke sentado bem à sua frente. Os olhos, sempre ônix, brilhando no escarlate do Sharingan.

- Tendo boas recordações? – a voz dele causou-lhe arrepios.

Era grossa e sexy. Exatamente como lembrava. 

- Entrou na minha mente?

- Não precisei. Eu sei que quando você fica assim é em mim que está pensando.

Sakura estreitou os olhos.

Outra característica que se lembrava bem: a arrogância de seu namorado.

- Você é um convencido. – Sasuke soltou uma risadinha, começando a andar em sua direção – Eu nem estava pensando em você.

Ele estava visivelmente mais magro, e parecia fazer um tremendo esforço para, simplesmente, andar.

Sakura sentiu seu peito se comprimir. Ele com certeza havia sofrido mais.

- No que pensava, então?

- Em suas mãos.

Ele voltou a rir. Era um riso rouco, sexy... Exatamente como tudo naquele moreno.

- Então não pensava em mim, mas sim em minhas mãos?

- Isso.

Ele chegou perto. Tão perto que Sakura sentia sua respiração quente em seu rosto.

Ele passou um dos braços fortes por sua cintura e puxou-a de encontro ao peito forte.

O calor dele invadiu-a sem pedir permissão. Aqueceu e preencheu todo o pequeno corpo de um jeito tão prazeroso que a fez gemer.

- Adoro seus sons... – sussurrou ele em seu ouvido – Adoro seu cheiro – disse ele encostando o nariz no delicado pescoço e inspirando fundo – Adoro seu gosto... – lambeu e chupou a pele sensível da orelha, fazendo Sakura suspirar – Adoro tudo em você.

Sasuke, que antes queimava como brasa, numa dolorosa tortura, sentiu todo seu corpo equilibrar-se. O frio de Sakura acalmou-o, assim como seu calor esquentou-a.

Sakura levantou os braços e passou-os pela cintura de Sasuke. Apertou-o forte, como se quisesse fundir seus corpos. Sentia-se tão bem, tão aquecida, tão calma, que desejava nunca mais precisar sair daquele abraço.

Mas precisava. Haviam muitos assuntos a serem tratados. Eles precisavam, mais do que tudo, conversar.

Sasuke, parecendo ler seus pensamentos, afastou-se lentamente, mas sem retirar os braços de sua cintura fina.

Os olhos voltaram ao normal. Aquele ônix profundo, escurecido pelo desejo carnal.

- Por que voltou? – foi a pergunta que a trouxe de volta.

- Por que precisamos conversar.

Sasuke assentiu.

- Sou todo ouvidos.

Sakura corou.

- Não consigo me concentrar com você tão perto de mim.

Ele deu um sorriso de canto maroto, e largou sua cintura.

- Assim está melhor?

- Não. Preciso de mais espaço.

O sorriso dele aumentou à medida que ele dava mais três passos para trás.

- E assim?

Sakura negou com a cabeça.

Sasuke bufou, revirando os olhos.

- Por que não pede para eu ir pro outro lado da mesa?

- Seria ótimo!

Uma sobrancelha levantou-se na face do Uchiha, dando a ele um ar desacreditado.

- Por favor. – pediu ela num fio de voz, parecendo um tomate.

Um delicioso tomate.

Sasuke bufou mais uma vez e atravessou a sala, indo até o outro lado da mesa.

- Satisfeita?

Ela sorriu.

- Sim. Assim está bom.

- Então, pode começar.

A Rosada pigarreou.

- Encontrei com Sasori.

Sasuke franziu o cenho.

- É, eu esperava isso.

- Por que me disse que tinha matado o delegado?

- Estava testando você.

Sakura trincou o maxilar. Sasuke às vezes sabia ser bem irritante com aquele ar arrogante.

- Então é isso? Eu reprovei?

- Não, muito pelo contrário. Você passou com êxito.

Ela franziu o cenho.

- Não entendi.

- Você tem que saber que não pode confiar totalmente em mim quando o assunto é a sua segurança. E deverá confiar ainda menos quando isso envolver nossos futuros filhos. Vou matar qualquer um que ameaçar minha família.

Sakura suspirou, levou a mão ao cenho e fechou os olhos.

Não sabia se ria ou se chorava com o namorado que tinha.

- Eu não deveria esperar algo diferente tipo vindo de você.

- É, não deveria.

Os dois trocaram farpas com o olhar. Os olhos esmeraldinos queimavam, enquanto os ônix permaneciam frios e impassíveis.

A expressão de Sakura desmanchou-se.

- Você não vai mais mentir para mim, não é?

Sasuke ficou com a face séria. Precisava transpassar segurança para sua marcada.

- Não vou, Sakura. O único motivo de eu ter feito isso acerca do meu problema com Itachi é por que eu queria poupar você de preocupações desnecessárias. Se eu soubesse que você odiava tanto assim mentiras...

- É, eu odeio.

Sasuke suspirou.

- Percebi. Você ficou um mês fora.

Sakura engoliu seco.

- Eu precisava disso. Você tem que entender que há coisas em meu passado que me traumatizaram, e me fizeram ser o que sou hoje.

O moreno voltou a se aproximar. Com passos lentos, chegou novamente perto de Sakura. Passou seus dedos longos e calejados pelos braços de sua mulher.

- Eu entenderei. Acredite. Mas, para isso, preciso saber do seu passado. Preciso entender o que te aflige. Preciso saber dos seus temores.

- E eu dos seus. – Sakura disse e Sasuke assentiu – Preciso entender mais sobre seu mundo, sua gente, suas crenças... E também sobre o seu passado.

- Sim, você precisa. Nós precisamos. – Sasuke acariciou delicadamente a face rosada de Sakura – Vamos nos fortalecer como casal, para que isso nunca mais aconteça. Não vamos contar mais somente com nossa ligação sobrenatural. Isso não será o suficiente.

Sakura assentiu, enquanto uma fina lágrima escorreu por seu rosto.

- Eu amo tanto você... – sussurrou, e depois suspirou – Meu peito chega a doer com este sentimento.

- Eu também. E é exatamente por isso que precisamos construir nossa confiança.

Sakura sorriu.

- Sim.

Sasuke aproximou seus rostos, e Sakura fechou lentamente seus olhos. Esperava por esse beijo há um mês.

O primeiro toque dos lábios trouxe a já conhecida sensação de formigamento. Todo o seu corpo entrou em ebulição ao sentir a língua quente de sua marcada em contato com a sua.

Sem que percebesse, já estava sentando Sakura em cima da mesa central de reuniões, explorando todo o seu corpo com sofreguidão, fazendo-a gemer deliciosamente.

- Senti tanto sua falta – confessou num sussurro entre o beijo – Nunca mais vá embora, por favor.

Sakura afastou-se de Sasuke, e lhe limpou as lágrimas. Ela sabia que ele provavelmente havia chorado, mas vê-lo ali, em sua frente, tão frágil e dependente dela.... Enaltecia seu ego, mas também a deixava completamente destruída.

Já Sasuke nem sabia que estava chorando até que sua namorada limpou suas lágrimas. O sentimento de alívio era tão grande, tão profundo, que ele não conseguia se segurar.

Eles se abraçaram forte. Precisavam desse contato, dessa segurança.

Após alguns minutos, Sakura resolveu quebrar a tensão com uma brincadeira que ela achou que seria inocente.

Só achou.

- Sua tentativa de me assustar deu certo. Eu voltei. – e então riu.

Sasuke, ainda abraçado a ela, franziu o cenho.

- Assustar? Do que está falando?

- Oras, do nosso encontro no beco. Você não se revelou, mas eu senti que estava me observando.

Todo o corpo de Sasuke ficou rijo. Ele se afastou de Sakura, e ela percebeu seu maxilar trincado e suas narinas expandidas. Ele estava nervoso.

- Do que está falando, Sakura? Me conte exatamente o que aconteceu.

Ela franziu o cenho.

- Bom, depois que me encontrei com Sasori, senti que alguém me observava. Na verdade, eu já havia sentido isso há muitos dias, mas como estava magoada e pensava que era você, não dei muita bola.

O moreno andava para lá e para cá sobre o piso de madeira.

- Continue.

- Como eu ia dizendo, me encontrei com Sasori e logo depois senti novamente esse olhar. Então, fui até um beco, onde não havia ninguém, para ver se você se revelava.

- Você o que?! Está louca, Sakura? – perguntou o moreno com grande indignação na voz – Isso não se faz!

- Eu não estava pensando direito!

Sasuke suspirou.

- Continue. O que aconteceu depois?

- Bem, eu ouvi passos. E tenho certeza que alguém falou comigo, mas não era nossa língua.

- Você se lembra do que a voz te disse?

Sakura ficou pensativa.

- Não sei ao certo. Era algo como parati, Paraná...

Sasuke arregalou seus olhos.

- Paratowch. – sussurrou Sasuke.

Prepare-se.

- Isso. 

Sasuke passou a mão pelos cabelos e respirou fundo.

- O que foi, Sasuke?

- Acontece que desde que você foi embora eu não saí mais da cidade, Sakura. Muito menos fui à Suna.

O peito de Sakura gelou.

- Não podia ser um de seus lobos?

- Não acredito. Eles têm muito respeito por você, Sakura, jamais fariam algo assim.

Sakura baixou o olhar, pensativa.

- Entendo.

- Mas botei alguns dos meus para te vigiarem. Pode ser que alguns dos mais novos tenham feito uma molecagem.

- Isso. Pergunte a eles. Vão te falar a verdade.

- Sim. – O moreno suspirou, e voltou seu olhar para Sakura – Sakura, me escute. Não faça mais nada parecido com isso. Você sabe o risco que correu?

- Sim, eu sei. É que eu realmente pensei que fosse você.

- Você é alguém muito importante na minha vida. Meus inimigos não vão hesitar em te usar como objeto de chantagem.

- Me desculpe. Eu não raciocinei direito na hora.

Sasuke encarou-a por longos segundos. Aproximou-se e puxou-a para um longo abraço.

- Eles sabem que você é minha vida. Sabem que eu respiro por você. Não vão descansar até conseguirem me atingir, e não posso permitir que seja por você. Não posso, e não vou.

Sakura assentiu.

- Eu confio em você. Sei que vai me proteger.

Sasuke fechou os olhos.

- Com a minha vida, Sakura. Para sempre.

 

 


Notas Finais


ATÉ QUE ENFIM! Tbm odeio quando eles brugam, gente... T.T
O que acharam?? Espero suas opiniões nos comentários *-*
Bjox


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