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História Garoto Reprimido - Capítulo 5 - Cicatrizes


Escrita por: Divo_Matt

Notas do Autor


Oi queridos leitores. Eu sei, vocês querem me matar por ter demorado milênios, eu entendo. Quero dizer que sinto muito. Primeiro estive ocupado com as provas, isso me tirou o tempo e me desanimou para escrever. Segundo, bloqueio. Era "escreve, backspace". Hoje eu consegui concluir o capitulo, espero mesmo que esteja bom aos olhos de vocês. Gente, o que acharam da nova capa da fancic? Não ficou ótima? Devo isso a minha diva autora Angeli_Pietro :3. Muito obrigado, sua gostosa.
E os comentários do capitulo passado, irei responde-los amanha, pois estou exausto. O garoto na capa é o Johnny. Diz aí, quem não pegaria esse bofe? Ele é todo gostoso!
Boa leitura e me desculpem qualquer erro. :3<333

Capítulo 5 - Capítulo 5 - Cicatrizes


Fanfic / Fanfiction Garoto Reprimido - Capítulo 5 - Cicatrizes

Às seis da manhã em ponto, o despertador irritante de Josh acordou os quatro garotos. Ele foi o primeiro a se levantar, espreguiçando-se e coçando os olhos. Desativou o despertador e entrou no banheiro, lavou o rosto, escovou seus dentes, enxaguou a boca com antisséptico Colgate Plax; após fazer sua higiene bucal, umedeceu os cabelos com a água de seu frasco borrifador e penteou-os cuidadosamente. Gilbert, Harry e Ricky também haviam se levantado, fazendo a mesma rotina de Josh.

Logo, vestiram seus uniformes. O uniforme do instituto era composto por: uma blusa de mangas compridas azul clara, com botões que se iniciavam no peito e terminavam no umbigo, um blazer preto com dois bolsos na frente, uma calça social preta, um par de sapatos sociais e uma gravata também preta. Josh parou para dar uma última olhada no espelho e arrumar o cabelo.

- Você nunca sai sem dar uma última olhada no espelho – murmurou Harry. Ele se lembra.

- Pois é, Harry, esse aí nunca sai do quarto antes de verificar como está o cabelo – Gilbert disse, rindo. Josh revirou os olhos para os dois.

Os jovens pegaram suas mochilas com seus livros, cadernos e outros materiais escolares. No corredor, encontraram Alex, Liam e João, que saíam do quarto 303, que dividiam; Gordon os esperava na saída do dormitório. Juntos, encaminharam-se para o refeitório. Durante o caminho, Harry perguntou a Gordon:

- Ei, Gordon, e o Ben? Onde ele está?

Gordon deu de ombros.

- Saiu do quarto às pressas. Não falei muito com ele ontem. Até tentei, mas ele me ignorou completamente. Parece estar muito abalado.

- Nossa, ele deve ser bem sensível – disse Alex.

- Será que o agrediram? – indagou Josh.

- Não sabemos – respondeu Gordon – Vamos ver se encontramos ele no refeitório. Aí tentamos conversar com ele.

Os jovens chegaram ao refeitório, a entrada ficava na lateral do prédio principal, à esquerda deles. Tinha mesas dentro e fora do local, vários jovens sentados às mesas, desjejuando. Pegaram as bandejas de plástico vermelhas e entraram na fila, servindo-se. No menu do o café-da-manhã tinha ovos, bacon, pão bisnaguinha, manteiga, geléia de morango, frutas variadas, suco e leite. Cada um escolheu se desjejum e se dirigiu a uma mesa fora do refeitório.

- Não vejo o Ben por parte alguma – disse Liam.

- Ei, olha ele lá – Ricky apontou para uma mesa lá dentro, num canto afastado, onde Ben se encontrava. Parecia abatido, a comida mal havia sido tocada.

- Eu vou lá chamá-lo – disse Harry se levantando e caminhando até o encontro de Ben – Ben? – o menor de cachos olhou para Harry.

- O-oi, Harry – gaguejou.

- Estamos sentados lá fora. Vem.

- Eu... acho que não, Harry. Obrigado.

- Ah, qual é, não vai querer ficar sentado aqui sozinho, vai? – sorriu.

- Na verdade, quero sim – Ben respondeu secamente. Harry ficou um pouco sem graça. O loiro se sentou e olhou para o colega.

- Ouça, Ben: eu sei que o quê eles fizeram com você te deixou muito mal. Ontem, você estava bem animado, feliz. Agora, está super chateado. Se eles falaram alguma coisa pra você que te deixou assim, não lhes dê ouvidos. Não é verdade. E se eles agrediram você fisicamente, não os deixe ficar por isso mesmo. Fale com o Sr. Javier. Ou com a gente. Estaremos aqui pra ajudar.

Uma lágrima silenciosa caiu de um dos olhos do Ben, o menor tratou de secá-la logo antes que alguém percebesse. Ele deu um sorriso a Harry.

- Eu fico grato, Harry. De verdade. Eu... nem sei o que dizer.

- “Ah, claro, Harry, vou tomar o café-da-manhã com vocês, não quero ficar sentado aqui sozinho, me excluindo” – falou irônico, Ben riu antes de pegar sua bandeja e seguir Harry até a mesa com os demais.

- Como você está? – perguntou Josh.

- Eu estou bem. Não totalmente, mas estou melhor agora.

- Eles machucaram você?

Ben deu um suspiro antes de responder.

- Quando fui ao banheiro, eles me deram “as boas vindas” – disse fazendo o gesto de aspas – Afundaram minha cabeça no vaso sanitário e deram descarga. Eu... fiquei muito mal com isso.

- Lamento. Ben, não se esqueça de que não está sozinho por aqui. Conte com a gente para qualquer coisa – sorriu amigavelmente, Ben lhe retribuiu.

- Obrigado.

- Cara, eu estou louco pra quebrar a cara do Johnny. Quero matar ele – disse Gilbert.

- Cai dentro se tiver coragem.

Os garotos se assustaram ao ouvir a voz do marrento. Gilbert xingou mentalmente e se virou lentamente e olhou para Johnny, ao redor dos Trogloditas. Johnny tinha cara de poucos amigos. Gilbert engoliu em seco.

- Aí, nanico – Johnny se aproximou do baixinho – Toma cuidado com o que você diz. Pense antes de falar. E não fale. Você viverá por mais tempo se ficar de boca fechada. Sacou? – disse, dando dois tapinhas de leve na face de Gilbert, deixando-o ainda mais irritado – Bom dia pra vocês, Bibinhas. Ah, Bibinha Junior, já parou de chorar?

- Deixa ele em paz – pediu Josh.

- Falou comigo, otário?

- Johnny, ele não fez nada com você, deixe-o quieto.

- Cala a boca, sua bichinha. Se liga, mas não se envolve. – disse Ruan.

- Cala a boca você! – Harry falou, pondo-se de pé – Escutem aqui, o que eu não tolero é gente que nem vocês, que se acham superior a todo mundo, bancando os machões, mas na verdade não são nada além de uns mauricinhos idiotas. Larguem dos nossos pés e vão procurar mais o que fazer.

- Ora, vejam só: você é muito valente, hein? – Johnny deu um empurrão em Harry.

- Não me empurra, não, ô babaca! – Harry deu um empurrão mais forte ainda nele, quase o fazendo cair pra trás. Johnny ficou furioso.

- Acabou de cometer um grande erro!

- Ei! Os dois aí, parem agora mesmo! – um dos monitores do colégio que percebeu a briga que se iniciava se aproximou dos dois grupos. – Que é que ta acontecendo aqui? Estão malucos? Isso aqui não é ringue, não! Comecem a se explicar.

- A gente estava aqui tomando conta da nossa vida e esse cara veio aqui, começando a perturbar. – respondeu Harry.

- Claro, pra quê eu fui perguntar? – o monitor olhou para Johnny – Roland, siga-me, agora mesmo.

Johnny bufou, mas o seguiu sem dizer mais nada. Os Trogloditas olharam para as Bibinhas de caras feias, Bob lhes mostrou o dedo do meio, depois foram embora.

- Obrigado por me defender, Harry – Josh lhe agradeceu.

- Não há de quê. – respondeu, voltando a se sentar – Cara, acho que até perdi o apetite.

- Ah, então eu posso comer esse bacon que você ainda nem tocou. – Liam já ia metendo a mão, mas Harry lhe deu um tapa na mesma.

- Tire as patas do meu bacon! – disse, fazendo todos rirem.

Depois que terminaram de tomar café, pegaram suas mochilas e entraram no corredor do prédio de aulas pela porta do refeitório que dava acesso ao corredor. Tiveram que se separar em alguns grupos, devido aos horários de cada um. Josh, Ricky e Harry teriam agora aula de química, Gilbert, Alex e João de geografia, Gordon e Ben de matemática e Liam de biologia. Todos foram para suas respectivas classes.

No 1° andar, Gordon e Ben entraram na sala de aula e se sentaram nas últimas carteiras, um ao lado do outro. Estavam conversando, distraídos, quando um outro aluno jogou a mochila por cima da carteira. Essa não, pensaram em uníssono. Era Johnny. Ele aparentava estar tão irritado quanto o normal.

No 2° andar, os demais fizeram o mesmo. Josh se sentou na primeira carteira ao lado da janela, Harry se sentou ao seu lado e Ricky atrás de Josh. Às sete horas e quinze minutos, o sinal tocou e todos os alunos entraram na classe.

- Fala sério – Ricky murmurou ao ver Bob, um dos Trogloditas, entrar na sala. O moreno se sentou na frente, ao lado de Harry.

- Ele tinha que ficar na mesma turma que nós? – sussurrou Ricky no ouvido de Josh.

- Não se preocupe. Acredite se quiser, mas, nas aulas, ele é outra pessoa. Presta atenção nas explicações, os deveres dele estão sempre em dia e ele sempre tira nota máxima.

- Sério que ele é estudioso? – indagou Harry.

- Sério. Ele nem parece aquele cretino que vive batendo nos garotos.

- Eu estou ouvindo vocês – Bob murmurou. Josh ficou vermelho.

A conversa chegou ao fim quando o professor entrou na sala e saudou os alunos.

***

Após os dois primeiros tempos de aula, Josh caminhava pelo corredor, em direção a sala do professor Cícero, de sociologia, sua próxima aula. No corredor, Ruan passou por ele e derrubou os livros de suas mãos.

- Deixou cair algo. – disse, com ironia. Josh revirou os olhos e se abaixou para pegar o livro. Ao fazê-lo, Ruan lhe empurrou ao chão com o pé.

- Cuidado aí, viado! – ele riu. Josh sentiu raiva. Queria poder dizer algo a ele que o ofendesse, mas ficou em silêncio mesmo.

- Ei, você é idiota? Deixa ele em paz?

Ricky apareceu de repente.

- Senão o quê? Hein?

- Qual é o seu problema e daqueles seus amigos? Vocês são tão infantis.

- A gente manda nessa merda aqui, bicha loira. Fazemos o que a gente quiser. Sai da minha frente, bocó. – Ruan lhe deu uma ombrada ao passar. Ricky ajudou Josh a se levantar.

- Tudo bem com você?

- Sim. Obrigado, Ricky.

- Não foi nada. Que aula você tem agora?

- Sociologia, e você?

- Física.

- Hum. Bem, a gente se fala depois. – Ricky sorriu para ele e se foi.

Josh subiu um lance de escada e entrou na sala do professor Cícero. Se sentou na frente, ao lado da janela, como de costume. Os demais alunos entraram, Ben estava entre eles. O de cachos sorriu ao ver o amigo ali e se sentou ao lado dele.

- E aí, Josh?

- Hey, Ben. Como foi a sua primeira aula?

- Até que foi legal. mas, infelizmente, o Ruan senta ao meu lado na aula de matemática.

- Ah, sei. Ricky, Harry e eu estamos com o Bob – riu sem humor.

- Estou com medo da próxima aula. Só falta ser com o Johnny.

- Bate na madeira – Josh disse, rindo, antes dos dois baterem na mesa da carteira. Nenhum dos dois disse mais nada. O professor Cícero entrou na sala e fechou a porta. Antes que ele dissesse “bom dia”, alguém bateu à porta, pedindo permissão para entrar. Cícero a abriu e Josh e Ben engoliram em seco ao ver que era Johnny.

- Pra quê você foi falar no diabo? – Josh fuzilou o menor com os olhos, que ficou com as bochechas vermelhas.

Johnny passou por eles e se sentou na carteira vaga atrás de Ben. Os dois amigos engoliram em seco novamente.

A aula passou normalmente. Felizmente, Johnny não os atormentou em nenhum instante – o mesmo havia acabado de levar uma advertência e, após a aula, ficaria o resto do dia na detenção. Cícero lia a pagina em voz alta, enquanto os alunos o acompanhavam. Logo, o sinal do para o almoço foi ouvido por todo o instituto, os jovens arrumaram suas coisas e saíram da sala de aula.

Ben estava de pé perto da carteira, guardando seu livro, quando Johnny passou por ele, acertando-lhe com o ombro. O menor gemeu de dor e esfregou o local onde foi agredido.

- Mas que idiota – Josh sussurrou.

- Não tem problema, Josh. Vamos. Estou morrendo de fome.

Lado a lado, saíram do prédio principal e foram direto para o refeitório. Josh pegou um sanduíche, enquanto Ben escolheu um cachorro quente. Compraram Coca-Cola na máquina de refrigerantes.

- Vem, vamos nos sentar lá no pátio – disse Josh e os dois saíram.

Avistaram Ricky e Gilbert sentados no chafariz. Na bandeja de Ricky tinha um sanduíche e uma lata mini de Pepsi, enquanto na de Gilbert, um sanduíche e uma lata grande de Coca Cola. Os dois foram até ali e se sentaram perto dos amigos.

- Ei, e aí? Como foram as aulas de vocês? – Gilbert perguntou.

- Nada de muito empolgante, mas foram boas – Josh respondeu – A má noticia é que Johnny está na nossa turma de sociologia. – o moreno revirou os olhos.

- Nossa, lamento por vocês. – falou Ricky.

- E não é minha única aula com ele – falou Ben – Gordon e eu temos matemática com ele. – revirou os olhos – A boa notícia é que ele nos deixou em paz.

- Os Trogloditas costumam usar máscaras nas aulas – disse Gilbert. – Se tornam pessoas totalmente diferentes.

- O que me surpreendeu foi o fato daquele tal de Bob ser estudioso – Ricky falou, rindo acompanhado dos outros. Ben sentiu uma coceira em seu couro cabeludo. Quando cutucou o local, sentiu algo pegajoso entre seus fios de cabelo. O jovem arregalou os olhos.

- Gente. O que é isso no meu cabelo? – indagou assustado. Josh, que estava ao lado dele, olhou e arregalou os olhos ao ver o que era.

- É chiclete!

- O quê?! Não! Só pode estar brincando!

- Não mexa, Ben. Vai grudar mais ainda – Josh lhe advertiu. – Mas quem teria feito isso?

Foi preciso apenas um segundo para Ben refletir.

- Johnny. Foi ele. Ele estava atrás de mim na última aula. Foi ele. – disse, com os olhos marejados.

- Mas que idiota! – disse Gilbert.

- Não se preocupe, Ben, eu te ajudo. – Ricky disse a ele. O loiro largou sua bandeja e pegou uma tesoura em sua mochila. Ben virou a cabeça para ele, o mesmo cortou a mecha que estava com a goma grudada. – Tudo bem, foi só uma pequena mecha.

- Este será um longo ano para mim. – murmurou – Me dêem licença. De repente, perdi o apetite.

- Ben, não fique... – Josh ia dizendo, mas Ben o interrompeu.

- Eu estou bem, Josh. Só não estou mais com fome. Vou ao banheiro.

Josh suspirou. Estava chateado pelo amigo.

- Devemos ir atrás dele? – indagou Ricky. Josh negou com a cabeça.

- Acho que ele precisa ficar um pouco sozinho.

Depois disso, voltaram a comer em silêncio. Alguns minutos depois, o resto do grupo apareceu.

- E aí, caras – cumprimentou-os João – E o Ben?

- Ta por aí. Acreditam se eu disser que o Johnny grudou chiclete no cabelo dele? – falou Ricky.

- Ta de sacanagem. – murmurou Alex – Esse cara é muito criança.

- Ridículo – Gordon murmurou.

- Lembrei do William – disse Harry, referindo-se ao primo de Josh – Josh, lembra quando o William grudou chiclete no seu cabelo, quando éramos crianças? – o loiro completou, rindo. Josh se lembrava.

- Aquele seu priminho chatinho fez isso? – indagou Liam – Ah, vá – revirou os olhos.

- É. Ele é um imbecil.

- Imagino até como o Josh ficou por causa do cabelo. Deve ter chorado – Gordon caçoou dele, Josh lhe fuzilou com os olhos.

- Foi isso mesmo – contou Harry, rindo. Josh corou. – Depois que a tia Emily cortou o cabelo dele, ele chorou pra caraca.

- Ah, qual é, Josh. Que frouxo – falou Gilbert.

Josh ficou vermelho em duas tonalidades: 1) vergonha por Harry ter o exposto ao ridículo desse jeito. 2) raiva por Harry ter o exposto ao ridículo desse jeito.

- Ei, galera, e as inscrições para as extracurriculares? – indagou Gordon.

- Eu ia ver a tabela de anúncios agora. – disse Gilbert – Vamos?

Os jovens deixaram as bandejas no refeitório e depois entraram no corredor do prédio principal. Andaram poucos passos até chegarem à tabela de anúncios, com inscrições para aulas extracurriculares, horários de aula e o mapa do colégio. Os alunos formaram filas para inscrições.

Gilbert já foi se logo escrevendo seu nome na aula de judô. Ele queria aprender a se defender das agressões de Johnny. E, principalmente, vingar-se da humilhação que o mesmo o fez passar no ano anterior.

Alex, Ricky e Liam se inscreveram no curso de ciências avançado. Gordon no de artesanato. João no de natação, assim como Josh. E depois, Ricky pôs seu nome na lista de audições para o coral do colégio.

- Ricky, você está de brincadeira? – Gilbert indagou retórica e ironicamente. – O coral?

- Qual é o problema? Eu sei cantar. E gosto muito, também.

- Cara, o coral é suicídio social – falou Alex.

- Achei que “matletas” era suicídio social. – todos franziram as testas, confusos – Meninas Malvadas. Aquele filme da Lindsay Lohan.

- Eu nunca ouvi falar – disse Gilbert, os outros deram de ombros.

- Eu também vou – falou Harry. Os demais, fora Josh e Ricky, começaram a rir. – Ah, qual é?

- Isso é perda de tempo – disse Liam.

- Pessoal, o Harry tem uma voz incrível. Eu nunca conheci alguém que canta tanto quanto ele. – Josh falou, todos olharam para ele. O moreno nem percebeu que falara em voz alta, só um segundo depois de já tê-lo feito.

- Valeu, Josh. Eu nem sabia que você lembrava – Harry sorriu para ele.

- Bem... eu me lembro. Você cantava na igreja. – disse tímido. A conversa foi interrompida quando o sinal para as próximas aulas tocou.

- Ok, de volta às classes. Nos vemos depois – disse João. Logo, cada um foi para sua respectiva sala.

Josh estava a caminho da sala da professora Susanna, que dava aula de espanhol, quando Harry apareceu ao seu lado.

- Ei. Você está indo para aula de espanhol também?

- Uhum – murmurou o loiro – Eu me perdi, estava indo lá para os fundos do prédio quando vi no horário que a sala era no segundo andar – riu.

Entraram na sala de aula, Josh se sentou na frente, como era de costume, Harry se sentou ao seu lado.

- Ei, Josh, me diz aí: é legal, este colégio, ou é entediante? É como uma prisão?

- Ah. Bem... sim. É. – o moreno gaguejou. Ele ainda sentia certa aflição ao conversar com o ex melhor amigo.

- Legal. – murmurou, depois, se fez silêncio. Josh se sentiu desconfortável.

- Então... – Harry quebrou o silêncio – Você não me contou como vai a sua vida.

- Hum? Por que... quer saber?

Harry deu de ombros.

- Porque quero. Não nos vemos tem mais de um ano. Nem por mensagens, cartas, nada.

- Isso foi escolha sua. – o moreno disse, Harry engoliu em seco.

- Josh. Você vai continuar me afastando? O que eu disse não valeu nada para você?

Josh abriu e fechou a boca no mesmo segundo, sem saber o que responder. E nem foi preciso, pois a professora Susanna adentrou a sala de aula. Ela usava uma saia longa preta, uma blusa preta com um blazer por cima, também preto, e saltos pretos. Ela costumava usar muitas roupas pretas, parecia que ia um velório. O que lhe destacava daquele estilo dark era seu longo cabelo loiro acinzentado.

- Nós vamos conversar depois – Harry sussurrou para Josh.

***

Ben lavou seu rosto com água e sabão, e o secou com as toalhas de papel do banheiro. Seus olhos estavam um pouco inchados por causa do choro. Ele chorara, não pelo fato de Johnny ter grudado chiclete em seu cabelo, mas pelo fato de estar passando por tudo o que passou antes mais uma vez. Sem nem sequer conhecê-lo, Johnny já começou a provocá-lo.

Aquilo era demais para o novato. Anteriormente, ele já tivera que trocar de escola três vezes, por causa do bullying que sofria. O bullying começou aos 12 anos, quando estava no 7° ano. O motivo? Ben era gay. Praticamente todos os dias era agredido no colégio, física e verbalmente. Este ano, decidira não se assumir. Confiou demais nas pessoas erradas, então manteria segredo sobre sua sexualidade. Ele tinha medo que descobrissem e voltasse a ser agredido. Será que Johnny e o bando dele sabiam? Não, não sabiam. Eram apenas uns idiotas tentando provar serem os machões do pedaço.

Ben suspirou profundamente. Passou a mão pelos cabelos cacheados e puxou a manga do blazer, olhando as marcas em seus pulsos. Ele não iria fazer mais cortes neles. Prometera a sua mãe que nunca mais o faria e manteria esta promessa. Cobriu o pulso de volta, pegou sua mochila e se encaminhou a sala de sua próxima aula – biologia. Torcia para que o professor lhe deixasse assisti-la ainda, pois já perdera quinze minutos dela.

Parou em frente a porta da e bateu três vezes. Um senhor calvo, de cavanhaque grisalho e que usava óculos, lhe atendeu.

- Está atrasado. Qual o seu nome?

- Benjamin Monroe.

- Hum. Vou lhe deixar entrar porque hoje é o primeiro dia, mas não irei tolerar mais nenhum atraso. Entendeu?

- Sim, senhor. Lamento. Não irá mais se repetir.

- Sei. Sente-se.

Bem olhou envolta da sala, encontrando uma carteira vazia numa das ultimas fileiras no canto. Se sentou na mesma e engoliu em seco ao ver quem estava ao seu lado.

- E aí, bicha? Cabelo legal. – disse Johnny, sarcástico.

***

As aulas terminaram. Josh estava guardando seu material escolar na mochila quando sentiu a aproximação de Harry.

- Então?

- Então o quê?

- Nós vamos conversar agora, não vamos?

- Eu não vejo necessidade – Josh respondeu secamente. Passou o braço direito pela alça da mochila e deu as costas a Harry, saindo da sala.

- Josh, espere aí – Harry o alcançou, pegando em seu ombro. – Por que está sendo tão frio comigo?

- Harry, eu... não estou com cabeça pra isso agora.

- Ora, vamos. Por que não me diz o que pensa? É o que eu quero que faça.

- Mas que droga! – Josh praticamente gritou, alguns garotos no corredor olharam para ele. – Tudo bem, então. Vem comigo.

Harry o seguiu até o lado de fora do prédio de aulas. Josh se encaminhou até o campo de futebol. Juntos, subiram as escadas e se sentaram no banco.

- O que você quer ouvir? – Josh perguntou.

- Não é o que eu quero ouvir. O que eu quero é saber de você. Como se sente. Como tem passado.

- Harry. Você realmente se importa?

- Não ouviu nada do que eu disse ontem? Eu quero que voltemos a ser amigos. Mas é difícil, pois você dificulta isso.

- É difícil pra mim estar perto de você novamente! – Josh conseguiu colocar pra fora. Ele passou as mãos pelos cabelos, respirando fundo.

- Ah. É isso. Não consigo te entender. Eu pedi o seu perdão. Será que você não pode fazer isso.

- Eu... quero perdoar você. Mas... sei lá, quando olho pra você, lembro daquele dia. Aquelas palavras não saem da minha cabeça – Josh falou, olhando para baixo.

- Eu me sinto péssimo por isso. Josh, olha pra mim, por favor.

Josh suspirou e olhou nos olhos azuis entristecidos de Harry.

- Eu me sinto péssimo. Acredite, eu me arrependi do que eu fiz assim que você saiu da minha casa.

- Se arrependeu? E por que você não foi me procurar depois? Por que, simplesmente, foi embora?

- Não sei o porque! Acho... que tive medo. Parte de mim queria ir até você e dizer “me desculpe, você é o meu melhor amigo”. Mas parte de mim sentia raiva. Não queria te aceitar desse jeito.

- Que tipo de amigo é você? Você me abandonou. Me tratou como se eu fosse lixo. Era em você quem eu mais confiava. Eu... abri meu coração com você. E você me mandou cair fora da sua vida.

- Eu sei que o que eu fiz foi muito errado. Mas você também tem que me entender. Eu nunca, jamais esperaria que você, um garoto, viesse até mim e dissesse que está apaixonado por mim. Josh, eu não sou gay.

- Eu sei muito bem disso. Tudo bem que você não me correspondia. Mas não precisava ter me tratado daquele jeito.

- Você tem razão. Eu não devia ter feito isso mesmo. É por isso que, mais uma vez, lhe peço desculpas. Sei que será difícil, mas eu queria que voltássemos a ser amigos. Podemos não voltar a ser como antes, mas... não custa nada tentar. Lembra? Éramos você e eu contra o mundo.

Uma lágrima silenciosa caiu do olho de Josh, ele a secou antes que Harry percebesse.

- Está falando a verdade?

- É claro que estou, Josh. Me dá uma chance, vai.

Josh pigarreou e olhou no fundo dos olhos do loiro.

- Tudo bem. Eu aceito, Harry. Eu fico feliz por voltarmos a ser amigos. De verdade.

Harry deu um sorriso, expondo seus dentes, e abraçou Josh, que retribuiu.

- Você é o cara mais legal que eu já conheci. – falou o loiro – Você é o meu melhor amigo. Eu sinto muito ter acabado com isso.

- Tudo bem. Vamos esquecer o passado. – separaram-se – Você também é meu melhor amigo – sorriu e apertaram as mãos.

- É isso aí – riram.

- Agora, me diz: o que você fez no último ano? E como você veio parar aqui? Que eu me lembre, você nunca me falou sobre um colégio interno.

- Ah. Bem, sobre isso, é tradição familiar dos homens Hale. Todos nós estudamos aqui. Meu pai, meus tios, meu avô e também meu bisavô. Eu nunca te falei sobre isso antes porque eu não queria vir pra cá. Eu tentava, de todas as formas, convencer o meu pai a não me matricular aqui. – Josh contava enquanto Harry ria – Eu já tentei até prender a respiração até que ele me prometesse não fazer isso – os dois gargalharam.

- Mas e aí? Parece que não funcionou, né?

- Não. Ele continuou assistindo a TV enquanto eu ficava roxo. Eu caí no chão, estava quase morrendo. Eu não agüentei, acabei cedendo – mais gargalhadas – E no final ele disse pra mim: “você pode ameaçar se jogar na frente de um trem, mas você vai pra lá, sim”.

- Nossa, Josh – Harry riu – Deu uma de William?

- Pois é. Por falar nele, ele estudará aqui no ano que vem.

- Ah, sério, cara?

- Sério. Ano que vem ele estará no ensino médio. Tradição dos Hale, lembra?

- Fala sério. Mas, por acaso, esse garoto “amadureceu? – fez o gesto de aspas.

- Tanto quanto um bebê que largou a chupeta – Josh respondeu ironicamente. Harry revirou os olhos.

- Eu não suporto esse seu primo. Sempre implicante. Infantil. E mimado.

- É. Mas tudo bem. Esta é a vantagem de um colégio interno: você fica distante das pessoas que irritam você – riram.

- É. Mas ano que vem, talvez, você tenha que aturar ele. Você vai cursar o 3° ano aqui, certo?

- Certo. Mas ele estará duas turmas atrás, então não tem problema.

- Hum. Josh, foi difícil você se adaptar aqui?

O moreno pigarreou antes de responder.

- Bem. No início, foi. Você sabe, eu sempre fui tímido. Nunca chego até as pessoas, deixo que elas cheguem até mim. – sorriu amarelo – Mas depois da primeira aula de educação física, eu me aproximei dos outros. Nós jogamos futebol, eles disseram que eu fui muito bem. Alex e Liam já se conheciam. João era meu colega de quarto. Logo, Gilbert e Gordon entraram para o nosso grupo.

- Hum. Você sempre foi meio fechado.

- Ah, Harry, eu me sinto estranho em ter que chegar às pessoas. Eu não sei o que dizer, se vão gostar de mim.

- Eu sei. A vida é assim.

Harry pegou seu celular de dentro da mochila, inseriu os fones de ouvido e ligou a playlist de seu celular.

- O que está ouvindo?

- Born To Die, de Lana Del Rey. – respondeu o loiro. Ele era um grande fã de Lana Del Rey.

- Ah, sim.

- Você ouve Lana?

- Não muito. Não é muito a minha praia.

Harry bufou.

- Fala sério, Josh.

- Qual é o problema?

- Deveria ouvir Lana Del Rey. Ela canta músicas ótimas, letras perfeitas. Não é mais do mesmo, assim como essa sua Demi, Miley, e outros cantores que você curte.

Josh deu um tapa na cabeça dele.

- Cala a boca, hein?

- Só falo a verdade

- O que você tem contra os meus ídolos, hein? Você sempre fala mal deles, cara.

- Sei lá. Você com raiva é engraçado – riu, Josh lhe mostrou o dedo – Vou te dizer o que fazer com esse dedo.

- Olha ali que casalzinho lindo, galera – ouviram alguém dizer. Olharam para a esquerda e viram os Trogloditas alguns metros longe.

- Só não beija, não, namoro no colégio não pode – riram debochadamente. Josh e Harry reviraram os olhos.

- Vamos cair fora daqui – disse Josh.

- Por que? Só por causa deles?

- Não só por causa deles. É por que também quero tirar esse uniforme. Vamos lá. Os dois desceram da arquibancada e se encaminharam para o dormitório. Os Trogloditas continuaram jogando piadinhas para eles, mas não deram bola.

- Odeio esses caras – falou Harry – Quando foi que eles começaram a implicar com vocês o resto do instituto?

- Ham... não sei exatamente. O Johnny dividia o quarto comigo. No início, ele era quieto.

- “Quieto”? Sério isso?

- Difícil de acreditar mas, sim, ele era. E era muito estudioso. Até um pouco simpático, eu acho. Às vezes ele dava um “oi” pra mim. Mas, de repente, ele mudou. Se juntou a uns garotos e se tornou o que ele é hoje.

- É incrível como algumas pessoas podem nos surpreender.

- Nem me fale – Josh disse irônico, mas Harry não percebeu.

Chegando ao quarto, encontraram somente Ricky ali, sentado à escrivaninha, fazendo a lição.

- E aí, Ricky? – Harry o cumprimentou.

- Oi, Harry. Oi, Josh.

- Oi. Tudo bem?

- Tudo. Não vimos vocês depois das aulas.

- Ah, a gente estava no campo. Botando o papo em dia – sorriu simpaticamente.

- Ah, ta. Bem, voltando à lição.

- Uhum.

Harry retirou o blazer e o pendurou no cabide do armário. Depois retirou a blusa do colégio, ficando com o tronco desnudo. Josh estava retirando seus tênis quando olhou para Harry e, somente agora, reparou algo em seus braços.

- Harry? – o loiro se virou para ele. – O quê é isso?

Harry engoliu em seco. Ricky também olhou para ele e reparou na mesma coisa que Josh, ficando de queixo caído.

- Harry – murmurou. Os olhos do loiro médio já estavam lacrimejando.

Josh se aproximou dele e pegou em sua mão, olhando seu braço direito. Havia alguns cortes e uns pontinhos pretos que ele não soube identificar. Ricky também se aproximou.

- Harry... você se corta? – Josh perguntou.

- Eu... fiz isso há um tempo. Mas não faço mais. – recolheu seu braço e alisou as cicatrizes.

- Meu Deus, Harry – Josh murmurou – Por que?

Harry piscou, impedindo as lágrimas de caírem.

- Meus pais. Eles se divorciaram. E isso foi demais pra mim – disse, se sentando em sua cama.

Se divorciaram? Então foi por isso que ele disse ele e somente sua mãe voltaram pra casa. Depois do divórcio, tia Sarah e ele voltaram aqui, pro Rio.  Mas como e por que se divorciaram? Desde que os conheço, sempre foram um casal muito apaixonado, unido, Josh falava em pensamento.

- Harry, eu sinto muito – falou Ricky – De verdade. Mas não deve fazer isso com você mesmo.

- Eu não faço mais. É que eu fiquei totalmente arrasado com isso que... quis tentar aliviar a dor que eu sentia. Então, numa noite, eu peguei o estilete e... fiz um corte no meu pulso.

- Harry – Josh sussurrou seu nome com a voz triste.

- E esses pontos pretos – Ricky apontou para as marquinhas arredondadas – São de queimaduras?

Harry assentiu.

- Quando eu não me cortava, eu me queimava com cigarro.

- Cigarros? Você fuma? – Josh indagou. Harry fumando e se auto-mutilando? Como aquilo podia estar acontecendo?

- Sim. Eu queria dizer que parei, mas seria mentira. Comecei a fumar há dois anos.

- Harry, cigarro não te traz beneficio nenhum, só mata você aos poucos. Não fume – Ricky lhe aconselhou.

- Ricky, eu lhe agradeço a preocupação. Mas não posso prometer nada – Ricky revirou os olhos – Josh, está chorando?

O moreno nem sequer tinha percebido, mas as lágrimas haviam caído de seus olhos. Ele as secou e deu uma fungada.

- Ver você desse jeito. Eu nem consigo acreditar. Harry, não faça mais isso, por favor.

- Eu já disse, não faço mais. Não voltarei a fazer. Não se preocupem, tudo bem?

Os dois assentiram.

- Eu vou tomar um banho. – o loiro disse, se levantando e retirando os sapatos, o cinto e as calças. Ficou só de boxer. Ricky e Josh teriam babado, mas não estavam com cabeça para aquilo. Harry entrou no banheiro, deixando os dois colegas a sós no quarto.

- Não acredito no que vi. – falou Josh – Logo o Harry?

- Eu sei. Eu também não consigo acreditar que pessoas próximas a mim costumam fazer isso. Me deixa triste.

- Imagine como eu estou. Ele é meu melhor amigo – Josh sentou-se em sua cama, Ricky sentou na de Gilbert, de frente para ele.

- Seu melhor amigo? Você tinha me dito que não eram amigos.

- Ah. Sobre isso, na verdade, éramos sim. Desde o jardim de infância. Crescemos juntos. E, como eu disse antes, nos afastamos.

- Foi por que você disse pra ele que é gay? E ele se afastou de você?

- Sim. Por aí. Mas ele não pensa mais dessa forma. Ele mudou, completamente.

- Isso é bom. E pensar que ele fez piada sobre as lâminas com a Demi – ele disse, Josh riu mas sem humor – Josh, mudando um pouco de assunto: posso te fazer uma pergunta?

- Pode.

- O que você sentiu... quando te beijei?

Josh corou com a pergunta do loiro.

- Olha, Ricky, eu... Precisamos mesmo falar disso?

- Desculpe. Bem, eu só queria saber. Se você gostou. Por que eu gostei. Você beija bem – sorriu de canto.

- Eu? Sério?

- Sim. Muito bem, pra falar a verdade.

Josh sorriu envergonhado. Era a primeira vez que alguém falava de seu beijo – óbvio, pois nunca havia beijado ninguém. E ele foi bem no beijo!

- Você acha mesmo, Ricky? Acha que eu beijo bem?

- Claro. Por que acha que não?

- Bem... não conte a ninguém, por favor. Mas eu nunca havia beijado alguém antes. – revelou, abaixando a cabeça, totalmente envergonhado.

- Nossa, é sério? Isso é muito bom.

- Hã?

- É muito bom. Eu nunca tinha sido o primeiro de ninguém. Fico feliz de ter tirado seu BV.

Josh corou novamente.

- E eu fui sincero. Você beija muito bem.

- Obrigado – Josh teve práticas. Há alguns anos, em casa, ele treinava beijo. Pegava algumas frutas, imaginando serem os lábios de Harry.

- E eu queria saber se posso te beijar novamente.

- O quê?

- Eu posso te beijar?

- Você quer me beijar?

- Sim. Eu gostei de ficar com você. Eu gostaria de ficar de novo.

- Puxa vida. Nem sei o que dizer.

- Que sim ou não. Mas estou torcendo para que diga que sim – sorriu.

- Bem... eu... acho que... sim?

- Jura?

- Eu... pode ser.

- Legal! – Ricky se sentou ao lado dele – Feche os olhos.

Josh obedeceu. Um segundo depois, sentiu os lábios do loiro roçando os seus suavemente. Ricky, inicialmente, lhe deu só um selinho. Depois, pediu passagem com a língua, Josh lhe cedeu. Ricky explorou cada canto da boca de Josh cuidadosamente. O moreno estava adorando aquilo. A boca de Ricky era doce, gostosa. Enquanto o beijava, o loiro acariciava os cabelos escuros dele. Não resistindo, Josh também acariciou os cabelos loiros de Ricky, enrolando algumas mechas com o dedo. Quando o ar se fez necessário, interromperam o beijo.

- Você beija tão bem – Ricky sussurrou. Josh fechou os olhos novamente, desta vez ele quem atacou os lábios de Ricky. Ricky lhe cedeu a passagem, Josh comando o beijo, sendo retribuído. Durante o beijo, Josh soltou um gemido. Realmente, era delicioso beijá-lo. Estava lhe causando uma excitação. Como no sonho que tivera com ele, noite passada. Ricky e ele num momento sensual. Pareceu muito real.

O beijo foi interrompido quando Harry abriu a porta do banheiro, entrando no quarto.

- Puxa. Eu tenho que parar de fazer isso – disse, com uma leve ironia. Josh corou, Ricky riu baixinho.

Ricky voltou a fazer sua lição, Josh foi tomar banho e vestiu uma roupa confortável. Logo, deu sete e meia e eles foram para o refeitório jantar. Encontraram seus amigos no local e ficaram ali conversando. Ben estava um pouco cabisbaixo, mas falava.

***

Naquela noite, debaixo das arquibancadas, Johnny e os Trogloditas estavam ali, fumando baseados. Ronny, um de seus seguidores, fora quem conseguira a droga.

- Esse é dos bons, hein, Ronny – disse Bob, dando uma tragada no cigarro.

- Cara, to doidão, aí – Ruan falou, balançando a cabeça, todos riram.

- Nada melhor do que encerrar o primeiro dia de aula queimando unzinho. – murmurou Pedro.

- Pois é – concordou Ruan – Aí, Johnny, é sério que tu grudou chiclete no cabelo daquele playboyzinho?

- Sim. O otário nem percebeu – gargalhou – Deve ter dado o maior chilique quando viu.

- É. Mulherzinha fica cheia de “nhé, nhé, nhé” com esse negócio de cabelo – disse Ronny.

- A gente devia dar um tempo – falou Pedro – Sei lá, to cansado disso já.

- É o quê? – indagou Ruan – Ta de sacanagem?

- Ah, sei lá, ué. Devíamos parar de perseguir aquele grupo. Procurar um outro hobby. Já estou entediado.

- Ah, vai se foder, Pedro! Ta entrando pro time deles agora, é? – Bob o provocou, Pedro revirou os olhos.

- Cara, nadar a ver. Só to cansado de ficar enchendo o saco deles a troco de... A troco de quê, aliás?

- A troco de acabar com aqueles viados. – falou Johnny.

- Sabe se algum deles realmente é gay?

- Aff, você é retardado? Eles são gays. Uns veadinhos. Umas bichas. Odeio esse tipo de gente.

- Não tanto quanto eu – disse Bob, Ruan concordou com ele.

- E Pedro: to desconfiado de você. Ta querendo o quê? Ser um desses otários fracassados aqui desse instituto? Virar um desses veadinhos, é? É isso? Por que, se for, pode ralando daqui. A gente não quer viado andando com a gente, não.

- Eu não sou viado! Não sou! Só to dizendo que ta enchendo o saco a gente ficar na cola daqueles lá.

- Então, cai fora, vai. Se não tiver satisfeito, mete o pé. Mas saiba que você vai ser tratado que nem eles.

- Ta falando sério? – Johnny assentiu – Qual é, cara? Somos parceiros.

- Quem não está comigo, está contra mim.

Pedro engoliu em seco. Ele pegou mais um baseado, acendeu com o isqueiro e disse:

- Esquece, cara. Falei merda. Eles são um bando de viadinhos. Não deveriam nem existir. Vamos encher o saco deles pra eles aprenderem a honrar o que tem no meio das pernas.

Todos gargalharam.

- Assim que se fala. Vamos acabar com as Bibinhas – disse Johnny, dando mais uma tragada.


Notas Finais


Como puderam ver, pus algumas coisas sobre alguns personagens que não pus na versão 1. Caso estejam se perguntando, sim, eu ia por na 1ª versão, só que mais pro final. E essa parte da Lana Del Rey foi em homenagem a um de meus amigos e tbm leitor/autor favorita, @Lolita-Man (para de mudar esse nome, por favor). Um beijo, seu Gangster divo. E mais uma vez, @Angeli_Pietro, obrigado pela capa. Vc é mto diva :3
Espero que tenham gostado do capitulo. Não esqueçam de comentar por favor, depois podem me apedrejar. Tentarei não demorar no próximo. Beijos. :3<333


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