História Girls - Efeitos colaterais

No dia seguinte eu acordei aos berros da barulhenta maknae line - com Jaehyuk - sobre um eu deitado (jogado) no chão da cozinha.

As memórias da noite passada eram borrões na minha cabeça, mas eu me lembro bem da bebida esquisita, da senhora que nos ofereceu ela, e de mim e Mashiho desmaiando na cozinha do dormitório pouco tempo após ingerir aquela coisa estranha. 

É, pelo visto não era veneno. 

Então eu me perguntava o porquê de tanto escândalo e porquê estavam dizendo que tinha duas garotas no dormitório enquanto apontavam para mim e um Mashiho igualmente confuso. 

– Dá pra pararem de gritar? A minha cabeça agradece - por que minha voz estava tão fina? Era um efeito colateral? 

– Quem são vocês e o que fizeram com os nossos membros?! - Doyoung perguntou, se defendendo não sei do quê com uma frigideira na mão, uma colher na outra e uma panela na cabeça servindo como capacete. 

Era só o que me faltava. 

– Pelo amor de Deus Dobby, vai guardar essas coisas de onde seja que você tirou elas - pedi enquanto massageava minhas têmporas, no intuito de aliviar a tensão no meu corpo – Os outros já acordaram? 

– Não podemos dar detalhes do nosso dormitório pra fãs loucas, me perdoem - Haruto disse, tentando manter a calma do cômodo - Como encontraram nosso dormitório? 

– Talvez porque a gente mora aqui também? - Mashiho perguntou, irônico. Sua voz também estava estranha - O que deu em vocês pra estarem assim? Beberam muito refrigerante noite passada mesmo eu tendo dito que não era pra beber? Eu falei que não ia acabar bem!

– Essas daí são louquinhas - Jaehyuk comentou - Lindas, mas louquinhas. 

Eu estava me preparando pra xingar o Yoon de uma forma nada bonita, mas quando eu estava prestes a fazê-lo, Yoshinori apareceu na entrada da cozinha, ainda coçando os olhos de sono. 

– Aí, que bagunça é essa aqui? - os olhos do Kanemoto, assim como todos os outros, se arregalaram quando ele os colocou sobre mim e Mashiho - E por que tem duas garotas na nossa cozinha?! 

– DROGA! - gritei, irritado - Caramba, por que essa confusão toda só porque eu dormi no chão da cozinha com o Mashi? não pode mais?! - me levantei do chão num pulo, sentindo outra coisa pular também assim que eu o fiz. 

Certo, eu fui dormir reto e acordei com dois lindos e grandes pares de seios que balançaram de um lado para o outro assim que eu pulei, e eles estavam enfeitando uma área que não deveria estar assim agora. 

Que droga é essa?! 

– Hyung... V-Você é uma - ouvi a voz trêmula de Mashiho atrás de mim e me virei na sua direção, dando de cara com um cabelo ondulado curto que mais parecia uma juba de leão de tão bagunçado e um corpo levemente bronzeado e delicado por baixo daquela blusa larga. 

– GAROTA?! - gritamos juntos, recomeçando o caos de antes. 

Ah, aquilo explicava um bocado de coisa. A começar pela sensação estranha que eu estava sentindo no meio das minhas pernas. 

– Não era pra isso acontecer! - Mashiho continuou, choramingando - Não era isso que eu queria! 

Eu estava pra ter um surto interno no meio daquele alvoroço todo, e como se não bastasse o resto da hyung line precisava entrar no meio. E isso resultou com o Treasure todo reunido na sala de estar do dormitório, comigo e Mashiho ajoelhados no carpete felpudo que cobria a área dos sofás, estando numa distância segura dos outros membros. 

– Me convençam de que vocês são Mashiho e Hyunsuk - foi tudo o que Yedam disse e precisou dizer pro desespero tomar conta do baixinho do meu lado. 

– E-Eu tenho pé feio! - Takata falou, céus, ele parecia prestes a passar mal. 

– Mostre - Jaehyuk ordenou. Na mesma hora Takata tirou a meia e levantou a perna na direção do resto do grupo, incrivelmente mostrando um pé pequenino e fofo - Essa é a primeira mentira, Mashiho. 

– Mas que esse pézinho é fofo, ele é - Yedam comentou. 

– Certo, foco aqui - Jaehyuk chamou a atenção de todos que antes se fixava somente no pé delicado de Mashiho - Agora é a sua vez, “Hyunsuk hyung” - eu senti todos os pelinhos do meu corpo se arrepiarem antes de levantar a blusa e ver que meu precioso ABS não estava mais lá. Sério, eu quase chorei quando vi uma cinturinha fina e uma barriga chapada ao invés do meu precioso six pack. 

Eu dei tão duro na academia por aquele tanquinho, não acreditava que ele tinha ido embora tão fácil. 

– Moça se comporte por favor, há homens aqui! - Yoshinori pediu com a face meio avermelhada, bem envergonhado. Fofo. 

– Se comportar meu ovo esquerdo, eu não acredito que trocaram meu tanquinho por um peitão e uma bundona - falei alto, alisando minha barriga - Aquele six pack foi construído com o trabalho duro de anos, eu não parei nem quando a gente tava no Treasure Box. 

A sala ficou silenciosa enquanto eu ainda lamentava a perda do meu tanquinho. 

– Alguém ainda tem dúvida de que ela é realmente o Suk hyung? - Jaehyuk perguntou, em reposta o resto do grupo apenas negou - E ela? - Yoon apontou para Mashiho. 

– Ela é o Mashi hyung né, seu idiota. Tanta pergunta pra nada - Jeongwoo respondeu o óbvio, sem se importar com o olhar feio do Yoon - Mas como isso aconteceu? 

– A culpa de tudo isso é da avó do Watanabe e eu tenho certeza! - Mashiho exclamou e começou a contar toda a história, detalhe por detalhe. Se fosse depender de mim para isso eu com certeza não iria explicar com a riqueza de detalhes como Takata fazia, sequer lembrava de tudo. 

– Espera, vocês se encontraram com a vovó Watanabe por acaso? - eu e Mashiho assentimos - Impossível, ela está em Busan agora. 

– Mas você não veio do Japão? - Doyoung perguntou. 

– Isso não quer dizer que ele não possa ter parentes em outras partes do mundo. Haruto cresceu com os pais dele, não com a avó - Jaehyuk respondeu. 

– Grosso - o Kim mais novo resmungou. Jaehyuk estava pra revidar, mas eu decidi intervir antes que outra briga começasse. 

– Olha, tudo que eu quero é saber o que a avó do Haruto me deu pra beber, como e porquê eu fiquei assim - falei, apontando para meu corpo. 

– Foi uma poção - o Watanabe explicou, coçando a nuca num sinal de desconforto - Dá pra dizer que minha família... Tem um lance de mexer com bruxaria há gerações. 

– Isso quer dizer que você é tecnicamente um bruxo? - Haruto assentiu, meio confuso - E você consegue reverter essa situação?! - eufórico, Mashiho questionou. 

– A última vez que eu peguei num livro de poções foi com doze anos de idade, e eu era péssimo - bufei, decepcionado. Se bem que nem fazia tanto tempo assim, Haruto ainda era um bebê, só que um bebê gigante - Eu só consigo lembrar de poucas coisas que eu aprendi, e uma delas é que nenhum bruxo consegue reverter um feitiço ou uma poção se não for ele o responsável por ela. Há também aquela relação de propriedade entre bruxo e solicitante, então mesmo se quisesse, não poderia fazer nada.

Praguejei alto e me joguei no carpete da sala, mal me importando se a blusa subiu um pouco acima da altura dos meus seios e eles ficaram meio expostos. 

– Hyunsuk hyung! - Asahi me repreendeu e rapidamente me cobriu com o casaco que ele estava usando por cima do pijama, todo envergonhado por ter feito isso - As crianças tão na sala!

Rapidamente eu me dei conta da situação e me arrumei. Mais um pouco e eu ia deixar os mais novos traumatizados pelo resto da vida. Ninguém tá pronto pra ver peito ainda.

– Me desculpem, eu não pensei muito antes de fazer isso - falei, envergonhado. 

– Aproveitando que o Sahi hyung tocou no assunto, agora a gente tem que te chamar de noona né? - Jeongwoo perguntou na intenção de me tirar do sério, e funcionou. 

– Claro que não! - bufei - Você já viu uma mulher carregando Hyunsuk no nome?! 

– Possibilidades existem - o Park mais novo rebateu, e desde então a sala passou a ficar num desconfortável silêncio. 

Em nenhum momento desde que a confusão começou Junkyu ou Jihoon falaram alguma coisa, eles pareciam pensar no que fazer assim como eu, mas estavam mais sérios e focados. 

Isso até Jihoon resolver abrir a boca. 

– Haruto, vamos visitar sua avó - o Park disse, decidido - Nós temos dois dias para que esses teimosos voltem ao normal antes de voltarmos com as atividades do debut, então não temos muito tempo. Vão trocar de roupa e não demorem. 

– Mas a minha avó, ela... - foi a vez de Junkyu se pronunciar em cima do assunto, cortando totalmente a voz do rapper mais novo e visual. 

– Você ouviu bem o que seu hyung disse, não é? - Haruto abaixou a cabeça e concordou. Cara, eu odiava quando Jihoon e Junkyu inventavam de bancar o macho alfa daquela casa ao mesmo tempo, sendo que os dois nem tinham pose pra isso. 

Sim, eles eram cheios de defeitos. 

– Ei, não precisa falar assim com ele - Mashiho se levantou e foi abraçar Haruto com a intenção de protegê-lo do mau humor matinal de seu roommate enquanto olhava feio para o mesmo - Quem deu início nessa burrada foi Hyunsuk hyung quando resolveu fugir ontem a noite, e eu também, porque decidi ir atrás dele ao invés de voltar com ele pro dormitório. Haruto não tem culpa de nada só por ser neto da senhora que colocou a gente nessa situação. 

E novamente, a sala ficou silenciosa. 

Mashiho emanava um espírito de proteção que eu nunca tinha visto nem quando nós estávamos no Treasure Box. Era surpreendente e ao mesmo tempo assustador. Parecia uma mãe.

– Mashi hyung, você tá apertando o Haruto e eu acho que ele não consegue respirar - rapidamente e bem envergonhado, Mashiho se afastou de Haruto, vendo o moreno respirar pesado logo em seguida. 

– É difícil pra mim, tá legal?! Eu não consigo nem controlar o meu próprio corpo agora! - o Takata esbravejou. 

– Nós vamos fazer você voltar o mais rápido possível - Jihoon assegurou, bem mais tranquilo do que antes. Confesso que me senti um pouco enciumado - Precisamos ir, vão se arrumar. 

Todos assentiram e cada um seguiu para seus devidos quartos, eu para o que dividia com o Park. 

O medo dele não me aceitar por ter virado uma mulher era grande, mas o das minhas roupas favoritas não servirem mais em mim era bem maior.

...

Dito e feito. 

Meia hora se passou e eu não encontrei NADA no meu guarda-roupa que ficasse realmente bom, nem mesmo os calçados. Primeiro o meu ABS e agora isso? Eu quero chorar. 

– Eu não vou sair assim! - fiz birra, descendo pro primeiro andar, onde a maioria dos membros aguardavam - Não tem nada que sirva em mim e eu não quero usar roupa de homem! 

– Eu também! - Mashiho exclamou logo atrás de mim, seguindo meus passos - Nem mesmo meu jeans favorito coube em mim! 

– Foi um sacrifício fazer as bermudas e calças entrarem em mim porque o meu bumbum tá muito grande, e quando serviam ficavam largas na cintura - bufei. 

– Podem ir pra onde quiserem, mas eu não vou sair daqui - eu e o japonês falamos ao mesmo tempo, indo nos sentar no sofá disponível. 

– E o que nós temos a ver com isso? - Junkyu perguntou, ainda meio mau humorado. 

– É simples, Kyu - sorri de canto - Sem o líder no set de gravação na segunda de manhã, sem MV de debut pro Treasure. 

– Aish, vocês ficaram dez vezes mais complicados depois que viraram mulheres - Jihoon bufou, pensando em alguma coisa - Doyoung, você ainda tem o número das garotas do Loona, né? 

– T-Tenho, mas eu nunca conversei com elas - corado e gaguejando, o Kim respondeu - O Byounggon hyung que passou pra mim quando eu saí com ele na época do MixNine. 

– Isso deve servir - o Park concluiu - Checa a rotina do Loona e liga pra elas. A gente vai ter que vestir duas garotas birrentas antes de ir pra Busan.

...

Uma hora mais tarde e havia duas idols com pouco tempo de estréia paradas na sala do dormitório nos dando dicas de moda e sugerindo roupas que combinavam com a gente, sem saber que éramos e Choi Hyunsuk e Takata Mashiho do Treasure. 

Em certo momento, Hyunjin jogou um conjuntinho em cima de mim, e eu sinceramente amei por fazer parte do meu estilo, só que em roupas femininas. Meu lado fashionista estava gritando com o tanto de combinações que eu poderia fazer com aquelas peças lindas e delicadas. 

– Eu me pergunto se você tem um sutiã pra usar com essa blusa, mas eu acho que sim - olhei pra ela, todo confuso - Vai me dizer que não trouxe um? - troquei mais olhares de confusão com o japonês do meu lado, esse que segurava uma saia e uma blusa na mão - Nenhuma das duas trouxe?! 

– Cara, que tipo de garotas são vocês? - Heejin questionou e eu automaticamente pensei em uma desculpa esfarrapada. 

– Algumas coisas aconteceram ontem a noite, Misaki e eu fomos expulsas de casa durante a madrugada só com roupas de dormir e minha única salvação foi pedir abrigo a Jihoon, meu amigo de longa data - falei, rezando pra que aquela história colasse. E ela pareceu cair já que Heejin me olhou com a maior cara de dó. 

– Parece ter sido horrível, mas vocês estão salvas agora - a Jeon me abraçou - Se não for muito incômodo contar, mas o que aconteceu? 

– A culpa de tudo isso é do traste que a Hyemi namora. Ele teve um surto de raiva e ciúmes na noite passada só porque me viu abraçada com ela enquanto dormiamos e pra escapar dele nós tivemos que fugir de casa - Mashiho prossegiu com a mentira. 

– Coitadinhas. Se dependesse de mim todos esses babacas que não sabem como tratar uma mulher estariam mortos - Hyunjin comentou, acariciando o cabelo cacheado de Mashiho - Estão ouvindo, garotos? Não sejam esse tipo de cara ou eu apareço no dormitório de vocês com um tesourão de jardinagem, e não vai ser pra podar as plantas do prédio - na mesma hora, todos os nove (Junghwan, como o bom menino que é, não saiu do quarto por achar que eu precisava de privacidade) engoliram em seco e assentiram. Hyunjin era assustadora quando queria ser - Mas, vocês duas deram sorte já que eu trouxe alguns pares de sutiã e top que as meninas compraram e não usaram depois, só não sei se algum deles vai servir na Hye porque ela tem seios grandes - corei. A Kim falava daquelas coisas com uma naturalidade que chegava a dar medo, isso porque tinha nove caras olhando tudo que a gente fazia. Não sabia se era por curiosidade ou inconveniência.

– Bom, não vamos saber se não tentar - Heejin concluiu, pegando um sutiã nas bolsas que elas trouxeram. Ele era preto e com detalhes de renda, uma gracinha - Não vai caber - ela falou após olhar descaradamente meus seios, descartando o sutiã logo em seguida e pegando um top também na cor preta. Olha, não estava sendo fácil - Acho que agora serve! - Heejin sorriu - Eu acabei comprando esse top no tamanho errado achando que servia em mim e foi um dos maiores que eu encontrei no dormitório, né Hyunjin? - a morena confirmou. 

– Deixar esse top jogado é um desperdício de dinheiro - a Kim comentou. 

– Realmente - Heejin prossegiu o assunto do qual eu não estava entendendo praticamente nada - Hye, veste isso por favor - a morena jogou a peça de roupa íntima na minha direção e eu a peguei sem jeito. 

– A-Aqui? - subitamente eu fiquei com vergonha de ter que tirar a roupa na frente dos meninos, tinha três crianças na sala, eu não ia expor meu corpo feminino e sem nenhuma roupa pra eles verem. Eu sei que nenhum deles é santo, mas ficar nu na frente de todos já ia ser um pouco demais. 

– É, onde mais você pensa em provar? Eu preciso ver como ele fica em você - Heejin só foi dar conta do motivo da minha vergonha assim que olhou pra trás de mim e viu nove garotos ansiando para que eu tirasse minha roupa na frente deles, malditos hormônios masculinos - Ah, tá explicado - ela murmurou - Rapazes, por favor nos dêem licença, vai ser rapidinho - um a um, eles foram se retirando e tomando o rumo dos quartos, finalmente nos deixando a sós - Prontinho meu anjo, agora você pode tirar sua roupa. 

E eu confiei na minha sênior, me virei de costas e me livrei daquela blusa larga que já estava me incomodando, sem notar que Junkyu tinha voltado pra buscar sei lá o quê em cima do sofá. E bom, eu estava de frente pra ele. 

– Voltei pra pegar meu celular - ele justificou, os olhos vidrados nos seios que eu tentava inutilmente cobrir - Uau, são lindos - o Kim comentou e saiu da sala com um sorrisinho cafajeste nós lábios. 

Eu não sabia se me escondia ou agradecia Hyunjin por ter jogado um sapato na cabeça do vocalista e chamado ele de pervertido antes dele deixar totalmente o cômodo. 

– Eu tenho medo da influência que ele dá pros mais novos - Heejin comentou enquanto eu colocava aquela peça de roupa incômoda, mas necessária. Mal sabia ela que eu era considerado a pior influência, não sei porquê se eu sempre me mostrei um líder exemplar. 

Às vezes eu perco a paciência e sinto vontade de bater nos meninos? Sim, mas faz parte. Me disseram que ser líder ia ser legal, só esqueceram de contar sobre a parte em que eu basicamente tenho que dançar pra colocar todo mundo na linha. 

– Heejin unnie, eu já coloquei o top - avisei, ainda de costas pra ela. Rapidamente, a Jeon me virou de frente para si, dizendo que havia ficado perfeito em mim e que queria um naquele modelo também mas em tamanho menor, apesar de eu mal conseguir respirar, além de que aquilo deixou a minha postura toda torta. 

A sensação de ter algo em torno do meu peito era estranha, era como estar amarrado com cordas naquela região. Preciso confessar que era horrível usar aquele tipo de coisa, mas era necessário se eu quisesse que a roupa que eu tinha escolhido caísse bem no meu corpo.

– Eu não consigo respirar direito, tá apertado - pedi socorro.

– É só ajustar a alça. Vem aqui, deixa que eu faço isso - Heejin começou a mexer numa parte do top que eu não fazia a mínima ideia de onde era e para o que servia, mas funcionou já que eu me senti muito mais leve depois que ela fez isso - Ficou tão lindinho em você. 

– Obrigado - agradeci o elogio com um sorriso tímido. 

– Mas então, você já escolheu o que vai vestir? - assenti, apontando para o conjuntinho jogado no sofá - Hmm, será que o short cabe? 'Miga, você tem um bundão. 

– Acho que isso não tem nada a ver - Hyunjin falou, se metendo no meio da conversa - O short tem Lycra, caber até cabe, tem que ver é se cobre a bunda toda. 

Eu realmente tinha gostado daquele short - e ficado meio desconfortável com o que Heejin e Hyunjin tinham dito. Ter uma bunda grande não deveria fazer parte de mim se o padrão coreano era corpos magros, na verdade, ser uma garota não deveria fazer parte de mim -, mesmo que tivesse toda a dúvida de que serviria, eu fui sem medo e o vesti, em seguida a blusa. 

Elas estavam certas, não cobria a bunda direito, mas eu estava me sentindo uma grande gostosa. 

– Você tá maravilhosa! - Hyunjin exclamou, vidrada em mim. 

Eu sei, eu também me comeria. 

– Adorei o seu bom gosto - Heejin me elogiou - Agora só falta escolher o sapato e os acessórios. 

Por fim eu acabei optando por um Vans básico e a corrente que foi colocada na lateral do meu short. Heejin também resolveu passar um pouco de um tal lip tint nos meus lábios só pra dar uma corzinha, já que ela dizia que eu era muito “linda” naturalmente para precisar usar maquiagem. 

E, tcharam! Eu estava pronto e me sentindo a última Coca cola do deserto. De verdade, eu estava muito lindo. 

Tá bom, talvez perder o ABS definido não tenha sido tão ruim assim. 

– Agora só falta a Misaki ficar pronta e o nosso trabalho aqui estará terminado - Heejin comentou, se sentando do meu lado no sofá. 

– É uma pena, eu realmente gostei de vocês duas - comentei com um biquinho triste nos lábios. Não era mentira, eu tinha gostado muito de ter passado aquele tempo com elas. Kim Hyunjin e Jeon Heejin eram garotas incríveis. 

– Ownt, que fofa - a Jeon me abraçou, rindo - Você pode pegar nosso número com o Doyoung e a gente pode combinar um 'rolê quando nossa agenda não estiver tão cheia, como aconteceu hoje. Foi divertido conhecer vocês duas, acho que as outras meninas iriam adorar também. 

Passei uns bons minutos conversando trivialidades com Heejin, esperando Mashiho ficar pronto. Durante esses minutos eu descobri coisas sobre o Loona que nenhum site de fofocas nunca descobriria, tipo da vez que as meninas mataram treino enquanto a Chuu distraia os staffs e os managers com a energia interminável que ela tinha. Eu também contei a elas coisas sobre o Treasure que ninguém sabia além de nós mesmos - claro, sem dar muito na cara que eu morava ali e que era um dos membros que havia “saído” mais cedo, já que foi essa a desculpa que Junkyu deu pra acobertar a nossa “ausência” quando elas chegaram -, como da vez que Jaehyuk se juntou com Jeongwoo e Haruto e os três quebraram a TV da sala com aquelas brincadeiras idiotas que eles tinham. Quando eu disse isso a Jeon começou a rir que nem uma louca, falou que a realidade aqui dentro era totalmente diferente do que a mídia mostrava lá fora, ao mesmo passo que Mashiho tentava chamar a nossa atenção por já estar arrumado. 

Não querendo ser exagerado, mas ele estava inteiramente enfeitado de rosa e branco da cabeça aos pés. Ele realmente parecia uma garotinha delicada, bem ao contrário de mim. 

Hyunjin ficou um bom tempo me olhando antes de olhar Mashiho e dizer: 

– Vocês são tão diferentes uma da outra, a Misaki é toda delicada, já a Hyemi é toda durona. Como é que vocês conseguem viver juntas? - a Kim questionou. 

– Sinceramente, nem eu sei - falei. Eu tinha mesmo ido fundo naquela mentira. 

– Aliás, como é que a Misaki tem esse cabelão ondulado tão lindo? Eu quero o número do seu cabeleireiro, se possível gostaria tentar algo novo no próximo comeback do grupo. Vocês acham que eu ficaria bonita com o cabelo ondulado? - Heejin questionou. 

– Na verdade, eu nasci com ele - Mashiho respondeu. Bom, “nascer” não era a palavra certa, mas já que nenhuma das duas conversando com a gente entenderiam que viramos garotas por causa de uma bebidinha esquisita com gosto de framboesa, ficaria por isso mesmo - E, unnie, você fica linda de qualquer jeito. O cabelo ondulado seria só um toque a mais - Heejin riu, envergonhada. 

– Obrigada - ela agradeceu - E não deixe que ninguém fale que seu cabelo é feio porque ele é totalmente o contrário, os padrões coreanos que são uma merda - Mashiho riu ao mesmo tempo que Heejin pegou a última peça de roupa jogada no chão, a dobrou e colocou no espaço vago na bolsa. Era uma calça jeans, e apenas olhando de longe eu via que aquilo não caberia em mim nem se eu rezasse pra tudo quanto é deus e santo. Muito pequena, não ia passar nem pelas minhas coxas - Hyemi também. O seu corpo é lindo e eu tenho inveja dele, nunca que eu poderia usar uma blusinha dessas só com o top por baixo, não tenho o que mostrar - a Jeon riu baixinho - Você deve fazer muito sucesso com os garotos na rua, além de ser linda e dona de um bom caráter, ainda tem um corpo perfeito.

– Assim você me deixa envergonhada - falei, sentindo minhas bochechas arderem de calor - Mas eu não sei porque você fala uma coisa dessas se é linda, bem sucedida e famosa. Você não só mexe com o coração dos garotos na rua, você mexe com o coração de vários garotos do mundo inteiro. 

– Agora quem fica envergonhada sou eu - ela confessou, rindo. 

– Meninas, agora nós precisamos ir - Hyunjin falou, colocando a mesma máscara que ela usava quando entrou no nosso apartamento. Mashiho e eu soltamos muxoxos de descontentamento - Se precisarem de alguma coisa, é só nos ligarem. Dobby tem os nossos números, peguem com ele depois. Até qualquer dia! - a Kim se despediu de nós, fechando a porta da entrada do dormitório logo em seguida. 

Cara, isso foi muito louco. Tipo, louco ao extremo. 

A possibilidade de usar um short curto nunca tinha passado pela minha cabeça em toda a minha vida, e nem que eu iria gostar tanto de estar vestido assim. Mas cara, eu estava amando! As minhas curvas estavam bem destacadas, a roupa realçava tudo e um pouco mais. Eu nunca imaginei que eu seria uma mulher tão gostosa assim. 

E o Mashi? De verdade, Mashiho estava sensacional. A roupa havia caído perfeitamente com o seu tom de pele mais bronzeado e seu cabelo parecia estar tão cheiroso e macio, por mais que Hyunjin só tivesse o arrumado com um lenço cor-de-rosa pra combinar com o look fofo. 

Porém, nós ainda tínhamos um problema, quer dizer, um não, dez já que até Junghwan estava no meio. E esses dez estavam direcionando olhares de choque para mim e o japonês do meu lado. 

– Os hyungs estão lindos, ou lindas, não sei como me referir - Junghwan elogiou, ou pelo menos tentou, todo tímido. 

– Você que é lindo todo envergonhado assim - falei, caindo de amores pelo maknae. Eu não tinha culpa se ele era fofo ao extremo. 

– A roupa do Hyunsuk está exalando segundas e terceiras intenções, já a do Mashiho me faz querer pegar ele no colo e apertar. Isso é engraçado - Yoshinori comentou e riu, recebendo um tapa nada fraco de Junkyu na nuca, seguido de um olhar mortal. Bem feito, se fosse eu no lugar dele fazia pior - É só uma brincadeira! 

– Olha bem pra cara dos dois e diz se eles acharam graça na sua piadinha - o Kim repreendeu - Definir a personalidade de uma mulher através do que ela veste é algo extremamente desrespeitoso e machista, não foi nada divertido. 

Quem está chocado agora sou eu. Esse é mesmo o Kim Junkyu que eu conheço? Tipo, aquele conquistador de quinta que tinha dito que meus seios eram lindos algum tempo atrás? 

Será que o sapato a Hyunjin jogou na cabeça do Kim acabou afetando o cérebro dele? Porque eu amei.

– Nós estamos entre amigos! E não é como se esses dois fossem ficar ofendidos porque nem mulheres eles são! - Yoshi bufou. 

– Na verdade, eu até que me ofendeu um pouco pelo jeito que você falou das minhas roupas quando me esforcei tanto atrás de uma que agradasse meus gostos - falei, provocando a paciência do rapper japonês - Mashiho também, se ele gostou de usar rosa então deixa ele usar rosa. Não precisa ficar falando isso e aquilo só pelo o que estamos vestindo agora, é algo idiota. 

– Lembra que a Jin noona disse que voltaria para castigar a todos caso algum de nós fosse babaca com o sexo oposto, né? - Mashiho perguntou, vendo o Kanemoto engolir em seco - Se ela não fizer isso é porque eu já vou ter feito. E não duvidem da minha capacidade!

– Hyungs, quer dizer, noonas, quer dizer, sei-lá... Isso foi realmente assustador, vocês realmente levaram a sério o que a Hyunjin noona falou - Jeongwoo comentou, um pouco surpreso e assustado com o que Mashi tinha dito - A gente precisa levar eles até a avó do Haruto, estão começando a agir como garotas. 

– Eu continuo sendo bem macho, ok? - fiz cara feia e cruzei os braços em torno dos meus seios - Só que é muito chato ter que aturar homem assim e não poder falar nada, porque se eu falar vou sair como o errado da história por simplesmente estar usando uma roupa curta - olhei fulminante para Yoshinori por um breve momento - A sociedade é escrota. 

– Me desculpa então, tá bom? - o Kanemoto pediu e eu sorri satisfeito - Mas que fique avisado que se você vier me pedir sugestão a respeito do que vestir eu vou virar a cara e fingir que não ouvi nada. 

– Olha Hyunsuk, eu realmente adorei ouvir tudo o que você tinha a dizer sobre o comentário de mal gosto do Yoshinori e tudo mais - Junkyu me elogiou - Mas, Jeongwoo está certo. A gente precisa reverter essa situação o mais rápido possível antes que o Suk boca suja e brincalhão que todos nós conhecemos desapareça pra sempre. 

– Espera, o que você quer dizer com isso? - Mashiho questionou, um tanto enciumado por causa de Junkyu. 

– Enquanto vocês estavam se arrumando, Haruto nos reuniu num quarto e disse que se seus propósitos nesses corpos não forem cumpridos, vocês ficarão presos neles pra sempre e... - Jihoon respirou fundo - E vão esquecer de quem vocês eram no outro corpo, isso inclui amigos, sonhos e família. Vai ser como se nós nunca tivéssemos nos conhecido e vocês dois não tivessem sonhado em entrar na YG com o desejo de ser idol. 

O ar na sala se tornou denso de repente. 

Tudo que eu conheço, meus pais, meus amigos, Jihoon... Eu não iria mais lembrar de nenhum deles? 

O tempo estava correndo e eu nem sabia o que fazer para dar um jeito naquela bagunça, eu estava tão desesperado. 

Mas Mashiho não. 

Mashiho pegou na minha mão, olhou bem fundo nos meus olhos e me deu um dos melhores abraços de conforto que eu havia recebido nesses últimos tempos. Ele sabia do que eu precisava. 

– Vamos bater um papo com aquela bruxa - falei, já seguindo pra porta - O que vocês estão olhando?! O trânsito deve estar um terror uma hora dessas! - chamei a atenção de todos, que pegaram o que precisavam e rumaram para a porta. 

Mashiho e eu começamos a andar bem apressados devido a tensão e ansiedade em encontrar a bruxa que nos transformou em garota - tanto que o resto do grupo havia ficado pra trás -, que a gente mal notou que tinha uns garotos no corredor mais a frente, bloqueando a passagem do elevador justamente quando estávamos na pressa. 

Vou te falar viu, só tenho vizinho babaca. 

– Mas de que cantinho do céu esses anjinhos saíram? - revirei os olhos. 

– Cara, uma loirinha e uma morena. Isso acaba comigo de uma forma que Deus nem imagina - Mashiho cruzou os braços e se encostou do meu lado na parede. 

Eu espero que Deus me dê forças pra lidar com isso de maneira bem civilizada. 

– De onde as gracinhas são? Se mudaram pra cá quando? - um garoto de cabelo azulado perguntou. 

– Isso é da sua conta? - retruquei, curto e grosso. 

– Hye, se controla - Mashi pediu, me abraçando. 

– Que fofo, são irmãs? - eu estava prestes a responder aquela pergunta quando um Junkyu respirando pesado se intrometeu no meio da conversa. Tínhamos nos apressado tanto que ele precisou correr para nos alcançar? 

Ah não, Junkyu só é sedentário, mesmo depois de todos esses anos dançando. Eu tinha me esquecido disso.

– Deixem as duas em paz, elas estão comigo - o Kim falou, autoritário. Eu jurei que consegui ouvir Mashiho soltando um suspiro apaixonado bem do meu lado. 

– Esse daí não é o Kim Junkyu, o idol do meme do “annyeonghaseyo”? - um outro questionou, tendo a confirmação do azulado - Cara, isso daria uma matéria e tanta além de um escândalo daqueles, bem que eu deveria falar pro meu pai que vi Kim Junkyu sair do apartamento do grupo acompanhado de duas vadias. Sabe, ele é jornalista da Dispatch. 

– Certo, onde é que eu, uma das “vadias”, entra nisso? - me desencostei da parede, ainda de olho em todos os cinco garotos - Kyu oppa, segura aqui minha paciência pra lidar com criancinha de primeiro ano metida a gangster rebelde - eles ficaram quietos. 

– O que tá pegando? - Jihoon disse após chegar alguns segundos depois ao lado do Yoshinori e o resto do grupo, todos de cara fechada. O que era engraçado se tratando de Junghwan, porque pra mim ele ainda é um neném - Por que tem um monte de criança barrando a entrada do elevador? 

– Tão tentando pagar de durões - Mashiho respondeu, rindo - Eu tenho dó de garoto assim.

– D-Dongchan hyung - Doyoung falou meio apavorado, apontando pro de cabelo azul - Por favor hyungs e noonas, parem de insultar ele. 

– Ah, então esse é o pirralho que já te incomodou na escola, Dobby? - desconfortável, o mais novo assentiu ao mesmo passo que eu senti a raiva tomar conta do meu ser. Ninguém nunca falou pra essas crianças que mexer com maknae line de grupo alheio sempre acaba em alguma merda por parte da hyung line? Porque se não, eu vou educar ele agora e vai ser na base do soco - Antes de eu bater a cabeça do meu mais novo amiguinho na porta do elevador pra ele sair da frente e aproveitar a chance pra dar uma surra em todos os outros, deixa eu fazer uma pergunta - puxei o tal Dongchan pra mais perto de mim, passando um braço por cima de seus ombros - O que leva o filho de um jornalista considerado o terror dos idols em escala a cometer bullying com um garoto mais novo e ainda por cima ter a audácia de dar em cima da irmã dele quando ela resolve vir fazer uma visitinha pra ele junto de uma amiga? Responde sua noona, ela não vai te bater sem que você mereça - o mais novo tremeu e eu ri internamente. 

– É... Divertido - ele respondeu - Doyoung nunca fez nada por medo de que meu pai arruinasse a carreira do Treasure com apenas uma matéria, pois ele tem esse poder. 

– Eu não tô nem aí se o seu pai é aquele cara chato que vasculha até o nosso lixo atrás de alguma coisa que evidencie movimentos suspeitos dentro do nosso dormitório, nem se você vai contar pra ele a cena com a irmã de um dos nossos maknaes mais cedo - Jihoon falou - Eu só sei que alguém mais velho tá precisando te dar umas boas palmadas pra te mostrar o seu lugar. 

– Acalma o coração Hoon oppa, eu vou cuidar disso - falei, voltando a olhar o poste de cabelo azul do meu lado - E aí, você vai pedir desculpas ou eu vou ter que fazer algo do qual nenhum de nós acabe gostando? 

– Vai fazer o que além de tentar consolar o seu irmão depois que eu acabar com a carreira dele antes mesmo da estréia, hein, vadia? - o mais novo me provocou, tocando bem na ferida. Não bastou mais que isso, fechei a minha mão em um soco bem dado na cara daquele garoto. 

– Se eu tiver quebrado minha unha, as coisas vão ficar bem sérias pro teu lado - empurrei o corpo alto e meio zonzo pra longe de mim e fui pra frente do elevador sobre o olhar de todos os presentes no corredor - Qual é a da encarada? A gente tá perdendo tempo! - não demorou muito para que uma fila de garotos viessem atrás de mim na espera que as portas de metal do elevador se abrissem, o que não demorou muito a acontecer - E vocês garotos, mais respeito com o meu irmão e com as mulheres a partir de hoje - avisei aos amigos do tal Dongchan antes de finalmente entrar na grande caixa de ferro. 

O resto do grupo estava chocado com as minhas atitudes, eu conseguia ver isso. Até parece que nunca testemunharam uma mulher educar uns garotos, aff. 

– Hyung, por que você mentiu falando que o Dobby é seu irmão mais novo? - Jeongwoo me questionou, um tanto confuso. 

– Eu acho que precisava de um motivo pra estar com vocês, ou aquele tal Dongchan ia acreditar em mim depois que eu dissesse que sou membro do Treasure e virei temporariamente uma mulher por causa de uma poção? - respondi com outra pergunta. Jeongwoo ficou calado, tentando raciocinar tudo o que eu disse. 

– E por que você chamou o Jihoon e o Junkyu de oppas? - encabulado, Yoshinori me perguntou. 

– Se eu tivesse chamado eles de hyung ia pegar mal, não acha? - devolvi a pergunta. 

– Mas você não é mais velho que os dois? - foi a vez de Asahi perguntar. 

– Eu agi no calor do momento, tá? - findei o assunto, saindo do elevador  assim que ele parou no estacionamento do prédio - Cadê o carro? 

– O manager deixou a van aqui ontem porque tava tarde e não queria que nós saíssemos andando sozinhos por aí - a indireta bateu com tanta força chega doeu - E não que eu não confie nas suas habilidades dirigindo, o hyung é sempre um ótimo motorista, mas cuidado com o nosso meio de transporte e principalmente, com todos nós - trêmulo, Jaehyuk me entregou as chaves do carro e eu revirei os olhos. 

Poucas foram as vezes que eu ultrapassei o sinal vermelho ou xinguei um motorista lento, mas era tudo questão de pressa. Agora eu estava louco atrás de respostas e com um súbito ódio por ter quebrado uma unha socando a cara daquele garoto idiota, porém eu sempre zelei pela segurança deles, eu sempre cuidei de todo mundo muito bem enquanto estava dirigindo. 

Talvez eu não controlasse muito a minha força na hora de pisar no acelerador? Talvez, mas eles já deveriam estar acostumados com isso! 

– Hyung, poderia ir mais devagar dessa vez? - Junghwan me pediu com aquela vozinha baixinha e fofa que eu não resistia de maneira alguma. Tão lindinho e educado, a minha criança. 

– Ok, eu vou pegar leve.