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História Glue - Ossos do Ofício


Escrita por: Vyvs

Notas do Autor


Galera, beleza? Espero que gostem desse capítulo e, muito obrigada a quem comentou no capítulo passado. ❤

Capítulo 21 - Ossos do Ofício



BM: 

Embarquei no avião ostentando meu melhor sorriso de felicidade. Alguns passageiros me olhavam com estranhamento, como se eu fosse algum louco ou algo do gênero. 

Sentei-me na penúltima fileira, no banco ao lado da janela. Sentia-me ansioso para que Jiwoo de sentasse ali e pudéssemos trocar alguns beijos durante os quarenta e tantos minutos até Seul enquanto os outros passageiros dormiam.

Porém Somin sentou-se ali e, pela sua expressão, nada de bom estava por vir. Fiquei sem jeito de pedir para que se retirasse, mas me arrependi amargamente quando Jiwoo apareceu por ali, encarou a amiga no lugar que era para ser seu e se retirou um pouco sem graça para ficar lá na frente com Taehyung.

Demorou um pouco até que aquele monstro celeste decolasse. Conectei os fones de ouvido no celular e liguei em uma música aleatória da minha playlist. Rude do Magic ocupou a minha mente por alguns minutos enquanto o avião levantava voo e as luzes se apagavam. 

Uma mão pequenina tocou meu bíceps, me fazendo sair do meu transe de alguns instantes. Olhei para Somin e, mesmo no escuro pude notar seu olhar brilhante e incisivo. Retirei os fones e pausei a música. 

— Precisamos conversar — ela murmurou baixinho de forma que só eu ouvisse. Encarei-a. A loira parecia preocupada. 

— Estou ouvindo — sussurrei. 

— Por mais que você não tenha gostado nós tivemos algo — Somin começou. Revirei os olhos. Óbvio que ela iria falar sobre aquilo. — E, se por acaso, minha amiga ficar sabendo desse algo — sua unha pontuda se cravou no meu peito. — Você está fodido oppa. Ela nunca ficaria com alguém com quem eu fiquei primeiro. Jiwoo nunca mais confiaria em nós dois. 

— O que tivemos não foi ruim. Foi muito bom, até — eu era uma merda, definitivamente. — Porém eu sinto algo diferente com Jiwoo. Vai infinitas vezes além de amizade. Mas não é apenas tesão, entende? Eu quero muito transar com ela, mas se Jiwoo me disser que quer fazer isso só daqui a dez anos eu esperaria com prazer. Nunca senti isso por ninguém — notei que Somin pareceu chateada. Eu era a pior pessoa do mundo muito provavelmente. Porém eu precisava desabafar aquilo com alguém. 

— Você é tão idiota — Jeon balançou a cabeça. — Se há uma palavra que te define neste momento com certeza é “apaixonado”. 

— O quê? — indaguei um pouco surpreso, fazendo minha voz se alterar. Aquela suposição era desesperadora. 

— BM está apaixonado. Está estampado na sua cara — segurei meus cabelos por entre os dedos. Apoiei os cotovelos nas coxas e respirei fundo sentindo meu coração palpitar. Matthew Kim estava apaixonado? Que bruxaria era aquela? — Só... não conte nada para Jiwoo, tudo bem? 

— Sim — concordei ainda um pouco surpreso. Foi a vez de Somin colocar os fones de ouvido e desligar-se do mundo. Ela estava chateada, mas isso eu resolveria depois. Minha cabeça ainda estava um pouco confusa. 

 

Não sei quando eu dormi, mas sei que aconteceu de maneira um pouco turbulenta. Foi um sono bastante perturbado e recheado por um pesadelo tenebroso. 

Tudo começou maravilhosamente bem; Jiwoo e eu trancafiados em um quarto de hotel enquanto ela rebolava encima do meu membro. Tudo normal dos corriqueiros sonhos eróticos das últimas semanas que me atormentavam. Pude até sentir o início de uma ereção. 

Então foi quando a morena encima de mim se metamorfoseou na sua amiga loira que me olhava com um desejo absurdo. Foi como aconteceu nossa primeira e última vez, com a diferença de que no sonho eu estava aterrorizado. Queria tirar Somin de cima de mim. Eu não sentia prazer e nem queria dar continuidade ao ato. 

Na verdade a voz de Jiwoo ecoava na minha mente: “eu te odeio Matthew Kim!” ou “você é um cafajeste!” e sinônimos disso. 

E então o cenário mudou para o apartamento da morena, que chorava copiosamente perto de mim. Suas mãos trêmulas largaram malas ao meu lado e me expulsou de casa. Um aperto no peito me fez chorar também. Tudo era mais intenso. 

Naquele momento eu já não estava mais excitado.

— Acorde seu bobão! — uma cotovelada no braço me fez despertar. Pisquei algumas vezes e olhei para Somin ao meu lado, também sonolenta. Levantei da poltrona e esperei que a loira saísse para que eu pudesse fazer o mesmo.

Andei um pouco trôpego pelo avião até que encontrei Tae e Jiwoo dormindo. Juntos. Dei um tapa na cabeça do meu amigo que acordou assustado fazendo a cabeça de Jiwoo cair do seu ombro, acordando-a também. 

Encarei-os por dois segundos apenas antes de sair um pouco irritado. Ossos do ofício por estar apaixonado. Aquela ideia ainda me causava arrepios por todo o meu corpo. Estar apaixonado era assustador. 

Eu não fazia a linha de ciumento, mas eu também nunca havia me apaixonado por ninguém. Jeju realmente mexeu com algo dentro de mim. E isso não poderia ser consertado. 

Aquela noite em Seul não possuía estrelas. Podíamos sentir o cheiro de chuva pairando na atmosfera poluída, por isso achamos melhor correr para dentro do carro e partir para nossas casas. 

Eu estava dirigindo o carro de Jiwoo. Tae estava ao meu lado e as duas garotas no banco de trás planejando uma próxima vez em Jeju. Elas reclamavam que nós não havíamos curtido as principais atrações da ilha, que ficamos apenas na casa e na praia, salvo os restaurantes onde fizemos nossas refeições. 

Fiquei em silêncio durante o caminho até a casa de Somin. Ela se despediu de nós três com muitos beijos em nossos rostos. Taehyung pegou as malas dela e voltou para o banco da frente. 

Poucos minutos depois deixei Tae em seu apartamento. Nos despedimos com um aperto de mão e ele beijou o rosto de Jiwoo com carinho. Respirei fundo. Eu estava sendo muito irracional. 

Já com a morena sentada no banco do passageiro ao meu lado eu arranquei o carro, indo em direção ao apartamento dela. Seu olhar recaía sobre mim vez ou outra, mas não fez nada para quebrar o silêncio. 

Os dedos delicados tamborilavam sobre as coxas parcialmente desnudas. Aquilo tirava completamente a minha atenção do volante, nos fazendo correr um risco de morte certa. Seria muito fácil bater com o carro em qualquer lugar graças ao belo par de pernas de Jiwoo. 

Estar apaixonado era uma merda, principalmente quando a garota em questão era Jeon Jiwoo; mal-humorada, ranzinza e de gênio muito forte. Além do mais eu sabia que a morena tinha seus traumas, por mais que não os revelasse. 

Somin me disse certa vez que a traição de MinHo a deixou completamente destruída. Desde então Jiwoo nunca mais se envolveu com qualquer outro homem, pois perdeu a confiança em todos eles e até em si própria. Não se achava mais tão bonita e sempre se colocava para baixo. 

Ah, se ela visse o mesmo que eu! 

Eu precisava ser melhor para que merecesse Jiwoo. Não poderia continuar com a minha fama. Que droga! Por que eu estava tão idiota?! Por que eu tinha que me apaixonar logo naquele momento?! E ainda por cima teria que morrer engasgado com o segredo de ter dormido com a melhor amiga dela. 

— Tudo bem oppa? — uma mão pequena tocou meu braço, chamando minha atenção. Olhei-a por dois segundos antes de encarar a rua novamente. Meus batimentos cardíacos estavam descoordenados me incomodavam. 

— Sim — respondi sorrindo suavemente. Nosso contato foi quebrado e, por fim, pude depositar toda a minha atenção ao volante. 

— Que tal pedirmos uma pizza? — Jiwoo sugeriu assim que chegamos em casa com nossas malas. O que eu queria comer no jantar? Ela. Mas eu errei uma vez avançando o sinal e não correria o mesmo risco outra vez. 

Sem me conter precisei abraçar a cintura fina e agarrá-la com meus braços, largando nossas malas em qualquer canto. Beijei seu pescoço até sua orelha, sentindo-a amolecer em meus braços. 

Aos poucos eu conhecia seus pontos mais sensíveis, o que era ótimo para usar contra ela. Segurei sua cintura com mais força colando nossos corpos; suas costas em meu peito. Era ótimo poder dar vazão à parte dos meus desejos reprimidos e, aos poucos, mais e mais eram liberados. 

— Pensei em cozinhar para nós, mas acho pizza uma ideia melhor — respondi assim que a soltei escutando um muxoxo escapar dos seus lábios. Sorri vitorioso. 

— Oppa! — reclamou com a voz manhosa. — Por que não vai cozinhar? 

— Hoje eu estou cansado. Talvez cozinhe amanhã — avisei sacando meu celular do bolso. Liguei para a pizzaria e pedi uma grande para nós dois. 

Poucos minutos depois a pizza chegou e nós dois a devoramos com voracidade. Jiwoo comia com mais liberdade, não se restringindo tanto quanto fazia antes do festival. Eu sinceramente gostava dela mais “cheinha”. Não que estivesse gorda, mas ver suas coxas mais grossas e as bochechas mais cheias era muito melhor que a imagem da garota extremamente magricela. 

Depois de jantarmos com fartura eu me levantei para tomar um banho relaxante. Tirei as roupas no meu quarto e fui para o banheiro com apenas uma toalha na cintura. 

Tomei um banho quente, esfregando minha pele com cuidado pois esta ainda estava um pouco irritada graças ao sol. Quando um trovão ecoou ao longe eu resolvi desligar o chuveiro e ir dormir um pouco. 

Sequei meu corpo com a toalha e a amarrei na cintura para seguir até o quarto onde minhas roupas estavam. Todo o apartamento estava mergulhado no breu e no silêncio, por isso decidi não ir perturbar Jiwoo. Ela já dormia muito provavelmente. 

Assustei-me quando vi a porta do quarto aberta. Entrei um pouco desconfiado, mas relaxei assim que encontrei algo pequenino encolhido entre as cobertas. Jiwoo fechou os olhos e apertou a coberta assim que um trovão ribombou no céu. 

Quer dizer que Jeon Jiwoo, a garota forte, ranzinza e determinada tinha medo de tempestades? Talvez no fundo ela fosse mais delicada do que eu imaginei. 

— Você não está pelado, está? — ela perguntou. Sorri de forma maliciosa com o prazer de vê-la corar.

— Estou — respondi. A morena cobriu a cabeça com o edredom, envergonhada. Ri alto e deixei com que a toalha caísse, me deixando completamente desnudo. — Agora mais ainda — os nós dos dedos estavam brancos de tanto apertar o cobertor. 

Andei tranquilamente até o guarda-roupa e tirei uma cueca das gavetas. Rezava para que a garota me espiasse, mas ela manteve-se firme e não largou seu escudo macio. Dei de ombros e vesti a cueca, logo em seguida a cobri com um short preto de tecido leve e me dirigi à cama. 

Fiquei de frente para Jiwoo que ainda segurava o edredom. Engatinhei até ela e puxei o tecido de suas mãos que cederam rapidamente. O olhar assustado dela se encontrou com o meu. Selei os lábios entreabertos repentinamente com os meus. Ah, como eu adorava aquilo! Beijar Jiwoo nunca enjoava.  Não demorei muito e nos afastei, pois caso contrário eu iria avançar o sinal outra vez e vacilaria com ela. 

— Tem medo de raios? — indaguei. O tom vermelho das bochechas se intensificou e eu senti vontade de morder seu rosto. 

— Deite-se de costas para mim — o jeito mandão dela não sumia nem quando estava assustada. Mesmo sem entender ao certo o pedido estranho eu a obedeci, deitando ao lado dela e lhe dando as costas. 

A garota levantou-se da cama e desligou a luz do quarto nos deixando na escuridão. Retornou para o meu lado e deitou-se. Seus braços cobriram — ou ao menos tentaram cobrir — os meus, o rosto encostado na minha nuca. Aquilo era estranhamente bom, mesmo que a meu ver as posições estivessem invertidas. 

— Eu não quero que você me veja com medo oppa — Jiwoo sussurrou com um pouco de vergonha. Agarrei suas mãos e beijei as costas delas. 

— Não vou te julgar. Eu só quero te proteger. Posso? — minha voz adotou um tom calmo e um pouco rouco. Jiwoo aproximou meu corpo do seu e escondeu o rosto nas minhas costas. 

— Me deixe ficar aqui oppa — ela também murmurou como se não quisesse que alguém ouvisse. 

— Não precisa pedir — sussurrei. As mãos de Jiwoo deixaram as minhas e se entrelaçaram na minha barriga, acariciando meu abdômen nu suavemente. Era um toque sutil que provocava arrepios por todo o meu corpo. 

Era estranho deitar com uma garota naquela espécie de conchinha invertida, porém, sendo Jiwoo, tudo ficava bom. Acabei adormecendo com o carinho dela no meu abdômen, ninado pelos pingos grossos de chuva seguido pelos relâmpagos brilhantes, enquanto a morena se escondia em mim de forma assustada. 

"Bendita seja aquela tempestade" pensei.


Notas Finais


Como alguns devem saber eu comecei a postar uma nova fanfic BWOO. Ela se chama Hard Feelings e quero poder contar com o apoio de vocês. Deem uma olhada e se gostarem, favoriteme e comentem por favor ❤


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