— Bianca, estou falando sério. Você vai morrer desse jeito.
— Nicki, eu já disse que estou com frio.
— Amiga, eu sei que está frio, mas você está vestida como um boneco de neve. — Nanda puxou o lençol que me cobria e arrancou minhas meias de mim.
— E nem adianta fazer cara feia, mocinha. Nós viemos aqui te ajudar. — Raquel me obrigou a ficar de pé e retirou minha blusa de frio, fazendo-me bufar alto.
— Eu acho que vocês querem me ver doente.
Justin havia saído com seus amigos e tio Chaz trouxe as meninas para ficarem comigo. O que não tenho certeza se foi uma boa ideia, afinal, elas estão quase me esfolando. Contei toda a história do meu leve encontro com o Pedro para elas, que juraram que iam raspar os pelos dele.
Antes de sair, Daddy me contou sobre a casa de fim de ano. Achei uma ideia ótima, mas não demonstrei muita animação. Motivo? Tomei alguns remédios que me deixaram lerda. E eu estou com um baita frio, que também me deixa lerda. Em falar em frio, preciso ligar para minha tia e responder aquela mensagem que ela mandou. O que o frio tem a ver com isso? Simples. Londres, nessa época do ano, fica linda com aquela camada de neve sobre as cidades, principalmente sobre a roda gigante.
— Bianca? — Nicki me cutucou e a olhei.
— O que foi?
— Te dou cinco dólares para me contar o que estava pensando.
— Pode ficar com seu dinheiro que, aliás, eu desconfio que você tenha.
— Idiota! — Ela me deu um tapa e fui obrigada a rir alto.
— Estava pensando em Londres, de como lá fica lindo quando está nevando. Lembrei que tenho que ligar para minha tia.
— Ela te ligou hoje? — Quel perguntou se sentando na minha cama e neguei.
— Ela me mandou uma mensagem há uns dias atrás. Preciso responder uma pergunta que ela me fez.
— Que pergunta?
— Ela perguntou se eu quero voltar para casa. — Elas abriram a boca provavelmente chocadas e acabei rindo. — Disse que pode vir me buscar, basta eu dizer que sim.
— E... você vai dizer o que?
— Vou dizer que quero voltar, não aguento mais. Vocês cansam minha beleza. — Joguei meu cabelo para trás e fiz uma pose, logo sentindo vários travesseiros me acertarem.
— Nem brinca com uma coisa dessas, sua feia. — Nanda se levantou da cama e me abraçou forte, afundando seu rosto em meu pescoço.
— Claro que é brincadeira. Eu não suportaria ficar sem vocês, suas vacas.
— Ownt. — Disseram juntas e ri, quando elas me deram um abraço comunitário.
— Lembrem que preciso de ar.
Não sei para que disse isso. Logo elas começaram a me dar tapas por todo o corpo e comecei a gritar correndo pelo meu quarto. Me deitei na minha cama e me cobri com o lençol rindo alto. Elas o puxaram e começaram a me fazer cócegas. Estava começando a ficar sem ar, mas consegui levantar e comecei a fazer na Nanda. Ela começou a rir escandalosamente e sua risada acabou me contagiando.
— Ok, parem com isso. — Me afastei delas com a mão na barriga e enxuguei minhas lágrimas.
— Minhas bochechas estão doendo. — Raquel colocou as mãos sobre a mesma e se jogou com tudo na minha cama.
— Levanta daí, Raquel. Não quero nenhuma baleia encalhada na minha cama.
— Nossa, amiga. Não precisava dizer isso. — Ela fingiu um choro e corri até ela, me deitando por cima da mesma, enquanto a abraçava.
— É brincadeira, meu chuchu. Eu te amo, nojenta.
— Também te amo, minha petúnia.
— É impressão minha, ou você me chamou de petúnia?
— Prefere minha fedorentinha?
— Petúnia está ótimo. — Começamos a rir alto e escutei dois tossidos fracos.
— Eu acho que estou com ciúmes. — Nanda disse erguendo o nariz e nós duas levantamos, indo a abraçar.
— Vem aqui também, pedaço de bosta. — Puxei a Nicki e ela riu, se juntando a nós no abraço.
— Amo vocês, amebas.
— Amo vocês, peruas.
— Amo vocês, macacas.
— Amo vocês, protótipos de alienígena. — O mais delicado tinha que ser o meu. — Meninas, eu sei que nunca disse isso, mas obrigada. — Elas arquearam a sobrancelha e sorri.
— Pelo o que?
— Por terem mudado minha vida. — Disse meio baixo e elas abriram o maior sorriso do mundo.
— Para, sua ridícula. — Nicki bateu no meu braço e percebi que seus olhos estavam marejando.
— Ownt, sua lesada, te amo. — A abracei de novo e estava me esforçando para não começar a chorar também.
— Ok, já chega. — Quel disse rápido nos separando. — Isso está muito gay.
— Eu sei que você está com ciúmes de tudo isso. — Fiz uma dancinha "sensual" e ela mordeu o lábio inferior.
— Ai, amiga. Não faz assim que eu me excito.
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Dei uma olhada geral no meu quarto e quando Justin ver isso, vou estar encrencada. Havia plumas dos travesseiros por todos os lados. Minha cama estava fora do lugar, sem contar nas coisas que estavam espalhadas pelo chão.
— Meninas, que horas são? — Perguntei e Nicki pegou seu celular, arregalando os olhos em seguida.
— Nossa, já são quase oito horas.
— Onde será que o Justin e os outros estão? — Perguntei me levantando do chão e elas deram de ombros.
— Eles já devem estar voltando. — Nanda disse e assenti devagar. — O que fazemos agora?
— Já que eles estão demorando, o que acham de dormir aqui? — Perguntei sorrindo e elas fizeram o mesmo.
— Acho que a sua cama não cabe todas nós, amiga. — Quel comentou simples.
— Colocamos o colchão no chão e podemos pegar outro no quarto de hóspedes.
— Nossa, até trazer ele aqui, eu já morri do coração.
— Para de ser preguiçosa, vamos logo.
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— Vamos fazer um pacto?
— Pacto do que?
— Vamos jurar que seremos melhores amigas para sempre?
— Não importando a distância.
— Nem as brigas.
— Nem os garotos.
— E nada que possa nos atrapalhar.
— Então, prometido?
— Prometido! — Juntamos nossos dedos mindinhos, fazendo um nó meio desajeitado. Ri com a cena e elas me acompanharam.
— Devo dizer que vocês ficaram lindas. — Disse sorrindo e elas fizeram o mesmo.
— Quantos pijamas você tem, amiga?
— Não sei, mas pode ter certeza que são muitos.
Havia emprestado meus pijamas para elas e, antes de nos trocarmos, havíamos limpado o quarto. Não totalmente, na verdade. Só tiramos as plumas e pegamos as coisas que estavam espalhadas pelo chão. Fomos até o quarto de hóspedes e pegamos o colchão dali. Com certa dificuldade e lerdeza, mas pegamos.
— Isso merece uma foto. — Nanda disse alto e colocou seu celular em cima da minha mesinha, correndo até nós em seguida. — Olha a pose e sorriam!
— Ai, amiga, não me esmaga.
— Cala a boca, taturana. Olha para a câmera.
— Não me chama de taturana.
— Eu vou bater nas duas se não calarem a boca.
— Foi ela que começou.
— Eu!? Que mentirosa.
— Mentirosa é você, sua desclassificada.
— Desclassificado é o seu nariz.
— Já falei que vou bater nas duas.
— Deixa as meninas se divertirem, Nicki.
— Ai! Nicki, ela me bateu.
— Que mentira, eu nem encostei em você.
— Encostou sim!
— Agora vai tomar porrada!
— Ai, socorro!
— Já chega! Vou raspar o cabelo das duas!
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