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História Garoto Reprimido - Epílogo - Winter Is Here


Escrita por: Divo_Matt

Notas do Autor


28 de julho de 2014. O dia em que um menino ingênuo decidiu escrever sua primeira fanfic, após descobrir recentemente este universo pelo qual ficou fascinado. Começando apenas como um hobby, assim nasceu o protagonista Josh Hale e outros diversos personagens maravilhosos, outros nem tão maravilhosos assim. Cada um deles representando uma parte de sua personalidade e vida. E sua vida mudou após essa história começar a ser escrita. A mente deste autor foi se expandindo, a escrita sendo cada vez mais praticada até melhorar bastante (e irá melhorar ainda mais), pessoas novas ele conheceu, que o ajudaram a persistir nessa história, pois acreditavam em seu potencial. Ele fez novos amigos, presenciais e à distância, e isso lhe ajudou a ter mais e mais inspiração para esta e outras histórias. Apesar de demorar a atualizar a história, postando capítulo novo de mês em mês, às vezes até mais que isso, seus leitores, que são muito mais do que apenas leitores, e sim parte dessa jornada magnífica, nunca desistiram dele (alguns até o fizeram, mas ele não está magoado. Apenas sente falta deles). E após quatro anos, nove meses e sete dias, ele finalmente trás a conclusão desta eterna novela. Para você que está lendo estas notas, o que este menino, antes ingênuo, agora mais maduro e crescendo cada vez mais, tem a dizer é: obrigado por me acompanhar nessa jornada e boa leitura. S2

Capítulo 34 - Epílogo - Winter Is Here


NOTAS, POR FAVOR <3

Junho passou voando para o Instituto Bom Futuro. Os Tubarões-Martelos tiveram um jogo de futebol contra Os Panteras, do Dom Pedro I, e infelizmente perderam e não jogariam na próxima temporada. Os Free Birds também tiveram sua primeira competição anual e conquistaram o 1° lugar. Quando os jovens perceberam, já tinham feito todas as provas do 2° bimestre e enfim estavam de férias. 

Por incrível que pareça, quem mais estava feliz com isso era Ricky, o mais estudioso entre os amigos. Foram várias noites mal dormidas, o namorado e os amigos sempre tinham que lembrá-lo de parar uma hora, ir dormir relaxado e comer, ou ficaria tão sob pressão que poderia travar durante alguma prova. Tentou ouvir os conselhos e não abusar tanto nos estudos. Um dos principais motivos para Ricky ter medo de cometer algum erro sequer numa prova eram as férias. Decidiu que aproveitaria as três semanas livres sem pegar em nenhum caderno ou livro, a não ser que fosse algum romance que estava querendo ler faz tempo. Mas a maior parte seria para ficar assistindo séries e filmes embaixo das cobertas – o frio finalmente chegara ao Rio de Janeiro – ao lado de Josh. E o que ele mais queria era que fizesse bastante frio para que pudesse esquentar as coisas com seu namorado. Mas para que fosse desse jeito, Ricky ligou para Gregório alguns dias antes das provas e fez um pedido a ele. Como esperava, o padrasto cobrou estudos e notas, notas e estudos, como se não o conhecesse. Ricky já estava tenso, pois as notas só seriam divulgadas após o término das férias, o que lhe dava raiva. Os alunos aproveitariam três semanas de férias, mas ainda assim tensos sem saber o resultado de suas provas. Porém, após uma longa conversa, conseguiu a resposta que queria. 

Após a última prova, vários alunos saíram das salas de aula empolgados – fora alguns que pareciam não ter ido tão bem na prova – pois já era o início das férias de julho. Ricky terminou de fazer sua prova de história, que foi a mais fácil entre todas, e foi apressadamente até o andar onde Josh fazia sua prova de matemática, junto a Ben e Alex. Metade dos alunos já tinha saído da sala. Ricky teve que esperar dez minutos até Josh sair. Matemática era a matéria que ele mais odiava. 

- Me leva pra longe daqui, por favor. Eu preciso dormir bastante depois dessa prova. Quase que arranquei meu cabelo. 

- Eu tenho algo melhor do que soneca. Duas coisas, na verdade. 

- Quais são? 

- Bem, a primeira notícia: Gregório disse sim! Eu vou passar as férias com você! 

- Caramba, que demais. Viu só? Eu disse que ele não era tão do mal assim? É um mala, mas não tinha motivos pra dizer não a você. 

- Não tinha, mas queria ter. Como falei que o resultado só vem após as férias, não teve mais desculpas. E eu disse pra ele que precisava descansar, que teria três semanas pra isso e que queria que fosse com um dos meus amigos. Ah, mas ele disse que precisa conversar com seus pais antes. 

- Sem problemas, afinal eles já disseram sim. Você não ficará sozinho nem em casa e nem aqui. Vai ser comigo. Na minha casa. Por três semanas. 

- É. Nada novo sob o sol, já que estudamos no mesmo internato e dormimos no mesmo quarto. 

- Por isso é bom que às vezes a gente passe um tempo com os amigos. E a outra coisa? O que é? 

Ricky olhou ao redor, vendo a movimentação no corredor. Alguns garotos estavam conferindo as respostas uns com os outros, mas a maioria já tinha se mandado para fora do prédio principal. Pediu para Josh segui-lo discretamente. Ele perguntou o porquê, mas Ricky não respondeu. Estava com uma ideia em mente e queria surpreendê-lo. Ele foi até o banheiro que havia ali e Josh foi atrás. Ao entrarem, um garoto estava lavando as mãos. Ricky também foi lavar as suas, mas era apenas um pretexto. Pelo espelho, verificou se não havia ninguém nos boxes. Não havia ninguém. 

O garoto arrumou o cabelo e saiu do banheiro. Ricky se apressou em pegar Josh pelo braço e empurrá-lo até um dos boxes. Josh o olhou espantado. Ricky trancou a porta do boxe, jogou sua mochila no chão e atacou a boca de Josh com selvageria. Depois desceu a boca pelo queixo e pescoço dele, dando chupadas e tomando cuidado para não marca-lo. Josh gemia. 

- O que é isso? Vamos... Vamos pro quarto... nossa. 

Ricky parou de beijá-lo e o olhou nos olhos. 

- Não. Hoje eu quero fazer de um jeito mais proibido. 

Dito isto, levou as mãos ao cinto de Josh e o desafivelou. Josh tentou impedi-lo, dizendo que alguém poderia aparecer e flagrá-los. Ricky não deu ouvidos. Voltou a beijar sua boca enquanto abria o zíper da calça e a abaixava. Josh já estava ficando excitado, a cueca marcava. Ricky segurou em seu pênis fazendo-o gemer entre o beijo. 

- Você é um safado – Josh sussurrou. 

- Isso é só o começo, gostoso. 

Ricky não perdeu tempo em puxar a cueca de Josh para baixo, expondo para ele o pau duro de Josh. Agarrou-o, Josh gemeu um pouco alto e Ricky fez um gesto pedindo silêncio. Ele o masturbou com calma enquanto chupava e dava leves mordidas no pescoço de Josh. Josh retribuiu os beijos no pescoço dele. Ricky usou sua mochila para cobrir o espaço entre a porta do boxe e o chão, para que ninguém visse que havia mais de uma pessoa ali. Depois agachou e ficou de frente para o pau duro de Josh. Olhando para cima, bem nos olhos de Josh, agarrou seu pau e lambeu a cabeça. Josh suspirou e revirou os olhos. Ricky adorou deixá-lo assim. Nunca contou a Josh, mas adorava fazer oral nele. Achava o gosto de seu pau delicioso e a cada vez que faziam sexo, tentava melhorar. 

Chupou a cabeça e massageou as bolas. Josh delirou com aquilo e já queria mais, pois levou as mãos ao seu cabelo e empurrou a cabeça dele mais a fundo. Ricky tirou sua mão dali. Queria comandar. Empurrou Josh contra a parede e atacou seu pau, enfiando tudo de uma vez na boca. Se engasgou no ato, mas não parou o que fazia. Chupou o pau dele em um movimento lento, começando da cabeça e indo até o talo. Josh tentava controlar os gemidos. Ricky deixou o pau de lado um segundo e pôs as bolas dele na boca, uma após a outra, enquanto o masturbava devagar. 

O som da porta se abrindo foi ouvido. Alguém entrara no banheiro. Josh olhou para baixo, Ricky encontrou seu olhar de medo. Ele riu e fez gesto de silêncio para Josh e voltou a chupa-lo. Josh abriu a boca, mas conteve o som do gemido. Ricky queria provocá-lo bastante naquela hora. Um sexo oral no banheiro do colégio era um risco, com uma outra pessoa ali era um risco maior ainda. Aquilo o excitava. Naquela manhã, acordou com vontade de fazer sexo, mas de um jeito mais apimentado. 

Mais gente ia entrando no banheiro. Josh olhava para os lados, como se eles o estivessem vendo. Ricky o chupou mais rápido, tirando e colocando o pau de sua boca, a fim de que Josh perdesse o medo e focasse nele o chupando. E foi o que aconteceu. Josh revirou os olhos e mordeu os lábios para não gritar de prazer. Ricky se concentrava em passar a língua pelo pênis dele. Um garoto acabou entrando no boxe ao lado deles. Josh voltou a se preocupar por um segundo, mas sussurrou “continua” para ele. Ricky continuou a felação por mais um minuto até que Josh avisou que gozaria. Ele mordeu os lábios com força e tentou tirar o pau da boca dele, mas Ricky não deixou. Josh avisou novamente que estava prestes a gozar, mas ele não parou de chupá-lo. E Josh gozou bem na boca de Ricky, que engoliu seu líquido. Era a primeira vez que ele fazia isso. O gosto era estranho, mas ele não cuspiu. Engolia toda a porra do namorado enquanto ele gozava. Olhou para cima e viu que Josh ainda mordia os lábios com muita força, provavelmente ficariam machucados. O pau ainda pingava sêmen e Ricky ingeria o que podia. Ele lambeu até Josh estar limpo. Depois passou a mão pelos lábios onde havia um pouco e chupou os dedos. Levantou, encarou Josh e lambeu os lábios de forma sensual. Depois pegou sua mochila saiu do boxe. Todos os outros já saíram e agora estavam só os dois no banheiro. 

Josh saiu um pouco depois do boxe, enquanto Ricky estava lavando a boca. Ele colocava a camisa do uniforme por baixo da calça. Ricky tentou segurar o riso, pois estava com a boca cheia de água. Cuspiu e, antes de sair, sussurrou para Josh: 

- Cuidado pro passarinho não fugir. 

Ele olhou para baixo e viu que o zíper estava aberto. Rapidamente o puxou para cima, bem na hora em que outro garoto entrou no banheiro e foi direto para o mictório. Ricky riu baixinho e saiu dali, deixando Josh para trás. 

*** 

Àquela tarde, longe dos arredores do Instituto, Lydia estava em casa, especificamente no banheiro, hidratando seu cabelo. Há dias estava fazendo tanto frio que nem coragem para lavá-lo tinha. Mas já fazia uma semana desde que o lavou pela última vez e estava ficando bastante oleoso e isso a estressava. Após esperar o creme agir, enxaguou-o e secou as pontas, deixando o cabelo úmido. Houve batidas na porta. Era José Fernando, perguntando se podia falar com ela e ela disse que ele podia entrar depois de vestir o roupão. 

- Vai sair hoje, Lydia? 

- Sim, vou à casa da Daine e dormir lá. 

- Só você e ela? 

- Ana, Jennifer e Julio também. 

- Um garoto no meio de garotas? 

- É o Julio, pai. Relaxa. 

- Certo. Achei que você ia sair com aquele menino que veio aqui em casa mês passado. João, não é? Ainda namora esse menino? 

- Claro. 

- É que faz tempo que não vejo ele aqui.  

- A gente saiu mais algumas vezes depois do Dia dos Namorados. Aí ele me avisou que focaria nos estudos, como eu também fiz, mas a gente conversa todo dia. E combinamos que assim que chegassem as férias a gente ia sair. Depois vou mandar mensagem pra ele vir aqui amanhã. Tudo bem? 

- Acho que não deveria fazer isso. 

Lydia estava passando o pente nas pontas do cabelo e parou, estranhando aquela resposta. 

- Hã? Por que não? 

- Esse João... não é bom pra você. 

- O quê? Pai, você pirou? - Lydia riu. 

- Eu não quero esse garoto na minha casa. - José disse, bem severo, causando estranhamento a Lydia. 

- Como é que é? 

- Lydia, esse garoto não é garoto pra você namorar. Quanto mais você se afastar dele, melhor. 

- O quê? Pai, o que é que você está dizendo? - Lydia ria, pois só podia ser uma pegadinha de seu pai – Qual é o seu problema com ele? 

- É que... não confio nele. Ele é velho pra você e a cara dele não me convence. Vai por mim, esse garoto não presta. Melhor você evitar manter contato com ele. 

Lydia, ao ouvir o que ele disse, começou a rir. Não sabia se achava graça daquilo ou se era de nervoso. 

- Pai, você conheceu o João mês passado. Viu que ele não é nenhum idiota. É sério, maduro e responsável. Tanto que há dias eu não vejo ele, mais de dois fins de semana sem a gente se ver, por causa das provas. E só o viu uma única vez. Eu namoro o João há quase quatro meses. 

- Você não percebe a intenção dele porque é primeiro namorado. Só tem 14 anos, é muito nova ainda. Ainda vai conhecer outros caras, ver que vários não prestam e até conhecer outro bem melhor que esse aí. 

- Eu não quero e nem preciso conhecer outros caras. Eu gosto do João, ele é meu namorado e um cara muito legal. Minha mãe gostou dele, por que você já o julga assim? E o julga muito errado, você sabe. 

- Lydia, eu sou seu pai. Eu sei o que é melhor pra você. Você não entende como é, ainda é muito criança. Já disse, não quero mais você se misturando com esse garoto. Tenho certeza que no seu colégio tem garotos melhores do que ele. 

José Fernando se retirou, deixando Lydia ali, com os cabelos pingando e sem entender nada. Ela foi atrás do pai, no escritório dele. Ele tinha que explicar aquelas suposições sobre João. 

- O que há com você? Por que não gosta do João? 

- Eu já disse, ele não é garoto pra você. 

- E o que seria “garoto pra mim”? 

José Fernando bufou. 

- Lydia, eu tenho coisas a fazer, não tenho tempo pra isso agora. 

- Pode ao menos me falar de uma vez o seu problema com o João? Porque até agora ele nunca me deu motivos para... 

- Eu não quero você perto desse garoto! Não quero minha filha com gente da laia dele! - José Fernando gritou, assustando-a. 

Lydia estava sem fala. O pai nunca gritou com ela daquele jeito. 

- Essa é minha palavra final. Não quero ver esse garoto por aqui. Te dei permissão pra namorar quando quisesse, mas que fosse com algum sujeito de bem. Gostaria muito que você deixasse este garoto pra lá. Agora, me dê licença porque tenho que trabalhar. 

Lydia saiu do escritório em silêncio e em choque. Ela voltou ao banheiro para finalizar o tratamento no cabelo, sem ânimo algum, depois foi para o quarto. Ainda usando o roupão e com a toalha enrolada sobre a cabeça, ela pensava no que José Fernando disse. Ele não podia desgostar de João. Sentir ciúmes da filha caçula, ser superprotetor agora que tem namorado, ficar apreensivo quanto a um rapaz adolescente com ela, que pai não ficaria? Mas não gostar, não confiar em João? Não fazia sentido. Seus pais o conheceram no mesmo dia e Solange se apaixonou por João e o achou muito simpático. Lydia só falava bem dele. Não teria motivo para que seu pai não gostasse de seu namorado. E o que ele disse... 

Não quero minha filha com gente da laia dele! 

Essa frase ecoava em sua cabeça. E foi aí que Lydia chegou a uma conclusão, que a deixou tão chocada quanto o pai berrando com ela assim pela primeira vez. 

*** 

Liam esperava na recepção do escritório do Dr. Flynn, junto a dois alunos que aguardavam para serem atendidos. Um dos meninos brincava com os dedos, visivelmente ansioso. O outro tinha uma atadura no pulso, escondida pelo casaco, mas pelo ângulo Liam conseguia ver seu pulso. Quando o menino percebeu que ele via seu pulso, puxou mais a manga do casaco., 

Ao contrário deles, Liam não esperava para receber uma consulta. Ele esperava que a pessoa que recebia o atendimento do Dr. Flynn terminasse, estava ali apenas acompanhando. Cinco minutos depois, Gordon saiu da sala de consulta. Olhou para Liam e fez um gesto em direção a saída. 

- Como foi? - Liam perguntou enquanto andavam pelo corredor. 

- Bem. Eu acho. 

- Se sente melhor? 

- Mais ou menos. É que... foi a segunda vez que falei a respeito disso. 

- Isso é bom. - Liam parou de andar, Gordon também. - Não deve guardar sua dor apenas para você. Isso não é saudável. Só te fez mal. Veja o que isso te causou esse ano. Discriminou um amigo, se afastou de todos. Há pessoas que gostam de ficar sozinhas com seus problemas, mas essa não é a solução para tudo. Do que a gente realmente precisa é compartilhar o que nos machuca com alguém que nos entende. Amigos, principalmente. 

- Você tem razão. No mês passado, eu acabei deixando meu diário cair e nem ouvi porque estava com fones de ouvido. Quando vi que não estava na minha mochila, fiquei desesperado. Se alguém soubesse o que tinha nele, seria o fim pra mim. Procurei pela biblioteca inteira e não achei. Aí, por coincidência, foi você quem o encontrou. Acho que foi destino. Se tivesse sido qualquer outra pessoa, teriam até me exposto. As pessoas são más quando querem. Mas, por um milagre, foi você. E acho que foi a melhor coisa que aconteceu comigo esse ano. - Gordon desabafou. 

Liam pôs a mão sobre seu ombro. 

- Sou seu amigo. Conta comigo sempre. A propósito, não quer ir falar com os outros? Acho que Ben aceitaria um pedido de desculpas. 

- Querer, quero sim. Mas acho que não é a hora. No dia em que eu voltar a falar com todos eles, quero que saibam de tudo. Principalmente o Ben. Mas ainda não estou pronto. 

- Eu entendo. Quando precisar de alguma coisa, não hesite em falar comigo. 

- Obrigado. Ah, e me desculpe pelo tapa. 

- Tranquilo. Sabe, até me senti num daqueles novelões dramáticos. 

- Verdade. Ou até aquelas fanfics melodramáticas escritas por adolescentes. 

- Pô, nem me fala nisso. Tem uma que acompanho há um tempão, o autor posta um capítulo novo e leva meses pra postar a continuação. E eu fico numa ansiedade pra querer saber o que acontece depois. Mas quando posta, vale muito a pena. 

- É, mas geralmente uns demoram porque estão passando por algum problema, agenda cheia ou até bloqueio criativo. Tem uma que voltou a ser atualizada com capítulos novos que foram muito bons. Sempre comento os capítulos. Afinal, e se o autor está passando por um dia ruim e o meu comentário alegrasse o dia dele? 

- Nunca parei pra pensar nisso. Vou aderir. Aliás, vai ver é por isso que alguns escrevem tanto drama. O povo também gosta da tragédia. 

Riram juntos. 

- Bem, eu tenho que ir agora. - falou Gordon – Meu irmão vem me buscar hoje e até agora não arrumei as minhas coisas. Se ele chegar e eu não estiver pronto, ele me mata. 

- Certo. Até logo e aproveite as férias. 

- Você também. 

*** 

Enquanto isso, no quarto 203 do dormitório do 2º ano C, rolava uma pegação entre Ben e Luis. Ben estava deitado na cama dele, que estava por cima. Luis colocava a mão por baixo da camisa de Ben e alisava seu peito e sua barriga. Ben levou a boca a orelha dele e deu uma chupada. Luis gemeu. Depois Ben sentiu-o levar a mão até seu pênis, por fora da calça. 

- E aí? Quanto mais vou ter que esperar pra você me foder? - falou Luis. 

Ben deu mais um beijo em sua orelha e respondeu. 

- Só se for agora. 

Luis riu e enfiou a mão por baixo da calça de Ben, alcançando seu pau. Ben nunca foi ativo antes. Era a terceira vez que ele e Luis ficavam, sempre recebia sexo oral dele. Queria transar com ele, mas Luis tinha deixado claro que era somente passivo, assim como Ben era. Até agora. Ele estava prestes a experimentar coisas novas. 

Ou não. Passos foram ouvidos e a porta do quarto estava prestes a ser destrancada. Ben trocou com Luis um olhar de medo e no mesmo segundo ele o empurrou no chão e o mandou se esconder embaixo da cama. Ben xingou em pensamento. O colega de quarto de Luis entrou e falou com ele por um longo tempo e ele não aguentava mais esperar embaixo. Perdeu totalmente o tesão. Meia hora depois, finalmente pôde sair quando o colega de Luis foi ao banheiro. 

- Foi mal, achei que ele também já tinha ido embora. - Luis se desculpou. 

- Tudo bem. Eu vou indo. 

- Ei, tenho uma ideia: vou encontrar uma pessoa mais tarde. Topa um ménage? 

- Opa! “Turo bom”? - Ben riu – Quem seria a tal pessoa? 

Luis mordeu o lábio inferior antes de responder. 

- O meu ex. 

- Pedro? Sério? Luis, não acredito. Se dá mais valor, cara. 

- É só pelo sexo, Ben. Ele sabe disso. 

- Tem certeza de que não vai se arrepender? 

Luis negou com a cabeça e deu um sorriso cheio de orgulho. 

- Eu tenho aquela piranha na minha mão. E aí? Topa? 

- Não, obrigado. Pedro é um dos últimos caras com quem quero ficar no colégio. 

Ben despediu-se dele e foi embora. Precisava ir para o dormitório arrumar suas coisas. No dia seguinte sua mãe o buscaria para passarem as férias juntos. Ao sair do dormitório de Luis, recebeu uma mensagem em seu celular de ninguém menos que Johnny Roland. Ele pedia para encontrá-lo sob a arquibancada do campo. Ben suspirou. Não queria ir vê-lo agora. Mas estava curioso para ouvir o que ele tinha para falar. E sabia que estava cometendo o maior erro da sua vida se aproximando da pessoa que mais o maltratou e não lhe deu sossego desde que chegou ao Instituto. Respirou fundo e pensou bem se iria. E xingou-se por decidir ir. 

- O que foi? - perguntou logo que chegou e o encontrou fumando. 

- Eu queria ver você. 

Ben deu de ombros. 

- Estou aqui. O que quer? 

- Nossa, como está frio. 

- Queria fogo? A minha especialidade é gelo. 

Johnny apagou o cigarro na arquibancada e o jogou no chão. 

- Por que nunca mais me procurou? 

- Não tenho por que fazer isso. 

- Mas você... tem me ajudado a melhorar. Achei que... 

- Achou o quê? - Ben o interrompeu – Que fossemos amigos? Sabe bem que não somos. Você, junto com seu grupinho covarde, quase me levou pro fundo do poço. Felizmente tenho amigos de verdade que não deixaram isso acontecer. Não vou permitir que você estrague a minha vida. 

- Não vou fazer isso! - Johnny gritou, causando arrepios em Ben – Desculpa. Não queria gritar. É só que... quando estou com você, me sinto diferente. Melhor. Você me incentiva a mudar. 

Ben revirou os olhos e olhou para o nada. Sentiu Johnny se aproximar de lado e tentou tocar sua mão, mas se afastou. Ele fechou a cara. 

- Onde ficará nas férias? - Johnny perguntou. 

- Vou para minha casa. E você? 

- Vou ficar por aqui mesmo. Assim como no ano passado. Meu pai não me quer por perto no meio do ano. Mas nem ligo. Quando mais longe dele eu ficar, melhor pra mim. 

- Hum. É só isso? 

Johnny e ele ficaram frente a frente. 

- Só queria ver você antes. E que você... passasse a noite comigo. Os caras que dividem o quarto comigo já foram embora. 

- Não. Você não entende? Só me fez mal. Escuta, eu ouvi você sobre tudo o que passou e talvez, só talvez, entenda os motivos de você ser assim. Apoio muito você mudar e se tornar uma pessoa melhor. Mas não quer dizer que quero você por perto. 

- Você me beijou. 

- Eu sei, e isso foi um erro. Não irá se repetir. 

- Irá, sim. 

Johnny nem deu tempo de ele reagir. Simplesmente o agarrou pelos braços e o beijou, enfiando de vez a língua em sua boca. Ben ficou parado sentindo-o explorar sua boca. Queria afasta-lo, mas estava imobilizado por ele. Não só isso, mas também apreciava o beijo de Johnny. Este parou de segura-lo e o envolveu, descendo os braços por suas costas. Só quando ele parou que Ben se tocou do que fazia. Empurrou-o para longe e disparou: 

- Vai se ferrar! Nunca mais chegue perto de mim! 

Johnny bufou e disse: 

- Você vai ser meu. 

- Não conte com isso. Nunca irá acontecer. 

Ben deu as costas para seu maior inimigo e foi embora. Amaldiçoou-se por ter ido encontrá-lo. E por tê-lo ajudado no dia em que o encontrou em prantos no Dia dos Namorados. Por ajuda-lo no dia seguinte. Por todas as vezes em que o beijou. Por quando sonhou que transou com ele no vestiário. Não sabia o que acontecia consigo. Parecia que desenvolvera uma conexão com Johnny. Mas isso não era possível. Os dois se odiavam. Se odiavam a ponto de se beijarem com desejo. 

Não, ele não faria isso. Não cederia a ele. Não a um cara que o fez acreditar ser ruim ser gay e o agredir por isso. Não permitiria que ele o tocasse mais. Antes disso preferia a morte. Johnny disse que seria dele, mas estava enganado. Jamais se entregaria. Jamais. 

Mais tarde, Ben terminava de arrumar suas coisas. Sua mãe lhe mandou mensagem dizendo que conseguiria ir busca-lo naquele mesmo dia. Já se despedira de todos, somente Josh, seu melhor amigo, estava com ele naquele momento. 

- Então a senhora vai passar a primeira semana de férias em Curitiba? - falou Josh. 

- Sim, amanhã eu vou pra lá com minha mãe. O mais legal é que vou visitar o meu primo mais legal, o Peter. Eu brincava muito com ele antigamente. 

- Ok, me mande um postal. E nós todos temos que fazer uma reunião e zoar um dia desses. Marcar um rolê do bom. 

- Claro, migs. - Ben pôs a mochila nas costas – A minha mãe disse que está há dez minutos daqui. - falou, olhando para o celular - Não chore por mim na minha ausência, poc. 

- Nossa, estou sofrendo. - Josh riu – Uma semana inteira sem ver essa poc bochechuda. 

- Que bochechuda? 

- Você é. essas bochechas fofinhas. - Josh apertou as duas bochechas de Ben, que não gostou daquilo. 

- Não faça isso de novo. 

Josh riu e voltou a apertar as bochechas dele, que continuou olhando-o sério. 

- Se fizer isso de novo, vai desejar não tê-lo feito. 

- E por quê? Essas bochechas são tão fofinhas e gostosas, olha só que poc fofinha. - Josh apertou as bochechas dele mais uma vez. - Ai! Quê isso? Ai! 

- Eu avisei! - Ben falou. Ele deu dois tapas bem fortes na bunda de Josh, um em cada lado. Josh passava as mãos por ela e reclamou que doeu. Ben recebeu outra mensagem. - Minha mãe chegou, está entrando no Instituto agora. Sem choradeira, hein? 

- Se eu for chorar, vai ser de dor que fiquei na bunda agora por causa dessa sua mão. 

Ben apenas o olhou seriamente e disse: 

- Espero que nas férias você descubra a real dor na bunda 

*** 

No dia seguinte, o Instituto Bom Futuro estava praticamente vazio. Mais da metade dos estudantes já tinham ido para casa aproveitar as três semanas de férias de inverno. Alguns professores também partiam, pois mereciam ter no mínimo alguns dias de folga para corrigir provas e ficar o mais longe possível de garotos adolescentes bagunceiros. 

Alex esperava seu pai busca-lo. Ele deu uma passada no refeitório do colégio para comprar uma xícara de chocolate quente. Estava tão frio quanto no dia anterior, do jeito que ele gostava. Alex não suportava o calor, sua estação favorita sempre foi o inverno. Ficar em casa, embaixo das cobertas, com uma bebida quente, assitindo um filme ou lendo, havia lazer melhor do que esse? 

Enquanto bebia, recebeu uma mensagem de seu pai. Ele pediu para avisar a Liam que o buscaria também, já que os tios dele não conseguiriam chegar muito cedo. Alex mandou uma resposta e terminou de beber seu chocolate, depois foi direto para o quarto. Ao chegar lá, viu algo bizarro: Liam estava seminu, usando apenas uma cueca samba-canção, segurando uma calcinha fio dental azul. Quando viu Alex, escondeu rapidamente. 

- Liam, isso aí é... 

- Não é o que você está pensando! Não é minha! Quero dizer, claro que não é, eu não uso isso. É que... 

- Ok, eu acho que já entendi tudo. 

- Entendeu? 

- É. Pelo visto, você tem tesão em cheirar calcinha. 

Liam ficou vermelho. 

- Ah... é. Você descobriu meu maior segredo. Essa calcinha é da Cynthia. 

- Sua namorada sabe que você cheira as calcinhas dela? 

- Foi ela quem me deu. - Liam deu de ombros – Por favor, não conte isso a ninguém. 

- Talvez eu acabe soltando isso sem querer, igual um cara num dia desses soltou pra mim: “ah, sai daí que tu é bi”. - Alex o lembrou de quando quase revelou sua bissexualidade para os amigos, no aniversário de Josh, sem seu consentimento. 

- Cara, aquilo foi sem querer, já pedi desculpas. Aliás, agora todo mundo sabe. Ainda importa? 

- Certo. Fica tranquilo, ninguém saberá disso por mim. E eu não julgo, ok? Enfim, os seus tios não poderão vir agora, então pediram pro meu pai te levar pra casa. Ele também vai dar uma carona pro Gil.

- Tudo bem. 

- E Liam? 

- O quê? 

Alex fez uma cara séria. 

- Quem ainda cheira calcinha da namorada? - brincou. 

Logo depois, João já estava dando tchau aos amigos, quando o pai e a mãe apareceram para busca-lo. Alex esperava o pai com Liam e Gilbert, que demorava mais que o previsto. 

- Alex, eu tenho uma pergunta pra você. - falou Gilbert, 

- O quê? 

- Você que é bi, quando fica com a menina, é ativo ou passivo? 

Liam e ele riram com aquela pergunta idiota. Alex já ia revirar os olhos e ignorar, mas pensou em algo melhor. 

- Antes me responda: quando você beijava a Shelley, ela deitava no chão pra te alcançar? 

A piada de Gilbert pode ter feito Liam rir, mas a dele o fez gargalhar. Gilbert corou e, sem nada mais criativo em mente, falou: 

- Vai tomar no seu cu, vai. 

- Deus te ouça! 

Liam desta vez teve um ataque de riso. Francisco finalmente chegou e perguntou do que Liam ria. Alex deu um olhar de aviso aos amigos, então fingiram que Gilbert contou piadas, que o pai de Alex quis ouvir. Ele contou algumas, mas não achou graça em nenhuma delas. 

*** 

As últimas coisas que faltavam para Josh levar para casa eram seus produtos para cabelo. Nunca ia a lugar algum sem eles. Xampu, confere. Condicionador, confere. Gel, confere. Creme para pentear, confere. Tônicos, confere. Óleos de umectação, confere. Tudo pronto. Só faltavam seus pais chegarem para levarem ele e Ricky. 

- Ei, Harry. - Josh o chamou. Harry estava sentado na cama, lendo um exemplar de O Senhor dos Anéis. - Sua mãe vem mais tarde, não é? 

- Sim. Daqui a pouco vai estar aqui. 

Josh se sentou ao lado dele. 

- Vai ficar bem quando eu for? 

Harry deixou o livro de lado. 

- Vou, sim. Não se preocupe. 

- E você vai manter a promessa, certo? 

Harry confirmou com a cabeça, mas Josh queria ouvir dele. 

- Harry. 

- Eu vou, Josh. Estou cumprindo a promessa. Quase um mês sem usar nenhuma droga. Nem fumo um cigarro normal. E nem estou bebendo. 

Depois que Harry contou sobre Jorge, Josh prometeu que ficaria ao lado dele e seria o amigo que faltou ser quando ele precisava. Desde então, tem ficado de olho em Harry, junto aos outros, que não ficaram nada felizes ao saber que usou drogas e se misturou com Ronny. Fizeram-no desintoxicar das drogas – vários dias com Harry gritando de dor, implorando para que o dessem pelo menos um pouco para que passasse, e doía mais nos amigos vê-lo assim –, ajudaram-no a estudar para que não reprovasse. Aos poucos Harry foi se recuperando. Voltou a treinar o futebol, mas sem tanto ânimo quantos antes, então pediu para sair temporariamente pois não se sentia bem, o mesmo aconteceu com o coral do colégio. Harry estava bem fisicamente, mas sua saúde mental ainda corria certo risco. Passou a se consultar com o Dr. Flynn. A terapia tem dado certo resultado. Nos últimos dias, Harry tem estado melhor, sorrido mais e lendo bastante. Ainda assim, Josh temia deixá-lo só por um segundo sequer. 

- Ótimo. Não me decepcione, ok? 

- Não irei. 

Josh foi terminar de arrumar sua mochila e procurou um casaco para vestir. Estava ficando cada vez mais frio. Rio de Janeiro já podia mudar o nome pra Winterfell. 

- Então, o Ricky ficará com você nas férias? 

- É. Ele não estava muito a fim de ficar com o padrasto pegando no pé dele. Já se acostumou a vê-lo pouco. 

Harry deu um meio sorriso. 

- Vocês realmente se gostam. 

- Sim. - Josh enfim terminou de arrumar suas coisas e se sentou de frente para ele. - Ele tem uma importância grande na minha vida. Acho que esse ano mudei muito. Graças a ele. 

- Não. - discordou Harry - Graças a você mesmo. Ricky foi a fagulha para isso, Josh. Sabe de uma coisa? Vocês dois merecem serem felizes. 

- Obrigado. 

Ricky entrou no quarto e disse que os pais dele já estavam no Instituto e o esperavam no refeitório. Josh disse para ele ir na frente. Ricky se despediu de Harry e falou para que se cuidasse. Harry o abraçou e agradeceu por todo o seu apoio. Depois sobraram somente Josh e Harry no quarto. Os dois ficaram de pé, frente a frente. 

- Passe lá em casa um dia desses. E um dia convide a gente pra passar um dia em Niterói. - falou Josh, dando um soco de leve no braço dele. 

- Pode deixar. Ótimas férias pra você. 

- Igualmente. 

Josh o abraçou. Sentiu Harry cheirar seu pescoço. E ele sussurrou em seu ouvido: 

- É o tipo de amor que você merece, Josh. O amor que eu deveria ter te dado quando tive a chance. 

Josh ficou sem fala e, lentamente, desfez o abraço. Harry desceu o braço pelo seu, até chegar à sua mão e segura-la. 

- Cometi o maior erro da minha vida deixando você ir embora. Espero muito que vocês sejam felizes. Mas prometi a mim mesmo não desistir de você facilmente. 

- Harry... 

Não o deixou falar. Pôs dedo indicado sobre seus lábios, silenciando-o. 

- Guarde minhas palavras, Josh Hale: você tem um novo amor agora, mas nunca esquecerá de que fui o seu primeiro. E não importa quanto tempo eu tiver que esperar. Eu pretendo ser o último. 

Josh ficou mudo e Harry não disse mais nada. Ele apenas deixou um beijo em seu rosto e soltou sua mão lentamente. Josh pegou sua mochila e saiu do quarto em silêncio. Deu uma última olhada para o primeiro garoto por quem se apaixonou antes de fechar a porta. Parado no corredor, acariciou onde Harry o beijou. Sentia um calor na bochecha. O mesmo calor que sentiu quando descobriu que estava apaixonado pelo melhor amigo.


Notas Finais


Eu voltarei.
:3 <3


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